Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 17
O que é mais sarcastico do que uma traição?


Notas iniciais do capítulo

Ai, está, Will sempre chegando para acabar com a graça de todo mundo! Espero que tenham gostado e amei o fato de vocês lerem as baboseiras que eu digo aqui!



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“Mensagem enviada”

Oh Droga! Alguém me mate agora.

Droga de mensagem, agora Will vai achar definitivamente que eu estou traindo ele. Não que eu não esteja, já que sim, eu estou. Mas ele precisa mesmo saber disso? Eu não vejo motivo algum...

Afundei-me ainda mais na cadeira, talvez se eu ficar aqui escondida nesse corredor vazio do terceiro andar, sem ninguém a minha volta e sem fazer barulho, ele não ira me encontrar...

-Katie?

Deus, você não poderia ser melhor comigo. Virei-me de costas para fita-lo, Travis estava ali, parado me olhando com sua cara patética de que não se importa com nada. Vamos ver se ele não se importa com nada quando eu enfiar uma faca no coração dele.

-O que você quer?

Perguntei, voltando meus olhos para o celular em minhas mãos. Mas fui fatalmente interrompida quando ele segurou meu queixo e me fez fita-lo.

-Eu – ele beijou minha testa – tenho – meu nariz - um – uma das minhas bochechas – trabalho – a outra bochecha – para – minha boca – você.

Empurrei-o para longe de mim, fazendo apenas Travis rir.

-Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração.

Joguei minhas palavras nele, com fingido nojo. Já estava ficando cansada de todas as brincadeiras.

-Não sabia que gostava de Shakespeare.

Balancei minha cabeça em negativa.

-Não gosto.

Travis levantou uma sobrancelha, então sentou ao meu lado, com um pequeno sorriso.

-Gosto dessa Katie.

Então ele levantou a mão e fez uma pequena caricia em meus cabelos. Deixei um pequeno sorriso se formar em meus lábios. Prevendo que estava ficando mais apegada a ele do que deveria.

-Eu sabia que você estava me traindo, Katie. Mas com Travis? Meu melhor amigo?

Levantei no susto, quase jogando a mão de Travis contra a parede. Will estava na nossa frente, com o rosto vermelho. Travis se levantou como se nada estivesse acontecendo e colocou as mãos nos bolsos.

-Não! Não, Will! Não é o que você está pensando!

-Não acredito que você faria isso comigo Katie – ele logo se virou para Travis – Você não odiava ela?

Travis deu de ombros e levou o olhar para o corredor.

-Odeio.

-Está vendo? Ele me odeia.

Disse me aproximando de Will e colocando minhas mãos nos ombros dele.

-Vou perdoá-la – ele sorriu e passou a mão pelo meu cabelo – Por que eu sei que Travis nunca faria isso.

-Na verdade sim, nos beijamos seis vezes.

Arregalei os olhos e soltei Will, me virando para Travis.

-Foram cinco!

-Então realmente aconteceu? – Will perguntou incrédulo e eu tive vontade de me jogar do telhado.

-Não, Will não, ele está louco...

Travis levantou uma sobrancelha, então Will respirou fundo e tentou sorrir, formando uma careta atrapalhada.

-Vou desculpar vocês, mas que isso não aconteça novamente.

Sorri e me joguei nos braços dele, Will era um anjo.

- Mas eu não pedi desculpas.

Então foi assim, em um momento de total amor, alguém veio e atrapalhou.

-Travis! Não piora as coisas!

Repliquei, mas ele apenas deu de ombros. Will me deu um beijo na testa e se virou para continuar a caminhar.

-Eu tenho aula de geografia agora.

Suspirei aliviada e Travis sorriu malicioso, oh, eu não gosto desse sorriso. Ele veio até minha frente e roubou um beijo de meus lábios, me deixando vermelha.

-Seis.

Mordi minha bochecha para me controlar, se eu gritasse agora provavelmente ligariam para um zoológico dizendo que uma leoa estava a solta. Ou um unicórnio.

Revirei os olhos e me virei para o outro lado do corredor a procura de minhas amigas. Todas elas estavam na saída, faltando novamente, conversando entre si. Entranhei ao não ver Rachel e me perguntei se Thalia teria colocado o vídeo na internet.

-Então, meninas, o que vocês estão fazendo? – Perguntei enquanto sentava-me na mesa ao lado delas.

-Estudando para as provas – disse Silena sorrindo, ela realmente era a única responsável – Na verdade, não era o que vocês deveriam estar fazendo?

-Silena, isso é tão chato. Com certeza, ler sobre como aumentar o orgasmo é muito mais interessante e útil. Hum... Eu realmente preciso tentar esta posição com o Connor. Olhem isso! – Miranda disse mostrando a posição para mim e para Silena. Annabeth comia um pedaço de uma barra de chocolate como se estivesse em outro mundo.

-Ew, nós não precisamos saber disso Miranda – Silena disse – Agora, vou ficar lembrando-me disso quando vê-los.

Ri ao lado de Silena quando Miranda corou ao extremo e me virei para olhar novamente Annabeth, ela realmente parecia triste.

-Garotas. Eu pareço bonita?

Perguntou Rachel chegando ao nosso lado com um grande sorriso, pelo sorriso me aliviei ao ter certeza que nenhum vídeo de Annabeth foi parar na internet.

-Você parece tão fofa quanto Amy Adams em encantada. Ocasião especial? – Perguntou Miranda.

-Percy me chamou para ir ao cinema com ele.

-Percy chamou? – Perguntou Annabeth ficando tão pálida quanto uma boneca de porcelana.

-Sim... – Respondeu Rachel deixando escapar toda sua animação – Algum problema, Annie?

-Não, eu apenas não acho que ele seja o tipo de cara que gosta de uma garota que usa calçsa coloridas e blusas pintadas por ela mesma.

Cuidado Annabeth, o veneno está escorendo! Tive vontade de falar, mas apenas continuei calada. Annabeth levantou da mesa, pegou sua bolsa e saiu andando, deixando uma Rachel desistimulada para trás.

Depois de algum tempo peguei minhas coisas e sai voando para fora daquele colégio, em busca de uma carona para voltar para casa. Foi então que escutei o ronco de um motor, possivelmente de uma moto, me virei para fita-la, quando a moto praticamente me atropelou, nesse momento eu apenas pude ver duas coisas, ela devia ter acabado de sair da loja, pois estava lustrada e brilhosa, e segundo que seu dirigente era um rapaz loiro. Revirei os olhos e continuei a andar quando escutei novamente o ronco e a moto estava parada na minha frente, a poucos metros do meu pé.

Então ele tirou o capacete, revelando um Travis sorridente, ele passou a mão pelos cabelos e sorriu ainda mais para mim. Se todos os dentes dele caíssem, ele não sorria mais tanto assim.

-O que aconteceu com seu carro?

Ele abaixou a mão passando pelo lustroso metal negro.

-Essa coisinha me conquistou, peguei de um amigo.

Nem queria imaginar que amigo era esse.

-E?

-Você vai dar uma volta comigo.

Arregalei os olhos, impossibilitada de pegar uma pedra, jogar na cabeça dele e sair andando e assobiando.

Ele soltou um olhar ansioso, como se me implorasse que aceitasse seu convite. Voltei o olhar para a moto. Depois para ele. E para a moto novamente.

 - Tem certeza de que sabe dirigir essa coisa?

 Travis bufou, a resignação impregnava o gesto.

 - Não tem perigo nenhum, Katie. – ele respondeu como que pela milésima vez.

 - Mas e se isso cair com nós dois?

Minha mãe sempre disse que no dia que eu subisse em uma moto seria expulsa de casa.

 - Sou eu que vou dirigir e não você. – ele brincou.

 Fiz uma careta, mas fui até ele, pegando um dos capacetes e colocando na cabeça, logo subindo na moto.

 - Tem certeza de que isso é seguro?

Perguntei mais uma vez, mas ele apenas me ignorou e voltou a colocar seu capacete.

-Se segura.

Travis disse pronto para ligar a moto. Enlacei meus braços frouxamente ao corpo dele, como se eu não pudesse cair.

-Eu disse para se segurar, não encostar Katie.

Ele brigou, pegando meus braços e enlaçando fortemente a sua cintura, então ligou o carro e deu partida, logo estávamos nós dois pelas ruas de Austin, ele riu quando me segurei como se segurasse minha vida a ele, o vento batia no meu cabelo, o tornando uma coisa estranha que eu não sabia dar um nome.

Minutos depois senti a moto desacelerar, aos poucos logo foi parando e quando eu finalmente tive coragem de abrir meus olhos, estávamos na frente de um grande lago, grande, muito grande mesmo.

-Pode me soltar agora Katie.

Disse Travis rindo maliciosamente, rapidamente tirei minhas mãos de sua cintura e desci da moto. Ele se preparou para sair e tirou sua jaqueta, colocando no banco da moto.

-Que tal dar um mergulho?

A água era cristalina e embaixo dos meus pés eu podia sentir a terra fofa, mesmo estando calçada. Olhei para Travis um tanto confusa.

-Não trouxe um biquíni.

Reclamei, mesmo que minha vontade de pular naquela água fosse imensa, em Seattle havia um grande lago e geralmente eu ia para lá nos domingos com minha família, passar algum tempo sem essa tradição já me fazia ter vontade de voltar para casa.

-Só temos nós aqui Katie, ninguém vem até essa parte do lago.

Pisquei meus olhos tentando não entender a insinuação em sua voz, Travis se afastou de mim, tirou a blusa e a calça, ficando apenas com uma samba azul marinho, corei ao extremo, mesmo já tendo visto Travis apenas de calção na festa da piscina algumas semanas atrás. Vendo como eu continuava parada olhando para ele, Travis sorriu malicioso e veio até mim.

-Qual o problema Katie? Apenas tire suas roupas – dei dois passos para trás quando ele tentou se aproximar ainda mais – Ou eu deveria tirá-las para você?

-Seu pervertido!

O próximo som foi de um tapa, bati na cara de Travis o fazendo levantar uma sobrancelha, com a mesma cara de “quem essa garota pensa que é?”.

-Me leve para casa.

Pedi cruzando os braços e tentando não pensar que ele estava apenas em uma samba canção.

-Você quer ir para casa? – assenti – Eu vou te levar para casa... Mas não antes de te levar para o lago.

No momento seguinte eu estava jogada nas costas dele como um saco de batatas. Bati nele instintivamente, mas bem, eu freqüentava o clube de teatro, não de boxe, então minha força não foi muito além.

Sabia que ele ia tentar me matar afogada, então quando ele me jogou na água apenas nadei para longe dele e voltei para a terra fofa, bem longe da água. Esperei ele voltar e vestir suas roupas e coloquei o capacete da moto, esperando voltarmos para casa.

-Como você é estraga prazeres, senhorita sem coração.

Revirei os olhos e apenas subi na moto, logo estávamos voltando em alta velocidade para a estrada. Fiquei surpresa quando Travis foi diminuindo a velocidade, ele costumava sempre andar o mais rápido possível para me irritar, bom, ele deve estar me ouvindo pela primeira vez e esteja evitando uma morte trágica e sangrenta.

Talvez eu esteja completamente errada, por que a velocidade está ficando tão baixa que espero que nada esteja acontecendo de errado.

-Você ingeriu alguma droga essa manhã, seu estúpido? – Perguntei levantando o vidro do capacete.

-Não... Nós ficamos sem gasolina.

-Você só pode estar de brincadeira.

Brincadeira por brincadeira, a moto já havia parado e melhor ainda, no meio do nada. Espero que pelo menos ele saia onde estamos.

-Você não viu a luzinha indicando que a reserva de gasolina estava acabando?

Ele deu de ombros saindo de cima da moto, segui seu movimento.

-Eu achei a luzinha tão legal, não achei que faria mal deixá-la lá.

Certo, ele estava brincando comigo.

-Fez muito mal – Eu reclamei passando as mãos por cima da minha calça – Onde será que estamos?

Ele olhou em volta, então pegou o celular.

-Sem sinal. É, deve ter um posto de gasolina por aqui.

Travis passou a mão pelos cabelos e eu me sentei na encosta, colocando a cabeça entre as mãos.

-Você não sabe onde estamos, não é?

Sem resposta. Levantei a cabeça para obrigá-lo a me responder, mas Travis já caminhava para longe de mim.

-PARA ONDE VOCÊ VAI? ESTÁ ME DEIXANDO SOZINHA?

Perguntei correndo até ele, Travis me olhou de soslaio e soltou um sorrinho sarcástico.

-Você não espera que a moto ande com a força do pensamento, espera?

É, eu esperava. Cruzei os braços e continuamos a caminhar quando minha barriga roncou, Travis me olhou estranhamente, mas eu apenas ignorei e passei a mão por ela.

-Estou com tanta fome, acho que vou começar a ver tudo em forma de comida agora.

Ele riu, então pôs a mão no bolso e me jogou alguma coisa, olhei para minha mão e sorri ao perceber uma Roll Tootsie, tirei a embalagem e joguei na minha boca.

-Como você é mal educada, Gardner.

-Obrigada – Falei enquanto mastigava, Travis não me respondeu e apenas continuou a andar – Ei, você deveria disser “de nada”.

Ele deu de ombros.

-Por quê? Você vai ter que me pagar mais tarde, que tal uma secção de dança sensual no meu quarto?

Arregalei os olhos e bati nele.

-Seu pervertido, o que...

Escutei um riso e Travis estava me abraçando de lado, com seu sorriso brincalhão. Até eu poderia considerar que era divertido estar com ele. O que? Pare de pensar coisas estúpidas Katie, sem coisas estúpidas.

-Eu só estava brincando, Katie.

E por ultimo, um sorriso apareceu em meu rosto.

“Você me fez reconhecer o inferno que existe dentro de mim. Eu peço a Deus que esteja falando metaforicamente”

A girl like you – Edwyn Collins


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Eu fiquei meio abalada com esse capitulo, sabe? Por que uma coisa realmente está chegando ao fim nessa historia, e eu acho que vocês sabem. Morro de medo de motos! Tanto quanto a Katie e vocês?