Vermelho Cor do Amor escrita por Machene


Capítulo 3
O Início de Uma Amizade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151137/chapter/3

Cap. 3

O Início de Uma Amizade


Kelly começou a luta ganhando, como deveria ser de se esperar, mas Killua somente estava se contendo, do jeito que os amigos suspeitavam! Em um determinado momento, Kelly acertou uma rasteira nele e desapareceu logo que ele levantou. Para os experientes da aldeia, todos nós sabíamos que ela estava camuflada.

Acontece que não imaginamos que Killua também sabia disso e que só fingiu procurar com os olhos algum ponto cego! Logo quando ela tentou atacá-lo ele se virou e segurou seu braço, virando-a e jogando no chão com um sorriso. Ela levantou sem dizer nada e com a cabeça baixa. Foi nesta hora que Gene, a amiga de infância da Kelly, levantou o braço.

Gene é a espécie de mascote do grupo, uma animada e sensível garota baixinha dos cabelos e olhos castanhos que fala com animais. O sinal com a mão era para que nos afastássemos, e assim fizemos. Puxei Korapaika e Leório e Gene Killua e Gon. Kelly ficou furiosa, com olhos sem brilho!

- Killua, tome cuidado! – Korapaika gritou parecendo também notar a situação.

- Não sei se desviar vai funcionar agora, a Kelly com raiva é a pior coisa que um inimigo possa querer!... – bastou terminar de falar e ela o socou. Ele rolou pelo chão e demorou a levantar, mas quando levantou apenas começou a rir, limpando o sangue da boca.

- É, mas o Killua também é muito perigoso! – Gon sorriu. Gene me encarou surpresa com o olhar assassino dos dois.

Nem sei dizer o quão assustador foi presenciar toda a briga, porque o sangue dos dois saiu espalhado por todo canto. Achei até que ele fosse tentar aliviar pelo fato dela ser mulher, mas nem ela quis isso!... No final, quando eles estavam ofegando, ela levantou a mão. Senti um arrepio.

- Kelly, não exagere! Você vai matá-lo.

- Ele que está pedindo! – não me deu ouvidos e ainda direcionou o ataque.

Ela adquiriu de família uma habilidade que praticou durante anos para aperfeiçoar: Kelly pode soltar raios pelas mãos, uma energia especial do espírito acumulada em um único ponto. Isso consome muito, mas ela não queria saber! Foi quando Killua levantou a sua mão também.

- Ah não... Não me digam, que... – olhei para Gon e ele ainda estava sorrindo, bem mais entretido.

- Killua também tem uma especialização parecida com a dela... É o que parece. – Korapaika me disse.

- Katrina... – Gene me olhou – Onde você os encontrou mesmo? – fiquei sem responder.

Neste momento, Liana, a nossa curandeira de altura média, muito bonita, com cabelos cor de avelã, olhos beirando a mel e não muito magra, saiu da tenda do chefe da aldeia.

- Parem! – ela gritou. Estava séria, os olhos azuis aflitos e os cabelos castanhos sobre o rosto, mas conseguiu evitar o impacto do Killua e de Kelly. Todos a encararam – Kelly, o chefe quer ver você. – ela passou por Killua na mesma hora, sem nem questionar, e correu para dentro. Liana se aproximou de nós – Ele está muito fraco.

- Mas ele vai se curar Liana?

- Eu não sei Gene... Não posso dizer mais nada com certeza. – olhou para Leório – Estes são os forasteiros que começaram a armar essa confusão?

- Bom... Só aceitamos o desafio proposto pela garota. – Leório tentou se defender. Ela não disse nada, apenas observou os destroços de algumas cabanas.

- Katrina, faz o favor de juntar os aldeões e peça que arrumem logo tudo.

- Não vamos continuar com a luta? – Killua se irritou. Os lobos o cercaram rosnando.

- Bosom, não faça nada com ele! – a loba apenas me olhou de relance e entrou no círculo, deitando de frente para ele – Pessoal, vamos arrumar esta bagunça, anda!... – todos começaram a se mover e a pegar madeira, colocando os objetos quebrados em um canto.

- Podemos ajudar? – Korapaika perguntou e eu sorri.

- Claro que sim, obrigada! – Gon virou para o círculo com os animais e viu Killua sentar, encarando Bosom. Gene riu e chegou perto dele.

- Não se preocupe, acho que eles se entenderam!

Kelly demorou algum tempo até sair da tenda. Quando saiu Killua e Bosom levantaram, todos a encararam. Ela estava de cabeça baixa. Por sexto sentido, achei melhor me aproximar dela. Logo que cheguei perto ela me abraçou e começou a chorar. Liana e Leório entraram na tenda.

- O chefe morreu!... – ela anunciou quando saiu.

Gene correu na nossa direção e nós a levamos para longe de todos, fora da aldeia. Liana tomou conta de todos na nossa ausência. Bosom nem se preocupou em vigiar Killua, dispensou os lobos e os dois correram junto de Korapaika, Gon e Leório atrás de nós. Sentamos Kelly em uma pedra perto da cachoeira, tentando confortá-la como pudemos.

- Esse chefe de vocês era muito ligado a ela?

- Ele era meu pai! – ela gritou para Killua. Fez uma pausa, engoliu mais as lágrimas e virou o rosto – Não meu pai de verdade... Mas era como se fosse...!

- Kelly foi adotada pelo nosso chefe quando ele a encontrou pela floresta, do mesmo jeito que Katrina uns meses depois. Eu já nasci em Tive e perdi meus pais em um acidente, quando foram atacados por ursos!

- Mas do que ele morreu? – perguntou Gon.

- Ele já estava doente fazia um tempo, foi picado por uma cobra quando levava os homens para caçar dentro da floresta. – expliquei. Korapaika me encarou com estranheza.

- Mas vocês não disseram que detestam caçadores?

- E detestamos! – Kelly continuou falando alto, mas bem melhor – Nós caçamos para sobreviver, vocês matam por vingança ou atrás de enriquecer. – Excuser e Sinner ficaram entre Korapaika e eu, deitados e sem se importarem.

- Espera um pouco, não somos todos iguais! – Killua revidou. Ela levantou da pedra, deixando Bosom de lado.

- Vocês são assassinos e muitas vezes nem se tocam! Qual foi a última vez em que seus pais te disseram alguma coisa fora "Mate para sobreviver!"?

- Só por que minha família é de assassinos, não quer dizer que somos piores do que muitas pessoas que andam por aí!

- O que está insinuando? – ela estreitou os olhos.

- Que você também não é nenhuma santa!

- Não se atreva a me ofender, você nem me conhece!...

- Mas vocês estavam brigando justamente para nos deixarem convencer vocês que podem confiar em nós, não é mesmo? – Gon interferiu, ficando entre eles – Vocês podem!

- Não terminamos a luta, mas eu também não pretendo continuar com ela. – ela se virou – Não vamos aceitar!...

- Kelly, desta vez eu vou ter que discordar de você. – todos me olharam e ela descruzou os braços e desfez o bico – Nós estamos entrando em uma crise, e você sabe!... – ela não respondeu, apenas virou o rosto e começou a balançar os pés – Se não conseguirmos resolver o problema, Tive será a lembrança do que já foi. Você não quer isso e nem nenhuma de nós... Aceite a ajuda deles!

- É verdade Kelly! Eles parecem ter boas intenções.

- Mas o que vão querer em troca? – encarou-lhes.

- Eu só gostaria que a Katrina me ajudasse, ensinando algumas coisas das quais vou precisar. A menos que vocês queiram mais alguma coisa... – os amigos entreolharam-se.

- Ah... Eu gostei dos animais que andam por aqui. Será que um de vocês pode mostrar para mim? – Gon sorriu. Gene nos encarou, e eu apenas direcionei a cabeça para frente, indicando que falasse.

- Eu conheço bem a floresta, se quiser... – ele se animou, e então Leório coçou a cabeça.

- Aquela garota que estava cuidando do chefe de vocês, era a curandeira da aldeia?

- Liana... – respondi – Por quê?

- O Leório é médico. – Killua explicou.

- É, e eu gostaria que ela pudesse me mostrar alguns medicamentos. Pode ser muito útil para mim...

- E você também não quer nada? – Kelly olhou para Killua. Ele virou o rosto e botou as mãos nos bolsos.

- Depois disso, só me interessa lutar com você de novo...! – ela não respondeu, parou de bater os pés e suspirou.

- Certo... Eu concordo!... Mas ainda não confio em vocês. Terão que provar o seu valor. – Killua tomou a frente.

- Não se preocupe. Quando terminarmos, vamos embora!

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vermelho Cor do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.