Vermelho Cor do Amor escrita por Machene


Capítulo 2
Passado Manchado de Sangue




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Cap. 2

Passado Manchado de Sangue


Kelly tem um extinto de assassina desde que nasceu. Com muito amor do seu povo e do pai, ela não levou muito em consideração as pessoas do mercado do outro lado da montanha, que falam mal das suas atitudes impulsivas e que julgam ter sido culpa sua a morte da mãe. O problema veio quando ela notou em Korapaika um tom de caçador!...

– Katrina, quem é esse? – ela não estava menos surpresa do que eu, apesar de não ser a primeira vez que alguém entrava na nossa aldeia – É um caçador, não é?

– Eu sou, mas não vim atrás de nenhum de vocês! – Kelly nem pensou duas vezes. Foi levantando a mão direita, e o lince começou a rosnar. Mas me coloquei entre ela e Korapaika sem ao menos entender minha atitude repentina!

– Ele diz a verdade!... – abaixei o tom de voz – Você vai assustar todos! – ela olhou ao redor e fez que sim com a cabeça, abaixando a mão. Eu sorri.

– Livre-se dele! – deu meia volta. Eu o segurei pelo pulso e puxei para longe, descendo a trilha da cachoeira com nossos felinos logo atrás.

– Você quer morrer? – ele se surpreendeu com minha alteração de humor – Disse que devia ter me esquecido!

– Mas você deixou cair seu colar! – abriu a mão. Olhei para o gato dourado e segurei o cordão fino no meu pescoço. O tomei rapidamente das suas mãos e recoloquei.

– Obrigada... Mas você não pode continuar vindo por aqui. Melhor se afastar, porque a Kelly não vai pensar duas vezes na próxima vez!

– E o que ela pretendia fazer comigo?

– Caçadores são os seres mais abomináveis do mundo para a aldeia... E para mim também!... – afastei-me – Se for capturado rondando pela floresta novamente você pode morrer! Eles não têm consideração com caçador nenhum.

– Mas o que eles fizeram para seu povo?

– Dentre muitas coisas, da última vez que um grupo de caçadores tentou invadir a aldeia matou um terço de todos e envenenou o chefe da aldeia. Agora estamos enfrentando uma grave crise, e eu não quero que mais ninguém se envolva!

– Quer dizer que estava preocupada comigo? – riu.

– Eu arranco a sua língua se disser isto de novo! – ele desfez rapidamente o sorriso bobo.

– Você é estranha!... Muito diferente das pessoas que eu já conheci ou com quem convivo.

– E se dê por satisfeito por ser uma das poucas que te defendeu para pouparem a sua vida! Mas isto não vai se repetir, por isto é bom nos deixar em paz... – quando comecei a andar de volta ele deu dois passos.

– Será que eu não posso te ajudar de alguma maneira?

– Sim, indo embora como eu já disse! – não me virei, mas pude perceber sem olhar que ele ficou pensativo.

– É que eu não sou daqui... Eu estou na cidade para testar minhas habilidades em alguma faculdade, e não sei o que fazer. Você pode me ajudar!

– Ajudar? – estranhei e virei – Mas como? Eu não entendo nada sobre cidades!

– Aí é que está: eu preciso de uma especialista em campo.

– E você por acaso sabe alguma coisa sobre vida selvagem? – cruzei os braços.

– Bom... O Sinner era um filhote quando eu o encontrei nesta floresta e eu consegui tratá-lo! – o lince bocejou.

– Não posso ajudá-lo. – respondi após a pausa.

– Por favor!... Se você me ajudar eu ainda posso tentar fazer algo pelo seu povo.

– Mas não precisamos da sua ajuda. – nesse momento já tinha recomeçado a andar e estava quase pronta para pular e subir para o topo – Estamos muito bem sozinhos...

– E se eu te dissesse que eu conheço o médico da cidade?

– Já temos uma curandeira, e ela é muito boa!...

– Mas ele é um grande amigo dos meus primos, que sabem técnicas como as minhas. – aí eu fiquei imóvel – Eles são habilidosos, podem ajudar seu povo a se defender.

– Você quer dizer que existem mais caçadores como você?

– Bom... É! – meu coração começou a pular sem ritmo único, até que escutei um uivo – Tem lobos aqui perto?

– É uma chamada... – ele não entendeu, mas eu não me importei em explicar na hora – Excuser, por favor, avise para a Bosom chamar a Kelly, e somente ela. – ela saiu correndo e eu virei o rosto – Está bem, pode ser que um treinamento funcione para defesa. Estamos acuados...!

– Então, eu posso trazê-los até aqui? – confirmei com a cabeça e tanto ele quanto Sinner saíram correndo.

Demorou alguns minutos até que todos se reunissem. Kelly e eu ficamos de tocaia, apenas observando os rapazes conversando até se aproximarem.

– Como é que ela é Korapaika? – Gon perguntava animado.

– Tem cabelos longos e loiros e olhos azuis muito claros. – ele falava de mim.

Kelly quase teve um ataque quando viu os quatro chegando! Precisei acalmá-la antes que saísse correndo, ou para fugir ou encima deles, e contei o acordo que havia feito com Korapaika. Ela não quis me escutar e fez questão de ofendê-los com outra generalização de caçadores.

– Fico abismada que não tenha tido o bom senso de matar todos antes que mais alguém soubesse de você!... – olhei de relance para eles e tossi de leve – Ah... – ela encolheu os ombros. Quase revelou meu maior segredo no momento, mas conseguiu se segurar – De qualquer jeito, não vamos ter acordo com nenhum outro caçador! Como saber se eles não nos trairiam quando outros caçadores surgissem?

– Korapaika, você disse que elas tinham concordado.

– Eu também achei Gon... – ele me encarou e eu comecei a me sentir muito mais acuada.

– Kelly, seja razoável!... – nesse momento os lobos começaram a uivar, anunciando a presença de alguém que se aproximava. Era Killua! Ele chegou perto sem medo algum.

– Oi gente, eu demorei? – Kelly não escutou mais ninguém se não os rosnados da loba de criação, Bosom.

O grupo de lobos que sempre a rodeiam cercou ele e o afastou de todos, enquanto Kelly chegou perto em um vulto tão rápido que, sem percebermos, os dois se apontaram as garras afiadas das mãos em seus pescoços. Killua estava sorrindo assustadoramente.

– O que você está querendo fazer? – ele disse.

– Matá-lo! – ela nem se importou em responder.

– Posso saber por quê? – ela ficou quieta – Então?...

– Você cheira a sangue... E todos aqui concordamos. – ele olhou ao redor e observou os lobos rosnando. Uma loba branca estava mais perto dos dois, sentada e encarando quieta. Era Bosom – Você não só é caçador, como assassino!

– Você está certa, mas só em metade... Eu não sou assassino. - Gon deu alguns passos até o circulo de caninos.

– É verdade. O Killua não é assassino, ele só sabe algumas técnicas porque ensinaram para ele desde criança.

– Killua? – ela estranhou – Killua Zaoldyeck?... – sorriu de repente e abaixou a mão. Ele fez o mesmo – Como não é assassino? Já ouvi falar da sua família, todos são iguais!

– Mas eu não sou mais como eles, e estou tentando passar o maior tempo longe de todos... – olhou para Bosom – Por que ela está me encarando?

– Esta é Bosom, minha loba protetora. Se você fizer algum movimentado que ela julgue, no mínimo, perigoso ordena o ataque ao bando e você morre! – afastou-se para perto de mim – Ainda acha que eles prestam? – fiquei sem reação.

– Olha, o Korapaika explicou a situação... Se nos deixar ajudar podemos resolver seu problema. - disse Leório.

– E como posso ter certeza de que não vão nos trair?

– Se o problema é esse, nós podemos fazer um teste. – Gon sugeriu. Olhamos para ele – Nós resolvemos o desafio que você nos der, e se passarmos você nos deixa cuidar da situação!... – Killua olhou-o nervoso e segurou sua blusa.

– Gon, seu idiota!... E como você tem tanta certeza de que não vamos acabar perdendo? Como ia ficar o Korapaika?

– Não se preocupa Killua, a gente consegue. Lembra os treinamentos que fizemos uns dias atrás? – ele sorriu, fazendo Killua largá-lo com um bico.

– Ok, eu concordo com isto... – disse Kelly – Mas se vocês perderem... Terão muito trabalho para me convencerem a poupar suas vidas! – deu de costas – Sigam-me. – começou a andar na frente. Bosom dispensou o bando com um latido e a seguiu. Excuser continuou ao meu lado quando cheguei perto deles com um meio sorriso.

– Não se preocupem. Ela é um pouco temperamental, mas é muito divertida depois que se conhece.

– Sério? Não deu para notar...! – Killua também saiu na frente. Chegamos à vila assustando todos. Kelly os acalmou.

– O caso é simples... Eu vou lutar com um de vocês até que alguém vença. – surpreendeu-nos. Nem eu esperei essa idéia – Quem se candidata? – Killua nem pensou duas vezes e se dirigiu a frente, ficando em posição. Ela apenas riu!...

Continua...


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