Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 29
Lar doce lar! Será mesmo tão doce assim?


Notas iniciais do capítulo

Flores, penultimo capitulo!!!



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Foi quase que impossível parti naquela manhã, além do calor infernal, Miranda segurava meu braço dizendo que não me deixaria ir, no fundo não queria deixar ela ali, Miranda havia virado uma irmã para mim e eu sempre quis uma irmã. Ela só me deixou partir depois de muito choro de sua parte e uma promessa de que eu voltaria, abracei meus tios, que eu quase não via, mesmo morando na casa deles e entrei no portão de embargue.

Não vou dizer quanto tempo passou durante essa viagem, por que nem eu mesma sei. Mas havia pelo menos dez mensagens no meu celular, sorri ao saber que meus amigos ficariam com saudades.

Annabeth Chase: A despedida não é o fim de uma amizade, mas sim o começo de uma saudade.

Annie e Rach;

Silena Beauregard: Katie! Prometa que vai voltar, precisamos de você aqui, fofinha.

Connor Stoll: Katherine Mary Gardner, como ousa nos deixar? Posso ouvir o barulho de corações partidos aqui!

Eu ri com a mensagem de Connor e continuei a vê-las, eram as mais diversas, de Chris, de Luke, de Percy, até de Clarisse! Era um pouco rude, ela me ameaçando se eu não voltar, mas me fez sorrir do mesmo jeito. Só suspirei mais uma vez ao notar que mesmo sendo lindas as mensagens, nenhuma delas era de Travis Stoll.

Quando sai do avião, nenhum dos meus pais estava lá, bem, e eu nem esperava por isso. Eles devem ter é se esquecido de mim!  Sempre esquecem, teve uma vez, na minha terceira serie, eu era apenas uma garotinha de cabelos cor de mel e olhos verdes com dois laços na cabeça, uma garotinha inofensiva que se perdeu no meio do shopping e meus pais voltaram para casa nem lembrando que eu havia ido com eles, só depois quando um velhinho me pagou um sorvete que um policial me perguntou onde estavam meus pais e ligou para eles, claro que no final mamãe disse que era tudo minha culpa e eu tive que comer uma caixa de cereal.

Peguei um taxi para casa, eu cresci em Seattle, e poucas vezes sai da minha cidade natal, apenas minha mãe cresceu aqui, meu pai nasceu no Texas, como meu tio, já minha mãe nasceu em uma pequena cidade de Ohio.

Meu prédio se erguia na avenida, não era nenhum daqueles prédios de primeira geração, mas também não era um dos piores, entre os prédios de Seattle ele estava em um ótimo estado de conservação, acenei para o porteiro e sorrindo fui até ele.

-Meus pais estão em casa, Vincent?

-Seu pai acabou de chegar e sua mãe deve estar fazendo um das suas famosas tortas de morango pela sua volta, senhorita!

Lambi meus lábios, para mamãe tudo era motivo de fazer tortas de morango.

-Espero – virei minha cabeça para ver quem entrava no prédio – Você não devia comer tantas rosquinhas, John!

O jardineiro deu de ombros, mordendo a rosquinha.

-Se eu não as comprasse, jovem Katie, a doceria entraria em falência.

Eu apenas ri e peguei o elevador, logo estava na porta de casa, olhei para a porta atrás de mim e esperei que Michael estivesse ali, por que estou morrendo de saudades e mal consigo esperar para arrancá-lo daí e o abraçar até a morte!

Abro a porta e sinto instantaneamente o cheiro de morangos e tortas, hum... Torta de morango. Entro e minha mãe deixa a colher cair, correndo até mim.

-Mark! Mark! Venha aqui! Nossa filha!

Papai aparece por trás dela e não consigo ver mais nada por que mamãe está me abraçando como se eu tivesse escapado da morte.

-Querida, assim você vai matar nossa filha.

Diz papai e ela me solta, olhando para mim atentamente. Armas em mãos! Estou pronta para o interrogatório.

-Eu disse Mark, olhe como ela está magrinha, ficar com seu irmão não fez bem a minha filha!

Revirei os olhos e abracei papai enquanto minha mãe continuava a reclamar. Nós dois éramos especialistas em ignorar as reclamações de minha mãe.

-Tenho uma surpresa para você.

-Sério? O que é?

Sorri, esperando por um unicórnio. Eu sei que é impossível, ok?

-Em cima da sua mesa.

Arregalei meus olhos e corri para o meu quarto, em cima da casa, havia um envelope vermelho, bem chique eu devo dizer. Abri o envelope e um sorriso brotou em meus lábios.

-Papai! Actors Studio? Não posso acreditar!

Actors Studio é a melhor escola de artes para quem termina o ensino médio, praticamente todos que entram lá viram atores e eles sempre selecionam os melhores nas escolas para chamá-los para fazer uma audição. Estava ali, na minha mão, meu convite.

-Calma, Katie, é só um teste.

Fiz sinal de descaso para ele, por que eu não conseguia parar de pensar que quando uma porta se fecha para você, as duas janelas se abrem, ou melhor, escancaram.

Um dia depois eu estava comendo sorvete na casa de Michael. Ele ficou completamente irritado por eu não tê-lo avisado antes, por que acabei flagrado ele e a namorada em uma cena um tanto constrangedora.

Claro que eles não me viram, mas de repente escutaram um flash vindo em direção a eles, e claro, era apenas eu tirando uma foto deles no chão. Michael saiu logo de cima de Violet e começou a correr atrás de mim. Eu gargalhava, ainda bem que a mãe dele não estava em casa, ou se não ela viria como eu me tornei uma louca.

-VOLTE AQUI KATIE E ME DÊ ESSE CELULAR!

Ele gritou correndo atrás de mim e quase derrubando um conjunto de cristais da estante.

-Você devia ser mais gentil com a sua melhor amiga que acabou de chegar! – Michael finalmente parou e eu sorri ganhando um abraço, a encantadora e tímida Violet estava parada atrás dele - Não se preocupe, eu não vou mostrar pra ninguém. Só por que gosto de você Violet.

Ela sorriu fracamente, Violet era a pessoa mais envergonhada que eu conhecia no mundo e apenas falava com Michael por que foi a primeira pessoa a falar com ela naquela escola. Fiquei surpresa na primeira vez que vi os dois juntos, afinal o quanto ele tinha de atirado, ela tinha de tímida.

Violet logo foi embora e ficamos apenas eu e Michael assistindo Star Wars e comendo sorvete. Contei tudo para Michael, ao contrario de Miranda, ele sabia que eu não batia bem da cabeça e não tinha juízo algum.

-Você tem sorte.

Ele disse depois de algum tempo, tive vontade de bater nele por estar atrapalhando meu momento “Luke Skywalker é perfeito”.

-Sorte?

-É, pelo menos você se apaixonou.

Levantei uma sobrancelha, ele é louco. Ah, eu havia contado sobre Travis também e ele havia feito um comentário ridículo sobre como eu estava saidinha, dois namoros em apenas três meses.

E só para constar, agora, Michael tomou minhas dores e odeia de corpo e alma Travis Stoll.

-Não vejo lado positivo nenhum nisso.

Continuamos conversando enquanto eu tomava meu sorvete e os dias se passaram assim, até eu ter que ir novamente para o colégio, mamãe não conseguira ainda me registrar e estava apreensiva por que talvez tivesse que me mandar para um novo colégio. Não liguei muito.

Alias, ficar longe daquela escola era a melhor coisa que eu poderia fazer. Mas nem tudo foi ruim ali, nem tudo. Pelo menos não na minha primeira peça...

Richard Cooper, o lindo garoto de olhos cor de mogno que interpretava Romeu. Eu o olhava apaixonadamente, com um sorriso nos lábios, esperando o beijo de adeus que viria a seguir.

E veio, só que não em mim é obvio.

Afinal, eu não era a Julieta, eu nem ao menos era uma personagem. Tudo bem, eu estava na peça, mas se você considerar ser uma árvore um personagem, eu só posso duvidar que você esteja em seu quarto lendo isso e não em um hospício.

Mas falar de meu passado fracassado não é muito divertido, então, vamos pular para três dias seguintes.

-Não é nada, acho que minha amiga está tendo uma crise existencial aqui.

Ok, vamos do começo. Lá estava eu, em uma bela sexta-feira, apreciando um sorvete de morango – eu tenho alguma coisa com morangos, desculpe – na lanchonete perto do meu prédio. Doces e sabores ou algo assim, não me lembro direito.

E então Michael entra na lanchonete como um furacão e se senta ao meu lado.

-O que significa isso Katie?

-Ah, meu sorvete? Desculpe Michael, mas não consegui resistir, ele estava me chamando do balcão dizendo “Katie, oh Katie, venha me salvar!”, sei que vou engordar dez quilos se não parar de vir aqui todos os dias e se não voltar a estudar, mas sabe, a culpa não é minha, estou frustrada Michel, você sabe como é isso? Não você não sabe.

Eu e minha mania de divagar... Coloquei mais uma colher na boca e Michel revirou os olhos.

-Katie, eu estava perguntando o que é isso.

Ele disse me mostrando a tela do celular, havia um número, que eu não conseguia ver direito por que o sol batia forte no visor.

-Hum, um número oras, esqueceu como se ler um?

-Katie.

-Ai, Michel, o que você quer me mostrando um número de telefone?!

Eu perguntei, já ficando irritada, poxa, eu estava tentando aproveitar meu sorvete e lá vem ele acabar com a minha diversão! Não é como se eu estivesse fazendo nada de errado...

 -Ai, Katie, pensa, o sol do Texas queimou seus neurônios?

-Eu nunca tive uma boa reserva deles...

Eu reclamei baixinho e puxei o celular da mão dele, ficando chocada logo depois. Aquele era meu celular, e aquele número era...

-Ah Meu Deus, Travis me ligou!

-É, ligou. Eu só não entendo por que esse idiota fez isso. Eu já disse Katie, não aprovo seu romance com ele.

Olhei cética para Michel.

-Você está parecendo minha mãe – suspirei, uma semana sem noticias dele já havia levado todo meu pote de esperança – Ele deve ter ligado errado, não duvido nada que tenha excluído meu número da lista, ou pior, esquecido que estava ali...

Michel só revirou os olhos e tratou de comer meu sorvete que pingava pelas bordas.

-Só vê se não fica pensando nele demais...

Bem, Katie Gardner nunca foi muito conhecida por controlação de seus próprios pensamentos.

Mas isso foi mais cedo, antes de eu resolver que apenas sorvete não ia me tirar do fundo do poço e que doces eram bons aliados.

Nesse dia eu havia acabado de chegar da doceria ao lado do meu prédio, eles sempre venderam os melhores doces, mas infelizmente não havia nenhuma Roll Tootsie.

Entrei em meu quarto e fiquei completamente surpresa.

Eu só podia estar ficando louca.

Por que nada faria uma coisa peluda, cor de rosa e com um chifre na cabeça aparecer em cima da minha cama.

Meu rosto ficou vermelho e segurando uma placa estava um unicórnio de pelúcia em cima da minha cama, só pude ver que havia poucos disseres e eles me fizeram praticamente desmaiar.

“Agora você pode seguir seu segundo sonho

T.”

“Há uma chama incendiando o meu coração. Chegando a um estado de febre e me tirando do escuro.”

Rolling in the Deep – Adele


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Notas finais do capítulo

Bem,surpresas vem por ai! Laralaralaaa!
Tá bom, parei com minha infantilidade aqui :(
Já começou uma nova historia, ou melhor duas, e estou em estrema duvida. Bem, como vocês são lindas(os) e fofas(os), vou perguntar a vocês.
Originais dessa vez, é melhor a historia de uma banda ou uma caçadora de monstros com sérios problemas psicologicos? An, an? Quem quiser saber mais é só me perguntar! #e quem não quiser não fala nada mesmo ;(