Acordei horas depois daquela conversa com Harry dormindo na cadeira de acompanhante. Estava no quarto do St. Mungos, disso eu não precisava de ninguém para me localizar. Já sabia que havia passado mal e que os medi-bruxos não sabiam o que era. Concluíra que precisava de um exame trouxa para saber o que tinha. Deixei todos preocupados. E para completar estava fazendo meu amigo ter um belo torcicolo.

Era incrível, mas minha lista de coisas nada boas da semana havia crescido de tal forma que me assustei com o futuro dela quando chegasse sexta.

Aliviada por sentir meus pés e meu corpo, me sentei lentamente na cama e suspirei enquanto a tontura vinha fraca. Eu precisava seriamente resolver isso.

A porta se abriu e Malfoy entrou junto com Ron, ambos discutindo e mal notando minha presença.

-Já disse, Weasley, não é uma doença que eu cheguei a estudar, tenho certeza!

-Mas você não tem nenhuma previsão, alguma ideia? – perguntou Ron com aqueles olhos azuis desesperados.

Malfoy revirou os olhos.

-Não demonstre ser tão idiota, Weasley. Se eu disse que não cheguei a estudar nada parecido, como posso lhe dar uma previsão ou ideia do que seja? Eu não estudei isso, idiota! – ele disse frio e em tom baixo.

Eu ri baixinho. Às vezes Ron fazia perguntas sem sentido mesmo.

AO escutar minha voz os dois olharam para minha direção e Ron correu para me abraçar.

-Se sente melhor, meu amor? – perguntou afagando meus cabelos.

Eu assenti.

Malfoy se aproximou com sua prancheta e uniforme branco.

-Diga-me o que sente, Hermione. – disse de forma profissional.

Suspirei.

-Perdi meu apetite, sinto tonturas constantes e perdi 15 quilos de três meses para cá. – disse calma, mas eficiente.

Ele assentiu anotando e depois olhou uma série de papeis, que ninguém melhor do que eu sabia o que eram. Exames, milhares deles presos sob sua prancheta.

Me assustei com a quantidade deles. Como poderia ter vários exames e nenhum deles identificar nada?

Malfoy olhou derrotado para os papeis e depois para Ron.

-Não consigo ver a fonte desses sintomas. Já mostrei para três outros médicos, todos chegam a mesma conclusão. Clinicamente nenhum exame acusou nada, Weasley. Talvez seja apenas um mal estar. – disse ainda revirando os papeis. Pela expressão que ele tinha no rosto eu sabia que era um mal estar para o mundo bruxo. Um problema no mundo trouxa.

Ron me abraçou mais apertado.

-Se sente melhor? – perguntou baixinho.

-Me sinto. Malfoy, posso ver os exames? – pedi ao loiro a minha frente.

Ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas e riu sarcasticamente.

-Você é a paciente agora, Hermione, trate de agir como uma. – disse se virando e nos deixando lá sozinhos

Bufei e cruzei os braços feito uma menininha mimada. Sabia que aquilo era ridículo, mas estava em meus direitos, certo?

Harry, que havia acabado de acordar, riu e se sentou do outro lado da cama, me olhando com aqueles olhos verdes.

-Está tudo bem, mesmo, Mione? – perguntou atencioso.

Assenti.

-Quando é que vou poder sair daqui? – perguntei irritada. Odiava ser a paciente, era tedioso e inútil.

Os dois riram.

-Na verdade Malfoy disse que seria assim que acordasse. – Harry informou divertido.

Com um pulo, que me arrependi de fazer, encarei os dois com uma carranca.

-E não me avisaram? – disse ignorando o fato de tudo girar ao meu redor.

Ron deu de ombros.

-Agora esta avisada, amor. Já quer ir? – perguntou pegando sua carteira e a varinha em cima da mesinha de cabeceira.

Assenti e esperei os dois se aprontarem para irmos embora. Teria um bom e longo dia pela frente, começando por ir no hospital trouxa.