-Mas isso não estava ai antes!

Olhei para uma 2° porta que com certeza não estava ali antes. Era branca como a antiga foi um dia e tinha a maçaneta verde. Uma cor incomum para a minha vida preta e branca.

Caminhei de frente para o sofá e me sentei em meio a bagunça.

Meu copo já estava vazio, me levantei:

“Eu vou encher meu copo, sentar no sofá e me acalmar... Essa porta não existe”

Enchi meu copo e me sentei:

Fechei os olhos, respirei fundo. Por um minuto inteiro deixei a escuridão ser a única coisa aminha volta, escutei as batidas do meu coração.

Respirei fundo e abri os olhos novamente: A 2° porta ainda estava lá. ­

-Eu não... Eu não estou louco, nem bêbado!

Minha cabeça girava enquanto eu tentava me lembrar do que o psiquiatra tinha me dito:

-Michael, você tem que se livrar daquela bagunça, se não você nunca vai se organizar por dentro...

Ou então meu irmão:

-Miks, porque você não arruma esse apartamento?Vai acabar se perdendo na bagunça.

Que se danem todos!A bagunça é minha! A solidão também! Eu que me agüente!

Meus olhos piscavam sem parar, fiquei com ânsia de vomito.

Esfreguei os olhos, mas a maldita porta ainda estava lá.

-Eu vou abrir essa porta, se é que ela existe.

Levante do sofá. Antes de abrir a porta enchi outro copo. Dessa vez menos.

-Mikey, La vamos nós.

Caminhei até a porta e toquei a maçaneta. Era macia como veludo. E fria. Muito fria...