Babá por Um Dia escrita por Akyra Briefs


Capítulo 2
Capítulo 2




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Resmungando para si mesmo o azar que tinha em mãos e com um semblante carrancudo, Vegeta entrou dentro da Corporação Cápsula, tomando à direção da sala de gravidade.

Com um passo peculiarmente distinto, dirigiu-se até á máquina reguladora da gravidade e descruzou os braços manhosamente, pousando com toda a sua força sobre o intercomunicador. Em seguida, deixou seus dedos hábeis e encrespados nos botões da máquina, colocando a gravidade a uns seiscentos, adicionando depois, três mini robôs para o acompanhem no seu treino.

Ao vê-los aparecer e sobrevoar no curto espaço que o rodeava, Vegeta posicionou-se astuciosamente na defensiva, abrindo uma estreita fenda entre as pernas e erguendo seus braços até ao peito de punho fechado, enquanto observava atentamente cada movimento inútil dos robôs. Foi, então, que um deles tomou iniciativa de dar um movimento mais brusco, e sem muito esforço, ou até mesmo impassível, Vegeta concentrou seu Ki na palma da mão, permanecendo inerte á situação, á medida que formava um sorriso contrafeito nos lábios.

Hum, vou aumentar só mais um pouco o meu Ki, não precisarei muito para derrubar essas latas velhas. “ A bola azul aumentou um pouco, á medida que os robôs se movimentavam lentamente.

Quando sentiu que um dos robôs estava a poucos centímetros da sua nuca, Vegeta ergueu rudemente a mão, ao mesmo tempo que a rodou ligeiramente e lançou a bola de energia ao seu adversário. A bola resvalou no metal resistente do robô, fazendo ricochete em direção a outro, e assim sucessivamente.

Vegeta cerrou os olhos e concentrou sua mente, numa tentativa prévia de saber quando a pequena bola iria resvalar em si. Finalmente, quando esta ia em sua direção, e Vegeta se preparava para se defender, um choro agudo o despertou do transe. Ele perdeu literalmente todas as suas reações ao fitar cético o aparelho, que se encontrava a poucos metros dele, com a boca formando um minúsculo “o” e seus olhos ficarem escassamente num ponto negro, piscando-os brevemente.

-Digam-me que isto é apenas uma ilusão auditiva.

Perdido em seus pensamentos, Vegeta esquecera-se, por resumidos instantes, daquilo que o rodeava, até que, a bola de energia o chamou á realidade, atingindo-o lateralmente. De língua de fora, Vegeta cambaleou apenas num pé quase até á extremidade da sala. Enquanto a trincava, lágrimas resignadas escorregaram-lhe discretamente pelo canto dos olhos.

Droga, mas ela tinha que acordar, justo agora?” resmungou ao se recompor e mover até a porta da sala, desprazido.

Caminhou apreensivamente pelo longo e interminável corredor. Como Bulma pôde me fazer uma coisa dessas? Como ela me afrontou desta maneira, ao deixar a filha de Trunks e da neta de Kakarotto, comigo? Com a testa franzida, Vegeta moveu-se numa marcha própria, pensando numa possível razão para tal ousadia. Bulma sabia que ele não gostava de crianças, particularmente quando eles ainda usavam fraldas, o que ela não conhecia era o motivo.

Apesar de serem seus filhos, sangue do seu sangue, e gostasse deles á sua maneira, Vegeta nunca conseguira demonstrar ou ter um prolongado ato de carinho com eles, não porque não quisesse, mas porque era essa a sua natureza, a de um Saiyajin de raça guerreira, que toda a sua vida foi treinado para conquistar, ou por vezes destruir, planetas e matar seus miseráveis habitantes.

No meio de seus pensamentos, Vegeta recordou-se das vezes em que tinha se aproximado discretamente do umbral da porta do quarto do pequeno Trunks. Sempre mergulhado na penumbra do sombrio corredor, não se deixando ser visualizado por ninguém, ele via uma bela mulher serenar um bebe chorão em seus braços, embalando-o cuidadosamente. Era isso que o incomodava! O simples choro de uma criança o atormentava impetuosamente, como se fossem lâminas em seus ouvidos. Era como se ficasse vulnerável perante tais lágrimas e não pudesse fazer nada para evitar tal tormento. Isso o fazia se sentir fraco, coisa que ele não se considerava.

As escadas em espiral começaram a se impor diante dos seus olhos, que as subiu sem hesitar. Sua mente flutuou pelo novo corredor que se delineou bem á sua frente, á medida que avançava mais um pouco até chegar a uma porta, onde tinha uma pequena e rosada placa com um nome gravado: “Amai”. Rodopiando os olhos, ele bufou pronto para enfrentar a pequena fera que se encontrava do outro lado da porta.

-Ei, pequena – proferiu ao abrir a porta de rompante -, melhor se calar ou…ham?

O silêncio reinava naquela divisão bem espaçosa, cheia de brinquedos e mobílias infantis num tom de amarelo pastel, para desconfiança de Vegeta, que depositou imediatamente os olhos no berço bem adornado com ursinhos, que giravam em cima dele. Duas das suas barras de ferro estavam descoladas para lados oposto, formando uma enorme fenda entre elas. Embora quisesse se mostrar o mais impassível possível, o coração de Vegeta denunciou-o ao perceber que a pequena não se encontrava mais deitada no berço. Engoliu em seco, com o rosto contraído, e murmurou para si mesmo:

-Sou um Saiyajin morto por uma terráquea encolerizada.

-Piu piu – uma vozinha inocente saiu embargada.

Ele relanceou o olhar para o chão. Uma menina de apenas um ano se encontrava sentada ali, limpando o olhinho azul com o dorso da mão enquanto que com a outra, ela apontava para a grandiosa janela de vidro. Do outro lado de fora, na ampla sacada, um pequeno passarinho saltitava atrás de algo que pudesse debicar. Com os olhos arregalados, ele voltou a fitar as barras do berço, incrédulo.

Não pode ter sido ela a fazer tamanho estrago.” pensou, petrificado, continuando com uma expressão de absurdo estampado no rosto. “Na idade dela, eu ainda estava aprendendo a andar.” E elevando o canto da boca, Vegeta olhou para a neta, e continuou a sua linha de reflexão:”Hum, sem dúvida que os Saiyajins mestiços são cada vez mais superdotados. Têm uma capacidade impressionante de ficar mais fortes com o passar dos anos, e de desenvolver rapidamente o seu poder. Esta pequena não é exceção. Não é á toa que carrega em suas veias, o sangue dos melhores Saiyajins do Universo.”

-Piu piu – voltou a proferir a menininha de cabelos lilás.

-Bom – pigarreou o Saiyajin, num tom áspero. – Já que estamos só nos os dois aqui em casa, devo informá-la que só vai haver uma única regra aqui: tudo vai ser feito do meu jeito. Por isso, é melhor você voltar para o berço. – Vendo a menina irredutível, ele desceu as sobrancelhas, impaciente. – Eu estou mandando. – Intimidada com a voz do avô, Amai fez beicinho, para desespero de Vegeta. – Não vai chorar, pois não? – a menina abriu berreiro, o que fez Vegeta bufar e fechar o rosto: - Humpf, estou feito.

Ao notar que o homem avança num passo rude em direção á janela onde Amai estava sentada, o pássaro assustou-se e acabou por voar para fora da sacada. A menina seguiu a pequena ave com o olhar desiludido enquanto esbracejava seus bracinhos no ar, como se pedisse ao pássaro para não ir. Como o pássaro não voltou, Amai parou de chorar e fitou o avô, de uma maneira que só uma pessoa fazia. O típico olhar mortífero de Bulma estava exposto no de Amai, o que fez Vegeta arregalar os olhos, assombrado.

-Só me faltava mais esta – grunhiu o príncipe, perplexo.

Vegeta se vergou então e estendeu os seus braços musculosos para pegar a menina, erguendo-se de seguida. Sempre de braços estendidos, e sem o menor jeito, ele caminhou até ao berço enquanto ela agitava os pezinhos no ar, para que pudesse fugir e ir atrás do passarinho. Pelo menos já se calou, pensou Vegeta, impassível. Amai o fitava com indignação, ao ver que ele a transportava de novo para a sua prisão.

-O que foi? – inquiriu ao sentá-la de novo no berço. – Está me olhando assim por quê?

-Vô Vege…Vege…- Vegeta arqueou a sobrancelha, impreciso, como se fizesse força para ela citar o seu nome. - Vegetal! – completou ela com uma alegria descomunal.

-O quê? – Tudo pareceu parar ao redor de Vegeta, que tremelicava o olho, aborrecido, e se mantinha de punho firme no ar, revoltado. – Como ela ousa chamar Vegetal ao príncipe dos Saiyajins? – ele fez uma pausa, ao apreciar o sorriso divertido da menina. – Se eu descubro o verme miserável que lhe ensinou tamanha besteira, acabo com a sua raça – rosnou ao mastigar as palavras.

XxxXxxX

-Atchim. – Espirrou alguém com grande aparato.

Os pratos, que há bem pouco tempo estavam pousados na mesa, voavam automaticamente pelo ar, passando ao lado, e por cima, de várias cabeças, até se estatelarem contra a parede do café. Com uma enorme gota na testa, todos ali dentro relancearam seus olhares embasbacados para trás. Com um sorriso amarelo, Goten coçava o nariz enquanto sua mulher, que se encontrava sentada à sua frente, e que se tinha desviado a tempo de um dos pratos voadores, piscava delicadamente os olhos, cética.

-Acho que o papai apanhou resfriado. – Um menino de quatro anos, parecido com o despenteado Goten, passou-lhe um guardanapo, rindo da situação constrangedora. – Deve ter sido de alguma corrente de ar que você apanhou papai.

-Ei garotão, seu pai nunca se resfriaria tão facilmente, muito menos se deixaria derrotar por uma corrente de ar – declarou divertido, aceitando o guardanapo de Onion, enquanto limpava o pingo do nariz. – Garçonete, mais sete pratos de Sumiso, por favor. – Ela assentiu com um sorriso gracioso.

-Será que você nunca vai parar de comer com tamanha abundância? – comentou Sora, com um braço cruzado sobre o peito e a outra mão sobre a testa, tentando ainda esconder o seu embaraço.

-Não tenho culpa de ter um buraco no estômago. – Ao ver a garçonete pousar gentilmente na mesa dois dos cinco pratos que pediu, ele pegou instantaneamente no garfo e atacou-os sem hesitar, murmurando de boca cheia: – Aiii qwe regaulu.

Estáticos como pedras, mãe e filho apreciavam a cena, enquanto Onion pegava no primeiro prato vazio, que Goten arrastara para o lado, e observava-o com olhos atentos, para certificar que seu pai o tinha esvaziado completamente.

-São servidos? – indagou Goten, ao vê-los calados e de olhos arregalados sobre si. Ambos abanaram a cabeça, em sinal de negação, o que fez Goten encolher ombros e continuar seu festim: - Agora, deixe-me despachar, daqui a nada tenho de ir ter com o Trunks à empresa.

-Também posso ir, papai?

-Clauru. – Pedaços de comida voavam por todas as direções.

-Ahh... ótimo, assim vou às compras sozinha, já que os homens da casa pouco se importam em me acompanhar – ironizou Sora ao fingir-se de ofendida, tamborilando, com os dedos sobre o tampo da mesa, de olhos fechados. – Dá para me vir buscar depois de…

Ao estranhar o movimento à sua frente, ela abriu os olhos e sentiu duas correntes de ar passarem-lhe a grande velocidade ao lado. Voltando rapidamente seu olhar para trás, em direção á porta, viu Goten e Onion saírem, sem ao menos se despedirem. Sora bufou baixinho e se endireitou no assento, cruzando os braços á altura do peito, aborrecida com o sucedido.

-Pai pai, tal filho!

-Senhora, vai querer mais alguma coisa? – Sem nada a dizer Sora abanou negativamente a cabeça.

– Então está aqui a sua conta. – ao pegar no papel a loira arregalou os olhos.

-O quê? – Ela se ergueu histericamente, pondo todos a olhar para ela. - Tudo isso? – sussurrou para não parecer indelicada.

-São só vinte e dois pratos de Sumiso. – Com uma veia a latejar testa e os olhos cerrados, Sora tirou duas notas da carteira e entregou á funcionária. – Obrigada, senhora.

-Goten, seu estômago vai nos levar á falência. – E sem mais nada dizer, saiu do café.


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Notas finais do capítulo

Oiii genteee

Apesar de ter demorado a sair, espero que tenham gostado deste capítulo.
Agradeço mais uma vez, á minha beta e amiga Rô, pela paciência de o ter betado =D

*Ahh é verdade, para quem não sabe, Sumiso é uma salada de lulas japonesa.*

Até ao proximo capitulo.
Bjokas grandeees