- Justin, antes tem como você parar lá em casa, para eu tomar banho? - Perguntei assim que entramos no carro.

- Faz assim, você pega suas roupas e toma banho lá em casa, eu tô de castigo pelas notas baixas. Preciso de companhia.

- Eu sei que você quer ficar perto de mim. - Debochei.

- E não é ? - Disse sério.

- Para idiota. Posso ? - Perguntei me referindo ao rádio.

- Pode.

Liguei o rádio que no momento estava passando a música Price Tag da Jessie J.

Começamos a cantar devidamente como idiotas, gritavamos e riamos de nós mesmo ao mesmo tempo.

- Quer entrar? - Perguntei quando ele estacionou em frente a minha casa.

- Vou encomodar?

- Claro, que não.

Saimos do carro e fomos caminhando até a porta de casa, peguei a chave que estava em meu bolso e abri a porta.

- Nossa, sua casa também é bonita.

- Mas a sua casa é bem mais bonita, fato. Mãe? - A chamei e não ouve resposta. - Mãe? - Nada de resposta novamente, caminhei até a cozinha e lá havia um bilhete dizendo que eles haviam ido há casa de minha tia Vivianne.

- Seus pais não estão? - Perguntou.

- Não, foram pra casa da minha tia. Vou pegar as minhas coisas.

- Ok, te espero aqui. Vê se não demora por que eu vou sentir sua falta. - Comentou.

- Eu também Justinho.

Subi até meu quarto e peguei minha toalha, minha bolsa, uma blusa preta com riscos brancos, uma jaqueta branca, e uma sapatilha preta.

Coloquei tudo na bolsa e desci até a sala, onde vi Justin olhando algumas fotos que estavam na estante da sala.

- Pronto.

- Essa é sua irmã? - Perguntou mostrando-me a foto que tiramos um dia antes de nos mudar.

- É sim.

- Ela é linda, aposto que na sua familia todas as pessoas são bonitas.

- Nem todas.

- Vamos? - Assenti, saimos de casa, e entramos no carro.

A maior parte do caminho foi de silêncio, um silêncio não encomodador, um silêncio bom.

- Chegamos, madame.

- Hm, agora virou educado?

- Cara, por que você sempre tem essa mania de ficar falando meus defeitos?

- Acho legal. - Revirou os olhos e saiu do carro, e eu fiz o mesmo. Quando entrei na casa dele vi um moça de estatura media, com o cabelo castanho avermelhado, de olhos claros, ela era a moça que eu vi na foto. A mãe dele.

- Mãe, tudo bem ?

- Tudo querido. - Deu-lhe um abraço apertado, sorriu pra mim e me perguntou. - Qual seu nome querida?

- Nicole.

- Ah Nicole, o Justin falou muito de você pra mim.

Olhei pra ele que corou automaticamente, e eu apenas sorri para ela.

- Nem me apresentei, sou Patricia mas prefiro ser chamada de Pattie.

- Prazer em conheçe-lá.

Ela virou-se para Justin e sussurou algo em seu ouvido, fazendo-o rir.

- É mãe, eu te disse. Ela veio me ajudar nas matérias.

- Tomara que você consiga ajudar ele, ele está pessimo em todas as notas, por isso ele está de castigo até melhorar as notas, e o comportamento.

- Ele vai melhorar, por que eu aposto que ele não querer ficar trancado aqui pra sempre, por que se depender dele. Hm... sei não hein. - Ela riu.

- Eu vou sair, mas daqui a pouco volto. -Ela veio até mim e me abraçou. - Quando eu chegar espero que você ainda esteja aqui, não irei demorar.

- Bom, acho que ainda vou estar aqui sim Pattie.

- Que bom, estou saindo. Paciência com ele viu Nicole?

Ri e assenti.

- Olha, você pode tomar banho lá no banheiro do meu quarto, vou ficar aqui esperando.

- Tá bem.

Subi a escada e entrei em seu quarto que incrivelmente estava arrumado, entrei no banheiro e deixei a bolsa em cima da pia de marmore.

Tirei minha roupa, e entrei em baixo do chuveiro, deixando a água quente fazer contato com minha pele. Não demorei muito, e saí do box.

Me vesti e só deixei de calçar a sapatilha, meu cabelo não estava muito molhado mais estava um pouco umido e então do banheiro eu gritei:

- Justin ! - Esperei alguns segundos e ele estava na porta do quarto.

- O quê ?

- Posso usar teu secador?

- Pode.

Sequei meus cabelos e penteei-os para um lado só, para o lado onde minha franja caia.

- Pronto terminei.

Quando sai do banheiro ele me olhou, e sorriu.

- Você está linda. Quer dizer você já é linda.

Sori envergonhada e saí do quarto, saí na frente e ele veio atrás, do nada, senti as mãos dele na minha cintura, e sua respiração em meu pescoço. Senti seus lábios tocarem meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Agora eu sei qual é seu ponto fraco. - Sua respiração batendo em meu pescoço, me fez arrepiar ainda mais.

- Bobo. - Soltei-me dele e desci. Ele foi até a cozinha e eu o segui.

- Tá com fome? - Perguntei.

- Tô só que eu não sei fazer nada, sou um desastre.

- Vamos fazer cupcake? É fácil, e demora só dez minutos.

- Tá. Me ensina como faz.

Ele foi até a dispença e pegou tudo o que precisavamos, pegou um tigela e misturamos tudo nela.

- Pronto agora só colocar no forno.

Ele foi até o forno eletrico e colocou a massa lá. Sentei em cima da mesa de marmoré, e fiquei observando os detalhes da cozinha, como sempre tudo perfeito.

- Tô com sede, quer água? - Perguntou-me Justin, neguei com a cabeça, e ele pegou uma jarra e um copo. - No está pensando?

- Em nada só estou observando os detalhes da cozinha. - Sorri torto.

- Você gosta de detalhes não é?

- Gosto. Eu gosto de ver em tudo.

- Qual são os detalhes que você mais gosta de ver?

- Eu gosto de ver os detalhes de uma pessoa.

- Tipo o que ?

- Olhos, o sorriso, o cabelo. - Ele deixou o copo e a jarra de água de um lado da mesa e chegou bem perto do meu rosto, eu fiquei com meu rosto um pouco acima do dele, pelo fato de estar sentada em um lugar mais alto.

- Diz os detalhes do meu rosto. - Sua halito bateu em meu rosto, e eu demorei um pouco pra raciocinar direito. E então começei a dizer os detalhes de seu rosto lentamente.

- Você tem um falha na sua sombrancelha... Seus olhos são cor-de-mel bastante claro que as vezes, mudam de cor, conforme a luz... Seu nariz tem um desvio aqui na frente como se quando pequeno você caiu ou brigou.

- Eu cai. - Disse sorrindo. - Continue.

- Seus lábios são levemente rosados... - Ele pegou minha mão e colocou meu dedo indicador em cima de seus lábios, e eu apenas fiquei contornando ele, e continuei -, a delineação é um pouco mais escura do que a cor de seus lábios. E eles são bastantes delicados, e devem ser bastante macios.

Fixei meu olhar nos dele, e o pequeno espaço que havia entre nossos rostos praticamente não existia mais.

- Eu posso te mostrar se quiser. - Ele roçou nossos lábios, provocando-me, eu senti aquelas famosas borboletas no estomâgo. Eu me segurava para não agarra-lo ali, eu fazia o possivel, mas se ele continuasse me provocando, eu não aguentaria aquilo, não por muito tempo. Me senti vulneravel á ele, naquele momento, eu estava vulneravel á ele. - Você quer que eu te mostre?

Não respondi.

Apenas deixei que ele selasse nossos lábios, milhões de correntes eletricas atravessaram meu corpo, me fazendo sentir uma sensação que eu nunca tinha sentido. A sensação de ter os lábios dele juntos aos meus era inexplicável. Mordeu levemente meu lábios inferior, e sua lingua aos poucos foi entrando em minha boca. Sua lingua explorava cada canto da minha boca, nossas linguas dançavam em uma sincronia perfeita, repousei minha mão em sua nuca e segurei seu cabelo na parte de trás, desajeitando-o. As mãos dele repousaram em minha cintura juntando ainda mais nossos corpos, como se fosse possivel. Naquele momento eu não pensava em nada, eu só estava apreciando aquele momento. Como somos humanos precisavamos de ar pra respirar, juntamos nossas testas e eu fiquei sem expressão, eu não sabia se corria e gritava, saia dali e gritava, ou se ficava quieta e depois gritava.

- Justin... eu... - Senti seus lábios juntos aos meus novamente, em um selinho demorado.

- Shh... não fala nada, não agora. - Eu ainda estava um pouco envergonhada, me sentindo estranha. Mas aquela sensação passou quando ele me beijou novamente.