Tom

Cheguei em casa já eram quase dez da noite. A casa estava totalmente escura, é lógico que estranhei, afinal ninguém aqui dorme cedo mesmo.

Fui até a cozinha para ver se encontrava alguma coisa, talvez algum bilhete avisando que tinham saído, ou algo do gênero. Assim que acendi a luz levei um tremendo susto. Meu pai e minha madrasta estavam bem no meio da sala de jantar me gritando parabéns.

-Parabéns filho-meu pai foi o primeiro a se declarar –tudo de bom pra você nesse dia!

-Obrigado pai, sinceramente- eu disse logo sendo envolvido nos braços de minha madrasta

-Parabéns meu anjo, tudo de bom para você, que todos os seus sonhos se realizem, e que você encontre um amor que encha seu coração de alegria!

-Agradeço imensamente Melissa, e pelo que vejo vocês fizeram um bolo pra mim?

-Sim meu pequeno, é o seu favorito, de chocolate com cereja – ela disse com os olhos brilhando. Realmente era o meu favorito.

Melissa era uma verdadeira mãe pra mim. Eu sabia que sempre que quisesse podia contar com ela, que era uma pessoa na qual confiava imensamente. Apesar de termos, praticamente a mesma idade. Sim, melissa era apenas 1 ano mais velha do que eu. Mais o importante é que ela amava meu pai, e o fazia feliz.

Comemos um pedaço de bolo, e resolvi ir me deitar, pois o dia de amanhã iria ser bem agitado. Não tinha mudado minha decisão, e nem iria. A única pessoa que precisaria e queria pensar era Claudia.

“Se essa maquina realmente funcionar...será um sonho que se tornou realidade, porque, eu já imaginei tantas vezes como seria viajar no tempo. Deve realmente ser incrível.”

Com esse pensamento em mente, peguei no sono facilmente. Não tive sonhos essa noite, o que era, digamos, raro de se acontecer.

No dia seguinte, acordei, e ainda de olhos fechados espreguicei meu corpo, escutando cada ligação entre meus ossos estalarem. Abri os olhos e encarei o teto branco, logo em seguida olhando para o relógio que se encontrava ao lado da minha cama. Eram 7 da manhã, tinha que levantar logo, afinal tinha combinado de encontrar os outros logo de manhã no bar perto de casa.

Após um banho rápido, desci as escadas encontrando tudo em um silencio reconfortante. Todos deviam estar dormindo ainda, claro, ninguém nunca levanta cedo num sábado. Ainda mais num sábado de uma manhã inverno.

Sai de casa com minha jaqueta de couro e luvas nas mãos, o dia estava com um vento cortante que gelava o meu rosto e dificultava minha respiração.

Cheguei no bar, e Gustav já estava a minha espera.

-Bom dia Gu- o cumprimentei com um aperto de mão

-Bom dia Tom, ansioso com a viagem?

-Acho que esta bem obvio em minha cara que sim, não é mesmo?

-É, só um pouco - disse com um ar divertido em sua voz – Olha la, a Claudia ta chegando.

-Bom dia rapazes, esta bem frio hoje não?-disse ela enquanto cumprimentava cada um de nós com um abraço

-Bom dia Clau – dissemos eu e Gustav ao mesmo tempo

-Bem, é o seguinte homens da minha vida, eu decidi o que...vou com vocês - terminou a frase com o sorriso mais doce do mundo.

-Eu te amo sabia?

-Claro que sei Tom, você diz isso sempre que faço algo que você gosta. Bem, então...Vamos logo fazer essa viagem.

Saímos dali e fomos diretamente até a casa de Gustav. Chegando la, ele nos levou até o porão, que era o lugar que ele utilizava de oficina.

A tal maquina do tempo que ele tinha construído, era bem grande, devia ter quase dois metros de altura, e olhando de algum ângulo em específico lembrava minimamente uma geladeira.

-Bem pessoal, ta ai...todo mundo pra dentro da maquina e....

-Espera Gust, a gente tem que ver ainda para que ano vamos- Interrompeu Claudia. Ela tinha razão, precisávamos decidir quanto tempo no futuro viajaríamos.

-Ta bom, tom, por que você não decide? Você era quem mais queria fazer isso. Decida você.

-OK, já que insistem não é. Bem eu... Já sei, vamos viajar 50 anos no futuro.

-Como é que é??- perguntou Gustav um tanto exaltado

-É isso ai, você disse que eu podia escolher, e é isso que eu escolho. 50 anos a frente do nosso. Vamos para o ano de 2011, e eu não estou nem ai para o que vamos encontrar la.

-Ta mais, cara, que urgência todo é essa de querer ir justamente para esse ano em específico?

-Eu também não sei Gu, mais é alguma coisa que esta me dizendo para irmos pra esse ano, e estou sentindo que o que vamos encontrar la, ira mudar totalmente a minha vida. Mas nem imagino o que seja.

-bem, então o que estamos esperando ein? Vamos logo para 2011, liga essa maquina logo Gust, e vamos viajar.