Era manha de sábado as brisas de verão já estava soprando forte contra a velha janela de vidro, Luiza acordara com um dor de cabeça, sentou se na beira da cama e esfregou os olhos lentamente.

Devo ter surtado, meu Deus quando alguém souber que dormi com aquele bicho do mato estarei ferrada. – pensou.

-Dona Luiza, tem visita. – disse

Luiza franziu o cenho confusa, quem deveria ser agora, levantou se rapidamente para se trocar, balançou a cabeça e caminhou na direção do guarda roupa, pegou um leve vestido de seda azul.

Desceu as escadas pensativa, havia prendido os longos cabelos em um coquete clássico, assim que avistou o coronel Braxden sentiu seu estomago se retorcer de raiva, sem contar que havia trazido sua filhinha insuportável com ele.

- Bom dia, senhorita Luiza. – saudou a.

Luiza se aproximou lentamente.

- Diga o que quer sem rodeios e gentilezas coronel. – solicitou.

A feição do coronel se fechou mostrou um sorriso amarelo e retirou o chapéu.

- Trata se da venda da fazenda. – disse.

Ela arqueou a sobrancelha confusa com aquelas palavras nem havia decidido ainda.

-Vender a fazenda, ora entre na fila, pois quase a metade dos coronéis da região também a querem. – disse.

-Diga-me nomes. – pediu.

Luiza soltou uma longa risada deixando o furioso.

- Ora pergunte para o falso Raul que contratou para me encanar. – vociferou.

-Ora vejas como fala comigo mocinha, se eu fosse seu pai te quebraria ao meio, sua mau criada. - disse furioso.

-Faça o favor para ambos, caia fora das minhas terras. – disse.

Ele caminhou com passos firmes até a porta parecia bufar de tanto ódio, Luiza segurava se para não cair na risada.

Cole observava toda a cena da porta juntamente com Javier.

-Não foi uma boa atitude. – disse o peão.

Luiza se voltou na direção de ambos e franziu ao cenho.

- Acho que não pedi sua opinião. – arqueou a sobrancelha.

A jovem caminhou até a porta pegou um casaco e as chaves da caminhonete e saiu, Javier não tardou em segui-la.

- Olha aqui Javier. – disse virando se na direção dele – Não é por que tivemos algo ontem que achas que pode ficar me seguindo.

Javier cruzou os braços e a encarou, de fato ela era impossível de ser dobrada.

- Cuidado com as palavras madame. – disse.

Luiza abriu a porta da imensa caminhonete jogou o casaco sobre o banco e voltou se para encará-lo.

- O que vai fazer?

Javier caminhou na direção dela com passos firmes seus olhos faiscavam de raiva, Luiza cruzou os braços sobre o peito e aguardou a reação dele.

- Não farei nada, se é o que quer saber, apenas verei se desfizer por ser teimosa feita uma mula. – disse cuspindo do lado.

Luiza fez uma careta e adentrou ao veiculo, deu a ignição e saiu cantando pneu estava atrasado para a reunião com o advogado Steven, precisava tratar dos negócios da fazenda para por fim se livrar de sua parte e voltar para Nova York.

Assim que estacionou o veiculo próximo ao café bar, desceu e caminhou na direção do local, o advogado balançou a mão para a jovem.

- Doutor Steven tem algo novo? – perguntou.

Ele balançou a cabeça de forma negativa, retirou alguns papeis da bolsa de couro e colocou sobre a mesa e os empurrou na direção da jovem.

- Leia com muita atenção. – pediu.

Luiza pegou os papeis e começou a ler lentamente cada paragrafo, seus nervos estavam ficando tenso quando finalizou a ultima frase.

–Impossível.

Ela se voltou para encará-lo.

–Como ele pode fazer isso, e por que não me contou, mas que merda é essa Dr. Steven, não pode ser real. – disse.

Todos que estavam no local se voltaram na direção de ambos.

– A venda da fazenda só será depois que você casar.

– Como ele me proibiu de vender, deve ser um pesadelo. – disse.

O advogado ficou sem palavras para dizer, as surpresas que Ernesto Cortez havia preparado para sua filha era totalmente sem explicações, os motivos eram todos desconhecidos.

Luiza levantou se e caminhou até a porta pensativa, seria covardia ela usar Javier para isso.

Não tem outra pessoa a não ser Javier, mais ele nunca me perdoara. – pensou.

O barulho do motor a fez desfazer seus pensamentos, não sabia o que fazer, estava aprisionada naquela fazenda pra sempre.

Estacionou a caminhonete próxima ao celeiro, desceu apressadamente precisa falar com o peão, talvez ele aceitasse sua proposta por, mas que a idéia fosse absurda tinha que tentar.

- Carlos onde está Javier? – perguntou.

Carlos apontou para a baia do cavalo malhado, ela caminhou na direção da baia afoita.

-Javier precisamos conversar urgentemente no escritório. – disse

Ele a encarou despreocupado com a reação dela.

- Há minutos disse que não precisava de mim. – rebateu.

Ela balançou a cabeça.

-Casa comigo e poderemos resolver os problemas da fazenda. – disse.

Javier se endireitou e a encarou confuso, casar se com ela para dar na fazenda, ele cruzou os braços sobre o peito.

–Me casar com você?

–É.

O clima não era muito bom entre eles mesmo tendo uma noite juntos nada havia mudado, mais não era uma péssima idéia, pois Javier iria ter a fazenda para ele e Luiza poderia voltar para Nova York.

– Então esta disposta a casar com um bicho do mato pra se livrar da regras?

Ela balançou a cabeça de forma pensativa, não ligaria ficarem três meses presa um com o outro apenas no papel.

Ele estendeu a mão na direção dela e arqueou a sobrancelha.

–Você aceita?

–Sim desde que seja apenas no papel e discreto, somente os dois saberá disso. – disse Javier.

–Sem problema, também não quero que os outros fiquem sabendo. – disparou.

Ele sorriu aumentando a fúria dela, Luiza ignorou o e caminhou na direção do casarão, estava feito ambos iriam se enganar para se livrar um do outro, confesso às vezes o amor prega peças totalmente estranha para unir dois corações opostos, mas que ira se importar com as artimanhas de um sentimento tão complexo.