Memórias de Um Ancião escrita por matheus940


Capítulo 3
Capítulo 3 - O novo professor de poções.


Notas iniciais do capítulo

Meus caros leitores perdoem-me a demora de postagem deste capitulo, então para retribuir a minha falia, este capitulo ficou um tanto grande, por assim dizer. Gostara de dizer também que todo ele foi tirado do sexto livro da saga, eu apenas passei para 1º pessoa. Peço que não deixem de comentar e quem puder dê uma indicação, como podem ver estou carente delas, ate a próxima.



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  “Tenho um dom, que nada não me é modesto, mas tanto admiro. Sou perfeitamente capaz de organizar as palavras em sintonia perfeita em uma frase, para acalentar os mais violentos e irados corações, mas também sou perfeitamente capaz de destruir qualquer pessoa que ficar no meu caminho, e com palavras e atos certos, sou capaz de induzir qualquer pessoa a fazer exatamente o que quero.”      MATHEUS ANDRADE.

   Certamente está uma noite maravilhosa, naturalmente e também pela razão de que nenhum comensal da morte foi visto nesta região.

 - Mantenha sua varinha à mão, Harry. – pedi bastante animado, pelo motivo de nossa aventura ser perfeitamente tranquila.

 - Mas pensei que não tinha licença para usar a magia fora da escola, professor.

 - Se houver um ataque, eu lhe darei permissão para usar qualquer contrafeitiço ou contramaldição que lhe ocorra. Mas acho que hoje à noite não vai precisar se preocupar com ataques. – disse olhando para o belíssimo céu estrelado.

 - Por que não, professor?

 - Porque você esta comigo. – fiz uma pausa breve. – aqui já está bom, Harry.

  Parei bruscamente no fim da Rua dos Alfeneiros.

 - Naturalmente, você ainda não passou pelo teste de aparatação, não é?

 - Não. Pensei que precisava ter dezessete anos. – Tinha sido uma pergunta retórica, mas Harry respondeu.

 - Precisa. Então, segure com força meu braço. No esquerdo, se não se importar... Você deve ter reparado que o braço com que seguro a varinha esta um pouco sensível no momento.

 Harry segurou o braço, por mim oferecido.

 - Bem, então vamos.

 Quando aparatamos, Harry estava aspirando em golfadas, do ar frio da noite da noite serena.

 Estávamos parados, em uma praça deserta no povoado de Budleigh Babberton. No centro da praça tinha um memorial de guerra e alguns bancos muito envelhecidos.

 - Você está bem? – perguntei, por perceber que as golfadas não cessavam. – Leva algum tempo para acostumar com a sensação.

 - Estou ótimo. – respondeu Harry, esfregando as orelhas, que pareciam ter deixado a Rua dos Alfeneiros com certa relutância. – mas acho que prefiro as vassouras.

 Sorri, aconchegando a capa melhor em meu pescoço.

- Vamos por aqui.

 E andando rapidamente, passamos por uma estalagem vazia e algumas casas, que pareciam sem vida. Segundo o relógio de uma igreja vizinha, era quase meia noite.

 - Agora me diga Harry, a sua cicatriz... Tem doído?

Harry levou a mão à testa inconscientemente e esfregou a marca em forma de raio.

 -Não, e tenho me perguntado o porquê? Pensei que iria arder o tempo todo, agora que Voldemort esta recuperando o poder.

 Eu estava bastante satisfeito.

 - Já eu pensei o contrario Lorde Voldemort finalmente percebeu como é perigoso o acesso ao que você tem tido aos pensamentos e emoções dele. Imagino que agora esteja usando a oclumência contra você.

  - Por mim tudo bem. – comentou Harry, que não sentia falta dos sonhos perturbadores nem dos vislumbres intuitivos da mente de Voldemort.

  Viramos uma esquina, passamos por uma cabine telefônica e uma cabine de ônibus.

 - Professor? – perguntou Harry me olhando desconfiado.

  - Harry? – perguntei na expectativa de ouvir uma esplêndida pergunta.

 - Ãã... Onde é que nós estamos exatamente?

 - No encantador povoado de Budleigh Babberton.

 - E o que estamos fazendo aqui?

 - Há sim, claro. Não lhe contei. Já perdi a conta do número de vezes que repeti isso nos últimos anos, mas estamos desfalcados de um funcionário nos nossos quadros. Estamos aqui para convencer um velho colega meu a suspender a aposentadoria.

 - E como vou ajudar o senhor? – perguntou Harry bastante curioso.

 - Ah, acho que encontraremos uma maneira. À esquerda aqui Harry.

 Tomamos uma rua íngreme e estreita, ladeada de casas. Todas as janelas estavam escuras. A friagem que rondava a Rua dos Alfeneiros persistia aqui. Harry estava bastante preocupado com nossa segurança.

 - Professor, por que não apartamos diretamente na casa do seu ex-colega?

 - Por que seria tão grosseira quanto derrubar a porta da casa a ponta pés. A cortesia exige que demos aos colegas bruxos a oportunidade de nos negar entrada. Em todo caso, a maioria das casas bruxas é magicamente protegida de pessoas indesejáveis que aparatem. Hogwarts, por exemplo...

 -... Não se pode aparatar nos prédios nem nos terrenos. – completou Harry depressa, fugindo da minha explicação. – Foi Hermione Granger quem me disse.

 - E esta certa.

 Viramos a esquerda outra vez.

Há nossas costas o relógio da igreja bateu meia noite.

 - Professor, li no profeta diário que Fudge...

 - É verdade! – confirmei virando para uma ladeira secundaria. – Foi substituído, e tenho certeza que você também leu isso, por Rufo Scringeour, que costuma chefiar a seção de aurores.

 - Ele é... O senhor acha que ele é bom? – perguntou Harry se embaraçando eu suas palavras.

 - Uma pergunta interessante. Sem duvida, ele é competente. Mais decidido e enérgico que Cornélio.

 - Sei, mas eu quis dizer...

 - Entendi o que você quis dizer. Rufo é um homem de ação e, tendo combatido bruxos das trevas a maior parte da sua vida profissional, não subestima lorde Voldemort.
    Notei que Harry aguardava um comentário, sobre minha discução com Rufo, mas era um assunto para outra ocasião, como não prossegui, Harry mudou de assunto.

- E... Senhor... E Madame Bones?
- É — exclamei baixinho. — Uma perda funesta. Era uma grande bruxa. É logo
aqui, acho... Aí!
Apontei com a mão machucada, sem perceber. Torci para que Harry não a notasse não queria entrar no assunto agora.
- Professor, que aconteceu com a sua... ?
- Não tenho tempo para explicar agora. É uma história eletrizante, e quero contá-la como merece ser contada. – respondi, e sorri para Harry.
- Senhor... Recebi um folheto do ministro da Magia por correio-coruja, sobre as medidas de segurança que devemos tomar para nos proteger dos Comensais da Morte...
- Eu também recebi — continuei, ainda sorrindo. —Você achou o folheto
útil?
- Não muito.
- Não, eu achei que não. Você não me perguntou, por exemplo, qual é o sabor de geléia que prefiro, para verificar se sou realmente o professor Dumbledore, e não um impostor.
- Não perguntei... — começou Harry, um pouco inseguro quanto a estar ou não sendo repreendido.
- Para sua referência futura, é amora... Embora, é claro, se eu fosse um Comensal da Morte, teria tido o cuidado de pesquisar minhas geléias preferidas antes de me fazer passar por mim mesmo.
- Ãa... Certo. Bem, o folheto dizia alguma coisa sobre Inferi. Que vem a ser isso? Não ficou muito claro.
- São defuntos — respondi calmamente. — Defuntos enfeitiçados para cumprir ordens de um bruxo das trevas. Mas não vemos Inferi há muito tempo, pelo menos desde a última vez que Voldemort teve o poder... – dei de ombros. - Ele matou gente suficiente para formar um exército deles, é claro. É aqui, Harry, bem aqui...
     Nos aproximamos de uma casinha de pedra, bem cuidada, no meio do jardim. Harry estava ocupado demais, creio eu, digerindo a pavorosa idéia de mortos-vivos, para dar atenção a qualquer outra coisa, mas, quando alcancei o portão da casa, estaquei-me e Harry colidiu em mim.
- Que lástima! Que lástima! – Balancei a cabeça em movimentos de negação, olhando a porta que fora arrancada das dobradiças.
 Harry acompanhou o meu olhar pela entrada bem conservada.
 Eu olhei para cima e para baixo da rua. Parecia deserta.
- Pegue a varinha e me siga, Harry — disse em voz baixa. Abri o portão e entramos pelo jardim, rápida e silenciosamente, Harry estava em meus calcanhares, então empurrei a porta da casa bem devagar, com a varinha erguida e pronta.
- Lumus.
  A ponta de minha varinha acendeu, iluminando um corredor estreito. À esquerda, havia outra porta aberta. Empunhando a varinha acesa, entrei na sala de estar com Harry logo atrás.
Deparáramo-nos com uma cena de total devastação. Um relógio de carrilhão jazia aos meus pés, o mostrador estilhaçado, o pêndulo, mais adiante, como uma espada abandonada. O piano estava virado de lado, as teclas espalhadas pelo chão. Os destroços de um lustre caído brilhavam à pequena distância. Almofadas murchas, as penas do enchimento saindo pelos rasgos laterais; cacos de vidro e louça cobriam tudo como se fossem pó. Ergui minha varinha o mais alto, para a luz clarear as paredes, cujo papel tinha manchas vermelho-escuras e gelatinosas. O ruído da inspiração de Harry me fez virar a cabeça para ele.
- Nada bonito, não é — disse oprimido. — Alguma coisa terrível aconteceu aqui.
 Avancei cuidadosamente até o meio da sala, examinando os destroços pelo chão.
 Harry acompanhou-me, olhando para os lados, meio apavorado com o que poderia ver escondido sob o piano ou o sofá virados e destruídos, mas não viu sinal de cadáver.
- Talvez tenha havido uma luta... E o levaram embora, professor? — sugeriu Harry,
creio eu tentando não imaginar a gravidade dos ferimentos de um homem que pudesse deixar aquelas manchas espalhadas até a metade das paredes.
- Acho que não — respondi em voz baixa, espiando atrás de uma poltrona
excessivamente estofada e tombada de lado.
- O senhor quer dizer que ele...
- Ainda está por aqui? Isto mesmo.
E, inesperadamente, curvei-me, e enfiei a ponta da varinha no assento da
poltrona, que gritou:

 -Ai!
- Boa noite, Horácio — cumprimentei, tornando a mi erguer.
 Harry ficou bastante estupefato. Onde, uma fração de segundo antes, havia uma poltrona, agora se via encolhido um velho imensamente gordo e careca que massageava o baixo-ventre e apertava os olhos para me enxergar com um olhar lacrimejante e ofendido.
- Não precisava enfiar a varinha com tanta força — reclamou mal-humorado, pondo-se de pé.

 - Doeu.
A luz da varinha cintilou em sua careca, seus olhos protuberantes, sua bigodeira prateada que lembrava a de um leão-marinho e os botões muito polidos do roupão cor de vinho que usava sobre o pijama de seda lilás. Sua cabeça mal alcançava meu queixo.
- Que foi que me denunciou? — resmungou, erguendo-se com dificuldade e ainda
esfregando o baixo-ventre. Parecia excepcionalmente descarado para um homem que acabara de ser descoberto fingindo-se de poltrona.
- Meu caro Horácio — responde, divertidamente. —, se realmente os Comensais da Morte lhe tivessem feito uma visita, a Marca Negra teria sido deixada sobre sua casa.
 O bruxo deu um tapinha na enorme testa.
- A Marca Negra — murmurou. — Eu sabia que havia uma coisa... Ah, bem. Seja como for, eu não teria tido tempo. Tinha acabado de dar os últimos retoques no estofamento quando você entrou na sala.
 E deu um profundo suspiro que fez as pontas dos seus bigodes esvoaçarem.
- Quer minha ajuda para arrumar a sala? — perguntei educadamente.
- Por favor — disse Cornélio.
 Nós nos postamos de costas um para o outro, um bruxo alto e magro e o baixo e gordo, uma cena engraçada de se ver, e acenamos com as varinhas, num gesto amplo e idêntico.
Os móveis voltaram instantaneamente aos seus lugares; os enfeites se recompuseram no ar; as penas flutuaram para dentro das almofadas; os livros rasgados se emendaram e tomaram seus devidos lugares nas prateleiras; os candeeiros a óleo voaram para as mesinhas e reacenderam; uma vasta coleção de molduras de prata quebradas deslocara-se, refulgindo pela sala, e pousara, intacta e polida, com seus respectivos retratos, sobre uma escrivaninha; rasgos, rachaduras e buracos se
consertaram por toda parte e as paredes se limparam.
- A propósito, que tipo de sangue era aquele? — perguntei em voz alta, para
abafar o carrilhão do relógio recém-consertado.
- Nas paredes? Dragão — gritou Horácio enquanto o lustre tornava a se prender ao teto, com ensurdecedores ruídos metálicos.
O piano tocou uma nota final, e tudo silenciou.
- É de dragão — repetiu o bruxo, dando seguimento à conversa. — Meu último vidro, e os preços andam na estratosfera. Mas quem sabe ainda consiga usá-lo?
  Ele se dirigiu aborrecido ao móvel em que estava uma garrafinha de cristal e ergueu-a a luz, examinando o líquido espesso que continha.
- Hum. Um pouco de borra.
 Repôs a garrafa sobre o móvel e suspirou. Foi então que seu olhar recaiu sobre Harry.
- Oho — exclamou, os grandes olhos redondos fixando a testa de Harry e a cicatriz em forma de raio. — Oho!
- Este — adiantei-me para fazer as apresentações — é Harry Potter. Harry, este é um velho amigo e colega, Horácio Slughorn.
 O bruxo virou-se para Dumbledore, com uma expressão astuta no olhar.
- Então foi assim que você pensou que ia me convencer? Pois bem, a resposta é não, Alvo.

 Ele passou por Harry, com o rosto resolutamente virado e o ar de um homem que tenta resistir à tentação.
- Suponho que pelo menos possamos tomar uma bebida? — perguntei. — Para lembrar os velhos tempos?
Slughorn hesitou.
- Tudo bem, então, um drinque — concedeu de má vontade. sorri para Harry
e conduziu-o a uma poltrona parecida com a que Slughorn tão recentemente encarnara, que ficava ao lado da lareira recém-acesa e da luz forte de um candeeiro a óleo. Harry sentou-se em um lugar bastante favorável para a visualização de todos na sala, queria que ele ficasse bem visível.

 Quando Slughorn, que estivera ocupado com garrafas e copos, se virou de frente para a sala, seus olhos bateram imediatamente em Harry.
- Hum — resmungou, desviando os olhos como se tivesse medo de feri-los. — Tome... — Entregou-me a bebida, me sentei sem convite, pois notei que tal ato não seria concebido e por fim empurrou a bandeja para Harry e, em seguida, afundou nas almofadas do sofá recém restaurado, em um silêncio contrariado. Suas pernas
eram tão curtas que não tocavam o chão.
- Bem, e como tem andado, Horácio? — perguntei.
- Não muito bem — respondeu Slughorn imediatamente. —Fraqueza no peito. Asma. E reumatismo também. Não consigo me mexer como antigamente. Bem, é o normal. Velhice. Cansaço.
- Contudo, você deve ter se mexido bem rápido para improvisar aquela recepção para nós.
Não deve ter tido mais de três minutos de aviso, não é?
Slughorn respondeu, entre irritado e orgulhoso:
- Dois. Não ouvi o meu Feitiço contra Intrusos disparar, estava tomando banho. Ainda assim — acrescentou circunspecto, parecendo se controlar —, o fato é que estou velho, Alvo. Um velho cansado que conquistou o direito a uma vida tranquila e a alguns confortos materiais.
 E esses não faltavam, pensei, percorrendo a sala com o olhar. Era abafada e
excessivamente atravancada. Ninguém, porém, poderia dizer que fosse desconfortável; havia poltronas macias e descansos para os pés, bebidas e livros, caixas de bombons e almofadas fofas.
- Você ainda não tem a minha idade, Horácio — repliquei.
- Bem, então você também deveria pensar em se aposentar — disse Slughorn sem
rodeios. Seus olhos verde-claros tinham registrado a mão machucada de Dumbledore. — Estou vendo que as reações já não são o que eram.
- Você tem toda a razão — respondi tranquilamente, jogando a manga para trás
e revelando as pontas dos dedos queimados e enegrecidos. A visão não era nada favorável, notei que Harry estremecera ao ver as manchas se eriçarem desagradavelmente. — Sem dúvida, estou mais lento. Mas por outro lado...
 sacudi os ombros e espalmei as mãos, como se dissesse que a idade trazia
compensações, e Harry notou um anel, em minha mão machucada, que nunca mi vira usar: era grande e incômodo, aparentemente de ouro, engastado com uma pesada pedra negra que parecia rachada ao meio. O olhar de Slughorn se demorou um momento na pedra também.
- Então, todas essas precauções contra intrusos, Horácio... São para segurar os Comensais da Morte ou a mim? — perguntei.

- Que é que os Comensais da Morte iriam querer com um velhote incompetente e
alquebrado como eu?
- Imagino que iriam querer que você empregasse o seu considerável talento para coagir, torturar e matar. Você está realmente me dizendo que eles ainda não vieram recrutá-lo?
 Por um momento Slughorn encarou-me com hostilidade, então murmurou:
- Não lhes dei chance. Não parei de viajar nesse último ano. Nunca me demoro mais de uma semana no mesmo lugar. Mudo de uma casa de trouxa para outra, os donos desta casa estão de férias nas ilhas Canárias. Tem sido muito agradável, terei pena de partir. É bem fácil uma vez que se aprende, um simples Feitiço Paralisante nesses absurdos alarmes que usam em vez de bisbilhoscópios garante que os vizinhos não vejam ninguém entrar carregando um piano.
- Engenhoso. Mas está me parecendo muito cansativo para um velhote incompetente e alquebrado que procura uma vida calma. Agora, se você retornasse a Hogwarts...
- Se você vai me dizer que eu teria mais paz naquela escola pestilenta, pode poupar o seu fôlego, Alvo! Eu posso estar me escondendo, mas chegaram aos meus ouvidos uns boatos engraçados desde que a Dolores Umbridge saiu! Se é assim que você agora está tratando os professores... – fiquei muito nervoso, com essa interrupção, e esta acusação, mas mesmo assim mantive a calma.
- A professora Umbridge se meteu em confusões com o nosso rebanho de centauros –  Respondi em bom tom. — Acho que você, Horácio, teria tido o bom senso de não entrar na Floresta e chamar uma horda de centauros de "mestiços nojentos".
- Então foi isso que ela fez? Que mulher idiota! Jamais gostei dela.
 Harry riu baixinho, e nos dois nos viramos para ele.
- Desculpem — apressou-se o garoto a dizer. — É que... Eu também não gostava dela.
Levantei-me de repente.
- Você já está indo? — perguntou Slughorn depressa, esperançoso.
- Não, será que eu poderia usar o seu banheiro?
- Ah — respondeu Slughorn, visivelmente desapontado. — Segunda porta à esquerda, seguindo pelo corredor.
 Atravessei a sala. Depois que fechei a porta ao passar, fez-se silêncio. Eu sabia que um momento a sós com Harry, Horacio o mostraria, a sua coleção de alunos exemplos, me empolgara em saber, que Slughorn, não deixaria de ter, em sua coleção uma perola, como o Harry. No banheiro de Slughorn encontrei uma revista de tricô, muito interessante, alguns minutos se passaram, resolvi voltar.

 Entrei na sala, e sobressaltando Slughorn, que parecia ter esquecido que eu estava ali.
- Ah, aí está, Alvo. Ausentou-se por um bom tempo. Ruim do estômago?
- Não, estava apenas lendo revistas trouxas. Adoro as receitas de tricô. Bem, Harry, já abusamos demais da hospitalidade do Horácio; acho que está na hora de partir.
  Harry não demonstrou nenhuma relutância em obedecer, e veio ao meu encontro rapidamente.

 Horácio ficou perplexo.

- Vocês já estão indo?
- Estamos. Acho que sei reconhecer uma causa perdida quando a vejo.
- Perdida...?
 Slughorn pareceu nervoso. Girou os polegares gordos e agitou-se enquanto observava-me abotoar a capa de viagem e Harry fechar o blusão.
- Bem, lamento que não queira o emprego, Horácio — disse Dumbledore, erguendo a mão perfeita em um gesto de adeus. — Hogwarts teria se alegrado com o seu retorno. Apesar das medidas mais rigorosas de segurança que tomamos você será sempre bem-vindo se quiser nos visitar. – achei prudente avisá-lo da segurança.
- Ah... Bem... Muito gentil... Como digo...
- Adeus, então.
- Tchau — disse Harry.
Estávamos à porta da casa quando ouvimos um grito as nossas costas.
- Muito bem, muito bem, eu vou!
 Virei-me e vi Slughorn ofegante à porta da sala de estar.
- Vai interromper a aposentadoria? – perguntei satisfeito.
- Vou, vou — respondeu Slughorn impaciente. — Devo estar louco, mas vou.
- Maravilhoso — disse bastante sorridente. — Então, Horácio, veremos você no
primeiro dia de setembro.
- Com certeza verão — resmungou Slughorn.
Quando nós já atravessamos o jardim, a voz de Slughorn acompanhou-nos.
- Vou querer um aumento no salário, Dumbledore!
 Ri baixinho. O portão do jardim se fechou, e nós começamos a descer a ladeira
em meio ao torvelinho de névoa escura.
- Muito bom Harry — elogiei.
- Eu não fiz nada — respondeu Harry, surpreso.
- Ah, fez, sim. Mostrou ao Horácio exatamente o que ele tem a ganhar se retornar a
Hogwarts. Você gostou dele?
- Ããh... – interpretei esta exclamação como um “não sei”.
- Horácio — disse, aliviando Harry da responsabilidade de opinar — gosta de
conforto. E também gosta da companhia dos famosos, bem-sucedidos e poderosos.   Gosta de sentir que influencia essas pessoas. Nunca quis ocupar o trono; preferiu ficar em segundo plano, onde tem mais espaço para se espalhar, entende. Ele costumava escolher a dedo os seus favoritos em Hogwarts, às vezes por suas ambições ou inteligência, outras por seu encanto ou talento, e tinha uma habilidade incrível de eleger os que futuramente se tornariam excepcionais em seus campos.
Horácio formou uma espécie de clube de favoritos em torno dele, fazendo apresentações, promovendo contatos úteis entre os membros e sempre colhendo algum tipo de benefício, fosse uma caixa de seu abacaxi cristalizado preferido ou uma oportunidade de recomendar o próximo funcionário júnior para a Seção de Ligação com os Duendes.

- Digo tudo isso — continuei — não para indispor você contra Horácio, ou
como o chamaremos de hoje em diante, professor Slughorn, mas para alertá-lo. Ele certamente tentará aliciá-lo, Harry. Você seria o diamante da coleção dele: O-Menino-Que-Sobreviveu... Ou como o chamam ultimamente, o Eleito.

  Parei-me em frente à igreja pela qual tinham passado mais cedo.
- Aqui está bom, Harry. Se você puder segurar o meu braço.

  Estávamos parados em uma estrada rural ao lado, diante da silhueta torta do segundo prédio de que mais gostava no mundo: A Toca

- Se não se importar, Harry — disse, ao cruzarem o portão —, gostaria de dar
umas palavrinhas com você antes de nos despedirmos. Em particular. Talvez ali?
 Eu apontei para uma casinha de pedra desmantelada onde os Weasley guardavam as vassouras. Certamente um pouco intrigado, Harry acompanhou-me e entramos por uma porta rangedora em um espaço menor do que um guarda-roupa normal.

  Ascendi à ponta da varinha, fazendo-a brilhar como um archote, e sorri para Harry.
- Espero que me perdoe por dizer isto, Harry, mas estou contente e até orgulhoso com o seu comportamento depois de tudo que aconteceu no Ministério. Permita-me dizer que Sirius teria sentido admiração por você.
 Harry engoliu em seco. Sabia que ele não aguentaria discutir este assunto, mas eu precisava.

- Foi cruel — exclamei baixinho — que você e Sirius tivessem convivido tão
pouco tempo. Um fim brutal para o que poderia ter sido uma amizade feliz e duradoura. – Harry estava prestando a atenção, em algo acima de meus olhos, Creio que seja as enumeras aranhas que estão no meu chapéu.

- É duro — disse Harry finalmente, em voz baixa — saber que ele não escreverá mais para mim.

- Sirius representou muita coisa que você não tinha conhecido antes — disse Dumbledore com suavidade. — Naturalmente, a perda é devastadora.
- Mas enquanto estava na casa dos Dursley — interrompeu Harry, sua voz tornando-se mais firme — percebi que não posso me isolar de tudo, senão vou ficar maluco. Sirius não teria gostado disso, não é? De qualquer jeito, a vida é curta demais... Vê a Madame Bonés, vê a Emelina Vance... Eu poderia ser o próximo, não é? Mas, se eu for — disse com ferocidade, agora me encarando —, vou fazer questão de levar comigo o maior número de Comensais da Morte que puder, e Voldemort também, se tive forças.
- Você falou como filho de Lílian e Tiago e um legítimo afilhado de Sirius! — repliquei sorrindo dando uma palmadinha de aprovação em suas costas. — Tiro o chapéu para você, ou tiraria se não fosse o receio de provocar uma chuva de aranhas em sua cabeça. E agora, Harry, falando de outro assunto muito próximo... Imagino que você tenha recebido O Profeta Diário nessas duas últimas semanas?
- Recebi.
- Então deve ter visto que houve não só vazamentos, mas verdadeiras inundações sobre a sua aventura na Sala da Profecia?
Harry confirmou.
- E agora todo o mundo sabe que eu sou o...
- Não, não sabe — interrompi. — Só há duas pessoas no mundo inteiro que
conhecem toda a profecia sobre você e Lorde Voldemort, e as duas estão aqui neste barraco de vassouras, malcheiroso e cheio de aranhas. É verdade, porém, que muita gente adivinhou corretamente que Voldemort mandou os seus Comensais da Morte, roubarem a profecia, e que ela se referia a você. “Agora, acho que estou certo em pensar que você não contou a nenhum conhecido seu o que dizia a profecia?"
- Está — respondeu Harry.
- Uma decisão sensata em termos gerais. Embora eu ache que pode abrandá-la em favor dos seus amigos, o Sr. Ronald Weasley e a Srta. Hermione Granger. Sim — continuei o mais calmo que pude, por causa das aranhas —, acho que eles devem saber. Seria um desserviço aos seus amigos se não contasse a eles uma coisa tão importante.
- Eu não queria...
- Preocupar ou assustar os dois? — Argumentei, estudando Harry por cima dos
oclinhos de meia-lua. — Ou talvez admitir que está preocupado e assustado? Você precisa dos seus amigos, Harry. E, como disse com tanto acerto, Sirius não teria querido que você se isolasse.

- Sobre um assunto diferente, mas correlato, este ano quero que tenha aulas particulares comigo.
- Particulares... com o senhor? — repetiu Harry, surpreso, quebrando o seu silêncio tenso.
- É. Acho que está na hora de participar mais da sua educação.
- Que é que o senhor vai me ensinar?
- Uma coisa aqui e outra ali — respondi vagamente. Harry aguardou esperançoso, mas eu não expliquei; então aproveitou para perguntar uma coisa que o
preocupava havia algum tempo.
- Se vou ter aulas com o senhor, não terei de freqüentar aulas de Oclumência com Snape, terei?
- Professor Snape, Harry... e não, não terá.
- Que bom — exclamou Harry aliviado —, porque elas foram um...

- Acho que a palavra "fiasco" caberia bem — sugeri, assentindo com a cabeça.
Harry riu.
- Bem, isto quer dizer que de agora em diante não verei o professor Snape muitas vezes, porque ele não vai me deixar continuar em Poções a não ser que eu tire um "Ótimo" nos meus N.O.M.s, e sei que não tirei.
- Não conte com os ovos que as corujas ainda não botaram — disse sentencioso. — O que, se não me engano, deve acontecer ainda hoje. Agora, mais duas coisas
antes de nos separarmos. "Primeiro, quero que, a partir deste momento, carregue sempre a Capa da Invisibilidade com você. Até mesmo em Hogwarts. Só para se precaver, está me entendendo?”.
Harry confirmou com a cabeça.
- E, por último, enquanto estiver aqui, A Toca estará recebendo a maior segurança que o Ministério da Magia pode oferecer. Isto causou uma certa inconveniência a Arthur e Molly; toda a correspondência deles, por exemplo, é verificada pelo Ministério antes de ser entregue. Eles não se incomodam, porque a única preocupação que têm é a sua segurança. Mas seria uma péssima retribuição se você arriscasse seu pescoço enquanto estiver aqui.
- Entendo — apressou-se Harry a dizer.
- Muito bem, então — disse Dumbledore, abrindo a porta do barraco de vassouras e
saindo. — Vejo luz na cozinha. Não vamos privar Molly, nem mais um instante, da oportunidade de lamentar como você está magro.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero que tenham gostado, não sei por que, mas está demorando a ter mais ação, mas prometo, que no próximo que será um capitulo, só meu, eu colocarei um pouco de ação. Indiquem, comentem, elogiem, critiquem, mas qualquer coisa só um oi basta.