Every Rose Has Its Thorn escrita por apataeavaca


Capítulo 10
Breakdown


Notas iniciais do capítulo

Primeiro POV da Suze *----*
[Estou postando, apesar de não termos chegado em um acordo sobre o nome do lugar onde eles se encontram, mas belê]



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“When I look around, everybody always brings me down. Well, is it them or me well I just can't see, but there ain't no peace to be found, but if someone really cared, well, they'd take the time to spare a moment to try to understand another one's despair. Remember in this game we call life that no one said it's fair”

16 de fevereiro de 2003 – Teatro Rose Garden.
Suzannah P.O.V

Estávamos montando os instrumentos no palco e, juro, um dos jurados tava me olhando como se eu fosse de outro mundo. Espero que ele não ouse me chamar de baixinha.

- Cadê o Will? – perguntou Maely pela centésima vez.

- Cheguei – disse ele aparecendo no palco. A sorte era que ele tinha deixado a idéia de ir de shortinho indecente pra lá – não que a calça que ele optou por usar fosse “decente”; digamos que ele deve ter demorado tanto pra chegar porque estava costurando a calça no corpo, porque de outra forma seria impossível entrar dentro dela.

- Por que você demorou tanto? Qual é a da calça e… - Maely chegou perto dele e cerrou os olhos. Sei lá, acho que ela tava cheirando ele – Você bebeu?

- Eu? – disse ele, se afastando do nariz de Maely – Eu não, eu… Vamo começa?

Will andou até o microfone sob o olhar matador da Maely e, no momento em que ele se posicionou, o jurado que estava me encarando como se eu tivesse cinco anos de idade revirou os olhos e levou as mãos às têmporas.

- Ah, não! – disse ele, ficando de pé – Mais uma banda cover do Guns?! Quando vocês vão aprender que qualquer um cantando Guns que não o Axl, fica inaudível aos ouvidos de qualquer um?!

É sério, me segura ou eu vou matar esse cara!

- Mas você nem ouviu a gente ainda! – disse Gabrielle levantando do banquinho da bateria. Essa é das minhas, mais um pouquinho e ela partia pra pancadaria.

- E nem vou ouvir, caiam fora daqui. PRÓXIMO!

- Mas será possível?! – gritou Will – Esse cara só ficou sentado aqui o dia todo falando sim ou não e ainda recebe por isso! Isso é um trabalho inútil e totalmente sedentário, a única coisa que ele pode fazer é sentar a bunda gorda na cadeira e escutar a gente, não faz mais que a obrigação dele, cacete!

Quando foi que o Will ficou desbocado assim? É sério, deu medo, deu mesmo.

- Quer saber, vai em frente – respondeu o jurado sentando-se outra vez com cara de descrente – Vai ser como todas as outras mesmo.

- Juradozinho filho da mãe – xingou Will baixinho fora do microfone – Vamos começar.

Gabrielle começou a tocar e, como de costume, quando o Will abriu a boca fazendo uma careta macabra, o queixo dos jurados foi lá no inferno.

Sinceramente, as dancinhas do Will dão tanto medo quanto as do Axl, e ele fez elas durante a música toda. Parzinho perfeito com a Maely, que estava pulando de um lado para o outro – o palco era mesmo grande – como o Slash faz.

No fim da apresentação, o juradinho meia boca que tinha criticado a gente tava em estado de choque. Olhou pra cara dos outros dois jurados e o máximo que conseguiu fazer foi um joinha.

Carregamos as coisas pra dentro da sala 008 mais uma vez enquanto outra banda ia se apresentar. Estávamos realmente felizes – não que não esperávamos passar na primeira fase. E eu pessoalmente me admiro pela minha humildade.

- Aha, a gente conseguiu – estava dizendo Will enquanto voltávamos para o apartamento emprestado do tio do Paulo – A gente mostrou praquele filho da puta, a gente…

- Will, quando foi que você aprendeu a falar palavrão? – perguntou Gabrielle afastando-se o máximo possível de Will.

- O que você quer dizer com isso? – retrucou ele.

- Nada, é que antes você… deixa pra lá. – respondeu ela abrindo a porta do apartamento.

- Cara, eu acho que vai chover – comentou Matheus indo até a janela.

- Legal, vamo almoçar – disse Gabrielle se jogando no sofá/cama do J.C e ignorando o comentário de Matheus – Will, já pro fogão enquanto eu… repouso minha beleza no sofá.

- A gente vai passar sem refrigerante outra vez? – perguntou Gabriel.

- Iih, é mesmo – respondeu Gabrielle olhando de um lado para o outro, provavelmente a procura de algum desocupado. Tratei de abaixar e fingir que estava amarrando o tênis – Beleza, J.C e Matheus, vão pro mercado e não voltem sem o meu refrigerante.

- Mas por que a gente? – perguntou J.C, que mal tinha se sentado.

- Porque eu to mandando, ora essa.

Os dois não ousaram discutir, então fomos até a cozinha para assistir o Will fazendo o nosso almoço.

- Vocês bem que podiam prestar atenção e aprender, assim eu posso parar de cozinhar – comentou Will fritando sei lá o que com pose de mestre cuca.

- Por que a gente tem que aprender se você já sabe? – perguntou Gabriel se sentando num dos bancões da cozinha. Fala sério, qual é a do preconceito com a minha pessoa? – Mudando de assunto, Maely, você estava parecendo algum animal estranho no palco hoje. Uma gazela saltitante com esse dois gambitos seus.

A Maely nem respondeu, o que era realmente estranho da parte dela. Parando pra analisar, ela estava bem quieta mesmo.

- Maely? – chamou Gabrielle – Você ta bem?

- Não sei, eu acho que eu não to legal – respondeu ela passando a mão no rosto.

- Beleza, o almoço ta pron… - começou Will, mas parou de falar ao olhar pra cara da Maely. Tava ruim mesmo.

Coloquei a mão na testa dela e percebi imediatamente que ela não estava mesmo bem.

- Ela ta com febre – falei, me virando para Gabrielle. – Você e o Gabriel têm que encontrar alguma farmácia e comprar Dipirona e Paracetamol.

- Mas o que? – perguntou Gabrielle.

- E você – continuei, apontando para Will – Leva a Maely pra sala, enche um canecão com água gelada e pega um lenço pra você molhar e colocar na testa dela pra febre passar.

Virei para a porta para sair em busca de alguma caixa de primeiro socorros pra ver se achava um termômetro, mas ninguém se mexeu.

- O que vocês estão fazendo aqui ainda? – gritei. Gabrielle e Gabriel se entreolharam e saíram correndo porta afora e Will ajudou Maely a chegar à sala.

Beleza, é assim que eu gosto. Subi as escadas e fui até o banheiro, tinha certeza de que tinha visto uma caixinha no armarinho em baixo da pia.

Realmente, era uma caixinha de primeiros socorros, mas estava cheia de ataduras e não tinha nem sinal de qualquer coisa que servisse pra medir a febre, então voltei para a sala. De cima da escada, pude ver que Will estava sentado no sofá olhando para Maely, que estava com a cabeça no colo dele com um paninho molhado na testa.

- Waaah, que bonitinho! – falei, descendo as escadas até eles. Maely parecia estar dormindo, mas Will me olhou como se eu fosse louca. – Eu tenho um cunhado laranjinha!

- Mas o que? – sussurrou Will para não acordar Maely. – Sério, Suzannah, você é bipolar?

- O que você quer dizer com isso? – perguntei me sentando de frente para ele na poltrona babada do Gabriel. Eca.

- Sei lá, é que você é meio… feliz… de mais. Mas às vezes age como se fosse, err… normal?!

- Depois de tudo o que aconteceu comigo eu aprendi que sorrir é o melhor remédio.

- Por que, o que você quer dizer com isso? – perguntou ele com cara de interessado.

- Esse não é um assunto que eu goste muito de falar sobre. – respondi, as memórias vindo à minha mente com assustadora rapidez.

- Tudo bem, eu não queria me intrometer.

- Não, ta tudo bem, já faz tanto tempo… eu vou te contar. Quando eu tinha sete anos, a casa onde eu morava pegou fogo e a única coisa de que eu consigo me lembrar foi de ter acordado no hospital uma semana depois. Meus pais e meu irmãozinho mais novo morreram e eu fui levada para um orfanato. Eu fiquei um ano lá, sob os cuidados de uma velhinha, o nome dela era Helena e, depois que o orfanato faliu, ela ficou cuidando de mim. Eu realmente dei muito trabalho pra ela – falei, com uma risadinha, olhando para minhas mãos – Um tempo depois nós acabamos nos mudando para Brasília. Sabe, aquelas histórias de oportunidade, empregos, uma vida melhor… - suspirei - Mas Helena tinha uma saúde instável e as coisas acabaram ficando mais difíceis do que antes. Ela ficou sabendo da existência do S.O.S, então ela fez um acordo com o diretor, que prometeu ficar de olho em mim até eu conseguir me virar sozinha. Umas duas semanas depois, recebi a notícia de que a Helena tinha morrido, então me vi sozinha novamente. As coisas não estavam muito bem pra mim no começo, sabe, eu vivia excluída e era vista apenas como “a pequenininha”, por isso eu arranjava confusão a todo momento. Para falar a verdade, era apenas um modo de chamar a atenção, mas depois de um ano sozinha naquele colégio, apareceram os gêmeos e eu finalmente encontrei algo pra mim. Quando eu e a Gabrielle saímos no tapa pela primeira, eu descobri que seríamos amigos pra vida inteira. Logo depois veio o Matheus, aquele cara estranho e bonitão que deixava todas as meninas apaixonadas, mas que não tinha amigo nenhum porque todas elas estavam interessadas apenas na sua beleza; um desajustado perfeito pro nosso grupo. A chegada da Maely foi revolucionária, ela me ajudou a roubar a peruca da velha careca Zacarias de história, depois dessa saímos por aí nas ruas de Brasília e no fim acabamos decidindo que seríamos uma banda. Eu me lembro de quando o J.C chegou também, mais ou menos na época em que a Maely chegou, mas a gente só ficou amigo quando eu e a Gabrielle te amassamos naquele dia no ginásio. E, bem, é isso ai. Motivos pra chorar não faltam, mas os motivos que me fazem sorrir são bem mais fortes, porque esse pessoal maluco que foi aparecendo aos poucos na minha vida acabou se tornando a minha família.

- Caramba – disse Will quando terminei de contar a minha historinha – Eu entendo como você se sente com relação a contar as coisas do passado para alguém e eu agradeço por você ter confiado essas memórias a mim, porque eu sei como isso pode ser complicado.

- Como assim?

- Pra começar, eu nem conheci meu pai, a única coisa que eu sei sobre ele é que ele era militar e morreu em serviço. – explicou Will – Eu sempre pensei que a minha mãe fosse paralítica, mas um dia antes de ir para o S.O.S eu descobri que ela na verdade tinha sofrido um acidente quando ainda estava grávida de mim. Nas poucas memórias claras que eu tenho dela, ela sequer se lembrava de mim, acredito que seja alguma seqüela do acidente. Meus avós não ligavam para o fato de terem um neto e só apareciam em casa para cobrar alguma coisa. Quando eu completei quatro anos minha mãe teve um Acidente Vascular Cerebral e morreu. A partir daí eu passei a morar com a minha tia, com quem vivo até hoje. Não sei ao certo o motivo, mas não costumávamos ficar mais de três meses em um lugar só, por isso eu nunca tive a oportunidade de fazer amizades. Sabe, o garoto estranho com cabelo comprido e laranja, digamos que eu não era muito bem visto por ai. E foi mais ou menos assim, até minha tia decidir me colocar no S.O.S; o resto, você já sabe.

Parei um momento para pensar, sem saber muito bem o que dizer.

- Sinto muito sobre o que aconteceu com você – falei, meio que no piloto automático, ainda refletindo sobre o que ele tinha falado. De algum modo, tínhamos histórias bem parecidas. Não que fosse muito empolgante – É como eu sempre digo, sorria e vai em frente… Pior do que ta não fica, manolo, a gente ta no fundo do poço, então agora a gente só pode subir.

Ou ficar aqui em baixo para sempre. Enfim.

Will deu uma risadinha e voltou a molhar o paninho que estava na testa da Maely na água gelada.

- WAAAH, QUE BONITINHO! – gritei quando ele fez uma cara engraçada olhando para Maely e tentando deduzir se ela ainda estava com febre. Que tipo de pessoa dorme quando está com febre? – Eu tenho um cunhado laranjinha!

- Dá pra explicar qual é a do “cunhado laranjinha”? – perguntou ele colocando o paninho de volta na testa da Maely.

- Ah, sabe, a Maely é minha irmã, assim como todo mundo da gangue, então como você gosta dela, você…

- De onde você tirou a ideia de que eu gosto dela? – perguntou ele me olhando como se eu fosse louca.

- Você pode tentar, mas nunca vai conseguir enganar meus olhos muito bem treinados e eles estão vendo que você gosta da… Espera ai, você é meu irmão e meu irmão gosta da minha irmã! ISSO NÃO TÁ CERTO, MINHA CABEÇA DÓI!

Bem nesse momento, a porta da sala abriu e Gabrielle entrou gritando.

- Vou MATAR aquele taxista!

- Mas foi em mim que ele jogou água – disse Gabriel aparecendo atrás dela todo ensopado.

- SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊS PARAREM DE GRITAR? NÃO TÁ VENDO QUE A MAELY TÁ DORMINDO? – gritei ficando de pé e… nossa, eu gritei. – Compraram o remédio?

- Nossa, ta aqui – disse Gabrielle me entregando uma sacolinha.

- Qual é a do estresse? – perguntou Gabriel sentando-se na poltrona babada.

Ignorei o comentário e fui pegar um copo d’água para ajudar Maely a engolir a gororoba. Eca, odeio remédios.

Acordei Maely e fiz ela beber os remédios, mesmo que fosse ruim como… remédio ruim; aleguei que ela tinha que ficar boa logo. Ela me obedeceu sem pestanejar, o que é meio estranho em se tratando da Maely, mas como ela estava com cara de que tinha sido atropelada por um caminhão desenfreado, resolvi deixar pra lá.

- Que tipo de pessoa toma um remédio ruim desses e volta a dormir? – perguntou Will quando Maely virou para o lado e começou a babar na manga da camisa dele.

- Só a Maely. – respondeu Gabriel trocando de canal freneticamente na televisão.

- CHEGAMOS! – gritaram Matheus e J.C chegando com o refrigerante. Sinceramente, onde eles foram buscar isso, na China?

- NÃO GRITA, CARAMBA! – gritou Gabrielle para os dois – TEMOS UMA ENFERMA AQUI!

- O que aconteceu com o Will? – perguntou Matheus. Piadinha BOA…

Will se limitou a mostrar o dedo do meio para ele. O QUE NÓS FIZEMOS COM ESSE GAROTO?

- Beleza, o que foi que a gente perdeu? – perguntou J.C olhando para o Gabriel encharcado sentado na poltrona em que ele mesmo dorme.

- A Maely não tava muito legal – respondi. – Os gêmeos foram comprar remédio e agora nós vamos almoçar. E você, fique ai.

- Por que eu tenho que ficar sem comer se fui eu quem fiz o almoço? – perguntou Will numa voz indignada.

- Se você levantar, a Maely acorda, então você vai ficar ai. – respondi indo atrás de todo mundo até a cozinha. – Gabriel!

- Que foi? – perguntou ele quase derrubando o prato.

- Me levanta!

- Pra que?

- É esse bancão filho duma mãe!

Gabriel me ajudou a subir no bancão e acabou tendo que me servir, se não eu teria que descer do bancão outra vez.

- Qual é a do preconceito? Por que fazer um banco tão alto assim? – perguntei balançando os pés.

- Suzannah, é só você que não põe os pés no chão – respondeu Matheus sem parar de comer. Taquei uma azeitona pra fazer ele calar a boca. Menino mal educado!

- Esse almoço é praticamente um café da tarde, já são três e meia! – comentou Gabriel.

- Matheus – chamou Gabrielle pousando o garfo em cima do prato vazio.

- Hum?!

- Você é o mais desocupado, por isso lave a louça.

- Mas eu fiz isso ontem! Além do mais, você disse que ia trabalhar depois das três e não fez nada!

- Eu disse isso? Maldita bebida!

- Oh, desculpinha esfarrapada.

- Então deixa, eu lavo a louça! – respondeu Gabrielle começando a juntar os pratos e levando para a pia – Mas só porque eu sou uma pessoa extremamente bondosa.

Deixamos ela e Matheus discutindo sobre a bondade fajuta de Gabrielle e fomos para a sala. Will estava babando no sofá e Maely ainda babava na manga da sua camisa.

- Credo, minha cama vai ficar toda babada – comentou J.C.

- É, acho que eu vou sentar aqui pra babar também e…

- Negativo! – gritei para Gabriel – Você ta fedendo a cachorro molhado, vai tomar banho!

- É verdade – concordou Gabrielle de lá da cozinha. É, eu gritei mesmo.

O Gabriel finalmente subiu pra tomar banho e acabamos ficando por lá, vegetando enquanto passava um filme extremamente, hm, interessante na TV. Alguns minutos depois, todos estavam dormindo.

Acordei com o som da campainha. Gabrielle foi abrir a porta e, cara, quanto tempo eu dormi?

- Oi – disse o Paulo aparecendo na minha frente.

- Fala ae.

- É o seguinte – disse ele a mim e Gabrielle, as únicas que não estavam babando em algum canto da casa. – Meninas, você arrasaaaaram com os jurados! Eu os ouvi comentando sobre uma banda de desajustados com um ruivinho mal educado, então presumi que eram vocês.

- Somos nós.

- Ah, falaram bem da gente? – perguntou Gabrielle.

- Sinceramente, vocês estão bem na fita! – respondeu Paulo, varrendo a sala com o olhar – Mas então, o que foi que houve aqui? Por que ta todo mundo, hm, babando por ai?!

- Longa história – respondi – Bom, o cozinheiro está dormindo, então… Ô Paulo, você sabe cozinhar, não é?

Paulo deu uma risadinha estranha e jogou os cabelos imaginários para trás.

- Minha filha, cozinhar é meu nome do meio, você sabe disso!

- Pensei que seu nome do meio fosse Henrique…

Ele ignorou meu comentário e foi até a cozinha, abriu todos os armários e gavetas, colocou um avental – saído sabe-se lá de onde – e começou a jogar coisas em uma panela. O Paulo era o melhor cheff que eu conhecia.

Um segundo depois, Gabriel apareceu na cozinha com seu faro muito bem treinado para comida.

- Eu sabia que o gordinho ia ser o primeiro a aparecer – comentou Gabrielle colocando uma pilha de pratos em cima do balcão, que Paulo havia enchido com flores e guardanapinhos coloridos.

- Qual é a do preconceito? – disse Gabriel já enchendo o prato de macarrão.

Amor entre irmãos, eu admiro…

J.C e Matheus apareceram logo depois e já foram se servindo, tomando o cuidado – reparei – de se sentar do lado oposto de Paulo, que nutria uma conversa animada com Gabriel. Vai entender.

Fui até a sala ver se Maely já estava melhor e tentar acordar Will antes que Gabriel me pedisse socorro, mas quando cheguei lé, Maely já estava abrindo os olhos, com cara de quem não fazia idéia de onde estava.

- Como eu vim parar aqui? – perguntou ela limpando a baba do rosto.

- O que? Como? O que aconteceu? Quem roubou meu Jack? – disse Will acordando de repente.

- Seu Jack? – perguntou Maely com os olhos serrados, mas abaixou o olhar para a manga de Will – Eu dormi aqui, em cima de você e… Não me diga que isso é baba minha!

- É, sim. – respondeu Will parecendo aliviado por algum motivo e tirando a camisa babada.

- Gente, a janta ta esfriando! – gritou Paulo aparecendo na porta da sala.

- Eu… eu… - gaguejou Will tentando se cobrir com a camisa e se escondendo atrás da Maely. – Eu acho que eu… vou colocar um calça e… eu já volto!

Enquanto Will corria escada a cima, voltamos para a cozinha. Sinceramente, ô povinho que gosta de comer. Espero que o Will não esteja com fome, tadinho…


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Notas finais do capítulo

As histórias da Suzannah e do Will me fezeram ficar emo D:
Mas, então, o Will fica sem comida no final... eu tive que rir! Isso sem falar no pânico dele em relação ao Paulo!

Comentem, riam, façam propaganda! Eu sei, é pedir de mais ¬¬'