Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 27
Cigarro consome, vicia. Assim como Travis Stoll




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Olhando pelo lado positivo, a aula não durara muito. Sai da aula de física rapidamente e logo me senti ser puxada de lado, vendo Rachel parada atrás de mim com as mãos na cintura.

-Você está saindo com o Travis?

Ela perguntou séria, por um momento me perguntei se Travis não estava mentindo sobre nunca ter estado com Rachel.

-Bem, você prefere uma resposta simples e rápida ou uma resposta mais complexa?

Rachel revirou os olhos.

-Está ou não?

-Não.

Ela me olhou cética, por que amigas querem saber sempre mais do que podem?

-Eu vi vocês se beijando hoje, na frente de todo mundo, Annabeth quase soltou um gritinho por que estava certa.

-Não estamos saindo Rachel, mas estamos... Bem, estamos juntos.

-Namorando?

Eu não sabia dizer, mas depois daquele beijo que ele me dera no meio da chuva...

-Posso dizer que sim – ela fez uma careta – Algum problema?

-Eu perdi minha aposta – olhei interrogativa para ela – eu e Annabeth apostamos, eu disse que Travis não conseguiria você em um mês e Annabeth disse que sim.

Arregalei meus olhos, duvidando que eu tivesse arrumado boas amigas.

-Vocês apostaram se eu ficaria com o Travis?

-Ei, não precisa ficar brava.

Suspirei, mas sorri do mesmo jeito e sai. A verdade é que eu não queria parecer preocupada demais, depois do desastre do meu namoro com Will, eu tinha medo que com Travis não desse certo, mesmo que eu sentisse alguma coisa por ele. Eu sempre fui um desastre para tudo. E ainda mais, eu estava mentindo para Travis, ainda havia muita coisa que eu não contara para ele, que eu estava me candidatando a um papel para um filme por exemplo, e nem voltara a falar sobre eu ter que ir embora daqui a alguns dias. Mas sabe? Eu sou muito covarde para tentar resolver isso.

Encontrei-o parado na frente de seu carro, fumando um cigarro, revirei os olhos, pronta para tirar o cigarro da boca dele.

Fuzilei-o com meus olhos antes de ir decidida até ele e arrancar o cigarro de sua boca, jogando-o para longe. Ele me olhou furiosamente.

- Você é louca?

- Fumar faz mal.

- Francamente, eu não dou a mínima. – ele respondeu, mas logo tirou o maço do bolso para pegar outro cigarro, mas arranquei-o de sua mão. Ele bufou. – O que há de errado com você?

- Não há nada de errado comigo. Não sou eu quem está fumando. - ele ficou ainda mais irritado com a minha resposta, e começou a andar em direção a mim. Eu coloquei a mão com o maço nas costas.

– Eu consigo pegar ele de você em um segundo. – Ele respondeu ainda irritado. Logo me segurou pela cintura, me encostando contra o carro e tentando puxar o cigarro de minhas mãos, foi rápido na verdade, ele pegou o maço de cigarros e colocou no próprio bolso, me estirando contra seu carro.

-Eu não vou beijar você.

-Não? – Ele respondeu de maneira cínica, então beijou meu pescoço, de uma forma que eu diria ser totalmente errada, me fazendo ter arrepios por todo meu corpo, por que esse idiota sempre fazia isso?

-Estamos em um lugar público.

-Eu não dou a mínima.

É, por que meu príncipe encantado é o vilão da historia.

-Mas eu dou – Respondi afastando ele de mim, Travis revirou os olhos irritado. Então deve ter notado que estava sendo rude comigo, por que sorriu e acariciou meu rosto com carinho.

-Vamos lá para casa? Connor vai sair com Miranda, temos a casa só para nós dois.

Cínico, como meu namorado é cínico. Bati no braço de Travis, com uma força um pouco maior do que eu pretendia.

-Ai, por que fez isso?

-Eu sei o que você quer Stoll. Sei muito bem o que você faz com as garotinhas que leva para casa.

Foi então que Travis riu, gargalhou na verdade, se escondendo na curva do meu pescoço.

-Não quero que você conheça minha cama Katie, você é minha namorada agora.

-Como Drew?

-Não como Drew, poxa, você é a primeira namorada que eu tenho de verdade, não consigo ser meloso demais, não sou o Will.

Ri também, mas afastei Travis e abri a porta do carro, logo estávamos seguindo para a casa de Travis. Quando chegamos Travis fez pipoca para mim, ele sabia que eu amo pipoca, ótimo namorado não? E ficamos conversando sobre alguns filmes que passaram na TV... Até eu dizer que precisava ir embora.

-Meu Deus, que dia.

Ele disse se jogando no sofá e deixando de lado minha pipoca, ótimo, tenho mais para mim.

-Quer que eu faça alguma coisa? – perguntei inocentemente.

-Sim, quero que fique aqui comigo – ele faz biquinho, o que eu achei completamente engraçado. Fugi dos braços dele, indo até a cozinha e pegando duas latas de refrigerante, abri as duas e coloquei dois canudinhos, só para ficar bonitinho e levei para a sala.

-Eu trouxe refrigerante pra gente – eu disse entrando na sala, mas como os moveis me odeiam, tropecei na estante e o refrigerante caiu completamente sobre a minha roupa– Droga!

-Tudo bem? – Travis perguntou não se dando ao trabalho de se levantar.

-É que... Estou completamente molhada - eu ri.

-Tira a blusa – levantei minha sobrancelha. Esse garoto acha que eu sou o que?

-Eu não tenho outra roupa.

-Pegue uma minha enquanto a sua seca.

Fiquei um pouco desconcertada, mas fui até o quarto dele pegar a blusa. O quarto de Travis era relativamente grade, bagunçado sim, completamente bagunçado na verdade, mas consegui facilmente achar uma blusa limpa... E um maço de cigarros também. Por impulso talvez, enfiei o maço dentro do bolso do meu short. De um jeito ou outro eu faria Travis parar de fumar, nem que seja sobre tortura.

Escutei alguém subir as escadas e logo me pus a vestir a blusa, espera, onde está a maldita blusa? Droga, e se for a mãe do Travis? Blusa, blusa... Onde está você meu bem?

-Por que eu sempre encontro você só de sutiã?

Virei-me para ver Travis com seu sorriso cínico, revirei os olhos e vi que a blusa estava na mão dele, esse tempo todo eu estava tão desesperada e ele estava com a blusa na mão? Ridículo.

-Eu estava procurando isso – falei tentando pegar a blusa, tentando – Me dê a blusa Travis.

-Nam, você fica bem melhor sem ela.

Bati no braço de Travis, ele era tão pervertido que me fazia rir.

-Você quer que eu saia na rua assim? Eu preciso ir embora.

-Não, você precisa ficar aqui... E aproveitar um pouquinho.

Ele disse se aproximando e me pegando pela cintura, deixando a blusa cair no chão, ficou fitando meu sutiã de rendinha rosa – Miranda me obrigou a comprar – e logo depois voltou seu olhar para meus lábios.

-Vamos lá Katie, só um beijinho.

-Beijinhos levam a outra coisa Travis.

Um olhar mais cínico ainda se formou em seu rosto e ele me emburrou contra a cama, fazendo tanto eu quanto ele cairmos, corei um pouco quando senti o peso de Travis sobre mim, mas passei meus braços sobre seu pescoço do mesmo jeito.

Senti um calor estonteante passar pelo meu corpo quando Travis me beijou com veracidade, fazendo-me esquecer até mesmo do meu nome, estar ali era inebriante, na cama de Travis, com Travis, por um momento não parecia errado, na verdade parecia completamente certo.

Arranhei as costas de Travis o fazendo apertar mais fortemente minha cintura, logo movendo suas mãos pelo meu corpo e seus beijos descendo para meu pescoço, ele sabia meu ponto fraco e eu gostava muito disso.

-Eu quero você Katie...

Tive vontade de dizer que ele já me tinha, mas apenas o beijei em resposta, Travis sorriu contra meus lábios e senti sua mão passar por minha meu colo, me deixando um tanto constrangida, mas não o fazendo parar. Céus, se eu dissesse que os lábios de Travis tinham gosto de sorvete alguém iria me chamar de boba? Por que realmente tinham.

Senti a mão de Travis sair de dentro do meu sutiã e...

-O que meu cigarro faz no seu short Katie?

Ele disse de repente, se afastando de mim e me fazendo abrir os olhos, Travis me olhava com um misto de irritação e mal humor.

-Você passou a mão na minha bunda Travis?

Ele revirou os olhos e se levantou de cima de mim, logo me levantei também ficando em pé na frente dele parecendo uma gatinha assustada.

-Eu não quero que você morra Travis, essa porcaria não faz bem para você.

-Eu só fumo quando estou estressado Katie.

-E por que você está estressado enquanto está comigo?

Ele arregalou os olhos, mas logo voltou a sua expressão séria.

-Só... Me devolva.

Balancei a cabeça em negativa, colocando instintivamente a mão no bolso do meu short.

-Não.

-Katie...

Ele disse como se eu não desse para ele o maço de cigarros, eu estivesse assinando minha sentença de morte. Corri para fora do quarto dele, eu sabia que Travis iria me alcançar, mas apenas continuei a correr até chegar a porta de entrada, abri a porta e sai da casa, sendo segurada por Travis ao passar.

-O que eu falei sobre você não me desobedecer, Katie?

Eu devia engolir em seco com seu tom, mas apenas olhei para os lados, vendo varias crianças e suas mães na rua.

-Se você não me soltar eu vou disser que você está tentando abusar de mim. Sexualmente.

Travis levantou uma sobrancelha e me segurou com mais força.

-Você não teria coragem.

-Mesmo?

Abri minha boca para gritar, mas Travis me soltou e passou a mão pelos cabelos, ainda irritado.

-Eu te levo para casa.

Sorri e dei um beijinho nos lábios dele, Travis ainda estava irritado, mas entrou em casa, pegou o casaco e minha blusa e me abraçou de lado, caminhamos um pouco em um silêncio confortável, até palavras saírem instintivamente de minha boca, nunca gostei muito do silêncio.

-Sabia que no Japão existem três formas de dizer eu te amo?

Ele me olhou intrigado, mas logo tratou de perguntar - Quais?

-Você diz Daisuki para seus amigos e ficantes, diz aishiteru para um namoro mais sério e koishiteru com a pessoa com quem você quer passar o resto da sua vida.

-Então, koishiteru.

Soltei-me de Travis um tanto irritada e peguei uma mecha do meu cabelo colocando-a atrás da orelha.

-Você não devia banalizar essas palavras.

-Não estou banalizando – ele sorriu – você é a garota com quem quero passar o resto da minha vida.

Sorri de volta para ele e quando dei por mim já estávamos na frente da minha casa. Travis segurou minha mão e a beijou com carinho, me olhando nos olhos.

-Vem cá.

Ele pediu me aproximando ainda mais dele, ainda segurando minhas mãos, me senti corar, Travis me olhava tão intensamente que me fazia sentir como uma caixa que apenas ele tivesse a chave.

-Eu vou te contar uma coisa, espero que não fique irritada.

Assenti, esperando pela bomba, mas nada que ele fizesse seria pior do que eu iria disser. Fechei os olhos e esperei que ele dissesse.

-Fui eu que pedi para Jake sair com você, para eu ganhar a aposta, que eu ainda não cobrei – ele riu, me fazendo rir também – Fui eu que pedi para Will acabar com você.

-Por quê? - A verdade é que eu já tinha idéia que tinha sido ele que houvesse feito isso, já que Will nunca me dera uma razão para o rompimento.

-Eu disse para ele o que sentia por você e disse que diria para você quando estivesse pronto, Will sabia que você sentia o mesmo, por isso terminou com você.

-No fim quem se declarou para você fui eu – ele riu, então eu suspirei pegando coragem – Minha vez.

-Uh, você também esconde segredos Katie Gardner?

-Toda garota tem seus segredos.

Eu disse com charme, então pensei em esperança e comecei a contar.

-Dês de pequena eu queria estar na TV, por isso sempre fiz parte do clube de teatro – até agora sua expressão era apenas de surpresa – Quando tive a oportunidade de fazer o teste para um filme, resolvi ter uma experiência como a do filme, então vim para cá, tentando parecer uma garota popular.

Sorri por fim, mas Travis não me retribuiu o sorriso, ele apenas soltou minhas mãos, se virou de costas e saiu sem dizer nem ao menos uma palavra.

Parei atordoada, por que ele estava fazendo isso comigo? Ele... Travis estava me abandonando? Sem dizer nenhuma palavra? Eu... Eu...

-Travis!

Gritei, correndo para perto dele, eu era sua namorada no final das contas. Isso é só uma briguinha boba ao final das contas...

-Travis, não me deixe falando sozinha! Eu sou sua namorada!

Aquilo pelo menos fez ele parar, sorri esperando que ele me dissesse que nada importava e vinhece me beijar. É, minha esperança não tem data de validade, tá certo?

Mas como sempre, eu só quebrei a cara.

-Você não é mais minha namorada, não mais.

-Não sou? – perguntei confusa – Você também mentiu para mim! E... Eu te perdoei! Por que você não pode fazer o mesmo?

Ele virou o rosto para o lado, soltando um pequeno, muito pequeno, sorriso de presunção.

-Por que eu não sou você, Katie Gardner, eu não sou tão inocente ao ponto de não notar que eu posso machucar as pessoas com meus atos estúpidos.

Ele se virou voltando a andar e me fazendo usar minha ultima carta que eu esperava ser um coringa.

-Euteamo!

Falei tão rápido e desesperadamente que não pude nem ao menos saber se ele iria ouvir. Mas Travis ouviu, eu tive certeza, apesar de não se virar para me escutar.

-Jura? Eu isso é só mais uma parte da sua grande interpretação? – quase pude acreditar que a voz dele soava triste – A vida não é um teatro Katie.

Puxei todo meu ar, estava cansada, ele não poderia falar assim comigo! Não podia!

-Eu tenho um sonho Travis, e não importa se você vai me deixar – eu disse secando uma lagrima – meu sonho vai me ajudar a superar. Por que eu posso ser uma boba por acreditar no melhor das pessoas, por acreditar que existem finais felizes. Mas pelo menos eu acredito, eu não desisto. Eu nunca vou desistir... – abaixei meu rosto suspirado e sussurrando – nem de você.

E dessa vez fui eu que sai correndo, posso dizer quando cheguei em casa não tinha mais lagrima nenhuma em meu rosto, por que eu já tinha chorado tudo que podia no caminho para casa. Passei por Miranda de cabeça baixa, despertando nela uma curiosidade que eu logo tratei de matar dizendo não ser nada e indo tomar banho.

Deixei a água quente cair por meus ombros, me fazendo pensar, refletir e principalmente chorar. Quando sai do banheiro encontrei Miranda sentada na minha cama, com uma caixa nas mãos, olhando algumas fotos.

-Se lembra dessa foto Katie? – ela perguntou mostrando uma foto em que eu e ela dormíamos ao lado de Peppe, o cachorro do meu avô no lado de fofa da casa de veraneio – Lembro que você brigou comigo por que eu queria dormir com Peppe, mas no meio da noite você foi para o jardim ficar lá comigo.

Sentei ao lado dela, agarrando o braço de Miranda.

-Miranda o que você diria se eu dissesse que eu nunca fui como vocês? Que eu sempre fui uma excluída social sem vida além do clube de teatro e que fingir ser tudo aquilo para entender esse mundo e poder interpretar uma peça?

-Eu diria que estou muito confusa – ela passou a mão pelos cabelos, mas depois sorriu suavemente – Mas não importa, você é como uma irmãzinha para mim Kat, e eu sempre vou estar do seu lado.

Juro que voltei a chorar nessa hora, Miranda ficou surpresa e afagou meus cabelos dizendo que minha maquiagem ia ficar borrada se eu continuasse a chorar como um bebê.

Mas por mais que eu tivesse tudo para ser feliz, eu ainda conseguia me sentir incompleta.

Estou cansado de olhar nos quartos em volta imaginando o que eu tenho que fazer. Ou quem eu devo ser. Eu não quero ser nada além de mim”

I don’t want to be – Gavin Degraw 


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Notas finais do capítulo

Oie flores!
E ai? Gostaram do capitulo?
Tomara que sim!
E vocês como estão? Felizes? Tristes? O coração tá batendo? kkkkk
Vocês acreditam que só agora eu fui fazer uma conta no facebook? Bem, se alguém quiser pode me adicionar lá: http://www.facebook.com/profile.php?id=100002998737893
E alias, vocês continuam sendo umas fofas mesmo!