Science Of Life. escrita por Thefate


Capítulo 10
Enfim... Juntos?!




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O barulho de ferro sendo arrastado pelo chão ecoava por toda aquela rua, Keishi já estava cansado, devia estar correndo cerca de 20 minutos em alta velocidade, o garoto podia ter uma boa forma física, mas isso não quer dizer que sair por aí matando zumbis, pilotando moto, roubando lojas e dormir pouco seja fácil. Os mortos seguiam o garoto não corriam, eram lerdos, mas eram muitos para o garoto enfrentar sozinho, Keishi parou de correr, o garoto soltou a barra de ferro e levou as mãos aos joelhos, estava cansado, correr arrastando barra de ferro não era fácil, o garoto respirava ofegante, virou ligeiramente a cabeça para trás, conseguia ver os malditos um pouco longe, ele não conseguiria mais correr, decidiu ficar sentado e esperar, eles só alcançariam o garoto em 3 ou 5 minutos, o suficiente para que o menino descansasse, Keishi sentou-se ao lado da barra que carregara, e olhava para os lados, atendo para ver se algum morto estava próximo.

Ayume terminara de encher o tanque, a garota nunca pilotou moto em sua vida, não sabia o que fazer, e sabia que se causasse um arranhão naquela moto Keishi a mataria, a garota subiu na moto, estava um pouco confusa, pôs a chave no contato, segurou ao guidon com firmeza com ambas as mãos, levou os pés aos pedais, e então empurrou, a moto deu sinal de “vida” então a garota soube que estava fazendo o certo, “vrum vrum” fez ela com a boca dando um leve riso em seguida, logo a garota tomou controle da moto e saiu devagar daquele posto, a menina não sabia como pilotar direito, estava aprendendo, não acelerou demais, precisava aprender a pilotar primeiro, deu a volta, Keishi disse á ela que era como andar de bicicleta, oras ele só podia estar louco, não é tão simples assim, apenas para manter o equilíbrio, pois bem, Ayume conseguiu depois de algum tempo tomar controle da moto e pilotar bem, não tão bem quanto Keishi já que o garoto devia ter alguma experiência, afinal garotos acabam sempre pegando motos emprestadas e saindo por aí como se pudessem dirigir, a garota seguiu pelo caminho que Keishi lhe disse percebeu o movimento de mortos que havia por ali, cerca de 20? Engraçado como uma infecção dessas se espalha tão rapidamente, como deve estar nos outros pais? Será que mais seguro ou será que mais perigoso? Bem, não era hora de se preocupar com esse detalhes, a garota acelerou um pouco a moto passando ao lado dos mortos vivos que ao ouvirem o barulho da moto passaram a segui-la, eram idiotas, era só fazer algum barulho que eles já iam atrás, não tinham esperteza o suficiente para saber o que era emboscada, o problema é que tinham o olfato sensível, provavelmente por esse motivo seria mais difícil escapar deles, afinal o cheiro de um vivo para de um morto muda totalmente, mesmo que esse vivo seja um porquinho que não mantêm a higiene, de qualquer forma isso é apenas um mero detalhe.

Um dos mortos alcançara Keishi, o garoto levantou-se ao ver que três deles estavam mais próximos, segurando a barra de ferro com as duas mãos o garoto sabia que não poderia correr mais, afinal estava cansado para voltar a correr, Keishi não deixou o monstro se aproximar muito, virou a barra de ferro na cara do maldito sem pensar duas vezes, a criatura foi ao chão, mas o golpe não teve força o suficiente para matá-lo, estava se recuperando para levantar-se.

“Droga, tenho que correr mais... Não posso enfrentar todos eles sozinho!” Foi o que pensara, o garoto jogou a barra de ferro para trás, aquilo só estava lhe fazendo peso, logo o garoto voltou a correr, mas algo lhe chamou atenção, um som de moto, Keishi estendeu um sorriso de orelha a orelha correu mais um pouco para ficar distante dos mortos, parou e olhou para frente, tinha esperanças de que seria Ayume com a Harley que pertencia a Keishi, o garoto não estava errado. Ayume não tinha um bom controle sobre a moto, a garota tentou frear devagar, mas sem sucesso, acabou dando um giro de 180° graus com a moto, cantando pneu, deixando uma marca no chão.

- Hmph... Parece que alguém aqui precisa de uma carona. – A garota tirou o capacete e sorriu para Keishi piscando um dos olhos.

- Oras, eu não iria recusar tal oferta. – O garoto com o sorriso nos lábios foi até a moto. – Anda, vai pra trás. – O garoto fez um sinal com a mão.

- Droga, agora que eu tava começando a gostar. – Ayume fez um som de desapontamento, algo como “nyu”. Keishi deu um sorriso e ajudou a garota a descer, mas logo subiram novamente na moto, o garoto acelerou a moto e logo seguiram de volta para o caminho de casa, era 00hrs.

Hoje percebi que fugir desses mortos não é o maior problema... Por sorte eu e Ayume conseguimos escapar, mas isso não acontecerá sempre, se não estivéssemos em um posto poderíamos estar mortos, esse lugar estava cheio, temo de pensar em um supermercado ou shopping Center... Provavelmente estão infestado dessas coisas... Mas é um lugar essencial para passarmos, por lá há de tudo, precisaremos de Walk-Talks, Radios de comando, algo que use números de aparelho e não sistema como os celulares. Hoje eu estou voltando para casa, mas será que poderei chegar até lá?

O caminho se seguia escuro e frio, Ayume adormeceu segurando-se em Keishi, era perigoso dormir naquele jeito, mas o garoto não fazia movimentos bruscos para que a garota não caísse, se precisasse acordá-la, bem, um grito seria o suficiente. Finalmente em casa, Keishi acordou Ayume com delicadeza, Keishi ficou alguns minutos parado em frente a sua casa olhando para a rua, era engraçado, aquele lugar ainda não estava infestado, havia poucos daqueles, bem longe de sua casa, mas estavam chegando aos poucos, logo a casa de Keishi não seria mais um lugar seguro para se estar.

O garoto, acompanhado por Ayume, entrou em sua residência, novamente encontraram os amigos jogados pela casa dormindo, Lunancie no sofá, Zakky jogado no chão por cima de algumas cobertas, haviam posto um colchão no chão, nele estavam Hina e Mary, as garotas eram melhores amigas, nunca se separavam.

- É... Parece que eles se ajeitaram direito. – Keishi sorriu.

- Mas novamente não há lugar pra nós. – Ayume coçou a cabeça, realmente a mania de Keishi de coçar a nuca por qualquer coisa pegava.

- Eu vou ver uma coisa. – Keishi fora até o quarto de seu irmão, esperançoso de que Yuri estivesse por lá, mas não estava, o colchão que haviam tirado era da cama de seu irmão, logo deduziu que a garota estivesse em seu quarto, Keishi foi até o mesmo, antes de entrar, olhou por uma fração de segundos o relógio na parede, parecia sempre chegar de madrugada em casa, agora era 00h48min.

Ele entrou no quarto, Yuri estava deitada na cama que pertencia a Keishi, o garoto deu um leve sorriso ao vê-la dormindo tão tranquilamente, ele se aproximou novamente e sentou-se em frente a cama.

- Yuri... – Chamou ele baixo, mexendo de leve o ombro da garota para acordá-la, ele sabia que ela estava preocupada com ele, por isso quis avisá-la.

Yuri abriu os olhos lentamente, odiava ser acordada, fizera uma expressão de incomodo.

- Hmmm... – Fez a garota sem acordar. Keishi riu baixo ao ver que a garota ainda dormia, preferiu deixá-la assim, o garoto deitou a cabeça na cama onde ela estava, ficou encarando por alguns minutos a garota, por sua mente passavam-se várias coisas, lembrou-se de quando apenas sonhava com aqueles momentos, sempre desejou ver a garota dormir, nunca imaginou que isso seria possível, assim como nunca acreditou que pudessem estar juntos de verdade, mas os tempos mudaram, ele realmente podia estar com ela.

Yuri sempre foi a garota por qual fui apaixonado... Mesmo sem poder vê-la, nunca pude de deixar sentir isso por ela, é triste saber que só podemos estar juntos porque o mundo decidiu que acabaria como nos filmes de ficção, mesmo assim eu não me importo.

Encarar essa realidade zumbi é complicado, mas o difícil não é encarar a realidade, e sim aceitar o fato de que seus sonhos nunca se realizarão... Eu tinha sonhos, sonhos como qualquer adolescente tem, todos aqui tiveram, todos procuravam alcançar algo o futuro, ser pianista(Hina), jogador de futebol(Zakky), Modelo(Mary), Médica(Yuri), um violonista...(Keishi)... Mas nós nunca poderemos alcançar esses sonhos, nós nunca poderemos chegar aquilo que um dia quisemos ser, agora nosso único sonho é um conjunto, um sonho que eu sei que todos nós compartilhamos, o sonho de sobreviver.

- Keishi...? – Yuri disse sonolenta percebendo que o garoto estava de olhos fechados sentado em frente a cama com a cabeça apoiada na mesma.

- Ah, perdão, eu queria te avisar que estamos bem... – O garoto levantou-se rapidamente em postura, Yuri riu.

- Calma, eu não sou nenhum general, fique a vontade, o quarto é seu garoto. – Yuri sorriu sentando-se.

Keishi sorriu e sentou na cama perto da garota. – Desculpe se te preocupei. – O garoto levantou uma das mãos levando-a a nuca coçando levemente.

- Tudo bem, se não tivesse avisado teria ficado tensa com você. – Yuri deu um leve empurrão no ombro do amigo.

- Você está melhor? – O garoto olhava-a fixamente.

- Sim... Desculpe pelo showzinho de cedo. – Ela desviou o olhar.

- Aquilo me deixou feliz. – Keishi sorriu carismático. – Me fez parecer importante pra você, como se ainda... – O garoto se calou antes de falar qualquer bobagem.

- Desculpe, não vou repetir... – A garota mordeu o canto do lábio inferior de leve.

- Yuri, desculpe se parecer pressão, mas... Eu ainda... Sabe... – O garoto olhou para os lados confuso.

- Não se preocupe... Eu sei, ontem, eu estava acordada... – Yuri corou levemente levando um dos dedos aos lábios.

Keishi corou intensamente, como assim? Ela viu que ele a beijou? Ouviu o eu te amo? Sabia de tudo o que estava acontecendo? Mas espera... Por que será que ela não impediu? Porque ela não o empurrou e não recusou?

- O que? – Ele estava confuso.

- Você deve estar se perguntando “mas por que ela aceitou? Será que ela gostou? Droga eu fui idiota” não é? – A garota riu baixo estendendo uma das mãos em frente à boca.

- Droga... Você continua lendo meus pensamentos. – Keishi olhou para o lado suspirando.

- É... Você deixa tudo tão claro... – A garota abaixou a mão e sorriu carinhosa.

Keishi não falou nada, ficou olhando para os lados, estava com vergonha de voltar o olhar para a garota.

- Ei... – Ela chamou baixo.

- Hum? – Ele olhou para a garota, mantinha a cabeça baixa, levantou apenas o olhar para ela.

- Eu fiquei com ciúmes mesmo, ainda estou. – A garota cruzou os braços enchendo um dos lados da bochecha.

Keishi ficou ainda mais confuso, espera um momento, como assim ela podia estar assumindo ciúmes? Era engraçado, então será que ela ainda...

- Ciúme? Da Ayu? – O garoto levantou a cabeça para Yuri olhando-a fixamente.

- Oras, de quem mais seria? Não gosto dessa garota, ela tava me provocando, agarrando você e beijando... ERGH! – Yuri apertou as mãos nos braços, mordeu o lábio inferior com força, seu olhar estava tenso.

- Hã? Me agarrando e beijando? Quando? – Keishi não se lembrara de nada.

- Quando você, todo bonitinho tava lá dormindo nos peitos dela, você também é uma coisa viu, me beija e depois sai deitando no peito de qualquer uma! – A garota o olhou com ódio.

- Desculpa... Bem... Eu acabei pegando no sono, eu tava cansado... Eu preferia dormir nos seus gatinha. – Keishi piscou um dos olhos e deu um beijo ao vento com os lábios em direção a Yuri, como se o beijo fosse para ela.

- Idiota! – Yuri virou o rosto corada.

Keishi deu um sorriso de orelha a orelha, o garoto estava feliz, viu que Yuri estava realmente com ciúmes, o garoto aproximou-se dela envolvendo-a em seus braços. Yuri se surpreendeu pelo garoto abraçá-la daquele jeito, sentiu seu corpo esquentar, um frio percorrer por seu estomago e o coração bater forte.

- Kei- - Ela fora interrompida pelo garoto.

- Eu te amo garota, ciumenta! – Keishi ria enquanto apertava cada vez mais Yuri contra seus braços. A garota ficara sem reação, Keishi conseguia tirar a reação dela tão fácil, era irritante como o garoto tinha o poder de mudar o humor dela, como ele conseguia fazê-la fraquejar e se entregar tão fácil, droga, ela odiava esse maldito jeito dele sorrir e fazer tudo ficar bem, o maldito tom de voz que acalmava sua alma, os malditos braços calorosos que envolviam o corpo dela roubando toda sua energia, a garota queria do fundo de sua alma odiar tudo aquilo, mas aquilo só fazia com que seu amor pelo jovem aumentasse.

- Você...! – Yuri se rendeu, não agüentava mais segurar-se, a garota sempre tentava ser forte, mas quando se tratava de Keishi sua força toda se esvaia, os braços moveram-se por vontade própria envolvendo o corpo do garoto, um sorriso estendeu-se ponta a ponta de seus lábios, os olhos fecharam-se sozinhos e o corpo moveu-se para frente para ficar ainda mais junto ao corpo do garoto.

- Yuu... – Keishi sussurrou no ouvido da garota. Yuri se arrepiou, a maneira como a voz dele soava chamando por seu agradável apelido, a voz do grave do garoto agora estava suave, gentil, mudara totalmente como quando ele falava com outras pessoas, folgando levemente o abraço, o garoto procurou os olhos verdes musgo, levemente a garota levantou sua cabeça, encontrando os olhos castanhos escuro, um silencio tomava os segundos que passavam-se depressa, a respiração quente de ambos envolviam-se tornam-se única, os olhares penetravam-se um ao outro, não havia qualquer desvio neles, as palavras foram tomadas e no lugar delas, falavam com o olhar, era como se pudessem saber tudo o que passava pela mente um do outro, naquele momento, eles compartilhavam do mesmo sentimento, do mesmo pensamento, o mesmo ar, a mesma sensação.

- Kei... – Os lábios de Yuri pareceram mexer-se sozinhos soltando levemente o apelido por qual ela costumava chamar o garoto. Keishi aproximou levemente seu rosto ao da garota, dessa vez os olhos de ambos desviavam-se entre os olhos e os lábios, cada vez mais perto, cada vez mais quente, até que o momento foi selado com um beijo que os envolveu, era o primeiro beijo oficial daquele casal, o primeiro que partiu de ambos, que ambos tiveram a sensação de ser amado e de dar o amor, os corações batiam em sincronia, era como se aquele beijo fizesse tornarem-se um só. Levemente Keishi deixava seus lábios agirem por sua vontade, Yuu acompanhava o garoto, sentiu levemente a língua do garoto invadir sua boca, passando por dentre seus lábios, um leve sorriso entre o beijo fora dado de sua parte, logo a língua de ambos encontraram-se por dentro das bocas, pareciam cada vez mais tornarem-se um, o garoto procurava cada ponto da boca de sua amada, e a garota retribuía fazendo o mesmo, uma leve mordida foi dada de sua parte, puxando de leve o lábio inferior de Keishi. O garoto sorriu então cessaram o beijo.

Os olhos mantinham-se fechados, os lábios ainda próximos um ao outro.

- Eu... – Keishi disse tão baixo que o som fora quase imperceptível para Yuri.

- Eu te amo... – A garota sorriu abrindo os olhos em direção ao garoto, Keishi sentiu seu coração bater tão rápido aquela hora, sentiu que todo o esforço que tivera para sobreviver até ali valeu a pena naquele momento, no momento em que podia estar com a garota que sempre quis estar.

Talvez nós não possamos realizar nossos sonhos, mas isso vai nos impedir de sonhar, enquanto houver amanhã, haverá uma esperança, o mundo não acabou hoje, e podemos mudá-lo para que não acabe amanhã.

Yuri abraçou Keishi com força, apertando o garoto contra o corpo dela. – Hoje... Eu não vou deixar que saia do meu lado. – A garota mordeu de leve a camiseta do garoto puxando.

- Eu nunca vou sair do seu lado pequena. – O garoto sorriu dando um leve beijo na cabeça da garota.

E ali permaneceram enquanto a madrugada se encerrava, dormiram por fim juntos, talvez tenha acontecido algo além de apenas o sono, bem, isso ainda não sabemos, mas sabemos que naquela noite, aquele casal finalmente realizara um de seus sonhos, o sonho de estar juntos.


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Notas finais do capítulo

Certo certo, eu deixei o romance prevalecer no final desse capitulo apenas por um motivo: não pode ser só guerra né? Pra quem pensou que o Keishi seria da Ayume se enganou hein? ;x' KeixYuu forever. (l'' Bem, favor Reviews, e não se preocupem, o romance não vai prevalecer nessa história. :]



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