Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 24
A Irracionalidade de Fudge


Notas iniciais do capítulo

Esse demorou para sair (apesar de ainda estar no prazo de até terça, né?). Estou cheio de coisas para fazer, então não estou com muito tempo para ficar escrevendo... xD. O próximo capítulo sai até sexta-feira, ok? Espero que gostem desse!

PS: vamos comemorar algumas coisas, ok? Primeiro, chegamos a marca de 100 comentários! Aeee. Depois, a história completa um mês de vida hoje! Aeee². Terceiro, atingimos a marca de 100.000 palavras! Aeee³!



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            Quíron trancou a porta de sua sala e virou-se para os garotos.

            - Thalia ficará bem – disse o centauro com bastante calma – Se Gina tivesse demorado mais um pouco para trazê-la... Voldemort usou magia negra na pobre Caçadora. Quanto a Annabeth, ela também está sendo tratada. Não se preocupem com isso agora, me dêem um relato da missão de vocês.

            Ao terminar de falar, o centauro atravessou a sala e sentou-se na cadeira atrás da sua mesa. Olhou cada um dos Escolhidos que se encontravam na sala nos olhos. Percy Jackson. Harry Potter. Rony e Gina Weasley. Hermione Granger. Somasse isso a Annbeth Chase e Thalia Grace. Faltava apenas um e então, somente então, a verdadeira luta começaria. Quem poderia ser?

            Fudge, ministro da magia, não parecia compartilhar da mesma calma que o centauro. Seu rosto parecia um rabanete de tão vermelho e seus olhos pareciam prestes a saltar das órbitas. Ele estava muito irritado com aquilo tudo.

            - O que significa tudo isso?! – explodiu o ministro, sem saber quem culpava, se eram os bruxos ou o centauro. Poderia até mesmo ser Dumbledore o culpado. Resolveu gritar com os bruxos primeiro – Vocês deveriam estar em Hogwarts, tendo aulas! O que diabos fazem aqui?! Não, melhor ainda, como sabem desse lugar?!

            - Fudge – tentou Quíron -, acalme-se. Todas as suas perguntas...

            - Eu não vou me acalmar! – continuou gritando ele e virou-se para os bruxos novamente – Vocês sabem o que é isso daqui? É o Acampamento Meio-Sangue. Um lugar que supostamente nenhum bruxo deveria ouvir falar! Eu passei anos escondendo a verdade sobre os Deuses de todo o Mundo Bruxo... Mas, não, Dumbledore tinha que descobrir também. Velho caquético! E ainda por cima não consegue ficar com o bico fechado, sai contando para todos os bruxos!

            - Não fale de Dumbledore dessa forma! – interveio Harry. Agora, ele era quem estava ficando irritado com a conduta do Ministro.

            Fudge parou de gritar e olhou o bruxo que o desafiara.

            - Harry Potter... – ele parecia pensativo – Me diga, por que sempre que temos um problema no Mundo Bruxo, me parece que você está no centro de tudo?

            - Nós não somos o problema – interveio Rony – estamos tentando ajudar.

            - Ajudar? E como vocês estão tentando ajudar?! Vocês foram vistos por alguns trouxas em Los Angeles, incendiaram toda a Biblioteca de Nova Iorque e ainda aparataram sem idade para tal ação. Isso não é ajuda! É crime! Vocês quatro vão acabar expulsos de Hogwarts e trancafiados em Azkaban, escutem o que digo.

            A parte da expulsão de Hogwarts – mais do a de Azkaban – gelou a espinha de Hermione.

            - Isso não é justo! Não queimamos a Biblioteca, foram os Comensais e a Quimera.

            - Ah, é verdade – continuou Fudge – ainda temos o problema de vocês saberem demais sobre o Mundo Grego. Sabem? Esse era o maior segredo dos Deuses, não deveria ser revelado a qualquer um... Assim sendo, creio que terei que lhes roubar essas memórias todas. Oblivi...

            - Expelliarmus!

            Um raio vermelho cruzou a sala, acertou a varinha de Fudge e a fez voar para longe das mãos do bruxo. Percy olhou para todos, perguntando-se quem havia lançado a magia. Entretanto, nenhum de seus amigos tinha uma varinha em mãos.

            Foi então que viu quem lançara.

            - Sinto muito, Ministro – disse Dumbledore – Não posso permitir que você faça isso, pelo menos não até que ouça tudo o que temos para dizer.

            Nem Harry, nem Quíron, nem ninguém naquela sala – com exceção de Fudge, logicamente – conseguiu segurar um sorriso ao ver Dumbledore. Como sempre, o bruxo lendário tinha um timing perfeito. Aparecendo assim que precisavam dele. Ele havia aparatado dentro da sala de Quíron.

           - Dumbledore... – falou Fudge, ele estava realmente ficando muito estressado com tudo aquilo – Bem na hora, talvez você possa me explicar o que está acontecendo...

            - Creio que meu amigo aqui – e apontou para Quíron – já tentou explicar a situação. Você, todavia, recusou-se a ouvir.

            - Apenas explique... – continuou Fudge trincando os dentes, numa raiva contida. Era o Ministro da Magia, não iria tolerar que falassem com ele nesse tom.

            Dumbledore sustentou o olhar de Cornélius por alguns segundos, depois suspirou, como se estivesse ficando velho demais para aquelas coisas. E talvez estivesse mesmo.  Virou-se para os bruxos e para Percy.

            - Poderiam nos dar licença, por alguns minutos. Gostaria de conversar a sós com o senhor Ministro e Quíron, sim?

            Todos assentiram com a cabeça e saíram da sala, deixando-os.

            Percy, assim que saiu da sala, foi direto para a enfermaria. Queria ver Annabeth e Thalia, mesmo que ambas estivessem inconscientes. Conseguiram. Eles haviam trazido as Caçadoras de volta... Mesmo que Artemis continuasse desaparecida. Onde será que ela estaria?

            Dessa vez, ele acreditava, Thalia entenderia a situação. Não iriam sair correndo novamente em busca da Deusa da Caça. Ou pelo menos era o que Percy esperava...

            Apesar de tudo, a visita a Voldemort havia sido bastante... Esclarecedora. Isso é, havia jogado luz sobre algumas perguntas de Percy, mas criara outras na cabeça do garoto.

            Agora ele tinha uma leve noção do que Voldemort e Cronos desejavam. O Mundo, tanto o Troxa, quanto o Bruxo e o Grego. Percy revirou os olhos. Por que todos os vilões querem o mundo? Ele não tivera tempo de conversar com seus amigos ou com Quíron sobre a conversa que tivera na Sala do Trono, mas o faria assim que tivesse a oportunidade.

            Qual poderia ser o significado daquela mensagem que Voldemort queria que fosse entregue? Aquilo que Zeus temeu por milênios, desde que derrotou Cronos, está prestes a acontecer... O que era isso? Que tipo de fato poderia fazer o Deus do Olimpo tremer por milênios? Como Voldemort soubera disso? Por que Percy Voldemort escolhera Percy para dar a mensagem?

            O garoto suspirou. Eram muitas perguntas para muito pouco tempo. Queria conversar com Annabeth, ela sempre conseguia acalmá-lo nesses momentos. Mesmo que não soubesse as respostas para a pergunta, ela sempre sabia o que dizer. Ver ela, ouvir ela gritar na Sala do Trono... Aquilo fizera Percy se sentir diferente, embora ele não fosse capaz de dizer o que era. Algo havia mudado nele.

           Ele bateu na porta da enfermaria e entrou. A enfermaria era como todas as outras do planeta. Uma sala branca, bem iluminada, e cheia de camas. Apesar dessa descrição, era um lugar bastante monótono e lúgubre.

            Havia poucas pessoas lá. Um filho de Ares, que se ferira durante uma missão. Uma filha de Deméter, que se machucara enquanto caminhava pela floresta e um garoto que deveria ser novo, pois Percy nunca o vira antes, não sabia de quem era descendente.

            Encontrou Annabeth deitada numa cama ao lado da de Thalia. A Caçadora, como havia recebido tratamento mais cedo, parecia estar um pouco melhor que Annabeth – mesmo que a filha de Atena estivesse bem.

            Percy puxou uma cadeira e sentou-se entre a cama das duas. Não tinha nada para fazer. E não conseguiria fazer qualquer outra coisa pensando nas duas enfermas. Assim, era melhor que ficasse ali, pelo menos até que Quíron o chamasse novamente.

            Olhou para Annabeth, deitada inocentemente sobre a cama do hospital...

            Harry, Hermione, Gina e Rony chegaram também. Afinal de contas, também estavam preocupados com seus amigos.

            - Como elas estão? – sussurrou Hermione, temendo fazer muito barulho.

            - Ambas vão ficar bem – respondeu Percy, sem olhá-la.

            - Gostaria de saber o que aconteceu com Thalia – comentou Harry – O que Voldemort queria dela...

            - Por que Voldemort deve ter querido algo dela? – perguntou Rony.

            - Harry está certo – falaram Gina e Percy ao mesmo tempo. Apenas Gina continuou – Voldemort não teria motivos para mantê-la viva, se não quisesse algo dela... Algo que talvez ninguém mais pudesse lhe dar.

            - O que seria isso? – indagou Rony.

            - Uma informação, talvez? – sugeriu Hermione. Se Thalia soubesse de algo que interessava ao Lorde das Trevas...

            Todos se calaram, pois aquela discussão não levaria a lugar algum. Não adiantava ficar tentando imaginar o que Voldemort iria querer. Quando Thalia acordasse, perguntariam a ela.

            - E quanto a Annabeth? – perguntou Harry – Por que Voldemort a torturou?

            Percy contraiu os lábios. Sabia a resposta. O Lorde das Trevas queria usá-la para persuadir Percy a entregar a mensagem. Sabia que com a garota em perigo, o semideus não pensaria duas vezes. E de fato, teria aceitado a proposta, se Harry, Rony e Gina não tivessem entrado na Sala do Trono naquele momento.

            Não compartilhou de seus pensamentos com os outros, pois não sabia o que aquilo tudo significava. Queria falar com Quíron primeiro. Ver o que o centauro pensava sobre aquilo tudo.

            - Por que não vamos lá fora? – sugeriu Gina – Tomar um ar fresco? Depois de tudo isso, acho que é o que precisamos...

            Todos assentiram com a cabeça e se encaminharam em direção a saída.

            - Vão indo – falou Percy – alcanço vocês em alguns segundos.

            Ele ainda queria ficar com Annabeth.

            Ironicamente, quando os bruxos saíram, quase que como planejado, Thalia se moveu. Seus olhos pareceram piscar.

            - Está acordada? – perguntou Percy surpreso. Não esperava que fosse tão rápido.

            - ...Percy? – disse ela com uma voz fraca.

            O garoto assentiu com a cabeça.

            - Sim, sou eu. Escute, não se mexa. Eu vou chamar alguém para cuidar de você agora mesmo.

            O garoto já havia levantado da cadeira, quando Thalia tentou segurá-lo com o braço. Digo que ela tentou, pois estava muito fraca para ter sucesso. Mas o semideus entendeu que ela não queria auxilio ainda.

            - Quero conversar... – respondeu ela – Se chamar alguém, vão me colocar para dormir.

            Aquilo era compressível. Não sabia quanto tempo ela ficara presa nas Masmorras, privada de falar com alguém.

            - O que ele fez com você? – perguntou Percy.

            A garota pareceu fazer um esforço para responder, mas as palavras a abandonaram e nenhum som foi emitido por sua boca.

            - O que ele queria com você? – o semideus tentou outra pergunta.

            Ele já tinha uma leve noção de qual seria a resposta, mas mesmo assim, não gostou quando Thalia respondeu.

            - ...Uma mensagem. – disse ela – Ele queria que eu entregasse uma mensagem, ao meu pai...

            Fudge ouviu a toda explicação de Quíron e Dumbledore silenciosamente. Havia ido até o canto da sala em que sua varinha caíra e a pegou de volta. Guardou-a no bolso. Ele não estava gostando nada daquilo.

            - Então – falou ele em tom petulante quando a explicação acabou -, vocês acham que Harry, Rony, Hermione e Gina são os quatro escolhidos pela Profecia?

            - Não achamos – respondeu Quíron – nós sabemos. Todos os quatro já foram aprovados no teste do Oráculo. Eles são a parte bruxa da Profecia, falta agora somente um semideus ou semideusa.

            Fudge olhou para Dumbledore.

            - Dumbledore, quando você estudou a origem dos bruxos e, por acidente, descobriu sobre a existência dos Deuses, vocês prometeu a mim que nunca revelaria esse segredo. Por isso não apaguei sua memória!

            O bruxo acariciou sua longa barba e assentiu com a cabeça.

            - Sim, Ministro, eu prometi. Peço desculpas por quebrar essa promessa, mas não tive escolha. Voldemort se uniu a Cronos. Se quisermos ganhar, precisaremos unir nossas forças também.

            - Você não entende! – gritou Fudge – Isso não pode ocorrer. A milhares de anos, como você sabe, os Deuses se reuniram num Grande Conselho para decidir o futuro dos bruxos. Foi por um triz! Um pouquinho mais e nossa raça teria virado poeira!

            “Nós somos um acidente, Dumbledore, entenda isso de uma vez por toda. Nunca fomos planejado pelos Deuses. Somos uma espécie de aborto divino! Sabe por que eles nos temeram tanto? Porque, de fato, nós somos muito poderosos. Veja só, Voldemort conseguiu seqüestrar uma Deusa!”

            “Quem sabe do que mais somos capazes? Criar uma magia para matar um Deus, talvez? Eles cogitaram isso e muitos nos queria pulverizados antes que tivéssemos essa chance. Mas, o Ministro da Magia, da época do Grande Conselho, negociou com eles. O trato era simples: nenhum bruxo que não estivesse no mais alto escalão do Ministério poderia saber da existência dos Deuses. Paralelamente, nenhuma criatura mítica que não fosse um dos Doze Grandes poderia saber da existência dos bruxos! Era simples!”

            - Ministro...    

            - Deixe-me terminar – continuou Fudge – Mas é claro que você, Dumbledore, contrariando todas as expectativas do Ministério, tinha que ver através da Névoa, tinha que descobrir toda a verdade. Eu, é claro, como um prêmio, resolvi lhe contar tudo, com sua promessa de que você nunca contaria ninguém... E mesmo assim, aqui estou.

            “Não podemos contar a verdade ao Mundo Bruxo. Os Deuses se soubessem disso, nos pulverizariam antes que tivéssemos tempo para pedir desculpas!”

            - Mas, Fudge – notou Dumbledore -, o que os Deuses temiam, já aconteceu. Um bruxo das Trevas conseguiu a informação da existência deles, e pretende usá-la para o mal. Ninguém sabe o que se passa na cabeça de Voldemort e Cronos nesse momento, mas não deve ser bom. Precisamos ganhar essa luta.

            “O nosso pior inimigo já está nessa guerra, qual pode ser a pior coisa acontecer, ele ganhar mais alguns seguidores? Nós ganharemos um exército! Precisamos contar.”

            - Eu sou o Ministro da Magia, e digo que não contaremos nada! E ponto final!

            - Senhores – interveio Quíron que até então ouviram tudo em silêncio -, creio que este seja o caso de levarmos o assunto ao Olimpo. Eles tem que saber que o Segredo já foi revelado. Eles correrão perigo se ficarem desinformados.

            Dumbledore assentiu. O ancião concordava com Quíron. Chega de mentiras, era hora de colocar todos a par da situação. Sem mais segredos, lutariam agora. Era uma pena que o Ministro pensasse de uma forma diferente...

            - Fudge – falou Dumbledore -, me desculpe, mas você está sendo irracional.

            - Irracional?! Olhe com quem fala! Sou o Ministro e mereço ser tratado como tal. Já disse que os bruxos não saberão de nada. E também não te autorizo a levar isso aos Deuses.

            - Certo – falou Dumbledore respirando fundo – e o que você sugere?

            - Sugiro que Harry, Rony, Hermione e Gina sejam expulsos de Hogwarts por usarem magia sem serem maiores de idade. Sugiro que você volte para a escola e continue trabalhando como se nada tivesse acontecido. Eu, junto com todo o Ministério, continuarei caçando Voldemort, como já fazia antes. Assim, como Quíron e seus campistas continuaram tentando destruir Cronos. Nós destruiremos nossos inimigos separadamente.

            - Mas, já era difícil fazê-lo quando eles estavam separados. Agora que eles se uniram, não temos como vencê-los se não fizermos o mesmo!

            Fudge olhou para Dumbledore. Aquela conversa já o cansara. Ele já havia tomado sua decisão e não estava disposto a voltar atrás.

            - Já falei como faremos, Dumbledore. Você, infelizmente, não está em condições de não acatar essas ordens. Então, amanhã pela manhã, voltaremos a Londres, fui claro? Você irá para Hogwarts, cuidar de seus afazeres. Harry e os outros virão comigo, para o Ministério, onde eles terão uma audiência.

            - Não!

- Lá – continuou Fudge inexoravelmente - será decidido se eles serão ou não expulsos de Hogwarts e quais serão as conseqüências para todas as loucuras que eles fizeram. Fui claro o bastante?


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Notas finais do capítulo

COMENTEM! Por favor, se você é um leitor fantasma, que gosta e acompanha, por favor, comente. Assim, você contribui para que eu não pare de escrever :D. Até a próxima!