Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 21
Gritos na Sala do Trono


Notas iniciais do capítulo

Pronto, aí está o capítulo. Espero que gostem!



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                Primeiramente, Harry pensou estar imaginando coisas. Por um segundo, fechou os olhos, esfregou as pálpebras e – quando as abriu – esperava que as imagens de Rony e Gina houvessem desaparecido. Queria tanto sair daquela cela que estava começando a imaginar coisas. Mesmo assim, a figura de seu melhor amigo e da irmã dele persistiam em continuar lá. Só tinha uma explicação para isso: aquilo era real.

            - Rony? – perguntou o bruxo.

            - Harry? – perguntou Rony.

            - Gina? – disse Harry virando-se para a bruxa.

            Gina revirou os olhos.

            - Vamos parar com o momento nostalgia – disse ela – e nos focar no que é importante, sim? Harry, qual é a situação? Sabemos apenas que Voldemort está por aqui e que temos que resgatar Artemis e as Caçadoras, ou qualquer coisa do tipo.

            Harry estava aturdido.

            - Mas... Quando... Por quê... Como? Vocês deveriam estar em Hogwarts, como sabem de tudo isso?

            - Não por culpa sua – respondeu Rony. Ele ainda se ressentia que seu melhor amigo tivesse escondido a verdade para ele e partido numa aventura sozinho – Se dependesse de você, ainda estaríamos em Hogwarts.

            - Rony – falou Gina -, depois, ok? Harry, o que fazemos?

            Harry se recuperou. Ela estava certa, explicações poderiam ficar para mais tarde.

            - Certo, temos que resgatar Artemis, suas Caçadoras, Annabeth, Hermione e Percy... Acho que é só isso...

            Rony deu um assovio.

            - Uau. Isso é um monte de gente. O que vocês ficaram fazendo em minha ausência que todos foram capturados?

            - Me tirem daqui! – falou Harry apontando para sua cela – Temos que ir logo.

            Rony apontou sua varinha para a fechadura da porta.

            - Alohomora! – tentou ele.

            Harry se aproximou da porta. Ela continuava fechada. Gina revirou os olhos, como que decepcionada, apontou sua varinha para a grade da cela de Harry.

            - Bombarda Maximus! – disse ela.

            Houve uma explosão e a grade se desfez. Isso é, abriu-se um enorme buraco nela por onde Harry pode passar.

            - Muito obrigado – respondeu ele com um sorriso. Certo, um dos problemas já havia sido resolvido. Agora faltava apenas encontrar sua varinha e bem... Todos os seus amigos.

            - Vamos – falou Rony e já estava a caminho da saída, quando Harry o impediu com o braço.

            - Espere aí – disse o garoto – ainda temos que ajudar alguém aqui. Gina, pode iluminar essa cela aqui, por favor? – e indicou com o dedo a cela ao lado daquela em que estivera.

            A garota assentiu com a cabeça sem entender onde tudo aquilo levaria.

            - Lumus! – e um pequeno ponto de luz se formou na ponta de sua varinha.

            Rony e Gina deram um passo para trás quando perceberam que tinha alguém amarrado naquela cela, na escuridão.

            - Quem é ela? – perguntou Rony.

            - Thalia Grace – respondeu Harry – Líder das Caçadoras de Artemis e possivelmente uma dos Oito Escolhidos. Podemos começar nosso resgate por ela.

            Depois que falou isso, Harry percebeu que talvez nenhum de seus amigos de Hogwarts tivesse idéia do que eram os “Oito”. Se não sabiam, não pareceram surpresos ou fizeram qualquer tipo de pergunta. Thalia, por outro lado, se pudesse falar, teria negado sua participação nesse grupo.

            Harry não teve que pedir duas vezes, pois Rony já compreendera como se fazia. Lançou um Bombarda na grade, permitindo que ele, Gina e seu melhor amigo entrassem. Quando chegaram perto de Thalia, perceberam que havia outro problema: a garota estava presa por correntes. O que Voldemort estivera fazendo?

            - Bom – disse Rony -, não posso lançar Bombarda nas correntes. Poderia feri-la. Alguém tem outra idéia?

            Silêncio.

            - Bom... – começou Gina – E que tal... Alohomora!

            Ouviu-se um click da fechadura das correntes se abrindo. Elas não eram encantadas como a porta, logo podiam ser abertas por magia.

            - Agora essa droga de feitiço funciona! Por que nunca dá certo comigo?! – Rony estava inconformado, mas sua frustração teria que esperar, no momento, eles tinham coisas mais importantes para fazer.

            Harry se ajoelhou ao lado da garota.

            - Thalia – começou ele -, você consegue andar?

            A garota tentou. Apoiou-se nos ombros de Harry e, com as pernas bambas, tentou ficar de pé. Por um segundo, ela foi bem sucedida em sua tentativa, mas depois a gravidade resolveu pregar-lhe uma peça e a garota caiu.

            - Ela certamente não está em condições de lutar – notou Gina.

            - Ou de ficar no campo de batalha – complementou Rony.

            Aquilo foi com um estalo na cabeça de Harry. Ele se lembrou de algo.

            - Rony, Gina, como diabos vocês conseguiram chegar aqui?

            - Harry... Depois...

            - Não, não, isso é importante agora. Apenas respondam: como?

            - Aparatação – falou Gina.

            Aquilo fazia sentido. Ele e Hermione saíram mais cedo de Hogwarts e não tiveram essa aula. Rony e Gina, por outro lado... De alguma forma eles haviam descoberto tudo e aparatado para lá. Harry suspeitava de Dumbledore, pois os dois não poderiam ter aparatado de Hogwarts, o diretor devia tê-los ajudado. Mas resolveu deixar isso para lá.

            - Certo – começou Harry -, em Long Island, na floresta, há um acampamento chamado...

            - Acampamento Meio-Sangue – Gina e Rony falaram em uníssono – Nós sabemos.

            Aquilo deixou Harry curioso. Como eles poderiam saber disso? Mas não falou nada. Apenas confirmou com a cabeça.

            - Ok – respondeu o garoto -, eu preciso que um de vocês aparatem com Thalia para lá. Precisamos deixá-la segura até que ela esteja recuperada para lutar.

            Nenhum dos dois se voluntariou a ir. Afinal, nenhum dos dois queria abandonar Harry nessa hora de necessidade.

            - Vamos gente – começou o bruxo com cicatriz – preciso de um voluntário...

            Após um segundo de espera, Gina bufou.

            - Tá. Eu vou. Mas você fica me devendo essa, Ron.

            A garota se aproximou de Thalia e já a havia tocado, quando Harry a impediu de desaparecer. O garoto virou-se para a Caçadora.

            - Thalia, por favor, tente responder. Você encontrou alguma pista sobre Artemis? Sabe onde ela está ou onde as Caçadoras possam estar? Qualquer coisa?

            A garota fez um movimento fraco com os braços, indicando para que Percy se aproximasse. O garoto o fez.

            - Atrás... Sala... Trono... – disse ela.

            - Atrás da sala do Trono? – perguntou Harry.

            A garota assentiu.

            - Trono? – disse Rony – O que demônios? Isso aqui é um castelo?

            Não havia tempo para responder. Harry sabia onde procurar. Não sabia o que Thalia quis dizer que estava ali atrás. Podia ser Artemis, ou as Caçadoras. Com um pouco de sorte, poderiam estar Hermione e Annabeth também. E Percy devia estar na Sala do Trono nesse momento. Isso resumia bastante o problema deles...

            Gina tocou Thalia, deu um olhar preocupado para Harry e depois para Rony.

            - Aconteça o que acontecer, não morram. Eu já volto.

            A garota aparatou antes que Harry tivesse tempo de falar com ela. Iria dizer para não voltar, pois era muito arriscado. Ele não queria colocar a vida de seus amigos em risco, ainda mais esses que não tinham nada haver com essa história toda.

            Agora, ele estava sozinho nas masmorras com Rony.

            - O que faremos? – perguntou o Weasley.

            - Lutamos – respondeu Harry – Lutamos.

            E seguiu em direção a porta. Em direção a enorme escadaria. E em direção a Sala do Trono.

            Harry e Rony subiam as escadas em espiral o mais rápido que podiam.

            - Harry, o que faremos quando chegarmos lá?

            - Lutamos, Rony. Primeiro acabamos com Voldemort, derrotamos todos os outros que entrarem em nosso caminho, salvamos nossos amigos e depois você aparata com todos nós. Simples assim.

            Pelo menos é simples de dizer, pensou Rony. Ele duvidava que esse plano fosse tão simples na prática, mas não comentou nada. Apenas continuou subindo.

            - Quem pode estar atrás da sala do trono? – perguntou o ruivo.

            - Seria pedir de mais que todos estivessem lá? – Harry respondeu embora duvidasse disso.

            - O que você acha que Voldemort quer com Percy? Quer dizer, como você já disse, inicialmente ele queria apenas você e o Percy vivo. Você nós já sabíamos, ele quer matá-lo pessoalmente – sem ofensas. Mas o que Percy e Thalia tem com isso? E por que ele mudou de idéia e decidiu deixar Hermione e Annabeth vivas também?

            - Rony, eu não sei! Mas temos que impedir Voldemort, seja lá o que ele queira.

            Os dois continuaram a subir em silêncio. Não sabiam bem ao certo em qual porta tinham que entrar, mas presumiam que devia ser no último andar e era para lá que seguiam.

            - Espera aí – falou Harry – Eu preciso de uma varinha! Não posso enfrentar ninguém sem minha varinha.

            - Accio varinha! – tentou Rony, sem parar de correr, mas nada aconteceu.

            Os dois pausaram a corrida por um instante, pois seria inútil chegar lá em cima desarmados.

            - O que fazemos? – perguntou Rony.

            - Não podemos tentar achar a varinha agora – respondeu Harry – Percy pode estar em perigo... Além disso, eu duvido que Voldemort esteja sozinho. Ele deve ter alguns Comensais com ele. Quando chegarmos lá, Rony, tente desarmar um deles o mais rápido possível e jogue a varinha para mim.

            Rony assentiu. Estava menos confiante do que aparentava. Assim, eles continuaram subindo e, alguns segundo depois, finalmente chegaram ao último andar. Respiraram fundo, e Rony explodiu a porta.

            O que viram, não agradou. Era uma sala recheada de Comensais da Morte e de monstros gregos. De todos os tipos. Havia conhecidos e desconhecidos. Sem chance dos dois passarem por aquilo, mas tinham a impressão que a sala dos tronos estava logo depois desse corredor.

            - Harry... – disse Rony com os lábios trêmulos – Q-Qual deles eu d-d-desarmo?

            Ele é careca.

            Essa foi a primeira coisa que Percy notou quando viu Voldemort. A segunda foi: Ele não tem nariz. É claro, não havia muito mais o que notar. Tirando esses fatos, o Lorde das Trevas era um bruxo como qualquer outro. Usava um manto escuro e carregava uma varinha no punho.

            A sala era circular. Possuía seis colunas, próximas a parede, cada uma delas com uma distância milimetricamente contada de sua antecessora. Eram feitas de mármore branco. Assim como o chão. No alto do salão, havia uma enorme clarabóia que permitia a luz do sol entrasse – Percy confirmou: era dia. Aquele, apesar de ser o aposento freqüentado pelo Lorde das Trevas, parecia ser o lugar mais bem iluminado do castelo. Cheirava razoavelmente bem e, até onde o Percy conseguia ver, não tinha goteiras.

            - Você gosta? – perguntou Voldemort. Sua voz era fria e dura.

            Ele estava sentado em uma cadeira feita de metal, no centro da sala. Não parecia confortável, mas o garoto não comentou nada. O bruxo não esperou uma resposta e continuou falando.

            - Eu mesmo construí esse castelo. Com magia, é claro. Está a salvo da visão dos trouxas e é um bom local para que minhas forças fiquem resguardadas... Por hora...

            - Para que um exército? O que você quer? – Percy perguntou.

            Voldemort pareceu surpreso com a interrupção, certamente, não eram todos que o interrompiam quando ele falava.

            - Vejo que temos uma pessoa corajosa aqui... – disse o Lorde das Trevas – Eu gosto de pessoas corajosas. Gosto de ver seus últimos momentos de vida, olhar nos olhos de minhas vítimas, enquanto toda a coragem desaparece deles. É uma experiência... Magnífica, devo dizer. E, se me permiti complementar, foi especialmente divertido fazer isso com Thalia...

            Percy não queria mais ouvir. Destampou Contracorrente e partiu para o ataque.

            - Petrificus Totalus!

            O garoto paralisou na metade do caminho.

            - Acalme-se, seu semideus apressado. Não entramos na parte da batalha ainda. Eu planejei uma conversa, responderei algumas perguntas suas enquanto deixou outras no vácuo e depois, somente depois, um confronto. E além disso, eu tenho uma proposta para lhe fazer – ele tinha um sorriso sarcástico estampado no rosto. Aparentemente, ele estava gostando muito de toda aquela situação – Agora, eu vou lhe liberar do Petrificus e conversaremos um pouco, sim? Se você se recusar... Bem, irei lhe causar um pouco de dor e depois lhe mandarei para junto de Thalia, que também não quis compreender meus planos... Se juntar a minha causa, entende?

            Aquela frase era simples, mas bastante reveladora. Voldemort queria que Thalia se unisse a ele? Por quê? O que a filha de Zeus tinha que o Lorde das Trevas pudesse querer? Voldemort fez um movimento com sua varinha e Percy sentiu seu corpo se liberando do feitiço. Podia se mover livremente. Decidiu que esperaria o momento certo, antes de tentar outra investida.

            - Uma proposta, você disse? – perguntou Percy.

            Voldemort assentiu com a cabeça.

            - Eu recuso – respondeu o semideus sem mais delongas. Não estava disposto a negociar nada com ele – Onde estão todos?

            - Ah, sim – respondeu Voldemort. Seu sorriso parecia ter triplicado de tamanho com a menção dos amigos de Percy – Seus amigos... Eu imaginei que você ia se mostrar relutante em sequer ouvir minha proposta. Assim, achei que poderia usar seus amigos como uma forma de... Estímulo, entende?

            Em menos de um segundo, ele fez um grande movimento com a varinha e os gritos começaram. Eram estridentes e atravessavam a sala. Percy se sentiu transportado. Eram os mesmos gritos de seus sonhos.

            - Está sonhando acordado, Perseu Jackson? – perguntou Voldemort quase não conseguindo conter seu sarcasmo – Sim, esses são os mesmos gritos que você ouviu em seus sonhos. Cronos os plantou em você. A rua era apenas uma dica de como nos encontrar, mas os gritos eram reais...

            - Onde está Artemis? – perguntou Percy. Queria acabar com o sofrimento da deusa o mais rápido possível. A julgar pelos gritos, ela não podia estar longe.

            - Sabe – falou o Lorde das Trevas – faz sentido você achar que os gritos são de Artemis. Afinal de contas, até pouco tempo ela era a única desaparecida. Nos seus sonhos, você achou que os gritos eram o que a Deusa sofria no presente. Mas, seus sonhos não eram amostras do presente, e sim do futuro...

            - O que isso quer dizer? – perguntou Percy.

            Voldemort sorriu.

            - Quer dizer que, os gritos que você ouviu nos seus sonhos não eram de Artemis. Eram de alguém que ainda sofreria no futuro – e que, na verdade, está sofrendo agora... Não têm nenhuma idéia de quem possam ser esses berros?

            Os gritos continuavam ao fundo. A espinha de Percy gelou. Ele conhecia aquela voz, no fundo sempre soubera, mas se recusava a acreditar.

            - Onde está Annabeth, seu miserável?


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Notas finais do capítulo

O que pensam sobre o capítulo? Sobre a história? Sobre meu perfil (-.-')? Que tal deixar um review me contando tudo isso?
:D. Desde já agradecido.
Do escritor.

Ssauhsuhuhuasa