Every Rose Has Its Thorn escrita por apataeavaca


Capítulo 15
Back off, bitch! (parte dois)


Notas iniciais do capítulo

Eu achei fofo e a razão disso é a narração, que é do Gabriel. Ele fala bastante sobre algo que nunca havia falado antes: a Suzannah e como ele a vê. Isso é bom, por um lado, mas também é ruim; não quero criar falsas esperanças nos leitores :B



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“Back off, back off bitch! It's time to burn-burn the witch!”

20 de março de 2003 – XI Encontro Beneficente de Motoqueiros
Gabriel P.O.V

O bagulho tava meio doido. Tinha gente mal encarada pra todo lado, mas era a coisa mais legal que havia acontecido no último mês. Claro, fora aquela vez em que eu enchi o Matheus de batom enquanto ele estava dormindo.

- Gabriel, atenção aqui! – chamou Marielle surgindo de repente como um ninja. – Obrigada. Seguinte galerinha do mal, vocês podem deixar seus instrumentos aqui mesmo; o show começa em meia hora, então acho que podemos dar uma voltinha por ai... – e foi ai que ela começou a grasnar de um jeito estranho, estranho mesmo - EU PRECISO BEBER ALGUMA COISA! NÃO AGUENTO MAIS ESSE TRABALHO! Eu queria taaanto ir naquela barraca pra beber Devil’s horn, mas meu pai é um pão-durismo só, nem pra dar dinheiro pra uma bebida pra sua própria filha!

- Calma, eu pago – tranqüilizou-a J.C, levando-a pelos ombros em direção à uma barraquinha que mais parecia o covil do mal.

- Como ele consegue entender o que ela fala? – perguntou Matheus, seguindo-os indignado. Dei de ombros.

- Hey! – gritou Will encostando-se no balcão – Me vê um...

- NADA! – gritou Maely, interrompendo o pedido dele – Eu quero você sóbrio!

- Mas... eu só ia... pedir água! – respondeu ele. Maely lançou-lhe um olhar incinerante – Tá, eu não ia.

- Tá feliz agora? – perguntou J.C entregando a bebida (que era vermelha, saia fumaça e estava num copo que imitava um chifre) à Marielle.

- Um-hum – respondeu ela, dando um gole na bebida e depois colocando a língua pra fora – Arde a língua!

- Então por que você continua bebendo?

- É bom! – exclamou Marielle voltando a beber o treco vermelho do inferno e colocando a língua pra fora outra vez.

Tava tudo numa boa, tava mesmo. Tipo, a gente lá, andando pra lá e pra cá no meio daquele bando de gente do mal vestido com couro da cabeça aos pés, passando o copo do inferno de mão em mão e discutindo sobre qual era a da fumacinha vermelha.

- Ih, querido, isso não é vermelho, não! – exclamou Paulo.

- Claro que é! – retrucou Matheus, pegando o copo das mãos dele – Isso aqui é vermelho, ou eu não me chamo Matheus.

E eu que achava que ele era a Madona.

- É tão óbvio! – disse Paulo pegando o copo de volta – Isso aqui é MA-GEN-TA!

- O que, diabos, é isso? – perguntou a pequenininha com cara de batatinha, andando de um lado para o outro com um salto do tamanho do J.C.
E ela estava muito, muito bonita mesmo. Quando eu a vi pela primeira vez vestida daquele jeito, quase cai da cadeira e senti minhas orelhas e bochechas arderem – não que eu goste muito de admitir -, o que, é claro, fez com que Gabrielle começasse um interminável discurso sobre como eu ficava parecendo um tomatinho quando ficava envergonhado. Porque, obviamente, ela achava que eu estava com vergonha. Mas algo não estava certo naquilo tudo, afinal; aquela não parecia a Suzaninha de sempre, só isso.

- É...

Mas bem na hora que o Paulo ia explicar o que, por Deus, era aquele negócio de mage-seja-lá-o-que-for, o Will esbarrou em um cara. É, um daqueles vestidos de couro dos pés à cabeça, com cara de mal e tudo. E eu que estava achando que não podia ficar melhor, desgrudei os olhos da Suzannah e comecei a prestar atenção nos dois.

- Des... – começou o cabeludo, virando-se para se desculpar com quem quer que fosse. E olha que era um cara que mais parecia um armário, cheio de correntes penduradas no pescoço e um negócio no cinto da calça que eu tinha medo de descobrir o que era.

- Desculpas?! – gritou o cara, olhando com cara de superior para o cabeludo laranja. – Você me fez derrubar minha bebida, seu merda!

- Quer saber, vai se fuder – disse o cabeludo, na maior calma do mundo. Até me assustei, mas voltei ao normal quando ele começou a berrar naquela voz de trovão dele – Você é um filho da putazinho de merda que não sabe nem segurar um copo de bebida. Então é o que, eu nem esbarrei em você direito e você já fica nesse ataque de pelanca, todo fresco, só porque derrubou um copo! Vai pra puta que te pariu, cacete, vê se eu tenho cara de...

- Ei, calma ae – interrompeu o cara, dando um passo para trás.

- Calma é o caralho, quem decide o que eu faço ou não sou eu, você cala a sua boca que eu ainda não terminei de falar, porra! Se você me interromper de novo, seu corno viado do caralho, eu juro que quebro essa sua cara redonda em duas! Eu não tenho culpa se você é uma vara verde do cacete e tem uma vidinha de merda, quem é você, afinal, pra xingar uma pessoa que você nem conhece, seu puto viado! Então vai se fuder, seu retardado, reclama com a puta que te pariu!

Nota mental: Will fez todo esse drama só porque o cara chamou ele de “merda”, só isso. Então, me lembrar de, no futuro, não irritá-lo demais. E eu aprendi dois palavrões novos. 

- Tá... – concluiu o cara. – Quer saber, eu gostei de você. Qual seu nome?

- QUE TE IMPORTA?!

- Will!? – gritaram Gabrielle e Maely saindo de uma barraquinha.

- Olha só, a gente comprou uma bandana pra você!

- Ah, é Willian? – deduziu o carinha.

- É! – respondeu o cabeludo, de mal gosto; arrancou a bandana nova das mãos da Gabrielle, amarrou na cabeça e saiu andando na direção oposta.

- Eu, hein?! – disse Gabrielle e depois se virou para o cara do tamanho de um armário – Ei, e você? Como você se chama, o que está fazendo aqui?

- Hm, eu sou o Ricardo – respondeu ele. Provavelmente estava pensando o mesmo que eu: que a Gabrielle era louca. – Eu e meus amigos viemos ver a exposição de motos... e vocês?

- Ah, a gente veio tocar! – respondeu ela – A nossa banda se chama Shotgun Blues e, CACETADA, ta na hora da nossa apresentação!

- Marielle! – berrou Maely, correndo de volta em direção ao palco, desesperada.

- Ei, me espera! – gritou Gabrielle, começando a correr atrás dela, mas voltou em um segundo – Chama seus amigos pra ver a gente tocar, Ricardo!

Não esperei para ver a reação do tal de Ricardo, apenas sai correndo atrás da ameba super-social, mas esbarrei na Suzannah no meio do caminho.

- Gabriel! – choramingou ela com os olhinhos marejados. Que dó, coisinha fofa! – Ainda bem que eu te achei! Não dá pra correr de salto!

- Tá, sobe ai! – disse, me abaixando para que ela pudesse subir nas minhas costas. Eu realmente não me importava, estava acostumado a leva-la pra todo lado, na escola. Quero dizer, não era tão difícil quando a pessoa em questão tinha o tamanho e o peso da Suze.
Então corri com ela nas costas até o palco, onde a Marielle estava nos esperando.

- Vocês são um bando de desajustados – gritou ela. Suzannah pulou das minhas costas murmurando um obrigada e correu para pendurar o baixo nos ombros – Enquanto vocês estavam lá brigando com aquele cara, nós tivemos que montar os instrumentos sozinhos.

- “Nós”? – resmungou J.C curvado em um ângulo estranho.

- Por que vocês não nos chamaram? – perguntou Maely.

- Mas é o que, hein colega? E fazer com que a ira macabra do Will caísse sobre nossas cabeças? É ruim, hein?!

Enquanto me ocupava em pegar minha guitarra, vi Will se aproximando com uma marreta nas mãos.

- Mas que diabo...?

- É só esperar – respondeu ele à pergunta que eu não havia feito ainda. Medo.

Talvez ele fosse usar a marreta para o seu plano maligno de vingança... é, faz sentido, eu acho.

Corri para o meu lugar no palco assim que as luzes se apagaram, ficando apenas algumas luzinhas fracas na beirada do palco e um holofote no Will. Ele ligou um cabo na caixa de som e começou a tocar um treco estranho, com uma mulher que ficava repetindo algo como “piririm” ou “tiririm, firiririm”, sei lá o que aquela mulher tava dizendo. Eu só sei que alguém ligou pra ela!

A partir daí ele foi mudando de música no radinho vermelho – que se parecia muito com o da Maely - cujo cabo estava ligado na caixa de som, fazendo caretas estranhas a cada música que se seguia, algo que mostrava que ele não estava gostando nadinha daquilo. A pequenininha, ao meu lado, me cutucou, como se perguntasse qual era a do cabeludo, mas eu tive de dar de ombros. Quero dizer, estava programado para começarmos com Welcome to the Jungle...

- Meu Deus... Vocês estão escutando isso?! – começou o cabeludo no microfone, pontuando cada sílaba com um gesto no ar com a marreta - O que tem de errado com essas pessoas?!, o que elas tem na cabeça pra chamar isso de musica!?

Era fato que o público não estava entendendo nada. Bem, nem nós. Mas tudo ficou mais claro quando ele se abaixou e simplesmente marretou o radinho.

- Do wanna fuck you! You're in the jungle! Wake up, it's time at die!!

Bem, eu já tinha a opinião formada de que a Maely ficava muito macabra tocando Welcome to the Jungle, mas acredito que dessa vez tinha alguma coisa a ver com o incidente com o radio. Leve palpite.

Assim que Will chutou os restos mortais do radinho para o lado e começou a pipocar pelo palco, o pessoal que estava lá assistindo pareceu despertar de vez, cantando a música junto e gritando pra valer. Tava tudo indo realmente muito bem, o Will até foi até a Maely naquela hora fatídica do “When you’re hight, you never...”, pronto pra abraçar ela, mas ele parou no meio do caminho e continuou a cantar sozinho. Algo que me dizia que a Maely devia ter ameaçado fazer com ele a mesma coisa que ele fizera com o radinho dela.

- You know where you are? – gritou Will.

- Hey, quando for a hora do “DIE”, você ajoelha junto! – disse Maely chegando perto de mim, me olhando com aquela cara do mal.

- Como é que é?

-… you gonna...

- AGORA!

- DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIEEE!

Nem tive tempo de pensar, a Maely deu um chute na minha canela e eu comecei a pular num pé só, enquanto ela fazia aquelas caras malignas dela, tocando de joelhos.

No fim da música, ela veio me dizer que não era bem isso que ela estava planejando quando me chutou, mas que ficou legal. Puff.

Depois dessa, fomos de Mr. Brownstone e, juro, quase que eu gritei pra todo mundo parar de tocar porque o Will estava tendo uma convulsão, mas depois ele começou a fazer aquelas dancinhas indecentes e ficou claro que fazia tudo parte das indecências dele.

Dead Horse…

You’re crazy…

Patience…

O rítmo das músicas aumentou outra vez quando começamos a tocar Nightrain e logo depois It’s so easy, onde as indecências do cabeludo ficaram ainda mais indecentes.

Sobre Rocket Queen, eu prefiro não fazer comentários a respeito. As próximas foram Anything Goes e We Will Rock You, onde a Gabrielle ficou interagindo com o público. Você sabe o que eu quero dizer, no começo da música, aquele “TUM-TUM-TÁ!”.

Quando começamos a tocar Sweet Child o’ Mine, o pessoal ficou extremamente tocado, numa espécie de momento ternurinha, onde a platéia se uniu num abraço coletivo e ficaram balançando e cantando o refrão como se fossem uma voz só. Profundo.

- Puta que pariu, foi bom pra caralho, eu ADOREI vocês! – gritou Will no fim da música, ao que o público respondeu gritando.

- É isso ai, vocês são muito gente fina, principalmente pelo fato de que vocês não jogaram nada na gente – conclui, no microfone do Will.

- Ainda bem que você toca guitarra, realmente não tem futuro como humorista – comentou Matheus lá do canto. De fato, as pessoas riram mais do que ele disse que da minha piadinha estrategicamente sem graça. Cof, cof.

- O que o paspalho do meu irmão quis dizer é que vocês são foda.

- Obrigado, irmãzinha. – respondi.

- É isso ai, chega de falatório! – disse Will, tirando o microfone de perto de mim – Vamos acabar com esse show.

Então começamos a tocar Shotgun Blues, em homenagem a nós mesmos. Obrigado, obrigado.

Acontece que no meio da música, o Will se estressou com a calça levemente (indecente) estilizada que o Paulo fez ele usar e rasgou a coisa de vez, arrancando as pernas da calça. O que, é claro, fez com tudo isso ficasse ainda mais indecente, mas se tratando do Will, não é como se fosse uma grande novidade.

A gente terminou o show sentindo-se como se fossemos uma banda lendária. Isto é, eles estavam realmente gritando o nosso nome, pedindo mais uma música – e eles sabiam o nome da banda; talvez tivesse alguma a ver com o fato de que a última música tinha o mesmo nome -, pra gente voltar para o palco.

- A gente volta? – perguntou J.C enquanto descíamos as escadas do palco.

- Por mim, a gente devia voltar – comentou Will pulando de dois em dois degraus e abraçando o J.C – Eu me sinto muuito mais leve agora!

- Eu não acho que você esteja mais leve – respondeu J.C empurrando o cabeludo para o lado. – Você bebeu?

- RED BULL! – gritou Will de volta – Eu aaamo Red Bull! Vamos todos juntos gritar RED BULL! Eu adoooro o som dessa palavra! Vamos lá, comigo, no três, RE...

- Will! – disse Maely calmamente, agarrando-o pelo cabelo. – Seu cabeludo infeliz, energúmeno, incompetente, idiota! Não to acreditando, você bebeu?

Felizmente para o cabeludo, as duas morcegas daquela banda que eu esqueci o nome apareceram e, bem, uma delas agarrou o Will e a outra me agarrou. Oh, meu Deus, o que eu faço agora?

- Oi fofo – disse ela, arrumando o colarinho da minha camiseta – Adorei o seu cabelo, ficou realmente fofo. Você é tão talentoso!

- Willian! – gritou o Paulo, balançando uma das pernas da calça recém transformada em shorts do Will – O que foi que você fez com...

Então ele parou, analisou o Will da cabeça aos pés, colocou as mãos para trás e balançou o pé direito um minuto. Ele chegou até a ficar vermelhinho.

- Tudo bem, acho que eu prefiro assim.

- Fofo, vamos dar uma volta por ai? – disse a garota, me puxando pela mão – Conheço um monte de pessoas legais.

- Gabriel? – chamou a pequenininha, abrindo espaço para chegar até mim – O que você está fazendo? Onde você está indo?

Percebi que ainda estava abraçado com a tal de Alice e fiquei sem saber o que falar.

- Eu...

- Nós vamos dar uma volta – respondeu ela à Suzannah por mim – Vamos conhecer algumas pessoas legais.

Suzannah ignorou a garota e olhou para mim, como se esperasse que eu confirmasse. Dei de ombros.

- Certo – respondeu a pequenininha e se virou para voltar por onde tinha vindo.

- Ei, espera, Suzannah!

- Deixe essa “coisinha” pra lá – disse Alice me impedindo de ir atrás da Suze. Eu só queria saber o que eu tinha feito de errado dessa vez. – Vamos, venha comigo.

Comecei a segui-la para fora do backstage, meio que no piloto automático, até que ouvimos a voz da Suzannah no microfone e ficou claro que ela havia voltado para o palco. Me soltei da morcega e voltei para ver o que estava acontecendo. E lá estava ela, parecendo levemente tímida enquanto ajustava o microfone ao seu tamanho, com o baixo pendurado no ombro e a palheta na boca. Gabrielle também estava lá, atrás da bateria e Maely com a guitarra.

- O que elas estão fazendo? – perguntou aquela outra garota, Aline, que parou perto da Alice, arrastando o cabeludo que estava com cara de idiota por causa do Red Bull. Não que ele já não fosse, sem ele. Alice, ao meu lado, deu de ombros.

- Oi – disse Suzannah ao microfone, tentando sobrepor-se aos gritos da platéia, que estivera gritando para a Shotgun Blues voltar para o palco e que agora estava gritando ainda mais pela volta das garotas – Nós vamos tocar uma coisinha agora, que dedicamos a algumas garotas que estão aqui hoje, e gostaríamos muito que vocês nos ajudassem com essa música. Isso aqui vai assim...

Maely fez um som com a guitarra, não muito violento, que eu reconheci imediatamente, mas não estava entendendo nada.

- Oh baby, pretty baby. Oh honey, you let me down honey [Oh garota, garota bonita. Oh docinho, você me magoou docinho] – começou Suzannah de mansinho, acompanhando o ritmo lento que Maely estava usando. - I ain't playin' childhood games no more, I said it's time for me to even the score. So stake your claim, your claim to fame, but baby call another name. When you feel the fire [Eu não estou mais jogando jogos infantis, eu disse que é hora de eu empatar o jogo. Então pare de reclamar, de reclamar fama, mas garota chame um outro nome quando você sentir o fogo]…

Foi aí que Maely começou a mandar ver na guitarra e Gabrielle e Suzannah a acompanharam.

- ...AND TASTE THE FLAME! BACK OFF, BACK OFF BITCH! DOWN IN THE GUTTER DYIN' IN THE DITCH, YOU BETTER BACK OFF, BACK OFF BITCH! FACE OF AN ANGEL WITH THE LOVE OF A WITCH! BACK OFF, BACK OFF BITCH! BACK OFF, BACK OFF BITCH […E EXPERIMENTAR A CHAMA! CAI FORA, CAI FORA VADIA! NA SARJETA MORRENDO NA VALA, MELHOR VOCÊ CAIR FORA, CAIR FORA VADIA! CARA DE ANJO COM O AMOR DE UMA BRUXA! CAI FORA, CAI FORA VADIA! CAI FORA, CAI FORA VADIA!]!

Com o decorrer da música, ficou claro para mim que elas estavam cantando especialmente para Aline e Alice, mesmo que Suzannah não tenha citado nomes. E ambas também perceberam isso. Mas foi quando Suzannah gritou o conhecido “FUCKING BITCH [Vadia ferrada]” – com o apoio vocal de toda a platéia - que elas ficaram mais irritadas.

Não que eu me importasse muito, mas elas não ficaram nada felizes.

- Eu não sei quem essas recalcadas pensam que elas são! – comentou Aline, gritando para ser ouvida sobre a gritaria.

- Isso está saindo dos limites! – concordou Alice.

- Desculpe, mas vocês não podem falar assim daquelas três – falei, puxando um Will super sorridente para longe delas.

- Como é? – perguntou Aline, fazendo-se de desentendida.

- Por que não? Olha só o que essas três coisinhas fizeram, elas claramente nos atacaram com ofensas muito mais graves que “recalcadas”! – concordou Alice.

- Acontece que “essas três coisinhas” são muito importante para nós – respondi, indicando a mim e o cabeludo.

- Família – concordou ele, ainda totalmente grogue, mas claramente prestando atenção na conversa.

- Seria melhor se vocês fossem embora agora – falei, com um sentimento de culpa estranhamente incontrolável.

- Muito bem – disse a morcega líder, afastando-se um passo – Nós vamos embora. Mas só para deixar avisado, isso não vai ficar assim.

- Tchau, fofinho – disse Alice, me dando um beijo rápido no rosto e saindo atrás da líder.

- Fofinho! – repetiu Gabrielle com voz em falsete, vindo em nossa direção assim que as duas morcegas saíram do backstage. Suzannah e Maely logo apareceram, sorrindo.

- Nós vamos ter uma conversinha quando chegarmos em casa – avisou Maely, estalando os dedos na cara do cabeludo para faze-lo prestar atenção nela. Will apenas acenou com a cabeça.
Olhei para Suzannah, desapontado, e ela devolveu o olhar, ficando violentamente vermelha enquanto o sorriso desaparecia do rosto. Então aquilo tinha sido pra me punir, de algum modo? E qual era a razão, afinal? Porque eu não havia feito nada de errado, não que eu soubesse... e muito menos as garotas da outra banda. Aquilo simplesmente não fazia sentido, mas Suzannah me encarava como se fizesse, a expressão cheia de orgulho pelo que acabara de fazer... Era eu quem não entendia.

- Ei, ei! – gritou Marielle toda saltitante interrompendo o contato visual entre mim e Suze, vindo até nós com Matheus, J.C e Paulo no encalço. – Vocês foram ótimos! Aqui está o dinheiro de vocês!

- Passa pra cá! – disse Gabrielle arrancando o punhadinho de notas das mãos dela e enfiando no bolso da jeans.

- Onde vocês estavam? – perguntei a J.C e Matheus.

- Fomos comprar alguma coisa pra gente beber com a Marielle e o Paulo. – respondeu Matheus, mostrando o copo do inferno que saía fumaça vermelha.

- Mas esse não é o treco que arde a língua?

- É, mas é legal! – respondeu Paulo colocando a língua pra fora.

- Sua língua ta vermelha – avisei.

- É MAGENTA! – gritou ele de volta. Vai intender!


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Notas finais do capítulo

Só pra constar, magenta é um tom de rosa, bem escuro, pra quem for desentendido do assunto como o pessoal da Shotgun Blues.
E, surpresinha, um capítulo bônus logo a seguir.



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