Todo Criminoso Tem Um Vizinho escrita por Ohana_GF


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Capítulo originalmente betado Tsuki.



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Minha cabeça estava direcionada para cima. Percebi apenas naquele momento o quão alto ele era. E eu me gabando de meus “singelos” 1,80, sendo que ele deveria ter mais de 1,90. As luzes não focavam em seu rosto, podia ver apenas seu belo sorriso. Ficou parado, esperando alguma resposta. Nem que fosse um “saia daqui, filho da puta”. Nada disse, não sabia o que dizer. Quando abri minha boca, quase optando por aquela resposta nada educada, ouvi uma voz as minhas costas. Era minha mãe. Nunca agradeci tanto em pensamentos por não estar sozinho em casa.



– Aconteceu alguma coisa, Kim?



Ela veio se aproximando, ficando ao meu lado.



– Deseja alguma coisa, senhor?



Vitor Forward deu um passo à frente, permitindo-me agora enxergar sua face por completo, graças à luminária próxima a porta.



– Boa noite! Meu nome e Vitor Forward. Moro aqui ao lado e vim dar boas vindas aos novos moradores.



Sua voz era realmente magnífica. Entrava macia por meus ouvidos, ecoando em minha mente. Anna pareceu admirada por aquele homem.



– Ora, então entre. Aceita uma água, um café?



– Um café me faria muito feliz, senhorita....



Ele usou o “senhorita” muito espertamente. Os olhos de Anna faiscaram.



– Senhora Anna Search. Muito obrigada pelo senhorita!



Ambos se encaminharam para o sofá de dez mil. Fui discretamente atrás, recobrando meus movimentos. Sentei o mais distante que podia daquele homem, enquanto minha mãe agora seguia em direção a cozinha para trazer o santo “Café da Felicidade”. Pensei seriamente em subir para o quarto, mas estava curioso para saber mais sobre aquele homem e, principalmente, se ele diria alguma coisa do ocorrido daquela tarde. Logo fiquei satisfeito por ver que ele nada pretendia dizer a mim, ficou apenas observando a casa. Anna em questão de minutos voltou, visivelmente eufórica com o visitante. Eu realmente não podia acreditar que aquilo dera origem a mim.



Ele pegou a xícara delicadamente de suas mãos e dirigiu lentamente a aos finos lábios. A luz da casa agora acessa, permitia-me ver todos os seus traços. Seu queixo era forte, nada tendo a ver com sua boca delicada. Era branco, tão branco quanto qualquer outro que já houvera visto. Seus cabelos eram negros e curtos, levemente bagunçados. A camisa e a calça sociais caiam elegantemente por seu corpo delineado. Mas, o que me fez estremecer foram seus olhos. A distância da qual eu o havia visto aquele dia não me permitiram ver o quão exóticos que eram. O esquerdo de um azul extremamente claro, já o direito era de um verde escuro, sombrio, que poderia confundir com preto se não estivesse olhando tão fixamente. Olhar que logo foi notado por ele, que enquanto escutava a ladainha de “Essa cidade é maravilhosa”, “ O senhor é realmente estonteante”, “ Ora, não diga isso, que o senhor me envergonha” fixou seus olhos discretamente nos meus, fazendo-me derrubar a xícara que repousava em minhas mãos.



– Ai! Bosta.



– Kim, o que você fez?!



Não sabia para onde ir, então fiz a primeira coisa que me veio à mente.



– Não me enche o saco, vou pro meu quarto.



E sim, dessa vez eu vi o leve sorriso divertido surgir em seus lábios. Mas que logo perdi de vista, pois já subia as escadas. Pude ouvir minha mãe pedindo mil desculpas a ele, enquanto o mesmo dizia que achava que já estava na hora de se retirar. O seu boa noite a Anna foi a última coisa que pude escutar.



Fechei a porta do meu quarto atordoado. Não pensei duas vezes em entrar na banheira. Fiquei lá entorno de uma hora, tempo suficiente para tomar uma decisão. Esqueceria tudo que vi naquele dia e, principalmente, da existência daquele homem [como se isso fosse possível], e tentaria ter a boa noite de sono que não conseguia há muitos dias. A segunda-feira logo iria chegar e junto com ela novos problemas. Não precisava de mais aquela porcaria na minha cabeça. Corri para a cama e logo adormeci.



Acordei com a luz do sol em cima dos meus olhos, entrando pela janela que esquecera de fechar. Levantei cambaleante, tentando lembrar o que deveria fazer. Tentando lembrar onde estava. Ah sim, na minha “maravilhosa” casa nova. Fechei a cara, fiquei de mau humor. Desci as escadas sentindo o cheiro delicioso vindo da cozinha. Com certeza era meu pai, preparando o costumeiro café da manha de domingo, quando normalmente entrava apenas às doze para trabalhar. O café realmente era bom, mas não sabia se tinha vontade de comer alguma coisa feita por ele naquele dia – ou nos seguintes. Cheguei à cozinha, e pela primeira vez em três dias ele dirigiu a palavra a mim.



– Bom dia, Kim. Vai querer o quê?



Hesitei um pouco em responder, mas logo despejei.



– Pão com queijo e ovo mexido.



– Ok



Ele parecia alegre aquela manhã. Depois do que passara aquele ultimo mês, era bom que estivesse. Por um segundo me odiei por rejeitar nossa nova vida, mas rapidamente fiz questão de eliminar esse sentimento. Principalmente pelo que escutara.



– Suas aulas na faculdade começam quinta. Com suas notas e suas indicações foi fácil! Nem mesmo precisará fazer a prova de inscrição.



Exaltei-me, ficando em pé próximo a ele.



– O quê? Você nem mesmo me disse nada sobre isso.



– Lógico que disse, falei com você antes de virmos para cá.



– Você apenas comentou, não disse que estava nada certo. Você não podia decidir isso por mim!



– Enquanto você viver em baixo do mesmo teto que eu e ser sustentado pelo meu dinheiro, será dessa forma.



Explodi. Falei tantos palavrões que perdi a conta. Quebrei a jarra de suco sobre a mesa, fazendo questão de urrar de raiva. Meu pai ficou boquiaberto e sem reação. O que ele esperava que dissesse? “Sim, papai, como você quiser”?. Por favor! Corri para o quintal, próximo à cerca que dividia o terreno do vizinho e o nosso. E enquanto tentava retornar ao meu estado normal escutei por mais uma vez aquela voz.



Ele falava ao celular elegantemente. Parecia estar falando de negócios, já que dizia algo sobre um carregamento que deveria chegar em uma semana. Seus olhos, incríveis, estavam sombrios e indecifráveis. Olhei para seus pés e vi que estavam descalços, assustando-me depois quando percebi que vinham em minha direção, num perfeito silêncio, agora que seu celular encontrava-se em sua mão fechada em punho. Senti uma vertigem e caia na escuridão.














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Notas finais do capítulo

Opa, opa 3° capítulo!
Caraa o Forward é com toda certeza meu sonho de consumo. Olhos especias os dele *-------* aiai, rs. O que acharam dele? Bonitão tbm? =P Bem, deixando a pagapauzise de lado, espero que estejam gostando. Escrevendo a fic com muito carinho! To postando rápido, né? Por uns dias vai continuar assim, só uns dias *risada maléfica*. Por favor quem ler, gostar, não gostar, não faz diferença, deixa um review, nem que seja pra falar mal, UHAUAH.
Obrigada! Até a apróxima.
Bjaoo*