Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 35
A Prisão dos Piores


Notas iniciais do capítulo

Esse demorou para sair, né? Desculpe '-'. Espero que gostem!



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               O plano era, na realidade, bastante simples. Mas Gina esperava que desse certo...

               Nico caminhava a frente de todos, puxando as algemas nas quais estavam presos.  Conseguiram passar pelos guardas do portão facilmente, mas Gina não esperava que essa fosse a parte difícil. Não, o pior ainda está por vir.

               - Gina... – sussurrou Percy para a garota – Você tem certeza que esse plano vai dar certo?

               - Não, nem um pouco – sussurrou em resposta.

               Muito reconfortante, pensou Percy, mas não havia nada que pudesse fazer agora, já estavam dentro de Azkaban. Além disso, essa idéia talvez não fosse a melhor, mas era a única que tinham e o garoto não tinha do que reclamar. Caminhavam silenciosa e lentamente pelo escuro corredor. O único barulho que se ouvia eram as correntes nas quais estavam presos arrastando no chão. Um silvo metálico, desagradável sob qualquer ponto de vista.

               Nico não tinha olhado para trás nem sequer uma única vez, estava indo muito bem até agora. Segurava as correntes firmemente e parecia certo do que faria. Isso é bom, pensou Gina sozinha, nossa missão depende dele...

               Quando chegaram até o final do corredor,  atravessaram um pequena porta de madeira, desgastada pelo tempo, e se encontraram em um pequeno saguão circular. As paredes eram feitas de uma pedra escura, mas tochas penduradas iluminavam a sala. Do outro lado do saguão havia outra porta – idêntica em todos os sentidos àquela que haviam acabado de passar. No centro da sala, uma mesa de madeira. Simples.

               - Quem é você? – perguntou o homem que estava sentado atrás da mesa.

               Gina prendeu a respiração. Era agora ou nunca.

               - Sou do Ministério – respondeu Nico confiante, em seguida, puxou com violência as correntes que segurava, fazendo com que todos dessem um passo para frente – e vim trazer esses imundos para cá.

               O homem atrás da mesa encarou-o por alguns segundos. Possuía uma barba rala, olhos castanhos e um cabelo – seboso e mal penteado – que lhe caía até a altura dos ombros.

               - É um pouco jovem para trabalhar no Ministério, não acha?

               - Fudge descorda – respondeu Nico sem cerimônia. Seu rosto podia ter sido esculpido em mármore, nada demonstrava – Além disso, sou mais velho do que aparento.

               O homem que não havia se apresentado nem piscava os olhos, encarava Nico fixamente, quase como se temesse que, ao piscar os olhos, o garoto evaporasse.

               - Sabe, eu sou o responsável por essa prisão, entende? Essa porta atrás de mim é a única entrada e a única saída daqui... Como pode ver, ninguém entra e ninguém saí daqui sem minha permissão... E é engraçado...

               - O que é engraçado? – perguntou Nico audaciosamente. Gina não poderia ter visto, mas por um segundo, o medo transpassou os olhos do garoto. Não podiam ter sido descobertos, não ainda.

               - Diariamente  - respondeu o intendente de Azkaban –, eu recebo novos prisioneiros.  Na maior parte dos casos, esses prisioneiros são conduzidos por alguém do Ministério, entende?  Assim, é de se esperar que eu conheça todos os funcionários do Ministério que trazem prisioneiros novos... Mesmo assim, nunca vi você. Não é engraçado?

               Hilário, pensou Harry. Mas guardou seus pensamentos para si mesmo. As algemas estavam começando a ferir-lhe o pulso. Esperava que o plano desse certo, do contrário, estariam todos condenados.

               - Sou um funcionário novo – respondeu Nico – Primeira semana de serviço.

               - Então talvez – o funcionário levantou-se da cadeira bruscamente, fazendo com que Nico desse um passo para trás. O intendente apenas sorriu – você queira assinar esses formulários. Apenas burocracia, entende? Não posso deixar que qualquer um apareça aqui e me diga que trabalha no Ministério. Como é mesmo seu nome?

               - Allan – respondeu Nico enquanto assinava os papeis – Me chamo Allan.

               - Então, Allan, imagino que você deva ter algo para me entregar não é?

               Não! Pensou Gina, isso não! É claro que ele pediria alguma coisa, uma assinatura de Fudge, um bilhete, qualquer coisa que comprovasse que de fato trabalhava no Ministério, afinal, ninguém podia simplesmente entrar em Azkaban assim... Eu devia ter pensado nisso, como pude ser tão estúpida?! Nico estava com problemas, aquilo não estava nos planos e ele não sabia o que fazer.

               - Hã... – ele estava pensado – S-Sinto muito, senhor. Creio que não... Fudge não me deu nada...

               O guarda torceu o lábio.

               - Hm, então você passou no teste. Fudge me manda fazer esse joguinho toda vez que entra aqui. Geralmente, os criminosos que querem invadir a prisão falsificam algum bilhete do Ministério para me entregar, achando que é o que quem realmente trabalha no Ministério faria... Assim, quando eu pergunto se eles tem algo para mim e eles, de fato, tem algo para mim, eu sei que são mentirosos...

               Ótimo, pensou Gina mal-humorada, nem para criminosa eu prestaria! Todos pensam em escrever a droga do bilhete e eu não! O guarda tirou mais folhas de uma pequena gaveta da mesa.

               - Vai ter que assinar essa papelada... – disse ele – Me chamo Allister, por sinal.

               Nico começou a assinar a papelada.

               - O que esses bandidos fizeram? - perguntou o responsável por Azkaban.

               - Comensais – Nico disse sem hesitar – Capturamo-los hoje cedo, atacando uma pequena vila.

               Allister cuspiu no chão e olhou feio para os Comensais.

               - Lixos. Todos eles. Fazem bem em apodrecer nessa prisão. Há duas coisas que eu não admito, sabe, a primeira é mentira, a segunda é traição. E eu considero todos os Comensais traidores dos Bruxos...

               - Então certifique-se de que esses aqui fiquem presos por muito tempo, senhor. Onde posso colocá-los?

               - Vai ter que levá-los até a cela, não posso abandonar esse saguão sem ninguém aqui.

               - Certo.

               - Atrás dessa porta, último andar. Um dos nossos prisioneiros morreu hoje de manhã, tem uma cela vazia lá.

               - Sim, senhor.

               Com um puxão mais que necessariamente forte, Nico pôs todos os seus prisioneiros em marcha. Allister impediu-o com uma mão.

               - Você é novo aqui, deve desarmá-los primeiro. Não queremos prisioneiros com varinhas, queremos?

               Nico assentiu com a cabeça. Essa era a parte delicada. Hermione havia previsto que talvez fizessem algo assim, de forma que deram todas as suas varinhas para Nico esconder consigo. Duvida que o carregador de prisioneiros também fossem revistados. A parte difícil foi transfigurar varinhas falsas, para que Nico pudesse pegar deles.

               O garoto se aproximou e tomou uma varinha de cada um e colocou sobre a mesa. Esperavam que Allister não examinasse-as com extrema atenção, do contrário veria que eram falsos. O guardião de Azkaban nunca o fez, limitando-se a olhar com o canto do olho para a varinha.

               - E isso aí no seu bolso? – ele apontou para o bolso de Percy.

               - Está escondendo algo de mim? – perguntou Nico numa falsa fúria – Nunca ouse esconder nada de mim – e deu um soco no rosto de Percy. Ele não queria, mas tinha que fazer parecer real, para não levantar suspeitas.

               - É apenas uma caneta, senhor – disse Percy com a cabeça baixa. Ele aparentemente não tinha gostado nada de receber um soco.

               - Apenas uma caneta? – Nico fez uma cara de nojo – Sabia que pode se matar um homem com apenas uma caneta? E depois de matá-lo, imagino que fugiria de Azkaban, não é?! E eu teria que caçar escórias como você duas vezes! Entregue-me essa caneta!

               Percy fez como ordenado. Gina  e Thalia estavam começando a achar que Nico estava se revelando um ator muito melhor do que o esperado, até elas estavam quase acreditando nele.

               Nico pegou a caneta de Percy e colocou sobre a mesa de Allister, sabendo que isso não daria em nada. Em questão de minutos, Contracorrente apareceria novamente no bolso de Percy.

               - Podemos? – perguntou Nico apontando para a porta.

               - Por favor... – disse Allister com um sorriso nos lábios. Havia adorado o pequeno showzinho que Allan havia acabado de lhe fornecer. Nada o divertia mais que ver Comensais sendo torturados, por isso tinha escolhido essa profissão.

               Harry passou pelo intendente de cabeça baixa. Hermione havia lhe lançado uma azaração, para que ele ficasse irreconhecível, mas era melhor não abusar da sorte. Era Harry Potter, famoso em todo o mundo bruxo. Não podia deixar que a missão fosse estragada somente porque seu rosto era conhecido. Se Allister notou qualquer semelhança entre aquele Comensal e Harry Potter, não o comentou.         

               Atravessaram a porta e todos puderam respirar aliviados novamente. Outra parte do plano estava concluída, certo, muito bom. Agora, era só encontrar Dumbledore, explodir a cela, e dar o fora dali. .

               Quando Annabeth atravessou a porta, quase desejou que não o tivesse feito. Tinham entrado em outro corredor, dessa vez, muito mais assustador que o primeiro. O corredor não tinha paredes, tinha celas. Era terrivelmente mal iluminado.  Haviam finalmente entrado na prisão.

               Quando os presos viram que tinham visitas, reinou o caos. Começaram a gritar obscenidades de suas celas, batiam nas grades e faziam todo o tipo de barulho. Com certeza não havia ninguém na prisão inteira que não soubesse que tinham prisioneiros novos.

               - O que foi que essas bonecas aí fizeram?! – perguntou um deles.

               - Minha princesa – apontou para Thalia – Até o final do dia, você vai ser minha.

               Thalia quase parou de andar, arrombou a cela e espancou o prisioneiro até que ele pedisse por sua mamãe. No último segundo, todavia, conteve-se, contou até dez e disse a si mesmo que precisavam resgatar Dumbledore, não importando o que acontecesse.

               - O que esses bostas estão fazendo aqui? – berraram todos – São criancinhas! Vieram para cá porque mijaram nas calças, foi?

               Agora foi a vez de Percy quase arrombar a cela. Mas tal como Thalia, ele resistiu ao impulso. Atravessaram o longo corredor em silêncio. Olhando cada uma das celas. Procurando desesperadamente por Dumbledore. Quando chegavam em algumas bifurcações, não sabiam o que fazer. Era um labirinto de celas lá dentro. Eles não sabiam para onde ir. Onde estaria Dumbledore?

               De tempos em tempos encontravam um guarda ou outro, andando pela prisão e certificando-se de que tudo estava bem. Quando isso acontecia, Nico fingia-se de desentendido e perguntava como se chegava ao terceiro andar. 

               Não havia devolvido as varinhas aos amigos ainda, não se atrevia. Os presos certamente veriam e ai sim, teriam uma algazarra. Onde diabos eu irei encontrar Dumbledore?! Perguntou Nico a si memo. Guiava a todos pelas correntes, mas também não tinha a menor idéia do que fazia. Andava sem rumo e olhava as celas com esperança de que, na próxima, encontraria quem procurava. Doces esperanças.

               Pense, Nico, pense... Dizia a si mesmo.  Se você fosse Allister, onde esconderia um bruxo poderoso como Dumbledore? Certamente não seria ali, junto com os demais prisioneiros normais. Ele precisaria de uma cela especial, com toda certeza. Mas não podia simplesmente se virar para o próximo guarda e dizer \"Hey, senhor, onde é a cela de segurança máxima desse joça?\" A não ser que...

               Teve um plano, fez uma oração silenciosa aos Deuses, para que eles o ajudassem. Embora soubesse que uma boa parte deles não simpatizasse com a sua causa. Interceptou o próximo guarda que apareceu.

               - Com licença, senhor...

               - Sim?

               - Onde é a prisão de segurança máxima? Allister me pediu para conduzir esses prisioneiros até lá...       

               O guarda olhou desconfiado para as sete crianças algemadas atrás de Nico. Mas o que poderia fazer? Allister era o chefe... Quando o guarda começou a conduzi-los,  Nico respirou aliviado. Tinha conseguido. Nem sequer sabia se a prisão tinha uma seção para segurança máxima, mas aparentemente acertara. Se dissesse que Allister o tinha mandado conduzir os prisioneiros até o local de segurança máxima, e esse local não existisse... Aí, sim, ele estaria com sérios problemas... Preferia nem pensar no assunto. Apenas deixou que o guarda o conduzisse até lá.

               Seguiram por um corredor infestado de prisioneiros encarcerados que, como de costume, gritaram obscenidades ao vê-los, pelo menos a maioria delas eram dirigidas ao guarda. De qualquer forma, já estavam acostumados com isso, nem Thalia reagia mais. Caminharam uns duzentos metros até virarem em um corredor escuro – aparentemente Azkaban estava cheia desses corredores escuros.

               A diferença dele era que não havia prisioneiros. Era somente tijolos negros empilhados e alguns archotes para iluminar o local. Como era curto, atravessaram-no rapidamente. No final do corredor não havia nada, apenas uma parede – sólida o suficiente para impedir a passagem.  O  guarda sussurrou alguma coisa que Nico não foi capaz de compreender.

               - Pronto. É aqui.

               Nico piscou.

               - Mas não tem nada aqui, só uma parede! – disse Nico incrédulo.

               - É uma parede falsa – respondeu o guarda – Depois que  o feitiço foi lançado, ele dura por cerca de 15 minutos, e qualquer um pode atravessar a parede. É na sala aí dentro que guardamos os prisioneiros mais perigosos. Essa é uma medida para permitir que a sala seja aberta apenas por fora, entende? É apenas uma questão de segurança...

               - Quinze minutos, você diz? E o que acontece se eu demorar demais?

               - Bom, digamos que você não quer demorar demais... Terá que ficar lá dentro até que algum guarde o ache.

               - E com que freqüência vocês vão lá dentro?

               - A magia dos prisioneiros é dada por mágica, então não temos que entrar lá com muita freqüência. Podem-se levar dias, talvez semana, até que outra pessoa entre aí – respondeu o guarda com um sorriso cínico.

               - Mas...

               - Está perdendo tempo. A parede já está aberta...

                Aquilo foi o suficiente. Nico já estava dentro da sessão de segurança máxima, com seus \"prisioneiros\", quando o segurança terminou a frase. Olhou a sua volta, a situação era muito parecida com a dos prisioneiros normais. Celas para todos os lados. Talvez as celas fossem um tantinho menor e o lugar menos iluminado, mas dificilmente isso seria motivos para queixas.

               - Nico... – disse Hermione – Nos dê nossas varinhas.

               - Mas os outros prisioneiros verão. Vai ser o caos!

               - Não temos escolha, temos menos de quinze minutos aqui! E você ouviu o guarda, muito raramente alguém vem até essa sala, no mínimo vão ignorar os gritos dos prisioneiros.

               - Ela está certa – concordaram Annabeth e Percy.

               Nico deu de ombros.

               - Se vocês dizem... – e tirou as varinhas de seu bolso, entregou a todos os bruxos.

               - Alohomora! – disse Gina, rapidamente seguida por Harry, Rony e Hermione.

               Quando os três já estavam soltos, libertaram os semideuses – estes, por sua vez, também sacaram suas armas. Como Nico previra, os prisioneiros começaram a gritar. Imploravam por liberdade. Ameaçavam. Gritavam pelos guardas. Tudo um pouco. Ignoraram-nos.

               - Onde está Dumbledore? – perguntou Thalia.

               - É melhor nos separarmos – disse Harry – poderemos cobrir uma área maior...

               - Ou – sugeriu Percy – poderíamos tentar isso... DUMBLEDORE?!

               - Percy -  disse Annabeth lhe dando pequenos tapas nos ombros –, o que está fazendo?!

               - O que foi? Todos os prisioneiros já perceberam que estamos aqui por outro motivo, que não ser preso. Temos apenas dez minutos para encontrá-lo. De forma que...

               Annabeth suspirou.

               - DUMBLEDORE?! – Percy tentou de novo.

               - Isso aqui é muito grande, talvez ele não possa escutar – sugeriu Nico.

               - Sonorus! – disse Hermione – Dumbledore?!

               - Isso não é bom – sussurrou Annabeth – não gosto disso, os guardas vão nos ouvir...

               - Talvez ele esteja muito longe para poder responder – tentou Gina – a voz dele não nos alcança...

               - Esperem aí – sussurrou Rony – vocês ouviram isso?

               Todos fizeram silêncio.

               - aqui... – a voz era fraca, mas audível.

               Seguiram-na e em um minuto, encontraram o lendário bruxo.

               Verdade seja dita, ele já esteve em melhor estado. Sua roupa – antes tão bela e em tons curiosos – agora estava imunda e amarrotada. Sua barba e seu cabelo precisavam ser escovados e seus olhos demonstravam cansaço. Dumbledore não passara mais que uma quinzena em Azkaban, mas parecia ter envelhecido anos...

               - Professor – disse Hermione quando o encontrou.

               Dumbledore sorriu quando os viu.

               - Já estava me perguntando quando viriam... Imagino que o final está próximo, não?

               - Não temos certeza – informou Harry – Os Deuses se trancaram num Conselho para decidir o que fazer sobre o Mundo Bruxo, e os planos de Voldemort e Cronos continuam incógnitas...

               Percy mordeu o lábio. Seu sonho... Hogwarts...

               - Na verdade não – informou o garoto. E então, tão rapidamente quanto pode, explicou o seu sonho.

               Quando terminou de falar, todos estavam em silêncio. Um ataque a Hogwarts... Tinham que correr, talvez o ataque já estivesse em andamento! Deviam informar a todos no castelo, para que se defendessem.

               - Um traidor entre os Deuses – sussurrou Dumbledore – mas que interessante... Quem seria?

               - O tempo está passando! – disse Thalia impaciente.

               - Você está certa. Podem me tirar daqui?

               - Se afaste, professor – disse Harry – Bombarda!

               A cela de Dumbledore explodiu em milhares de pedacinhos. Mas, para a surpresa de todos, um alarme começou a soar.

               - Mas o quê?

               - Um alarme – pensou Annabeth – Devem ter colocado isso para o caso de qualquer magia ser usada em uma das celas... Temos que ir.

               E se puseram a correr.

               O alarme gritava fortemente, todos os guardas de Azkaban se locomoviam até o local. Os prisioneiros finalmente tinham ido a loucura – aquilo era a coisa mais divertida que lhes acontecia em anos!

               - Estou sem minha varinha – notou Dumbledore, quando atravessaram a parede falsa, retornando a ala de \"prisioneiros normais\" da prisão.

               - Temo que terá que ficar sem ela, senhor – disse Nico.  

               - Temo que você esteja certo... Não tem problema, quando essa confusão toda acabar, mandarei alguém vir pegar para mim...

               - Parados aí! – um guarda apareceu em uma das curvas.

               - Expelliarmus! – bradou Rony – Estupefaça!

               O guarda voou para longe, inconsciente. Continuaram a correr, agora com o esforço renovado, logo mais guardas apareceriam.

               - Qual é o caminho?! – perguntou Nico desesperado – Alguém se lembra?!

               Subitamente, todos pararam de correr. Não tinham idéia de para onde estavam indo. O plano de Gina incluía como entrar em Azkaban – e tinha sido bem sucedido – mas não mencionava nada sobre como sair de lá...

               - Não parem – disse Dumbledore – Não podemos parar! Correndo chegaremos na saída alguma hora.

               - É na sala de Allister, ele disse que é a única saída.

               - Petrificus Totalus! – um dos guardas lançou.

               A magia acertou Annabeth, fazendo com que a garota ficasse totalmente paralisada.

               Hermione e o guarda trocaram alguns feitiços não verbais, raios luminosos voaram para todos os lados, mas por fim a bruxa o sobrepujou e o guarda voou até acertar uma parede.

               - Finite Incantatem! – Harry desfez o feitiço de Annbeth.

               Continuaram a correr, mas o guarda já os havia atrasado demais. Muito mais guardas começaram a chegar, aparentemente do nada. Estavam cercados por guardas e por celas, não tinham mais para onde correr.

               - Parados aí... – disse uma voz conhecida. Allister abriu espaço entre a multidão de guardas – Eu sabia que você não era do Ministério, Allan. Sabe, aquele teste do bilhete de Fudge... Bem, o Ministro realmente dá um bilhete a quem carrega os prisioneiros.

               - Se sabia, por que me deixou entrar? – perguntou Nico.

               - Não é óbvio? – Allister sorria maldosamente – Estava curioso, queria saber o que vocês queriam pescar aqui dentro... – olhou para Dumbledore – E pelo visto, pegaram um peixão. Além do  mais, é muito mais fácil detê-los aqui dentro, quando estão perdidos, cercados por guardas e sem saída do que na entrada, quando seriam vocês oito contra mim...

               - Encarcerous! – bradou Rony.

               - Protego! – o feitiço de Rony ricocheteou e acertou uma das paredes – Não adianta, vocês não conseguiram escapar daqui. E a propósito, estão todos presos.

               E então os guardas começaram a lançar feitiços. Os bruxos usavam protego para se protegerem, mas a situação estava crítica. Os semideuses estavam usando suas lâminas de Bronze Celestial para repelir as magias – como haviam descoberto que isso era possível, alguns dias átras, numa pequena lanchonete em Los Angeles...

               Mesmo assim, era pouco e eles não poderiam se defender para sempre...

               - Harry! – disse Hermione – Lembra-se do que falamos?

               - Hermione, não...

               - Não temos escolha!

               Harry suspirou, pensou por um momento, e cedeu ao pedido dos prisioneiros.

               - Bombarda! – e uma das celas se rompeu, libertando alguns encarcerados.

               - Não! – Allister notou o plano tarde demais – PRENDAM TODOS!

               Mas já era tarde, Gina, Rony e Hermione já haviam se juntado a Harry e liberavam os prisioneiros. Eles não queriam, mas iriam realizar uma fuga em maça de Azkaban. Com tantos prisioneiros escapando, nunca poderiam prestar atenção exclusiva somente aos Escolhidos, os guardas ficariam distraídos.

               Em questão de segundos o corredor estava tão cheio de prisioneiros e de guardas – que agora disparavam magias para todos os lados. Naturalmente que aqueles que estavam presos não possuíam varinha e não podiam lutar por sua liberdade, mas mesmo assim, distraiam os seguranças, o que era tudo que os Escolhidos podiam pedir.

               - Vamos embora daqui! – berrou Thalia.

               Não precisou pedir duas vezes, em um segundo todos voltavam a correr. Percy ia na frente abrindo caminho com Contracorrente, seguido pelos semideuses que o ajudavam na tarefa. Os bruxos iam logo atrás, abrindo tantas celas quanto podiam. Os prisioneiros já passavam em muito o número de guardas. Eles estavam agredindo-os fisicamente, visto que não tinham varinhas, e estavam ganhando.

               - ONDE É A SAÍDA?! – gritou Percy enquanto afastava um grupo de guardas.

               - Vá seguindo – instruiu Dumbledore – Uma hora ela tem que aparecer!

               - Crucios! – os guardas já começavam a apelar para cima dos prisioneiros.

               - Que absurdo! – bradou Hermione – Eles não tem o direito de machucar os encarcerados!

               - Hermione – lembrou Nico – eles são bandidos, todos eles. Estão aqui por um bom motivo, são perigosos para a sociedade.

               - Por mais que sejam úteis para nós agora, seria bom se os guardas os contivessem.         

               - Expelliarmus! – Gina desarmou um guarda que estava se aproximando deles.

               - Eu não quero feri-los – disse Percy enquanto corriam – Mas está ficando cada vez mais difícil... Não quero fatiá-los, mas se tiver que o fazer para cumprir a missão...

               - Virem aqui! – gritou Dumbledore e todos fizeram como lhes foi dito.

               Viram a luz. Finalmente, haviam encontrado a saída! Bastava agora o saguão inicial, o corredor e então pegariam seus pégasus e estariam a salvo.

               Todavia, a realidade se apresentou de uma forma diferente. Quando entraram no salão principal, descobriram que eram esperados. Lá encontraram Allister, o responsável pela prisão de Azkaban e ele não estava nada contente. Pararam de correr e encaram-no.

               - Azkaban – disse ele entre dentes – A prisão mais famosa do mundo Bruxo. Famosa por sua segurança! Vocês tem idéia do que fizeram?! Vocês estragaram tudo! Os prisioneiros vão fugir e vai ser o caos lá fora! Muitos deles eram Comensais, vocês sabem o que fizeram?! – ele parecia tomado pela ira e pela loucura – Minha prisão, minha preciosa prisão. Não poderei perdoá-los por isso. Alguém tem que pagar. AVADA KEDAVRA!            

               Percy se interpôs entre a magia e Nico, repelindo-a com sua lâmina.

               - Vou matar a todos – disse Allister, ele parecia ter surtado. Seus olhos estavam arregalados e suas pupilas dilatas – MELHOR MORTOS DO QUE LIVRES! AVADA...

               - Expelliarmus! – tentou Rony.   

               O bruxo da prisão se desviou par ao lado, mas teve que parar de conjurar a maldição da Morte.

               - Não podem escapar, sabem disso. Em alguns minutos essa sala estará cheia de guardas, então garantirei a todos vocês um lugar permanente na pior cela dessa maldita construção!

               - Estupefaça! – berrou Gina.

               - Protego!

               Thalia viu a abertura quando o carcereiro estava distraído se defendendo. Saltou com sua adaga nas mãos, pronta para fincá-la nele. Todavia, Allister foi mais rápido, pulou para trás.

               - Imperius! – gritou ele, acertando a garota em cheio. Quando ela caiu no chão, estava sob sua posse.

               - Thalia? – perguntou Nico apreensivo – O que esse feitiço faz?

               Allister sorriu maliciosamente.

               - Nem sequer são bruxos, não é? Seus imundos! Vão ter o fim que merecem! Mate-os!

               E Thalia obedeceu. Saltou com sua espada, tentando atingir Hermione, mas Percy se interpôs entre eles. Suas espadas colidiram, fazendo com que algumas faíscas saíssem.

               - Thalia! Acorde! – disse ele.

               - Finite Incantatem! – tentou Harry, mas a magia era inútil. A magia de Allister devia ser mais poderosa que a sua.

               Percy mantinha a força de Thalia facilmente, empurrou-a para trás. A garota tropeçou e caiu no chão, mas rapidamente se reergueu. Ambos começaram uma dança com espadas. Seus movimentos eram precisos, um erro de Percy e ele estaria morto. Thalia não era uma oponente que se pudesse subestimar. Suas lâminas se encontravam, gerando um barulho metálico, mas na mesma velocidade com que colidiam, se afastavam, dando início a um novo golpe.

               - Muito bom... – Allister parecia impressionado com a habilidade de espada dos dois – Mas podem lutar com nós dois? Estupefaça!

                A magia foi destinada a Percy, mas Harry o defendeu com Protego. Pelo menos isso podia fazer.

               - Desista! Você é apenas um e com Thalia sob seu controle, dois. Nós somos sete!

               Harry encarava o intendente da prisão, que nem sequer piscava. Atrás dele, o filho de Poseidon e a filha de Zeus continuavam sua dança de espadas. Allister riu ruidosamente.

               - Então vocês estão em maioria, é?! Mas  e seu eu fizer isso? Thalia, venha até aqui!

               A garota parou a luta com Percy e obedeceu, passando por Harry e se posicionando ao lado de seu controlador.

               - Thalia, mate-se...

               - NÃÃO!berraram todos simultaneamente.

               - Espere um pouco – Allister a impediu, quando a garota já estava com a espada no perscoço, virou-se para os Escolhidos – Não? Por que não? Vocês vão ter o que merecem, já lhes disse... Se quiserem que a garota viva, é bom que vocês se entreguem e se deixem prender...

               Silêncio. Dumbledore, desarmado, deu um passo a frente.

               - Prenda-me, mas deixe-os ir. São jovens, não tem nada com isso.

               Allister parecia prestes a explodir de tanto ódio. Percy viu seu momento e começou-se a esgueirar pelas paredes da sala.

               - Nada com isso? – Allister cuspiu no chão, irado demais para notar os movimentos de um certo semideus  – Eles invadem minha prisão, liberam meus prisioneiros, desafiam-me e você me diz que eles não tem nada com isso? Eles tem tudo haver com isso! E todos vocês, incluindo você, Dumbledore, sofrerão as conseqüências dessa tentativa de fuga, fui claro?!

               - Não a mate! – implorou Gina. 

               - Por favor! – pediu Annabeth.

               - Já sabem meu preço... Entreguem-se!

               Todos estavam apreensivos. Não podiam desistir da missão e se deixarem ser presos, assim como não podiam – e não queriam – deixar Thalia ser morta. O silêncio apenas irritou ainda mais Allister.

               - Se é assim... Thalia, mate-...

               Nunca terminou a frase. Nessa hora, Percy o golpeou-o com a parte chata de Contracorrente. Um golpe bem dado, na cabeça do intendente, que caiu desmaiado no chão de pedra da prisão.

               - Encontrei outra maneira de usar Contracorrente – disse Percy com um sorriso – que não envolve cortar.

               - E é dar porrada... – sussurrou Nico, mas por dentro estava aliviado.

               - Percy, graças aos Deuses! - disse Annabeth aliviada que tudo isso havia chegado ao fim.

               E correu para abraçar o garoto. Estava feliz demais por sua amiga Thalia. Quando notou o que estava fazendo, já estava presa nos braços do filho de Poseidon. Corou e desfez o abraço.

               Quando Allister desmaiou, o feitiço de Thalia acabou.

               - O que houve? – perguntou a garota confusa, quando olhou para o chão e encontrou seu inimigo derrotado, ficou furiosa – Quem o derrotou e não deixou nem um pouquinho da luta para mim?! Sofrerá as conseqüências!

               - Não temos tempo para isso, desculpe, Thalia – Dumbledore já caminhava a frente deles – Os guardas, assim que derem um jeito nos prisioneiros lá trás, virão para cá. Essa hora, devemos estar bem longe, vamos...

               Voavam rapidamente, os pégasus se esforçavam ao máximo.     

               - Para onde vamos? – perguntou Percy.

               - Se seu sonho estiver certo, Percy – respondeu Dumbledore -, receio que já estejamos atrasados. Estamos indo para Hogwarts. Precisamos informar a todos da situação. Se vamos ser atacados, não podemos manter segredos. Chegou a hora de nos prepararmos para a Guerra. Chegou a hora de contar à Hogwarts sobre o Mundo Grego...


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Notas finais do capítulo

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