O dia amanheceu, Keishi ainda dormia no colo de Ayume, aos poucos o grupo fora acordando, Mary fora a primeira, sentiu certa angustia ao ver Keishi daquele jeito com Ayume, mas não falaria nada, afinal não tinha direito disso. A garota suspirou e decidiu que prepararia o café da manhã, pôs a água para ferver para que fizesse o café, precisavam de cafeína para manterem-se ativos, Ayume acordou pouco depois viu que Keishi ainda dormia em seu colo, a garota deu um sorriso leve, com ele não fazia o que fez com Lunancie, não iria simplesmente levantar e deixá-lo cair, a garota acariciou os fios de cabelo do garoto levemente, era estranho, ela gostava de estar daquela forma com Keishi.

Aos poucos o grupo fora acordando, logo o único adormecido era Keishi, Yuri estava de mau humor, pois vira o garoto naquela posição com Ayume, como poderia fazer isso após ter roubado um beijo dela? Como ele tinha coragem? Era um falso mesmo.  A garota estava irritada, tomou o café da manhã emburrada, ela fuzilava Keishi e Ayume com os olhos, a garota percebeu, e parece que fazia por pura provocação, dera um beijo demorado perto dos lábios de Keishi, apenas por provocação, Yuri apertava o copo de café como se fosse lançá-lo longe. Hina ligou a televisão, logo todos estavam ligados nas noticias.

“De ontem para hoje a taxa de criminalidade aumentou, várias lojas foram assaltadas, incluindo lojas de armas, as pessoas devem estar buscando suprimentos para sobreviver. O uso de armas foi permitido. Não é aconselhável que os habitantes mantenham se na rua, e preste atenção você que está assistindo, o-“ A conexão fora cortada, parece que não só o sinal da televisão, mas também toda a luz que tinham.

- Droga... Começou a cair a luz... Logo o saneamento básico também será cortado, ninguém irá trabalhar nessas circunstancias.

O grupo começou uma conversa tensa, tão tensa que Mary, Ayume e Yuri evitavam o máximo trocarem palavras entre si. Isso já estava ficando praticamente um harem, afinal três das garotas do grupo, digamos a maioria, eram apaixonadas por Keishi, se bem que Ayume não podia se dizer apaixonada completamente, ela apenas tinha uma “simpatia” pelo garoto. Mas é obvio que aquilo estaria se transformando em paixão. Ayume já se sentia desconfortável daquela forma, suas pernas já estavam doendo, suas costas também, Keishi parecia dormir tão tranquilamente que ela não queria atrapalhá-lo. Porém ele acordou com os cochichos que ouvira, seus olhos foram abertos levemente, a primeira imagem que vira não assimilou direito, era algo azul com uma linha vermelha dentro, também via cor de pele, e era volumoso, o garoto levou as mãos a perto de seu rosto, e apalpou o “travesseiro” onde deitara, logo sentiu seu rosto corar quando algumas batidas semelhantes a de coração aceleraram, não eram semelhantes, eram realmente batidas de coração, o que apalpara fora um dos seios de Ayume, o garoto tirou a mão imediatamente, e levantou-se vermelho.

- Desculpe! Eu tinha esquecido! – Fora sua primeira frase ao levantar. Ayume estava assustada, nunca alguém havia feito aquilo, para falar a verdade, nunca haviam dormido em seu peito, por isso não sabia que havia aquele risco, a garota suspirou. – Nunca mais faça isso! – Disse ela assustada.

- Desculpe, de verdade. – Keishi estava com medo que a garota batesse nele. Ayume levantou-se e saiu dali, a garota estava corada, seu coração batia forte, talvez Keishi realmente não fosse culpado afinal, o garoto acabara de acordar.

Keishi se levantou e olhou ao redor, parece que todos estão acordados, o garoto foi até a mesa onde havia o café da manhã.

- Quem preparou isso? – Perguntou franzindo a sobrancelha e coçando a nuca.

- Sua amiga. – Respondeu Yuri levantando-se da mesa e indo em direção ao quarto onde passara a noite. Keishi sentiu certa frieza nas palavras da garota, ela o olhou como se fosse matá-lo apenas com o olhar, sentiu certo arrepio com aquele olhar da garota, o que era estranho, no dia anterior ela estava carinhosa com ele. Keishi não entendeu, logo o garoto tomou seu café da manhã e sem delongas fora escovar os dentes. Após o feito, o garoto juntou-se com seus amigos na sala de estar, juntos discutiam o que poderiam fazer para aumentar a chances de sobrevivência.

- Ficar em um só lugar é mais arriscado. – Disse Keishi.

- Claro, eles são atraídos pelo barulho, mas ficar zanzando sem rumo estaremos perdidos. – Retrucou Zakky.

- Precisamos de um veiculo que possa transportar todos nós. - Sugeriu Hina.

- Meu pai tem um carro forte... – Disse  Mary coçando o queixo.

- O Zakky sabe dirigir, mas um carro acho que seria pouco. Bem, eu tenho minha Harley, iria nela na frente para averiguar, e logo vocês viriam atrás, acho que é o mais sensato. – Disse Keishi.

- Nós precisamos antes de tudo de suprimento. – Lunancie se manifestou.

- E gasolina é claro! – Disse Ayume.

- Eu posso ir arranjar gasolina, conheço todos os postos da cidade, mas é perigoso ir só. – Keishi coçou a nuca novamente.

- Eu posso ir com você... Já que conheço todas as manhas para conseguirmos gasolina sem precisar pagar. – Ayume disse olhando para o garoto.

Mary estava odiando a amizade daqueles dois, com a chegada de Yuri seria impossível ficar perto do garoto, e agora com Ayume no grupo suas chances eram reduzidas a zero. – Não posso ir só para casa buscar o carro.

- Eu vou com você. – Disse Zakky. – O Kei vai com a guria buscar combustível, e acho que nós podemos pegar o carro e aproveitar para pegar alguns suprimentos, mas não é bom irmos sozinhos, Hina pode ir com nós.

“Ótimo, agora vou ficar de vela.” Pensou Mary balançando a cabeça, mas era melhor do que irem só.

- Eu acho que isso é bom, então, a Luna e a Yuri ficam em casa esperando? – Perguntou Keishi.

- Acho que é o mais sensato, elas são as mais indefesas... – Disse Ayume.

- Me recuso a ficar só com ela. – Lunancie se opôs.

- E quem disse que EU quero ficar só com você. – Disse Yuri quando saiu do quarto ouvindo o final da conversa.

- Olha, não tem como ter intrigas no grupo, ou vocês param de frescura, ou vai acabar sendo impossível a convivência em grupo. – Keishi levou uma das mãos a testa.

- Eu quero ir com vocês Kei! – Lunancie encarou o amigo.

- Mas temos que ser rápidos, três em uma moto não é legal, aqui você estará mais segura. – Disse Keishi.

- É... E é melhor, assim eu não preciso ficar de vela pra vocês. – Lunancie levantou o polegar em um sinal positivo para Keishi e Ayume, a garota falara para provocar Yuri, sabia que a garota ficaria nervosa com aquilo. Keishi corou, como assim vela? O garoto não tinha nada com Ayume, e a mesma corou da mesma forma, não podia se imaginar com o garoto dos cabelos castanhos.

- É, é melhor não atrapalhar o romance deles. – Yuri deu as costas e voltou para o quarto.

Keishi viu que nada estava certo, será que Yuri estaria com ciúme por ele ter dormido no colo de outra? Mas ela mesma disse a um tempo que não sentia mais nada por ele, bom, de qualquer forma era melhor saber o que lhe aborrecia.

- Vou ver o que ela tem. – Disse Keishi.

- Frescura no cu. – Respondeu Lunancie irônica, Keishi balançou a cabeça, e os outros concordaram, Yuri era realmente fresca, e ao pensar nisso, todos perceberam, ninguém do grupo gostava daquela garota, ninguém queria ela ali, só o Keishi, ele era realmente idiota.

- O que houve? – Perguntou Keishi escorando-se na porta.

- Nada, vai lá com sua amiguinha vai. – Yuri fez um sinal com a mão.

- Ora, chega disso, vai dizer que está com ciúmes? – O garoto deu um sorriso sarcástico.

- Por que eu ficaria? Você só é meu amigo! – Disse ela fria.

- É, tem razão, só sou seu amigo, mas nenhuma amiga ficaria tensa desse jeito ao ver o “amigo” com uma garota. – Keishi estava provocando.

- Calado. – Yuri cruzou os braços sentada para a janela.

- Garota, não aja desse jeito, me diz o que tem? – Keishi se aproximou dela.

- Ora Keishi, você deve ser muito retardado pra não perceber né? Droga, você me rouba um beijo noite passada e depois corre pros braços daquela loira pra dormir nos peitos dela? Fala sério, você não presta mesmo! – A garota olhou para o garoto furiosa. Keishi ficou um tanto sem entender a fúria dela, mas involuntariamente começou a rir, e ria alto.

- Garota eu não acredito que ta com ciúmes. – Keishi sentou na cama de rir. Yuri sentiu-se ridícula por aquilo.

- Você é idiota. – A garota virou a cara. Keishi percebeu que agira mal, ela tinha razão de estar brava, afinal ele a beijou, e logo depois estava com outra, mesmo que não tivesse feito nada demais, ele sabia que a garota era ciumenta.

- Relaxa pequena, não precisa ficar assim, vem logo, a gente precisa resolver as coisas de lá. – O garoto tentou puxá-la pela mão.

- Nem vem. – A garota puxou o braço.

- Tudo bem, mas você sabe, eu vou sair com a Ayu pra buscar combustível, o Zakky, a Mary e a Hina vão buscar um carro e suprimentos, então não fique a toa, pegue isso. – O garoto tirou do coldre seu calibre 45 e pos na cama. – Mire no pescoço, tire a trava e então puxe o catilho, ela é um tanto potente por isso seguro com as duas mão, só use se precisar. – O garoto deu as costas e saiu do quarto. Logo o grupo se acertou para sair, Keishi levou consigo apenas um calibre 22 LR semelhante ao de Ayume, e sua Shotgun, eles saíram antes de Zakky, Mary e Hina, Mary não morava tão longe da casa de Keishi, por isso haveria um pouco de perigo partirem, mas tinha que ir, era preciso afinal não podiam ficar parados.

Então seguiram seus caminhos, em busca dos elementos necessário para a sobrevivência.