Vermelho Cor do Amor escrita por Machene


Capítulo 1
Garota Cigana Selvagem




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Cap. 1

Garota Cigana Selvagem

Cadmio, segunda-feira

09h00min

Cadmio é uma das cidades mais bonitas de Hidreto, o lugar onde Korapaika mora. O jovem ingressante do terceiro grau vai viajar para o exterior e, de malas prontas, acaba por se despedir dos padrinhos e entrar no táxi. Chegando ao aeroporto dá de cara com a namorada, Neon, esperando-o de malas igualmente arrumadas como o planejado. Ela beija seu rosto e ambos entram no avião.

Césio, sábado

11h00min

Assim que passam pelo portão de desembarque começam a procurar alguém a sua procura, e acham! Leório é o médico mais famoso da cidade, e seu novo vizinho. Ele acena logo que eles se aproximam e guarda a foto referencial dada pela tia Mito, com quem Korapaika pretende morar enquanto firma sua faculdade. Os três entram no carro negro recém-comprado de Leório e cumprimentam os primos de Korapaika, Gon e Killua, logo ao entrar no casarão verde.

A namorada dele é apresentada para Mito e para os outros enquanto Killua mostra o quarto de Korapaika. Killua está de visita na casa de Gon e Mito desde que soube da vinda do primo, só não menos chegado que o próprio Gon, com quem dorme até então. Korapaika também fala com seu bicho de estimação, deixado nas mãos dos primos desde que se mudara para viver com os padrinhos na cidade e que aproveita o ar campestre do lado de fora da casa; é um lince!

Já está adulto, mas o felino continua tão carinhoso como sempre. Korapaika desfaz sua mala e resolve sair para dar um passeio com o lince, enquanto Neon e Mito ficam conversando com Leório e Gon e Killua vão comprar o almoço, e sobe a montanha próxima do lugar.

...

"- Pode-se dizer que a história teve seu começo iniciado assim, a minha e a de todos...! Mas a minha, especialmente, não foi tão feliz, muito menos agora! Narrarei tudo o que me aconteceu, e como afetei os outros a minha volta com um simples encontro que, pensando melhor, não deveria nunca ter acontecido."

...

Césio é um lugar muito diferente de Cadmio, tudo o que um cidadão se permite ter não se encontra nesta região totalmente interiorana! Korapaika sempre adorou ficar em lugares altos, então ele aproveitou a brisa do pé do penhasco mais chegado naquele dia. Sinner, o lince, se acomodou ao seu lado, aninhado junto às suas pernas. Naquele instante eu estava comprando as coisas para o almoço, acompanhada de minha amada felina, também lince, Excuser!

– Então Katrina, como vão todos nesta manhã?

– Ah, muito bem senhor Ferdinando. Vou querer cinco peixes, os mais frescos! – ele é meio barrigudo e estava de avental, sorrindo. Entregou para mim duas miraguaias, duas carpas e um linguado – Que foi Excuser? Quer que eu leve outra vez salmão? – ela olhava para o peixe e me encarava – Ah, tudo bem! Seu olhar doce não me deixa escolha... Nunca!

– Ah, ora... – ele riu – Linces comem demais Katrina.

– É sim, eu sei. Mas é muito bom tê-la por perto. – coloquei o salmão em um cesto, junto com as frutas e verduras – Olha, não precisa ter muita pressa, mas é que hoje é aniversário do nosso chefe e eu queria fazer uma surpresa!

– Ah, não se preocupe. – ele sussurrou perto do meu ouvido – Eu vou contar para todo mundo! – eu ri e sai andando – Depois mandamos entregar tudo. – acenou-me.

Distraída, eu não pensei que cantar fosse fazer-me algum mal naquele momento. Acabei atraindo a atenção de Korapaika, que entrou sem medo na floresta atrás de mim. Ele me seguiu pelo cantarolar junto de Sinner, então me viu escondido nas árvores. Comecei a dançar também, Excuser sempre me acompanha pulando ao redor. Mas ela parou do nada naquele momento, e parecia ter sentido algo.

– Que foi Excuser? Por que parou de andar? – olhei ao redor sem mover a cabeça, até que escutei o som de um galho se quebrando. Era ele! Excuser sentiu o cheiro de Sinner, e logo que ela se aproximou mais de Korapaika ele a atacou. Fiquei nervosa no momento, mas assim que senti suas mãos rodearem meus braços e uma faca em meu pescoço tudo parou. Ele não pareceu perigoso, mas não senti mais nada!

– Fique quieta! – os linces ficaram se encarando e rosnando – Agora me diga: quem é você?

– Você... Você é caçador...? – ele não respondeu, apenas continuou me encarando – Solte-me, por favor!

– Eu não vou lhe fazer nenhum mal, mas antes quero que me responda: quem é você?

– O que você tem a ver com isso? – ele me soltou devagar e segurou meu colar dourado em forma de gato, coberto de jóias preciosas.

– Este símbolo... Acho que me lembro de ter visto em algum canto. – bati em sua mão e me afastei segurando o colar. Excuser chegou perto de mim, se pôs na minha frente e rosnou – Ela é o seu bicho de estimação?

– Ela não é um simples animal, é minha família! – ele estranhou, me olhou com surpresa e levantou a mão, chamando o lince que veio para junto dele.

– Eu entendo o que quer dizer...! – afagou-o – Desculpe, eu achei estranho você estar sozinha por aqui, então... Bom... Foi mais o instinto, mas eu acho que não devia ter te ameaçado com uma faca! Foi grosseria minha. – relaxei os ombros, mas continuei receosa a chegar perto.

– Você é ou não é caçador? – ele riu.

– Não exatamente, apenas recebi aulas com o meu padrinho, que foi um grande guia florestal. Mas eu acho que deveria me apresentar... O meu nome é Korapaika.

– Ah... Muito prazer! – foi somente o que disse. Após alguns segundos de silêncio ele ergueu uma sobrancelha.

– E qual é o seu nome? – recuei mais ainda.

– É melhor esquecer que me viu, por favor.

– Mas qual é o problema? Se eu te assustei...

– Não, agradeço sua compaixão e aceito suas desculpas, mas eu não posso confiar em pessoas estranhas.

– Mas se eu me apresentei; como posso ser um estranho?

– Você é estrangeiro. – conclui – Suas roupas são iguais aos dos que moram para o lado leste da cidade, gente em quem eu não confio. Sinto muito! – virei. Ele chegou perto.

– Espere! – Excuser começou a rosnar mais alto.

– Não Excuser! – ela se virou – Pare, vamos para casa!

– Você mora por aqui? – continuei quieta – Vive sozinha, junto com ela? – fez uma pausa – Por que não me responde?

– Já disse: é melhor esquecer que me viu. Faça isto, para seu próprio bem! – sai correndo e Excuser logo atrás de mim.

Após uns segundos achei que o tinha deixado para trás, mas ele continuou me perseguindo junto do lince, e nós continuamos fugindo cada vez mais rápido! Tentei despistá-lo por entre as árvores, e quando imaginei que tinha sumido resolvi subir a queda d'água no mais profundo da floresta. Subi a trilha íngreme me agarrando com a ajuda da Excuser. Na verdade, os dois estavam escondidos entre as moitas!

– Finalmente, chegamos a nossa casa! – sorri para ela. Caminhamos o percurso de gramado cheio de flores na foz em estuário do rio, não fazendo idéia de que os dois nos seguiam em mesmo ritmo logo atrás. Chegamos a Tive, minha aldeia, recepcionadas pelo gentil povo que me viu crescer – Kelly, como é que você está se sentindo?

– Ótima Katrina, muito gentil. – disse a minha melhor amiga, de cabelos e olhos negros – Trouxe salmão?

– É para a Excuser. – vi a felina entrar na tenda atrás de Kelly – Onde está o aniversariante?

– Um pouco debilitado! – pegou a cesta das minhas mãos – Com uma febre assim, até ele sair da cama os homens não vão poder caçar nada fora dos limites. – de repente as crianças começaram a gritar, chamando nossa atenção. Korapaika e Sinner tinham entrado na aldeia e sido cercados.

– O que está fazendo aqui? – cheguei perto e falei baixo.

– Te segui até aqui. O que você é, uma cigana selvagem?

Continua...


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