Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 28
Ligue-me quando estiver sóbria


Notas iniciais do capítulo

Logo logo respondo as reviws, ok? E com muito carinho! É só que não quero fazer vocês esperarem mais!



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“Your daddy always said you should stay away from a fool like me…”

Quase me empolguei ao ouvir minha música favorita tocando dentro do bar, mas resolvi aquentar meu facho para não dar uma de hipócrita. Já estava saindo de casa para ir me encontrar com a turma em uma festa de despedida - é, parece que o boato de eu estar voltando para Seattle se espalhou fácil, fácil - imagine se eu subisse em cima de uma mesa e começasse a rebolar? Isso é demais até para mim.

Olhei para o relógio, já eram cindo horas da tarde e o sol já estava prestes a se pôr. Vi Annabeth e Rachel conversando em um canto e me sentei ao lado delas.

-Viram Miranda?

-Ela não veio com você? - neguei com a cabeça a pergunta de Rachel – droga, desmarcando de novo para se encontrar com Connor em algum beco escuro.

Apenas ri e logo notei que Annabeth tinha mudado um pouco seus cabelos, cortara mais curto e tinha algumas mexas castanho claro no cabelo loiro platinado.

-Gostei do cabelo, você andam mudando muito Annabeth.

Ela suspirou e olhou em direção a mesa onde tinha o resto de nossos amigos.

-Pelo visto sim, vou ir para Harvard no final do verão, quero fazer algum curso de arquitetura. Sempre achei interessante a construção de prédios.

Sorri e me virei para Rachel.

-E você, Rach?

-Eu? Não vou para a faculdade, definitivamente. Não vou obedecer as vontades de meu pai, acho que vou participar de algumas ONGs e com toda a certeza pintar mais quadros!

-Rachel e suas idéias – Annabeth balançou a cabeça – Mas e você Katie?

-Eu tenho um plano.

Disse apenas e me levantei para falar com o resto dos meus amigos, dei um “oi” para cada um, mas logo fugi para sentar-me a uma cadeira na bancada do bar, me lembrando de alguns dias atrás quando bebi com Tra... Alias, ele também estava ali, em uma mesa afastada com uma garota ruiva e Percy e Thalia. Engoli em seco, ele não poderia ter me trocado assim tão rápido!

Senti alguém se sentar ao meu lado e fiquei surpresa ao notar quem era, Clarisse segurava um copo em uma mão e na outra ela encostou no balcão de madeira.

-Ciúmes, florzinha?

-Nunca pensei que fosse tão ruim sentir isso – eu disse com um suspiro – Eu só queria que ele pelo menos não passasse na minha cara que não se importa comigo.

Ela olhou para trás, para fitar Travis e logo depois voltou a olhar para mim.

-Se quiser, posso acabar com a vida dele.

Sorri – Não, não hoje pelo menos. Hoje eu quero aproveitar. Afinal, é minha festa de despedida não é mesmo?

Por incrível que pareça o próximo passo de Clarisse foi me abraçar, isso mesmo, me abraçar! Mas logo depois se recompôs e se afastou de mim.

-Sabe florzinha, todos nós acabamos nos apegando a você. Por mais que sua doçura às vezes me deixe um pouco enjoada.

Oh, eu sabia que não seria apenas um elogio que viria a seguir. Afinal, Clarisse continua sendo a Clarisse.

Mas não foi só Clarisse que veio atrás de mim, ali também veio Will, Connor, Annabeth, Rachel e até Percy e Thalia se levantaram para vir atrás de mim.

-Você vai causar muitas saudades Kat – disse Percy e eu tive que morder meu lábio inferior para não virar uma cachoeira ali mesmo.

-Assim vocês me fazem chorar gente!

Ganhei um abraço coletivo, mas ainda deixei uma lágrima cair quando vi que Travis não se levantara, ele apenas continuava sentado lá, conversando com a garota.

-Saiam da frente! Ela é minha! Eu que tenho que dar o primeiro abraço seus adiantados.

Claro que esse comentário só podia ter vindo da boca de Connor, ele empurrou a todos, trazendo Miranda atrás deles e me deu um abraço de urso, fazendo minhas costelas doerem.

-Connor! Eu... Estou... Sufocada!

Suspirei quando ele me soltou e o olhei reprovadora, mas Connor era só sorrisos.

-Vou ficar com uma saudade só Katie, por que você não desiste dessa idéia ridícula e fica aqui para sempre?

“Por que dói demais ver o garoto que eu amo se esfregando em outra”. Mas é claro que não disse isso.

-Para sempre?

-Sempre! – Miranda gritou.

-Eu tenho que voltar, mas não se preocupem, é só colocar uma peruca em uma boneca de plástico e lá estou eu!

 Claro que isso só causou risos, mesmo que por dentro eu não risse nada. Ok, estou começando a ficar dramática demais. Tchau.

###

Não, eu não estou bêbada. Você pode achar isso pelo fato de minhas palavras não estarem tão firmes, ou pelo menos, meus pensamentos. Mas mesmo que eu tenha bebido uma garrafa de vodca escondida no meu quarto, isso não significa que eu esteja bêbada, bem, talvez só um pouquinho.

Mas olhe só minha situação, eu sou um fracasso.

Pensei que estivesse salva, mas depois de todo o vendaval, tudo que sobrou foi apenas... Nada. Talvez uma péssima reputação, mensagens de texto gravadas e um coração quebrado.

Não que ele se importasse. Pois ele nunca se importava com nada. Foi não se importando que ele traiu a confiança do melhor amigo. Foi não se importando que ele tornou a trair o seu melhor amigo. E foi não se importando em que ele se meteu em uma série de problemas que se resumiam ao caos completo.

Caos completo que tem nome e sobrenome e sente uma infinidade de sentimentos que a deixam completamente confusa em relação a ele.

Eu sou um desastre total, vamos relevar, e ninguém acredita em mim.

Eu manipulo, minto, traio, meto-me em encrencas e nunca assumo a culpa.

E então encontrei alguém igual – ou pior – do que eu. E fiz a coisa mais boba que eu já poderia ter feito: apaixonei-me.

“Mais afinal, eu sou só mais uma encrenca para sua coleção, Travis”.

Tentei não falar as palavras em voz alta, pois Miranda estava no quarto ao lado, bem, ela estava com Connor, o que me fazia pensar que talvez ela não fosse ligar tanto assim que eu começasse a chorar e soluçar ao mesmo tempo, ótimo, eu estou começando a falar como Annabeth depois de ser deixada por Percy.

Vi meu celular em cima da minha cama, ele não tocava fazia horas e isso estava começando a me dar um embrulho no estomago... Talvez se eu... Não, eu tenho meu orgulho, não vou me rebaixar a tanto. Mas estou com tanta saudade da voz dele...

Tá bom, só um pouquinho.

Estreitei-me para pegar o celular e disquei o número de Travis, cinco toques depois ele atendeu.

-Pensei que você soubesse que eu não quero falar com você Gardner.

-Travis! Você não pode fazer isso comigo, o que os vizinhos vão pensar?

Falei enrolando uma mexa de cabelo no meu dedo, estou começando a arranjar pontas duplas.

-Você está bêbada?

-Não – respondi rapidamente e levantei minha cabeça para a janela, uma grande forma em chamas ardia no céu - Como é o nome daquela coisa que brilha no céu de dia? Ah, sim, Sol. Obrigado.

-...

Ele desligou o telefone? Idiota, eu não queria falar com ele mesmo... Tá, eu preciso ligar mais uma vez.

-Katie, você está bêbada, não vou conversar com você assim.

-Você vai conversar comigo quando eu estiver sóbria?

-Não.

Dei um suspiro e me joguei na cama.

-Travis, por que você fica irritado com uma coisa tão boba?

-Então você ia fingir ser amiga de todos, fazer pessoas se apaixonarem por você, ficar popular, ter e perder um namorado e depois deixar tudo para trás? Deixar-me para trás?

Balancei minha cabeça, tratando de mudar de assunto.

-Eu queria que você estivesse aqui Travis.

-Eu queria que você partisse para outra.

-Você partiu?

Ele demorou algum tempo para responder, mas quando respondeu pareceu querer se livrar logo de alguma coisa.

-Eu já estou em outra Katie.

Ele não respondeu mais nada, nem precisou, eu apertei a tecla de desligar e tratei de chorar mais no meu travesseiro, quando titia ver, vai achar que eu babo enquanto durmo.

Não sei por quanto tempo fiquei ali chorando, na verdade, só tive forças para me levantar e jogar minhas coisas na mala, tentando me animar. Vamos lá Katie, era só um namorico de adolescente, logo vai passar e você vai poder voltar para sua casa e voltar a ser a garota que comeu cola na terceira série! Ei, isso foi só um exemplo, ok?

Quando me dei por mim, alguém havia aberto a porta do meu quarto e estava parado ali me olhando com seus olhos suaves, da mesma cor que os meus.

-Miranda, me faz um favor? – ela assentiu, sorrindo – Me enforque até eu não poder mais respirar? Vai fazer muito bem para mim.

Miranda revirou os olhos, então sentou na minha cama e me fez colocar a cabeça em cima de suas pernas.

-Você realmente gostava dele, não é?

Balancei a cabeça em afirmação, então ela fez carinho por detrás da minha orelha, como se eu fosse um gatinho. Fechei os olhos instintivamente.

Miranda continuou ali por mais alguns minutos e por dentro agradeci a ela, só mais uma coisa passava pela minha cabeça... Estava na hora de voltar para casa.

"Sua consciência te incomoda? Diga a verdade"

Sweet Home Alabama - Lynyrd Skynyrd


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Notas finais do capítulo

É curtinho, então não me matem! Já sei que querem me matar pelo que estou fazendo... Posso sentir até minha orelha coçando aqui, kkkk. E feliz semana das crianças para vocês flores! Ganharam algum presente? Eu não, por mais que pedisse um unicornio para minha mãe ela me disse que eu já estou grandinha, eu sou a única que não acha isso?
Beijos para vocês!