Herdeiros escrita por Queen of Hearts


Capítulo 27
Astória Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoal! Olha só quem está de volta depois de anos sem postar o/
Bom, mas antes que me matem, tenho a dizer que dessa vez irei escrever Herdeiros até o fim e realmente sinto muito por ter demorado tanto. Tive alguns problemas, mas nada extraordinário e já voltei a ativa. Espero que ainda sem lembrem da fanfic (e de mim), mas de qualquer forma, aproveitem o capítulo. Bye.



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Não havia ninguém nos corredores quando com um estalo, Erin correu em direção às escadas. Atrás dela, mais três estalos ecoaram pelo local, seguidos de uma luz vermelha que cortou-lhe a face. Eles são rápidos, pensou. Contudo, seus feitiços eram mais ágeis. Virando-se para trás, apontou para o telhado e gritou:

— Bombarda Maxima!

Um buraco se abriu no teto, e a mulher observou sorrindo o reboco cair em direção ao chão. Havia agora uma muralha de entulho no meio do corredor onde de um lado, estavam os três homens e do outro, ela. Ouviu alguém gritar do outro lado, mas antes que percebesse, já corria para o andar de baixo.

Mendel estava lá, e seus capangas também, mas felizmente não estavam sós. Próximos ao balcão, amarrados em círculo, três jovens permaneciam imóveis com as mãos nas costas. Erin percebeu que os garotos pareciam petrificados e se agachou para observá-los. Sorriu, eles não estavam inconscientes e sabiam que ela estava ali — seus olhos demonstravam isso —, mas não pareciam com medo. Então, como a psicopata bruxa que era, resolveu lhes assustar, mas alguém apareceu e segurou seu ombro.

— Não Erin.

— Por que? — irritou-se, virando-se para a outra.

Ao perceber quem era, levantou-se e sorriu cinicamente.

— Olá irmã.

Amélia ignorou-a e a afastou de perto dos três jovens, puxando-lhe pelo braço. Erin cravou os pés no chão, puxando de volta o braço da irmã. Quando Amélia se virou irritada, Erin sorriu e a empurrou para trás, indo para o lado de Mendel. A velha professora rangeu os dentes, nem seus odiosos alunos eram tão irritantes quanto sua irmã. Mendel falou:

— Vejo que já estão aqui, mas antes, gostaria de lhes fazer uma pergunta — olhou para a garota pálida e de cabelos negros ao seu lado. — Não acham que está faltando alguém?

Todos se calaram. Sim, faltava alguém e ela era o motivo deles estarem ali. A ruiva havia escapado dos encapuzados quando um loiro empurrou-a para trás e correu para fora, junto dos outros dois. Os homens os seguiram, e a garota permaneceu no beco, em choque. Mas não ficou por muito tempo e arrastando-se para fora, saiu dali.

Vendo que nenhuma das pessoas ali respondia, Mendel parou e sorriu para todos. Ele não estava feliz e menos ainda satisfeito, mas sua forma de se irritar era diferente dos outros e quando o bruxo olhou na direção de um homem baixo e de aparência forte, seus servos prenderam a respiração. O silvo havia voltado e um som horrível saía de sua boca. Erin sorria também e Lisa apesar de ter se acostumado com isso desde criança, sentia vontade de correr dali. Contudo, não demorou muito, ele tinha sido rápido dessa vez e as duas bruxas viram quando o corpo do homem caiu no chão. O bruxo voltou a falar:

— Escutem! Tragam a Weasley aqui e eu os recompensarei, mas quem falhar... — olhou para o corpo no chão. — Fará companhia ao nosso amigo aqui.

Concordaram e antes que Mendel pudesse falar mais alguma coisa, todos já saíam em direção à porta do bar. Na verdade, ninguém gostaria de fazer companhia ao ex-colega e lembraram que aquele no chão era o responsável por deixar a garota Weasley fugir. Se apressaram, eles não cometeriam o mesmo erro.

~~XX~~

— Amy! — chamou uma ruiva, tentando acompanhar o passo da outra. — Espere!

— Vamos, ele está tentando lhe matar.

— Mas...

— Rápido Rose!

A garota correu, ou pelo menos tentou fazer algo parecido — seu tornozelo não havia se curado — indo em direção a uma casa no final da rua. O lugar onde estavam era frio e pedregoso e havia várias casas ao redor. Rose percebeu que ninguém saía delas e sentiu um arrepio na espinha quando notou a sombra de uma mulher olhando-a pela janela.

— Que lugar é esse? — perguntou a Amy.

— Little Hangleton.

— O que? — estancou, olhando para as casas que iam diminuindo até próximo de uma enorme mansão.

— Escute, não temos muito tempo. Continue andando — disse Amy virando-se para trás, mas logo voltando a correr.

A ruiva obedeceu e viu um gato passar perto de si. Ao chegarem próximas a mansão, observou um velho lhe encarar. Ele era o único em toda a rua, e seus olhos estavam fixos no rosto de Rose. A garota olhou para Amy, mas o velho parecia não vê-la e apressando o passo, correu em direção à mansão.

— Mas o que é isso? — sussurrou ao chegar perto Amy. — Ele não pode lhe ver?

— Não, ele não é um usuário — respondeu a mulher, explodindo as correntes da mansão.

— Isso é invasão!

— Shh! É por uma boa causa — disse e as duas entraram na mansão.

Não havia ninguém, como esperado de Amy. Draco Malfoy havia ido atrás de Mendel e o último lugar que o velho bruxo pensaria em visitar seria a casa do mesmo. Após destruir a fechadura da frente, a mulher empurrou Rose para dentro e selou a porta. A garota rumou para o sofá, seu tornozelo pareceu piorar terrivelmente. Amy, ao ver a ruiva, sentou-se ao seu lado e passou a mão pelo o corte em seu pé. Outro se abriu no seu e a mulher se levantou mancando.

— Amy! — gritou Rose.

— Está tudo bem. Espere só mais um pouco e irei curar seu tornozelo.

— Não! Você vai se machucar.

Amy sorriu e seus olhos pareceram brilhar mais que o normal. Andando lentamente até uma cômoda, ela pegou um porta-retratos de uma mulher loira e a observou atentamente. Depois o colocou de volta e se virou para Rose.

— Não se preocupe, não posso me machucar. Já estou morta.

Rose calou-se e o sorriso de Amy vacilou. Viu quando a garota abaixou a cabeça, procurando esconder o rosto. Ela tinha descoberto.

— Sim, não sou humana Rose. Sou apenas uma forma semi-corpórea.

— Eu não tenho a pedra — sussurrou a ruiva.

— Você tem. Olhe de novo.

A ruiva arregalou os olhos e sentiu uma queimação no pescoço. Colocando a mão por dentro da blusa, retirou de lá um colar em formato de sol.

— Como? — perguntou paralisada.

— Eu a quebrei, transformando no colar que Molly deu a você. Uma vez quebrada, magia não pode consertá-la.

— Então é por isso que Scorpius...

— Sim — sorriu e olhou de esguelha para a garota. — Ele também pode me ver.

Rose levantou a cabeça e observou a mulher em sua frente. Ela era pálida e branca como um fantasma — bem, talvez fosse um — e os únicos contrastes eram seus cabelos e o batom vermelho. Porém, não era uma presença viva, Rose podia sentir isso.

Segurando o tornozelo dolorido, a jovem se levantou e andou até Amy. A mulher caminhou preocupada e abriu os braços para amparar a ruiva, mas Rose a abraçou. Ela estava chorando, Amy podia ouvir seus grunhidos e quando a ruiva se separou, seu tornozelo estava curado. A garota se assustou e a mulher observou-lhe sorrindo, seus olhos brilhantes como nunca.

— Venha, sente-se aqui — disse Amy, apontando para o lugar ao seu lado. — Estamos esperando alguém.

— Quem? — perguntou a ruiva se sentando.

— Hermione Weasley.

A garota sorriu ao ouvir o nome da mãe, ela realmente queria Hermione ali. Estava com medo, estava deprimida e precisava de uma mãe. Dava graças aos céus por Amy tê-la encontrado quando corria desesperada pelas ruas de Hogsmeade. Agora, era só esperar sua próxima salvadora.

~~XX~~

— Traga-o aqui — ordenou Mendel, apontando para um dos jovens petrificados.

Agnus obedeceu e junto de Amélia, arrastaram o garoto loiro até um dos bancos da taberna. Enquanto andavam, os dois bruxos observavam o rosto de Scorpius e chegaram a se perguntar se aquele era realmente o herdeiro. Quando enfim colocaram-no sentado, afastaram-se, dando espaço para Mendel e as duas bruxas o observarem. O garoto estava paralisado, mas seus olhos pareciam revoltos. Sua respiração saía como fumaça de sua boca e seu peito subia e descia por debaixo da blusa. Mendel sorriu.

— Ora, se não é meu querido sobrinho! — e esticou o rosto em uma gargalhada macabra.

O jovem o olhou e os outros observaram quando seus olhos tornaram-se escuros. Ele não se mexia, mas parecia está se esforçando ao máximo para se livrar do feitiço que Agnus havia lhe lançado. Meldel deliciou-se com seu esforço e segurando a cabeça do garoto com as duas mãos, sussurrou:

— Sim, eu não sou seu tio.

As luzes se apagaram. Todo o estabelecimento estava agora imerso na escuridão. Lisa gritou ao lado do loiro, afinal o Cabeça de Javali já era assustador o suficiente durante a manhã. Mendel a mandou ficar quieta e pronunciando “Lumus”, fez as luzes retornarem aos seus lugares. Em seguida, mandou os servos saírem para que ele pudesse ficar a sós com Scorpius. Após a porta ser fechada com um estrondo, o bruxo se virou novamente para o jovem.

— Belo truque, mas covenhamos que lhe ensinei coisa melhor.

O loiro não se moveu e a única coisa que parecia viva em seu corpo eram seus olhos. Mendel o rodeou, retirando algo de dentro da capa – uma foto.

— Se lembra dela? — perguntou, apontando para a mulher na foto. Seu sorriso cada vez maior.

Scorpius oscilou e Mendel notou o feitiço se desfazendo aos poucos. O bruxo retirou outra foto e dessa vez era um homem, mas o loiro não o conhecia. Seus olhos ainda estavam na outra foto.

— Oh, parece que você quer começar por essa aqui? — disse o bruxo, levantando a imagem da mulher. — Como desejar, meu lorde.

Mendel puxou um dos bancos da taberna e se sentou em frente à Scorpius. Observou o garoto ir ganhando os movimentos e se certificou das cordas estarem bem amarradas em seus pulsos.

— Bem, essa é sua mãe — disse e apontou com indiferença para a primeira foto. — Sim, a mulher a qual eu matei. Mas não se preocupe, não a matei sem um motivo, não sou tão ruim.

Sorriu novamente e Scorpius oscilou com a menção do “matei”.

— A verdade é que sua mãe era uma péssima influência para você. Ela sabia sobre a história do herdeiro e sabia que eu estava atrás de você. Então criou uma cena e arrastou o inútil do Malfoy para a casa em Little Hangleton. Pensou estar a salvo lá, escondida em um vilarejo trouxa. Como você sabe, não funcionou e eu a matei quando me viu indo em direção ao seu quarto. Tocante, não?

“Quando você a encontrou, ela já estava morta e obriguei-me a sair dali quando vi seu pai. Ele estava sozinho, mas em breve todo o ministério estaria ali. Depois que saí, procurei outra oportunidade, mas após aparecer em todas as manchetes, mudei o plano e esperei-o ir para Hogwarts. Seria mais fácil quando você estivesse grande o suficiente para ir atrás de mim por conta própria. Bem, parece que eu estava certo.”

O feitiço se desfez e Mendel observou o garoto olhando-o com um misto de surpresa e raiva. Ele lhe sorriu e Scorpius tentou se levantar do banco, mas se desequilibrou e caiu no chão. Mendel o levantou pelos braços e o colocou de volta no banco, o garoto o xingava, e o bruxo o viu tentando se libertar do nó em suas costas.

— Fique quieto ou irá se machucar.

— Vá para o inferno! — bradou o loiro e seu rosto adquiriu uma expressão rebelde.

— Como quiser — e se levantou, andando em direção aos garotos petrificados.

Os outros dois pareciam estar aterrorizados e oscilaram quando Mendel se abaixou para olhá-los. Seus feitiços não haviam se desfeitos — como o de Scorpius — e seus olhos pareciam se arregalar a medida que o homem aproximava a mão de seus rostos. Scorpius o viu apontar a varinha para eles e gritou:

— Não! Eles não!

Mendel se afastou, notando um dos petrificados fechar os olhos. Evelyn estava chorando e pela sua expressão, realmente daria tudo para sair dali. Quando o bruxo retornou, Scorpius falou novamente:

— Continue a história.

Sorrindo, Mendel se dirigiu a segunda foto.

~~XX~~

— Ei, Hugo! É realmente aqui? — perguntou uma ruiva para o primo ao seu lado.

— Não sei, consegue ver a placa? — respondeu o garoto, espremendo os olhos no escuro.

Lílian andou para frente e procurou, quando sentiu o joelho bater em algo, fez uma careta:

— Ai!

— O que foi?

— Acho que encontrei a placa — disse, passando a mão no joelho.

— Mas se a placa está aqui, onde está o portão?

A garota procurou novamente. Ela não conseguia ver nada no escuro, mesmo que sua varinha estivesse produzindo uma bolha de luz. Segundo eles, o portão de Hogwarts era preto e suas grades torciam-se em espirais. Ao seu lado, havia duas gárgulas e a estrada normalmente era iluminada, mas os encapuzados pareciam ter feito um ótimo trabalho em destruí-la.

— Se chamarmos, será que alguém irá vir? — perguntou Hugo, olhando esperançoso para a construção enorme acima de suas cabeças.

— O castelo fica a metros de distância, como alguém irá nos ouvir? — bradou Lílian, olhando chateada para o mesmo lugar que o primo.

Hugo se calou e os dois podiam jurar que ouviram o som de algo se aproximando. Um passo, dois, um gigante e Hagrid estava em sua frente. Os primos o olharam boquiabertos, mas antes que um deles pudesse falar algo, Hagrid reclamou.

— Demoraram.

E abriu os portões para os dois ruivos.

— Como sabia que estávamos aqui, Hagrid? — começou Hugo, correndo atrás do gigante e olhando para trás.

— Alguém me avisou que dois ruivos estavam andando perdidos por aí.

— Quem? — perguntou curioso.

— Segredo.

Hugo fez uma careta, e quando Lílian notou suas orelhas começarem a ficar vermelhas, deu um sorrisinho e correu atrás dos dois. Hugo era realmente lento para entender as coisas, principalmente se o gigante em questão estivesse blefando.

Ao chegarem no salão principal, os três observaram o caos que o mesmo estava. Havia jovens correndo, garotas chorando e McGonagall mais branca que o normal. Parecia que muitos ainda estavam em Hogsmeade e seus parentes queriam a todo custo buscá-los. No momento que os viu, a diretora saiu em sua direção.

— Enfim chegaram. Onde estão os outros? — perguntou, olhando para Hugo que encolheu.

— N-Não estão com a gente.

A mulher parecia ter agora virando um fantasma. Lílian olhou para os lados e viu Tiago sentado em sua mesa. Ele não estava sorrindo — coisa que sempre acontecia — e segurava a cabeça com força. A garota se aproximou, vendo o jovem se levantar. Ao ver Lílian, Tiago correu e a abraçou. Hugo permaneceu atrás com McGonagall, ele parecia ter descoberto algo.

— Tiago, onde está Alvo? — perguntou a ruiva.

— Não sei, Lílian — respondeu baixo o outro.

Lílian o encarou e em seguida, olhou para os lados. Alvo não estava lá, nem Rose ou sequer Evelyn e Scorpius. A garota arregalou os olhos e se afastou do irmão. Ela andava em direção a mesa da grifinória, não sabia porque, mas precisava se sentar ou cairia.

— Lílian! — alguém chamou.

A ruiva se virou para trás e viu uma figura loira tampar-lhe a visão. Lara a abraçava e parecia ser a única sorrindo no salão. Lílian a abraçou de volta e viu Jonh logo atrás.

— Quem bom a ver bem! — exclamou a loira, olhando atrás do ombro da ruiva. — Onde está Rose e os outros?

A ruiva não respondeu, e Jonh a observou. Lara ainda não havia percebido e continuava a sorrir para os dois.

— Venha Lara, ela precisa descansar — disse o moreno, arrastando a loira dali.

A garota concordou e deixou Lílian sozinha para trás. Hugo veio logo depois se sentar ao seu lado. Ele parecia estar irritado e sua expressão era totalmente preocupada. Quando enfim resolveram falar algo, McGonagall rumou até a mesa dos professores e chamou a atenção de todos.

— Ouçam-me! Não saiam dos limites do castelo, não sabemos até quando Mendel permanecerá em Hogsmeade e nem o que ele está procurando. Os aurores já foram chamados e irão procurar por seus parentes perdidos. Novamente, não tentem sair daqui.

Os alunos reclamaram, e os dois ruivos deslizaram no banco, deprimidos. Porém, antes que McGonagall pudesse terminar, os garotos perceberam algo de estranho em sua expressão e a viram largar o pano que segurava. Ela havia se sentado em uma cadeira e olhava atônita para eles. Os primos não estavam entendendo, mas quando as palavras saíram de sua boca, Lílian entendeu.

Onde estava Jonh?


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Notas finais do capítulo

Comentem e me digam o que acharam.
Lembrando, a história já está no final e a continuação sairá ainda essa semana.
Beijos.



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