Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 3
A Desconfiança de Hermione




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/149979/chapter/3

O resto do Expresso correu sem maiores incidentes. Ninguém mais viu Malfoy – o que gerou suspeitas por parte de Gina – mas o resto dos alunos preferiu ignorar e acolher o momento de paz momentânea que estavam tendo.

            Percy, Annabeth e Grover confirmaram o que Gina já havia falado, e acrescentaram alguns detalhes a mais. Eles três realmente tinham dezesseis anos e realmente haviam estudado em Durmstrang. Isto é, pelo menos até o ano passado, quando coisas aconteceram e eles tiveram que se retirar do colégio. Não, não pensem besteira. Percy explicou que na verdade “coisas” significava apenas que os pais dos três haviam entrado em conflito com o diretor e por esse motivo, acharam melhor retirar os filhos da escola. Dumbledore ficou mais que feliz em aceita-los em Hogwarts, assim, lá estavam eles, no Expresso Hogwarts.

            Podemos falar que eles simpatizaram com Rony, Hermione e Harry durante o tempo em que estiveram no trem. Quando finalmente chegaram a Hogwarts, se surpreenderam com o tamanho do castelo, mas resolveram não comentar.

            Bem, digamos que a cena do Chapéu Seletor foi no mínimo... estranha. Três marmanjos de dezesseis anos parados no meio de alunos do primeiro ano, esperando serem chamados para descobrirem a casa que iriam participar. O colégio parecia aceitar isso numa boa, com exceção de Sonserina que, é claro, explodia em risos sempre que um dos três ia para o chapéu. Eles por sinal, foram os últimos a serem escolhidos, logicamente, após todo o primeiro ano ter ido.

            - Hm, vamos ver o que você tem que aqui dentro – disse o chapéu falante, quando foi colocado na cabeça de Grover e, um segundo depois, complementou – pronto, acabei. Um grande vazio aqui dentro, devo dizer. Não vamos perder mais tempo com isso: CORVINAL!

            Grover levantou-se do banco, e seguiu para a mesa da Corvinal, que dava gritos e “urras” de alegria para seu novo membro. Minerva McGonagall olhou a lista de alunos que deveriam ser selecionados.

            - Annabeth Chase!

            Annabeth gelou. Verdade seja dita, ela não estava pronta para isso. Ela não queria isso. A simples idéia de ficar lá na frente e ter seus pensamentos expostos por um chapéu falante a toda a escola a apavorava. Percy deu um pequeno empurrãozinho e ela se mexeu. Cada passo era como se ela estivesse carregando uma tonelada nas costas e o corredor parecia não ter fim. Por fim ela chegou e sentou-se no banco. Minerva pois o chapéu sem maiores cerimônias na cabeça dela.

            - Hm, pelo menos essa cabeça é mais interessante – disse ele – Muitas idéias, pelo que vejo. Muitas idéias. Hm, essa idéia em particular é muito boa, Annabeth, mas onde você encontraria um camelo com três cabeças? Curioso... curioso... Tantas idéias pipocando aqui dentro... Onde eu irei lhe colocar? É, talvez... Espero não me arrepender disso: GRIFINÓRIA!

            A garota respirou aliviada. A mesa de Grifinória começou a dar berros de alegria, mas Annabeth estava preocupada. Grover havia ido para Corvinal.  Se Percy fosse para outra Casa, ela ficaria sozinha.

            - Percy Jackson – disse Minerva.

            Percy não teve tantos problemas em ir até o banco como Annabeth. Ele estava confiante em si mesmo. Iria para a Grifinória, sabia disso. Sentou-se no banco e recebeu o Chapéu.

            - Oh! – o Chapéu Seletor disse inicialmente, seguido por um longo momento de silêncio. Um incrivelmente demorado e desconfortável momento de silêncio – Sabe, faz exatos seis anos que não vejo uma mente tão interessante quanto a sua. Mas não vamos entrar em detalhes sobre o passado. Onde eu irei colocar você? Fiz essa mesma pergunta no passado, e a faço agora... Onde?

            Todo o salão estava em silêncio. Annabeth, sentada na mesa de Grifinória, murmurava baixinho: “Por favor, Grifinória. Por favor, Grifinória”.

            - Eu espero grandes feitos de você, Percy. E a propósito, há muito tempo que não conheço um bruxo que tivesse conhecimento desse fato em particular...

            Dumbledore se levantou da cadeira, com medo de que o Chapéu falasse de mais. O salão observava tudo sem compreender o que estava acontecendo, em silêncio absoluto. Como o Chapéu Seletor não voltou mais a tratar daquele assunto, Dumbledore se sentou.

            - Não, não, Corvinal não. Lufa-Lufa? Hm, melhor não. Espero que você realmente faça os contatos certos, meu caro Percy, eu sei o que você enfrentará pela frente e não será nada bom. Você precisará de amigos confiáveis para isso. Assim sendo, creio que a escolha mais apropriada para você é: GRIFINÓRIA!

            E toda a mesa de Grifinória rompeu em alegria, destruindo o silêncio de alguns segundos atrás. Annabeth podia respirar normalmente mais uma vez. Grover, por outro lado, estava um pouco decepcionado que teria que ficar sozinho. Percy foi até a mesa de sua nova Casa e se sentou.

            - Seja bem-vindo! – disse Harry quando Percy chegou. Ele sentou-se ao lado de Annabeth e Rony, de frente para Harry, Hermione e Gina.

            - Idem – disse Rony – Agora quando será que o jantar sai? Estou com fome

            Gina revirou os olhos – sim, ela estava fazendo muito essa ação nos últimos dias, e, no geral, Rony era o culpado por isso.

            - Será que você não pode mostrar um pouquinho de entusiasmo pelos nossos novos colegas e possíveis amigos? Afinal de contas, eles estão no mesmo ano que você. Vai ter que vê-los todos os dias agora.

            - Claro – respondeu Rony –, eu vou mostrar o meu devido entusiasmo quando estiver com a barriga devidamente cheia. Estamos conversados?

            Percy e Annabeth apenas riram. Sim, eles haviam gostado de sua nova Casa e podiam se acostumar com a idéia.

            - Percy, o que foi que o Chapéu quis dizer com “a maioria dos bruxos não tem conhecimento desse fato?” – perguntou Hermione, sempre preocupada que os outros pudessem saber de algo que ela não sabia.

            Percy parou de rir e olhou para Hermione.

            - Nada de muito importante – disse por fim.

            - Eu reparei – insistiu ela – que Dumbledore levantou-se quando o Chapéu disse aquilo. E o diretor não me parece o tipo de bruxo que se levanta por “nada de muito importante”.

            - Já disse – confirmou ele – não é nada demais. Eu apenas sei como... falar com peixes – disse por fim.

            -... Falar com peixes? – pergunto Hermione desconfiada.

            - Sim. Isso mesmo – disse ele com um sorriso.

            A jovem bruxa estava desconfiada e não acreditava nessa resposta e provavelmente teria verbalizado essa descrença se Rony não a tivesse impedido.

            - Mione, Dumbledore está prestes a fazer o discurso anual dele. Depois do jantar você amarra o Percy numa cadeira e tira as informações dele a là James Bond. Mas, por hora, chega de interrogatórios, ok? Em público é estranho.

            Hermione abriu a boca para retrucar, mas Dumbledore bateu sua colher em sua taça, pedindo a atenção dos alunos.

            - Boa noite a todos – começou o diretor sério – Antes que possamos desfrutar do jantar, permitam-me fazer algumas considerações. O colégio é um lugar seguro dos perigos do mundo exterior, como vocês bem sabem. Mas, por mais que tentemos, não poderemos protegê-los de tudo o que parte daqui de dentro. Então, escolham bem aqueles de quem são amigos. Isso pode lhes ser de valia no futuro. E por falar no futuro, acredito que esse ano talvez traga muitas verdades para vocês. Coisas que vocês nunca sequer imaginaram, nem em seus sonhos mais loucos, poderão tornar-se realidade. Mudanças... Ah, as mudanças! Antes de desconsiderar aquilo que é novo, pensem e reconsiderem. Nem sempre o que é novo é ruim e, por vezes, vocês podem até terminar gostando. De qualquer forma, não quero cansar vocês mais do que preciso e acredito que a mensagem principal já foi dada. Apenas tentem se lembrar dela durante o ano. Pode ser que seja útil... Ou não. Agora, comamos!

            E pratos de comidas, dos mais variados tipos, brotaram da mesa. Havia bife, costeleta de porco, salada de batatas, torta de frango, ratatouille, enfim, tudo o que se pudesse imaginar. Todos se serviram de porções generosas e começaram a comer.

            - Sério, gente – disse Gina -, Dumbledore quase me inspira a ser uma pessoa melhor nesses discursos. Eu disse quase. Ele nem parece o diretor que é durante o resto do ano!

            - Como assim? – perguntou Annbeth.

            - Dumbledore é... – começou Rony, mas não encontrou uma palavra boa o bastante para definir seu diretor.

            - Curioso – terminou Harry, no lugar do amigo – Podemos defini-lo como sendo diferente. Ele na maior parte do tempo age como um perfeito idiota com o intestino descontrolado. Às vezes, no meio de momentos importantes, ele sente uma vontade irremediável de correr para o banheiro. Mas, em geral, quando há um problema sério, ele se torna um sábio. Uma das pessoas mais inteligentes do mundo é ele, com certeza. Não confiem nas idiotices que vocês vão vê-lo fazer durante o ano. Ele, sem dúvida, é um dos maiores bruxos de todos os tempos. Além disso...

            - Essa conversa está muito séria – cortou Rony – As coisas sérias podem ser deixadas para amanhã, quando as aulas começarem. Por hora, se você não tem nada engraçado a comentar: cale a boca e coma.

            - Rony – disse Gina, fazendo força para não revirar os olhos – Você está comendo, que é tudo o que você quis nas últimas cinco horas. Que tal se agora você começasse a tratar seus melhores amigos com um pouco mais de consideração?

            - Pro inferno com a consideração! – disse ele enquanto mastigava uma grande quantidade de macarrão e gesticulava com o garfo no ar.

            Percy e Annabeth apenas se limitavam a rir. Sim, de fato, eles podiam se acostumar com tudo isso.

            - Rony – disse Harry – acorda, já estamos atrasados – e se virou para Percy, que dormia na cama ao lado – Você também, acorda logo.

            - Só mais cinco minutos – murmurou Percy em retorno. Harry considerou isso um avanço, responder o chamado já foi mais do que Rony fizera em anos.

            - Cinco minutos é o tempo que Snape precisa para fazer vocês chorarem como criancinhas pedindo pela mamãe. Acordem agora! – e ao falar isso virou o colchão de Rony, jogando-o no chão e já estava em vias de fazer o mesmo com Percy quando este se levantou.

            - Caramba, Harry – começou Rony – será possível que todos os dias você tem que me acordar de uma maneira diferente? Pelo menos dessa vez você só me jogou da cama. Aquela vez que você usou Bombarda para me acordar foi triste. E por falar nisso, por que estamos sempre atrasados?

            - Porque eu tenho que cuidar de um idiota que sempre se recusa a acordar do jeito prático – respondeu Harry e acrescentou olhando para Percy – E, aparentemente, agora são dois idiotas. Andem logo e vistam-se para irmos para a aula.

            A primeira aula do ano era com a professora Minerva McGonagall. Isso desanimava qualquer um, exceto talvez Hermione e – como Harry descobriria mais tarde – Annabeth. Quando eles entraram na sala de aula receberam um olhar feio da professora.

            - Pelo visto, velhos hábitos não morrem – e virou-se para Percy – mas passam para os novos amigos. Sentem-se logo, antes que meu bom-humor passe e eu decida por vocês de detenção. Logo no primeiro dia.

            Isso fez Harry se lembrar da detenção que Percy, Annbeth, Grover e Malfoy teriam que cumprir. Ele havia se esquecido disso, mas resolveu perguntar mais tarde. Por hora, era melhor não abusar da boa vontade de Minerva e sentaram-se.

            - Então – começou a professora –, eu sei que vocês acabaram de voltar de férias, mas não quero ouvir isso como desculpa para vocês estarem fazendo corpo-mole. Alias, nem quero ouvir desculpa para isso. Se vocês têm tempo para arranjarem desculpas, resolvam os cento e vinte exercícios que passei hoje, só para aquecer.

            - Professora – perguntou Dino -, afinal de contas, o que é um bezoar? Que você comenta aqui no exercício trinta e sete?

            - Obviamente, era esse tipo de corpo-mole a que eu estava me referindo agora pouco. Onde já se viu um aluno do sexto ano não saber o que é um bezoar? Eu sabia disso antes mesmo de entrar em Hogwarts! Alguém pode, por favor, ajudá-la?

            Hermione, como de costume, ergueu a mão prontamente, e já estava próxima de esbanjar seu conhecimento, como de costume, quando alguém foi mais rápido.

            - É uma pedra – começou Annabeth – retirada do estômago de um bode que funciona como antídoto para muitos dos venenos atualmente conhecidos.

            A sala toda estava perplexa, incluindo McGonagall, que não esperava uma resposta de outra aluna que não a Srta. Granger.

            - Ótimo – Harry ouviu Rony sussurrar ao seu lado – é disso que Hogwarts precisava. Outro gênio na nossa turma.

            Hermione se recuperou do choque. Ela não estava acostumada a ser interrompida quando estava prestes a dar uma explicação. E, quando isso finalmente aconteceu pela primeira vez em seis anos, ela concluiu que não gostava disso. Mas, resumiu-se a fulminar Annabeth com um olhar. A garota por sua vez, nem percebeu.

            - Bem – falou Minerva, também se recuperando da surpresa -, é exatamente isso que a Srta Chase acabou de dizer. Alguma outra dúvida, Sr. Thomas?

            - Não, professora.

            - Ótimo, lembre-se que, quando eu fizer essa pergunta, essa é a resposta que eu espero ouvir, sim?

            Dessa vez, não ouve resposta, o que também não pareceu incomodar muito McGonagall.

            - Bem, por hoje já basta. Terminem os exercícios de tarefa e me entreguem amanhã. Agora saiam daqui logo.

            E todos os alunos ficaram mais do que felizes em fazer como era dito. Harry e Rony foram ao encontro de Hermione. Percy, diferentemente, seguiu para conversar com Annabeth.

            - Quem ela pensa que é? – respondeu Hermione, ainda frustrada. – Responder a minha pergunta? Quanta petulância!

            - Hermione – Harry tentou acalmá-la – McGonagall fez a pergunta para quem quisesse responder. A pergunta não era sua. E de qualquer forma, temos outra pessoa inteligente no colégio. Qual o problema disso? Não está afim de uma competição saudável? Vocês duas podem até terminar virando amigas.

            - Não! Eu não estou afim de competição nenhuma, se você quer saber! Apenas quero ser a mais inteligente como sempre fui.

            - “Mudanças nem sempre são ruins” – disse Rony tentando imitar, sem sucesso, a voz de Dumbledore.

            - Ele não falou isso – corrigiu Harry – Ele disse que mudanças podem ser boas.

            - Viu? – perguntou Hermione – Agora até você está consertando as burradas que o Rony diz/faz. O equilíbrio do universo está rompido!

            - Quanto drama – disse Rony.

            - E aquela história toda de “conhecimento secreto” que o chapéu seletor falou – complementou Hermione – ainda não acredito nisso. Tem algo de muito errado com aqueles dois.

            - Com aqueles três – corrigiu Harry, pela segunda vez, esperava que isso não virasse um hábito – Já se esqueceu que Grover também está com eles?

            Aquilo foi demais para Hermione. A garota saiu correndo para chorar no banheiro feminino inconsolavelmente por duas horas. Harry teria ido ajudá-la, mas ele não poderia entrar no banheiro e, de qualquer forma, depois de seis anos convivendo com Hermione, você acaba se acostumando com isso.

            A segunda aula do dia era com Snape, que esse ano, havia se tornado professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Isso era tão desanimador quanto ter McGonagall na primeira aula. Harry apenas suspirou e começou a andar em direção a sala. Mas, no meio do caminho encontrou Percy com Annabeth.

            - Ei – disse ele – vocês ainda não souberam? Snape vai dar essa aula no lago. Não me perguntem o porquê, eu também não sei. Mas, é pra irmos para lá.

            E chegando lá eles encontraram Snape. De frente para o lago e esperando a turma inteira se aproximar.

            - Vamos mais rápido com isso! Sou capaz de citar trinta tipos de bactérias capazes de se mover mais rápido que todos vocês. Andem logo!

            E para o bem dos tímpanos da nação, todos chegaram, o que fez Snape ficar quieto e começar a dar a aula.

            - Esse ano iremos começar nossas defesas de um jeito muito especial – disse o professor com um sorriso cínico – Iremos aprender como lutar debaixo d’água. Não me olhem com esses olhos de barata velha! Eu sou o professor e sei o que é melhor. Agora todo mundo, lançando feitiços em si mesmo para respirar embaixo d’água e descendo para o fundo do lago. Vamos com isso!

            Hermione teria sido útil nessas horas. Ela provavelmente seria capaz de citar, no mínimo, dez tipos de feitiços para respirar debaixo d’água. Harry e Rony, por acaso, não conheciam nenhum. E nenhum dos dois se sentia muito a vontade para perguntar o Snape algum, receberiam algo como “apenas se afogue” como resposta. Assim, preferiram evitar a humilhação.

            Harry conhecia a erva que havia usado no quarto ano, durante a prova do lago no Torneio Tribruxo, mas parecia pouco provável que a encontrasse agora.

            - Ei – disse Percy se aproximando deles – Eu sou particularmente bom com feitiços que envolvem a água. Não se preocupem – apontou sua varinha para Harry e falou - Regenerdes Branquiatus! – Após isso, repetiu o mesmo processo com Rony e Annabeth.

            - Eu não me sinto diferente – comentou Rony.

            - E não é para se sentir, apenas confie em mim, agora vocês podem respirar debaixo d’água.

            Talvez, alguém contestasse isso, mas nessa mesma hora, Snape apareceu gritando – e empurrando – os alunos para dentro do lago.

            - Vamos logo! Eu não tenho o dia inteiro!

            Assim, os quatro pularam no lago e descobriram que o feitiço realmente havia funcionado. Todos estavam respirando. Snape mergulhou também.

            - Ótimo, agora se matem – disse ele carrancudo – qualquer coisa que aprenderem aqui debaixo pode ser classificado como defesa e luta submarina.

            E após falar isso saiu do lago, deixando todos os alunos sozinhos.

            - Se todas as aulas dele forem assim, acho que não aprenderemos muito sobre Defesa Contra as Artes das Trevas – notou Harry.

            - Hm – falou Annabeth -, então, vamos torcer para que melhorem.

            Fingiram lutar por cerca de uma hora quando enfim saíram do lago. Estavam enfim dispensados da aula de Snape, pelo menos por hora.

Encontraram Hermione no corredor o que significava que ela já havia terminado sua crise das sete da manhã, em apenas uma hora – um recorde!

- Estou melhor agora – a bruxa comentou – Gina me encontrou e me ajudou. Ela me lembrou que Annabeth apenas respondeu uma pergunta. Enquanto eu respondi todas as perguntas por seis anos consecutivos. Não tem como ela bater essa – terminou com orgulho.        

Esse orgulho durou até que o idiota do Rony soltasse.

- Puxa, Mione, você perdeu de ver, Percy salvou nossa pele com o feitiço Regenerdes Branquiatus dele. Sem isso, teríamos levado um xingo e tanto do Snape.

- Mas... Então... – Hermione estava novamente desolada – Vocês não precisam mais da minha ajuda? – Harry sentia outra crise de choro se aproximando, mas a garota continuou falando, fazendo força para não derramar lágrimas – e que feitiço é esse? Eu também nunca ouvi falar!

            - Hermione – disse Harry –, espera!

            Mas a garota já tinha ido correndo pro banheiro feminino, provavelmente dar início a crise das onze.

            O resto do dia passou voando. Não viram mais Hermione. E viram poucas vezes Percy, Annabeth ou Gina, já que seus horários quase não batiam. Por fim, todos terminaram por se encontrar no Salão Comunal de Grifinória, no final do dia.

            - Ah! – disse Gina, expulsando um aluno do primeiro da poltrona e se jogando nela – Juro por Deus, que se eu tiver que aturar aquela velhaca da McGonagall por todo o resto do ano, eu vou surtar! É o primeiro dia de aula e

 ela já está enchendo o saco.

            - Ela gosta de chamar de “Política Anti-Corpo-Mole” – afirmou Harry.

            - Ela pode chamar do que quiser – disse Gina irritada – Mas se ela não melhorar eu vou ter que dar início ao que gosto de chamar de “Política do meu pé na bunda dela”.

            Ninguém tinha uma resposta apropriada para isso, assim, todos ficaram quietos.

            - Gente – disse Percy por fim -, eu já estou indo dormir. Vou tentar não dar trabalho para acordar amanhã, ok? Té mais.

            E subiu as escadas indo para o dormitório. A seguir, Annabeth também disse que estava cansada e ia para a cama. Deixando Harry, Rony e Gina sozinhos – isto é, com todos os outros alunos da Grifinória.

            - Então – quis saber Gina –, o que acharam deles dois?

            - Eles são legais – afirmou Rony – Annabeth é inteligente e Percy nos ajudou hoje. Gosto deles – concluiu.

            - Eu também – falou Harry.

            - Ainda não conversei o suficiente para julgá-los – confessou Gina – mas Hermione parece não gostar muito deles.

            - Por falar nisso, onde ela está? Não a vejo desde hoje cedo.

            Quase como que em resposta a essa afirmação, Hermione apareceu entre os alunos. Abriu caminho e veio sentar-se ao lado de Gina. Olhou para todos muito séria.

            - Rony – disse por fim -, como foi o feitiço que você falou que Percy lançou em vocês hoje cedo?

            - Não me lembro, alguma coisa do tipo “Regenerdes Branquiatus”.

            - Exatamente. – falou Hermione – Eu passei a tarde inteira na biblioteca, perguntei a diversos professores e adivinhem? Não existem informações sobre esse feitiço em particular. Adivinhem só? Ele não existe.

            - Hermione – começou Harry -, mas ele existe sim. Eu e Rony de fato respiramos debaixo d’água hoje de manhã.

            - O que está dizendo? – quis saber Hermione – Que por acaso esse tal de Percy aparece do nada e conhece feitiços que nenhum professor conhece e que nenhum livro comenta?

            - Pode ser – defendeu Rony -, eu mesmo no primeiro ano criei um feitiço para fazer o Perebas mudar de cor, se lembra?

            Hermione revirou os olhos.

            - E nós sabemos o desastre que aquela magia era.

            - Hermione – completou Gina, de uma vez por todas –, então o que você está sugerindo?

            - Eu ainda não sei. Não sei o que pensar sobre tudo isso. Mas, uma coisa é certa: tem algo de muito errado com esse trio de alunos que entraram agora. Eu vou investigar. E eu vou descobrir, podem ter certeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários? Recomendações? Qualquer coisa?