Legal, acordamos atrasados para a aula, bom demais isso, não? Sabia que ficar acordado até tarde não ia dar certo, mas aqueles dois retardados não me ouvem mesmo, eu tenho que fazer tudo sozinha e...ok, vou parar um pouco!

Eu acordei primeiro que eles. Quando levantei, fiquei os fitando por um tempo. Era estranho ver Lola sem emitir UM SONZINHO SE QUER e era fofo ver o Andy dormindo. Ele ficava angelical... Desci e deixei os dois dormindo. Ainda estava meio tonta de sono, mas eu sabia que mesmo eu deitando, não ia mais conseguir dormir.

Fui até a cozinha, onde estava com algumas guloseimas jogadas e logo vi que Lola passara por ali de madrugada. É, ela acorda não pra beber um copo d'água ou ir ao banheiro, simplesmente para comer, mas tudo bem né! Nisso, peguei uma garrafa de suco de laranja (o meu preferido) e bebi, na garrafa mesmo. Sentei na cadeira da cozinha e fiquei pensando no que acontecera ontem. Foi bom, mas não tava certo. Minhas mente dizia isso, mesmo o coração falando que aquilo era o que tinha que ser feito há muito tempo. Essas trocas de carinhos, as cartas que ele me mandava e que me manda...não pode. Ninguém entende, eu só quero preservar a melhor amizade do mundo. É isso. Se eu falar o que eu sinto, namorarmos e não nos aguentarmos mais derepente? Isso não pode acontecer, eu não quero isso pra mim e eu sei que o Andy não quer isso também pra ele. Não sei como ele não pensou como eu. Ele é um menino inteligente. Mas sabe, é ruim ao mesmo tempo ter que segurar tudo o que eu queria falar desde os meus 10 anos de idade. Desde que eu dei de cara com ele e pensei "Merda, que menino lindo!". Dá vontade de jogar tudo na cara dele e no final aquela três palavrinhas: eu te amo.

Eu não sei se eu tava viajando demais, mas quando eu sinto uma mão "pesada" no meu ombro eu dou um berro que parece que ia acordar os vizinhos!

Eu: MERDA ANDY, QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? -Falei assustada com a mão no peito. Pra você ver como foi o susto né.

Andy: Me desculpa, sério Ma, não queria te assustar! -Ele falou com uma cara de terror e confesso que fiquei meio culpada.Eu: Tá, tá! Tudo bem, respira fundo...-Nós dois respiramos fundo, mas começamos a rir-Cadê a louca?

Andy: Hibernando lá no seu quarto né. -Andy disse revirando os olhos e eu dei uma risadinha.
Andy foi catar qualquer coisa na geladeira e eu fiquei apenas o observando. Todos os movimentos. Acho que eu tô platônicamente amando ele! E isso não pode, com toda certeza! Ele comia cereal com a mão, e meu Deus do céu, parece um animal, cruz credo! É magro de ruim também né. Se eu comesse metade do cereal que ele comeu eu engordava em 3 minutos. Por favor, invejando o Biersack.

Eu: Como você consegue? -Perguntei o encarando.

Andy: Consegue o que? -Consegue ser lindo porra. Brinks.

Eu: Comer tanto e não engordar?

Andy: Também queria saber -Ele disse rindo-Mas tem um lado ruim sabe, e se eu quisesse ser um fortão da vida? Tipo, mais ou menos um Anderson Silva?

Eu: Impossível de se imaginar, não viaja na maionese cara! -Tá bom Andy, e eu serei a sei lá, Beyoncé né. Agora imaginem esse lindo falando um nome em português hein, hein.

Andy: Hmmmmmm, um salpicão caía bem no almoço, não? -Ele disse olhando pro teto com cara de retartado, não teve como não rir!

Eu: Eu faço hoje, já que meu pai deve ficar uns três dias em NY, eu não vou viver só de comida congelada né!

Andy: Verdade, prefiro comida mesmo! -Ele parou por um tempo e ficou me encarando.-É sério?

Eu: Sério o que? -Falei com cara de dúvida.

Andy: Que você cozinha?

Eu: Salpicão eu sei fazer pelo menos! -E começamos a rir. Cheguei perto dele e roubei o cereal que na verdade era meu. Ele me olhou com aquela cara de "corre!" e não deu outra, começamos a correr pela cozinha. Olha, eu acho pura covardia porque sou péssima em qualquer coisa relacionada a mexer o corpo, então rapidamente fui pega por trás.

Andy: Boba, me dá o cereal. -Ele disse na ponta do meu ouvido. Aí vem aquele arrepiozinho básico.

Eu: Não! O cereal é meu!

Andy: Tá bom então, eu não vou te soltar! -Ele enrolou realmente os braços pela minha cintura. Aquele momento em que você quer gritar: "CARA, DEIXA EU TE AGARRAR?"Eu: Então fica ai, vai mofar! -Disse rindo.

Andy: Aham, mofar muito... -E ele começou a beijar meu pescoço. Opa, opa, opa. Não, isso não tá acontecendo. O pior é que eu tava segurando a minha tremedeira de nervosismo. Por impulso, eu soltei um abafo, Andy ouviu e soltou um risinho.-É, você gostou!

Eu: Para Andy! -Fiquei como um pimentão! Ele continuou rindo da minha cara. Eu tentei sair dos braços dele, mas o magrelo era mais forte que eu.

Andy: Não vai saiiiir, lalalala!

Eu: Cala a sua boca, por gentileza?

Andy: Af, eu te amo sua coisinha. -E por um momento ele me deu um dos abraços mais sinceros de amizade do mundo.

Eu: Eu também te amo. -Sem eu completar a frase, Lola entra pela cozinha.

Lola: Vish, interrompi o momento do casal né? -Ela disse rindo. Lola, eu já disse que vou te matar? Sim ou claro?

Eu: Porra, caralho, cala a sua boca arrombada! -Ela ria mais ainda da minha "desgraça" digamos, não é.

Lola: Tão lindos, o Andy te abraçando assim por trás e você toda arrepiadinha! -Ela começou a gargalhar.

Eu: CALA A BOCA SUA MERDA! -Sai dos braços de Andy e fui pro meu quarto. Me tranquei. Lola passara dos limites. Eu estou realmente com uma puta raiva.