Herdeiros escrita por Queen of Hearts
Notas iniciais do capítulo
Gente, essa é a primeira fanfic que posto no Nyah.
Espero que gostem e me digam o que acharam.
Little Hangleton
“Então, o que achou de lá?” perguntou um loiro sorridente correndo pela calçada e ao redor do irmão mais novo.
“Um pouco escuro e... assustador também.”
“Só isso?” se surpreendeu o mais velho.
“Acho que sim” falou o menor.
Percebendo a hesitação do irmão, o loiro parou e olhou de esguelha para ele, curioso, mas não demorou muito para que desse um sorriso e jogasse os braços para cima, cruzando-os atrás da cabeça. O menor olhou-o também, mas ele apenas disse:
“Como todos os outros você disse a mesma coisa, irmão. Um dia também gostaria de conhecer esse lugar tão assustador.” dizia descruzando os braços e girando até ficar de frente para o garotinho. “Soube que lá mora uma família sangue-puro. Local mais estranho para uma família rica morar, não?”
O pequeno acenou com a cabeça. O loiro então correu e foi para perto dos pais. O mais novo saiu em seu encalço.
Afastado dali, no jardim de uma enorme mansão ao final do povoado, havia um outro loiro, contudo esse não possuía um rosto tão sorridente. O garoto era concentrado como uma ave de rapina e a comparação encaixava-se ainda mais se soubesse que ele estava sobre uma vassoura a vinte palmos do chão. Acima dele havia um homem alto, loiro como ele, que também estava sobre uma vassoura e bloqueava o aro de quadribol. O garoto ao vê-lo, lançou-lhe uma goles, mas foi bloqueado. Então tentou novamente, errando outra vez e logo depois em seguida até que a goles passou raspando no ombro do homem, entrando pelo aro.
Houve uma comemoração instantânea, e o loiro mais velho logo lhe deu um sorriso. Seu rosto transbordava orgulho e vendo o pai, o menor sorriu de volta – lembrava agora o outro loirinho. Mas seu sorriso não durou muito. Quando olhou novamente para o pai, teve um vislumbre de algo vermelho e pensou ter visto alguma coisa logo acima da cabeça do mesmo. Alguns minutos depois e se deu do que era, mas infelizmente aquela cena já havia lhe invadido à mente:
— Ah! Mamãe, posso entrar? — perguntou um garotinho de aproximadamente cinco anos adentrando o quarto de uma luxuosa mansão.
Não houve resposta e o garotinho cogitou a hipótese de que talvez sua mãe estivesse ocupada demais para atendê-lo.
— Ei, mamãe a senhora está aqui? Papai mandou-me falar com você — pediu novamente, espichando o pescoço para dentro do quarto.
O lugar continuava em silêncio, então o menino entrou e sobre a ponta dos pés, fechou a porta atrás de si.
— Mamãe, pode me ouvir? Sou eu, Scorpius. Vim vê-la.
Nenhum sinal de uma mulher loira e sorridente vindo lhe abraçar. Uma expressão de choro estampou-lhe o rosto. Sua mãe não era assim, ela sempre estava lá quando ele precisava. Scorpius não gostava de pensar que sua mãe sumira.
— Mamãe? — chamou uma última vez.
O quarto tornou-se pequeno e claustrofóbico e o garoto foi aproximando-se cada vez mais da cama da mãe. Ao chegar perto o suficiente, pôde sentir um líquido quente escorrendo pelos pés. Olhou para o chão e viu sangue, sangue esse que vinha do lado direito da cama. Chocado ao ver tal cena, continuou andando até ver de onde vinha o líquido vermelho. Uma mão branca foi a primeira coisa a aparecer no campo de visão do garoto e logo depois fios dourados começaram a surgir. Exatamente cinco segundos depois de chegar ao outro lado da cama e um corpo inteiro ocupava a visão do menino. Uma fina e solitária lágrima escorreu pelo seu rosto, amarga e contava-lhe calmamente que uma tragédia havia acontecido. Então uma palavra nada mais do que um sussurro saiu da boca do garoto.
— Mamãe...
Por ser só uma criança, ele sentiu todo o impacto e mais um pouco, fazendo nada mais do que sentar no chão e chorar desesperadamente até seu rosto alvo torna-se rubro. Com as mãos no rosto, esperou até que alguém aparecesse e o tirasse dali e em nenhum momento, ousou olhar para a mãe novamente. Até que um estrondo fez com que ele levantasse a cabeça e visse pela primeira vez, desde que se lembrava, os olhos de seu pai encherem-se de lágrimas.
O homem loiro parado na porta com a boca sangrando, olhou para o estado do filho e aproximou-se vagarosamente, abraçando-o em seguida. Viu o pequeno garotinho afundar a cabeça no seu pescoço e voltar a chorar. Ele passou a mão levemente trêmula nos cabelos do filho e sussurrou:
— Estou aqui, seu pai está aqui filho. Nada acontecerá com você. Sua mãe era uma boa pessoa, mas eu estou aqui — sua boca tremeu. —, estou aqui...
— Ela vai voltar, papai? A mamãe? Ela vai voltar para me buscar? — perguntou o loirinho olhando para o pai cheio de esperança.
Draco não respondeu, mas seu peito havia começado a doer. Ele abraçou novamente o filho e chorou como uma criança pequena. Várias lágrimas caíram de seus olhos e molharam o pijama do filho. Scorpius, entretanto, havia parado de chorar, seus olhos tornaram-se sem cor e como se tivesse levado um segundo choque, observou novamente o corpo sem vida da mãe.
Dois anos mais tarde...
— Bom dia, Malfoy! — cumprimentou um homem alto, de cabelos negros e olhos da mesma cor parado em frente à porta da luxuosa mansão.
— Bom dia Reitor, entre — exclamou Draco afastando-se para o homem passar.
— Malfoy, tenho informações importantes para dar-lhes. Acho que descobrimos quem é o assassino de Astória.
Draco estancou ao ouvir suas palavras. Depois de tanto tempo procurando o assassino de sua esposa, Reitor estava ali falando para ele que finalmente havia o identificado. Ele olhou para o alto da escada de sua casa a procura de alguém, mas esse alguém não estava lá ou pelo menos ele achava que não havia ninguém lá. O que ele não sabia era que um garoto loiro com seus sete anos de idade estava agachado escondido atrás de uma pilastra ouvindo tudo atentamente.
— Que ótimo, Reitor! — falou Draco um tanto animado. — Vamos para o meu escritório e lá eu quero saber tudo sobre o criminoso que assassinou minha mulher!
— Como quiser, Draco! — exclamou Reitor sorrindo.
Eles saíram da sala de estar e foram em direção a uma porta branca atrás de uma estante, onde se encontrava o escritório de Malfoy e depois que eles entraram no escritório, Scorpius saiu de trás da pilastra e correu para lá também. Ao chegar à porta, ele retirou um par de orelhas extensíveis que havia comprado no beco diagonal sem o pai saber e colocou-as na porta e em seu ouvido. Dessa forma, ele podia ouvir toda a conversa entre Reitor e seu pai.
— Então bom homem, como descobriram o paradeiro do assassino?
— Bem, foi até uma coincidência. Nós estávamos fazendo um trabalho em um povoado perto daqui quando vimos uma mulher correndo e gritando por uma estrada, vindo até nós. Percebemos que ela era uma bruxa, pois estava com uma varinha de mogno. A interceptamos, perguntamos o que estava acontecendo e ela disse que um bruxo maligno estava atacando o povoado onde morava. Fomos até o povoado e ao chegarmos lá, presenciamos um incêndio, além da cena repugnante em que vários encapuzados jogavam feitiços sobre os moradores. Eles usavam máscaras...
— Como comensais da morte? — perguntou Draco e um frio percorreu-lhe à espinha. Não podia ser verdade que os comensais haviam voltado, Voldemort estava morto, então como poderia ser verdade?
— Sim. Como comensais da morte, só que estes usavam máscaras diferentes e nas luvas pretas que eles vestiam, se encontrava um grande "S" verde estampado.
— Um "S" verde? Não me lembro disso nos tempos em que fui comensal da morte.
— Bom, nós também não nos lembramos. Talvez eles não sejam comensais, talvez sejam outro tipo de bruxos malignos.
— Que infelicidade! — bradou o loiro. — Então teremos que enfrentar outro louco tentando dominar o mundo bruxo?
— Sinto lhe informar, mas parece que sim e creio que foi esse bruxo que matou sua mulher. Nós encontramos as pegadas dele depois que o ataque no povoado cessou e comparamos com as que tinham em seu quarto, no dia que sua mulher morreu. É da mesma pessoa.
— E quem é o assassino? Qual o nome dele?
— Mendel.
— Mendel? Mas que nome é esse?.
— Ele tem um nome de origem antiga e pelo visto é sangue-puro e cultua os mesmo costumes que Voldemort.
— Ou seja, matar nascidos-trouxas e trouxas.
— Exato, mais ele também vem fazendo coisas estranhas — continuou Reitor — contudo, nós ainda não descobrimos o significado por trás disso. Um dos mistérios de Mendel é o "S" que ele tem estampado nas luvas.
— Sim, é estranho, mas não esperava menos do bruxo que matou Astória sem um motivo aparente — disse Draco, fechando os punhos.
— Sinto por você, meu bom amigo — aproximou-se Reitor e deu um tapinha amigável em suas costas.
— Obrigada, mas não sinta pena de mim — afastou-se —, será melhor ter pena dele quando eu o encontrar!
E sua expressão se fechou.
Scorpius que estava atrás da porta, escondido, sentia uma raiva que lhe ultrapassava os limites e retirando rapidamente as orelhas extensíveis da porta, correu escada acima para seu quarto. “Seja quem for esse tal de Mendel” pensou, “ele irá pagar por ter matado minha mãe e se dependesse de mim, o pagamento não seria tão simples.”
— Mamãe... — sussurrou o loiro, parado a dez metros do chão enquanto seu pai o chamava.
— Scorpius, filho, muito bom. Se continuar assim será o próximo capitão da sonserina! — exclamou Draco, indo ao encontro do filho com um sorriso no rosto.
— Valeu pai, mas isso se eu for para a sonserina.
— É claro que vai, um Malfoy é sempre um Malfoy e todos nós fomos para a sonserina até agora.
— Eu quero ir, mas isso vai depender do tal chapéu seletor que o senhor falou.
— Não se preocupe, você irá se dar bem. E se não der, não tem problema. Ele já está velho, não é mesmo? Ninguém vai notar um desaparecimento misterioso — piscou.
— Certo, darei o meu melhor — disse o menino, rindo, e o homem o acompanhou.
Eles voaram de volta e no caminho para a mansão permaneceram em silêncio. No entanto, depois de uns minutos, Draco quebrou o silêncio.
— Então, está animado para ir à Hogwarts?
— Mais ou menos — falou o garoto, dando de ombros.
— Bom, lá é diferente e você tem mais liberdade do que teria na casa de seus pais.
— Então o senhor acha que vou ficar bem por lá?
— Suponho que sim, mas só tenha cuidado para não se meter em nenhuma situação que não consiga sair — aconselhou.
— Ok. Entendi — disse e fez sinal de continência. Costumava fazer isso como uma reação ao modo que seu pai falava. — Vou para o meu quarto agora.
— Certo, voltarei para o escritório.
E saiu escada acima. Daqui a uma semana, ele iria para Hogwarts e não sabia bem o que pensar de lá, só sabia que Hogwarts era a famosa escola de magia e bruxaria do mundo bruxo e que muitos já haviam passado por tal lugar. Contudo, isso era a única coisa que sabia e preferiu esperar pelo dia em que obteria mais alguma informação: o dia primeiro de setembro.
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E aí, gostaram?
OBS: Lembrando, apesar dos avisos que coloquei na fanfic, vocês devem ter percebido que eles são crianças de onze anos. Por isso, direi logo aqui para que ninguém se confunda. Essa é uma longa história onde os personagens vão se desenvolvendo aos poucos, assim como a história do próprio Harry Potter. Então enquanto eles possuírem onze, doze, treze anos... Nada de extraordinário (que está nos avisos) irá acontecer - não se preocupem. Estou apenas destacando isso aqui, pois pode parecer estranho por conta dos avisos. Até mais ;)