-Quem seria a essa hora? [Disse Natsu]

-AAh, quem quer que seja, vai ficar lá fora, porque eu não vou atender não... [Disse Noiaki]

-Eu até atenderia, mas eu estou ocupado sendo hospitaleiro para com o Daisuke... [Disse Renji]

-Seu bando de preguiçosos! Se eu não tivesse lavando a louça suja de VOCÊS , eu atenderia! [Disse Natsu]

Nessa hora, eu percebi uma coisa: Aquela família odiava atender portas.

-Hum... eu acho que eu posso atender. [Disse eu, resolvendo aquela buldega toda de uma vez]

-Ho!!! Daisuke, o salvador! Isso aí puxa mesmo o saco dos seus tios que eles adoram. [Disse Renji]

-Pode apostar que o Natsu adora. [Disse Noiaki]

-NOIAAAAKI!!! [Disse Natsu, ouvindo a conversa lá da cozinha]

Enquanto eles iam discutindo, eu ia me levantando para atender a porta.

Já tinha contando uns 12 minutos que a pessoa já estava esperando. Pobre visitante suspeito.

-Er... posso ajudar?? [Disse eu quando abri a porta e vi um vulto negro na sombra]

-Nossa, que caramba hein! Hoje vocês se superaram! Só porque eu esqueci minha chave não quer dizer que vocês devem me esquecer 12 minutos torrando no pôr-do-sol da tarde, né!

E mais rápido que a velocidade da luz duas vezes, essa pessoa entra na casa, deixa as coisas dela em cima da mesa, e vai pra sala, ver TV, sem se quer ter me visto. E eu muito menos ter visto ela.

-O que foi isso? [Disse Renji]

-O que foi o que? [Disse Noiaki]

-Não... nada não. Deve ter sido minha imaginação. [Disse Renji, voltando a jogar tranquilamente]

-Er.. Hum... O... que... [Disse eu, ainda parado em frente a porta, tentando decifrar em câmera lenta o que tinha acontecido]

-Daisuke! Você viu sua prima? Cadê ela? Foi ela que chegou agora, né? [Disse Natsu, com um pano de prato na mão]

-Q-que? Quem? [Disse eu, confuso ao cubo elevado a vigésima potência]

-Ah! Não acredito que ela fez isso de novo! [Disse Natsu, meio nervoso]

Natsu largou o pano de prato e foi até a sala, com passadas nervosas, mostrando o quanto ele estava bravo com a minha tal prima. Até fiquei com medo dele, por que nessas 2 horas que tinha o conhecido , nunca tinha o visto tão nervoso.

-Jesse, você viu seu primo?? [Disse Natsu, tentando manter a calma]

-Han... hun... sei não... [Disse minha priminha querida, com o ar de quem não tava ligando pra merda nenhuma além do que estava passando na TV]

-ENTÃO O QUE VOCÊ TA FAZENDO AÍ QUE VOCÊ AINDA NÃO FOI VÊ-LO??? LEVANTA A BUNDA DAÍ, MENINA! [Disse Natsu jogando ela pra fora do sofá]

Se eu não fosse pouco observador, eu diria que ela não dava a mínima para o fato de não me ver afinal de contas. Natsu a trazia da sala puxando pela blusa, enquanto dava um sorriso de constrangimento e ela, com o cabelo todo bagunçado, a saia virada ao contrario, e a blusa puxada para a esquerda, mostrando o ombro e o sutiã.

-Desculpe mesmo , Daisuke. Sua prima não costuma fazer essas coisas.

Como o cabelo dela tava todo na cara, não deu pra ver a expressão de “arrependimento” dela. Mas eu pude ver uma coisa muito mais importante, por que do momento que tio Natsu trouxe ela, eu percebi uma coisa:

Ela era só um pouquinho, assim, MUITO GOSTOSA.

Nem ia dar a mínima pro pedido de desculpas dela.

-Ahn... primo me desculpa, eu não quis fazer isso blá blá blá e etc. Agora posso voltar a ver TV? [Disse ela com cara de quem queria mesmo voltar a ver TV. Mesmo]

-Jesse! [Disse Natsu, já com cara de quem ia surtar]

-Que foi? Eu já pedi desculpas! [Disse Jesse desesperada pra voltar a ver TV]

-Natsu, não adianta, por que o programa de TV é mais importante que o nosso amigo Daisuke aqui. [Disse Renji]

-Viu? Renji me entende! [Disse Jesse, com uma cara-de-pau que daria pra fazer umas 30 portas maciças]

-Renji, não apóie esse vício dela, por que ela pode virar sua inimiga mortal quando tiver passando o jogo dos Red Albanis na TV. [Disse Noiaki]

-... Olhando por esse lado... Jesse, eu concordo plenamente com Natsu, e acho que você devia largar esse vício seu que não é saudável. Qualquer coisa menos meu jogo sagrado.

-É Renji, é bom mesmo que você tenha concordado. [Disse Natsu, emitindo um olhar sinistro para Renji]

-P-pessoal, eu acho que vocês não deveriam brigar por causa disso, sabe. Não é necessário (e nem um pouco maduro...). Eu acho que vocês devem se preocupar mais é com o frango que está queimando bem atrás de vocês... [Disse eu apontando pra fumaceira que vinha da cozinha]

Natsu, em ¼ de segundo voou até a cozinha e desligou o fogão, enquanto os outros apenas ficaram olhando. Menos Jesse, que logo depois de se soltar do tio Natsu, foi direto pra sala, ver TV.

-Não... acredito... Meu Frango à Parmegiana!! Era o meu melhor frango... [Disse Natsu, todo choroso]

-Ôôôô meu amor, não fica assim. O frango tá só um cadim bronzeado, só isso. Ainda é comestív- [Disse Renji, enquanto colocava um pedaço do frango bronzeado na boca]

-Renji... Você ta ficando roxo... Você ta bem?? [Disse Noiaki, enquanto olhava Renji se debatendo]

-NOIAKI! É CLARO QUE ELE NÃO TÁ BEM, SEU ENERGUMENO! ELE TÁ ROXO! FAZ ALGUMA COISA QUE PRESTA E CHAMA A AMBULÂNCIA! [Disse Natsu, enquanto tentava ajudar Renji a vomitar aquele pedaço de frango bronzeado]

-Ah... Que maravilha. Tem um idiota entalado com um pedaço de frango torrado, um imbecil que não sabe dizer a diferença entre uma pessoa saudável e uma pessoa asfixiada, e uma psicopata que não dá a mínima se a casa pegou fogo, ou se estão morrendo na África, desde que ela esteja assistindo TV. [Disse Senshi, enquanto levantava vagarosamente da cadeira em direção ao telefone]

É claro que aquilo tudo só podia significar duas coisa:

1.       Nós provavelmente íamos passar a noite no hospital, por causa dessa intoxicação alimentar (tentativa de suicídio, na linguagem médica) do Renji.

2.       Nós COM CERTEZA iríamos ficar sem comer frango por vários dias.

Se não fosse pela velha e não-saudável fast-food, nós iríamos passar fome aquele dia.

Eu só não entendia uma coisa: COMO ESSA GENTE TEM A OUSADIA DE QUERER A MINHA GUARDA LEGAL?