O Signo da Fênix escrita por TaisePeixoto


Capítulo 2
Parte I - Capítulo 2 - Herança Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Espero que tenham lido as notas no capítulo 1. Nos vemos lá embaixo.



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PARTE I - Prelúdio Sombrio

"A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero."

Hugo , Victor

***

O vilarejo de Ottery St. Catchpole ficava no interior da Inglaterra, era um vilarejo pequeno onde as casas ficam há quilômetros umas das outras, como acontece em quase todos os lugares do interior o tempo se arrastava indefinidamente, mesmo estes que eram tempos de guerra as horas pareciam pesadas demais para que os relógios as contassem mais depressa. A noite caía densa e as nuvens não deixavam que se visse nada lá fora exceto a escuridão, mas isso não a impedia de olhar para a noite através da janela do quarto andar. Da janela ela via o pomar em um ângulo não muito seguro, já que a casa em questão era completamente torta e o fato de que ainda não tinha desmoronado no chão fazia qualquer arquiteto perder os cabelos. Mas Hermione Granger não se importava com a posição insegura em que estava, tampouco com a escuridão lá fora. Ela não olhava exatamente pela janela, olhava para si mesma.

O relógio marcava quatro da manhã e mesmo assim ela não conseguia dormir, Gina dormia um sono inquieto na cama do canto do quarto, como ela a invejava por ao menos conseguir dormir. Hermione pensava muito nos pais ultimamente, embora soubesse que eles estavam mais seguros longe, sem sequer lembrar que tinham uma filha, no fundo ela desejava que estivessem ali. Eles sempre a apoiaram, mesmo quando ela descobriu ser uma bruxa eles fizeram de tudo para aderir ao novo mundo da filha.

Mas o que a preocupava mais não eram os pais e sim os acontecimentos daquela tarde. Ela e Rony já tinham escolhido seguir Harry na busca pelas horcruxes mesmo sabendo o quão terrível ia ser, mas não contavam com aquela ajuda de Dumbledore. Que como sempre não ajudou em nada! Hermione sempre procurou compreende-lo mas aquilo já era demais. Não teve nem palavras pra explicar sua surpresa quando Scrimgeour anunciou que ela também fora contemplada no testamento de Dumbledore, Harry tinha intimidade com ele, mas ela? E também tinham os objetos herdados, que Harry herdasse o pomo tudo bem, ele continha um segredo que só seria aberto quando estivessem prontos, até aí tudo bem. A espada também era compreensível, afinal de contas era uma arma. Rony ficou surpreso com o Deluminador mas também era compreensível, mas e quanto a ela? Ainda lembrava do que Scrimgeour disse:

“-Para a senhorita Hermione Jean Granger, deixo minha cópia de 'Contos de Beedle o Bardo', na esperança de que ela
o achará interessante e instrutivo. E também o Diário de Tom Riddle para que ela sempre se lembre que as escolhas estão em nossas mãos.”

Tudo bem ela gostava de livros mas um livro de contos infantis e ainda uma horcrux? Sim, porque apesar de estar destruído o diário era uma horcrux. As escolhas estavam em nossas mãos, o que ele quis dizer com isso? Ela pegou novamente o diário de cima da cômoda e o encarou atentamente, como se ele fosse lhe dizer as respostas que ela buscava. Demorou-se analisando o furo bem no meio do livro, a marca da destruição da horcrux, uma parte da alma de Lord Voldemort que não existia mais. Hermione sentiu um calafrio só de imaginar como seria criar uma horcrux. Era apavorante. O que levava uma pessoa a se importar tão pouco com a vida de pessoas inocentes e até com a própria. O que ele ganhou com tudo isso afinal?

Seus pensamentos foram interrompidos por uma batida leve na porta. Com um sobressalto ela se levantou para abri-la parando para olhar se Gina tinha acordado mas ela ainda dormia um sono pesado.

Hermione abriu de leve a porta, o corredor estava escuro mas mesmo assim o vulto era perfeitamente reconhecível.

- Mione vem comigo.

- Rony são quatro da manhã.

- E pelo que eu vejo você não tá com cara de quem tava dormindo. Para de fazer doce e vem comigo.

- Pra onde?

- Pro meu quarto oras.

Hermione corou ligeiramente antes de perceber que estava sendo idiota. Ela e Rony já haviam tido um certo relacionamento mas sem comunicar um ao outro haviam decidido não levar nada adiante, mesmo assim ela não podia evitar uma certa queda pelo amigo. Ir ao quarto dele aquela hora da manhã a pegou de surpresa, mas claro que não tinha nada de mais pois o Harry também tava dormindo lá. Subiram as escadas em silêncio e se esgueiraram pra dentro do quarto. Harry já estava esperando.

- Também não conseguiu dormir?

- Não muito. Qual o motivo dessa reunião? Não conseguiram esperar até amanhã.

- Como se a mamãe deixasse nós conversarmos em paz, toda vez que estamos juntos ela acha que estamos armando planos de ataque contra os comensais. – Rony resmungou.

- E não estamos de certa forma? Mas enfim o que vocês querem falar de tão importante.

Harry se adiantou decidido.

- Mione, eu e Rony conversamos e achamos melhor voltar para Hogwarts esse ano. Pelo menos por enquanto.

Hermione não tinha palavras pra expressar a surpresa diante daquilo. Harry que sempre fora ortodoxo do ponto de vista de não voltar mais pra Hogwarts agora queria continuar lá.

- Posso saber o que fez vocês mudarem de idéia?

Harry apontou pras mãos dela. Sem perceber Hermione saíra do quarto com o diário nas mãos.

- Depois de Dumbledore ter lhe deixado isso eu e Rony ficamos pensando...

- Os dois? É sério? - Hermione comentou aos risos. Rony corou violentamente.

- Bem, o Harry na verdade...

- O que importa é que tentamos entender o que Dumbledore quis dizer pra você. Pense só, o diário era uma horcrux e foi encontrado em Hogwarts, eu acho que ele está querendo nos dizer que pra encontrar mais horcruxes temos que começar a procurar em Hogwarts.

Hermione pensou por um momento. Era lógico, exceto por um detalhe.

- Se houvesse uma horcrux em Hogwarts você acha que Dumbledore já não teria encontrado?

- Dumbledore não conhecia todo o castelo, ele mesmo me disse isso uma vez e de qualquer forma é a melhor pista que temos. Voldemort considerava Hogwarts um lar, não é lógico que ele tenha deixado parte de sua alma lá?

- É mas...

Rony interrompeu.

- E também se alguma horcrux está escondida lá é a única chance que temos de encontrar, depois que começar o semestre não vai ter jeito de entrar lá com todos aqueles comensais como professores. A gente entra, procura a horcrux, quando encontrarmos a gente dá o fora.

- Isso partindo do pressuposto que é mais fácil sair do que entrar?- Hermione queria voltar para Hogwarts mas temia voltar pra lá com tantos comensais da morte que podiam simplesmente substituir as detenções por sessões de cruciatos.

- É o melhor que temos Mione, ou você quer ficar vagando pelo país procurando a esmo?

Harry a encarava com firmeza, ele já tinha tomado sua decisão.

- Tudo bem, vamos voltar então. Mas isso vai exigir uma certa preparação como planos de fuga de emergência e toda a sorte de feitiços que nos permitam procurar sem atrair a atenção dos comensais.

- Contamos com você pra isso Mione. – Rony sorriu.

Típico, a parte prática era sempre com ela.

- Então tá, eu vou organizar tudo, amanhã contamos pra sua mãe o que vamos fazer, ela vai dar pulinhos de alegria quando souber.

Hermione voltou pro quarto, dessa vez teve mais sucesso para dormir. Voltar para Hogwarts era sempre um conforto, mesmo em tempos como aquele. Agora que seus pais tinham ido embora Hermione entendeu melhor o que Harry sentia ao voltar para Hogwarts, como se aquele fosse seu único lar. Hermione estremeceu ao pensar, aquele também era o modo que Tom Riddle se sentia a respeito da escola há anos atrás. Hermione finalmente dormiu.

 Ao seu lado, na mesa de cabeceira, estava o diário de Tom Riddle, ainda com o furo da presa do basilisco. De olhos fechados Hermione pensou em como Tom Riddle havia se sentido em Hogwarts, se estivesse de olhos abertos, Hermione teria visto o diário irradiar um brilho prateado a partir do centro, onde Harry havia golpeado o coração da horcrux.



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Notas finais do capítulo

Sintam-se a vontade para comentar todos os capítulos, eu absolutamente não me importo.



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