Harry Potter e a Princesa Serpente escrita por Alesanttos, Safira Michaelis Black


Capítulo 4
Um Final nada feliz


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta a continuação da historia da Safira. Espero que gostem



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— A primeira pessoa que entrou era um homem alto com cabelo curto.

“Minha mãe apontou a varinha para ele e perguntou o que ele queria, e ele respondeu que estava atrás dela, que ia ganhar muito com a captura dela.”

Os olhos de Safira estavam distantes e pareciam ter certo, desespero.

— Os dois começaram a duelar lá mesmo, no meio de nossa sala. Foi ai que entrou mais alguém pela porta. Só que, não era uma pessoa, parecia mais um lobo gigante, e então comecei a ficar assustada. – Safira mantinha os olhos fechados enquanto falava – Minha mãe lutou contra os dois sozinha, e estava se dando muito bem. Depois de poucos minutos lutando consegui derrotar um deles, o de cabelo curto, só faltava o lobo, mas – ela estava prestes a começar a chorar. – ele pulou na direção dela e... e... – Safira cobriu os olhos – nem sei direito o que vi, mas quando ela parou de se mexer ele aproveitou para fugir.”

“O estranho foi que ele tinha ido para a cozinha, se demorou um pouco lá e depois foi embora. O homem que minha mãe derrotou levantou e foi embora junto com o lobo. Só que ele disse algo do tipo, ‘Você poderia ter me ajudado melhor Greyback’, e os dois desapareceram no meio da noite.”

Harry teve a impressão de já ter ouvido aquele nome em algum lugar, mas não se lembrava da onde. Só que não queria se distrair da história de Safira, apesar de que, agora, ele estava se sentindo culpado por estar tão neurótico para sabê-la.

Ele sabia como ela devia estar se sentindo, já que as pessoas perguntavam sobre a vida do grande Harry Potter e sobre coisas que aconteceram com ele, e maior foi o número de vezes que ele queria evitar o assunto.

— Depois que eu tive certeza de que eles tinham ido embora, fui ver o que aconteceu. Eu pensei que ela estivesse fingindo, sabe, só para enganá-los. Até que eu vi, – seus olhos miravam para baixo e estavam bem abertos, parecia que ela estava visualizando a cena. – uma poça de sangue. – lágrimas começavam a escorrer pelo seu rosto, mas ela não se incomodou com elas.

“Não conseguia acreditar que ela havia partido. Fiquei lá tentando acordá-la, mas foi em vão. Quando me dei conta, senti um cheiro forte de fumaça. Olhei na direção da cozinha e vi que o lampião que estava em cima da mesa estava quebrado no chão e ela estava completamente tomada pelas chamas. Mesmo assustada, não conseguia deixá-la. Eu provavelmente teria morrido queimada se um lobo enorme não tivesse pulado pela janela e me puxado pela gola da roupa para fora da casa.”

“Quando finalmente estava do lado de fora vi que não faltava muito para o sol nascer. Quando o lobo me pôs no chão eu olhei nos olhos dele e achava que tinha visto algo de “humano” nele. – ela enxugou as lágrimas que não paravam de aparecer. – Ele se aproximou um pouco de mim, mas eu não saia do meu lugar. Quando eu ouvi o crepitar das chamas, olhei para trás, onde estava a minha casa. O lobo foi embora só que minha atenção não era outra, senão a casa, quase completamente devorada pelas chamas, e a minha mãe estava lá dentro. – novas lágrimas surgiram. – A única coisa que tirou a minha atenção foi um barulho que vinha do pequeno bosque atrás da casa.”

“Quando eu olhei, o Lupin apareceu entre as árvores, estava com uma aparência horrível, parecia cansado, e as roupas que ele usava estavam muito rasgadas. Então eu percebi que ele tinha sido o lobo que me tirou de dentro de casa. Só consegui correr na direção dele e... – uma lágrima escorreu pelo rosto de Safira, e esse gesto era a conclusão de sua sentença”

O coração de Harry estava apertado, imaginando o quanto ela estava sofrendo. Apesar dele mesmo ter perdido os seu pais, ele não se lembrava exatamente do que aconteceu, o mais próximo que chegava do dia da morte de seus pais, era o que ele escutava quando estava perto dos dementadores. Mas não passava de sons, fortes e realistas, só que ele não tinha imagens da qual pudesse se lembrar sem a ajuda dessas criaturas.

Já a Safira, devia lembrar-se do que aconteceu todo o dia, e de forma mais dolorosa, pois ela VIU a sua mãe ser morta, viu o sangue dela com seus próprios olhos. Isso é algo que Harry jamais poderia imaginar.

— Depois eu passei a morar com a minha avó, que era a única parente viva que eu tinha. – parecia que ela estava tentando evitar outra crise de emoções. – O Lupin não pode me visitar muito depois disso. Minha avó não gostava que ele ficasse muito próximo de mim. Ela o achava muito perigoso.

Safira voltou sua atenção para as unhas, como se houvesse algo de muito interessante nelas, mas o fantasma de suas lágrimas ainda estava bem presente. Harry não deu atenção a esse detalhe, havia ficado indignando com o fato da avó de Safira não querer o Lupin perto dela, era ridículo.

— Mas ela morreu três anos depois. – Safira parecia que estava tentando encontrar uma peça que pudesse completar um enorme quebra-cabeças, sem sucesso, e ao mesmo tempo seus rosto passava a não demonstrar emoção alguma quando percebia que Harry a olhava. Seus olhos ainda estavam meio vermelhos e ela assumiu um tom indiferente. – Fui parar em um orfanato, mas um tempo depois alguém me "adotou", foi algo bem confuso, e passei e viver no Caldeirão Furado. Logo em seguida fui para Hogwarts.

“Foi Dumbledore que me contou sobre Sirius no terceiro ano escolar. É claro que eu não pude acreditar nisso na hora, já que todos estavam falando que Sirius Black era um terrível assassino que escapou de Azkaban. Eu não queria acreditar que uma pessoa assim era meu pai. – seus olhos se transformaram de indiferentes para culpa e vergonha, não vergonha de que era seu pai, mas vergonha de si mesma por ter pensado coisas horríveis sobre ele na época. – Dumbledore vivia me dizendo que com o tempo eu acabaria sabendo a verdade. Foi ai que, no final do ano, Sirius escapou novamente e eu descobri, através de Dumbledore, é claro, da verdade por trás da prisão do meu pai.”

“Dumbledore deu um jeito para que eu e Sirius nos encontrássemos. Ele não acreditou que tinha uma filha no começo, até que eu falei sobre minha mãe, ele acabou por se convencer, parecia que ele percebeu que não tinha como estar mentindo já que eu sabia sobre ela. Estou morando com ele há um ano.”

“Ele me perguntou por que a minha mãe nunca contou para ele sobre mim. A verdade era que... nem eu sabia ao certo. Eram tempos difíceis, não sei porque ela estava fora do país, mas ela não conseguiu entrar em contato com ninguém, pelo menos foi o que Lupin me disse. Assim que eu nasci, ela voltou para a Grã-Bretanha, só que depois de meses sem nenhuma noticia do meu pai, ela soube da prisão de Sirius Black e o que todos achavam que ele tinha feito. Não sei se ela acreditou em tudo, quero dizer pelo menos logo de cara, só que tenho certeza que ela passou a ter várias dúvidas, já que ela simplesmente riscou Sirius de nossas vidas.”

“Sempre que eu perguntava sobre quem era o meu pai, ela simplesmente dizia que ele morreu há muito tempo. – ela olhou para o teto da cozinha com um olhar neutro, talvez se sentindo indignada com a mentira, mas não parecia com raiva da sua mãe por tê-la contado. – Acho que ela queria dizer que ele morreu para ela.”

Os dois ficaram quietos por um tempo. A cabeça de Harry estava cheia de novas descobertas, e elas eram, em sua maioria, inacreditáveis.

— Como sua mãe se chamava? – Harry queria perguntar isso desde que Safira começou a contar sua história, mas não queria interrompe-la.

— Minha mãe se chamava Ofélia. – ela desviou sua atenção para a porta. – Sabe o que é mais engraçado? – Harry olhou para a Safira, que ainda olhava para a porta da cozinha.

— O que? – ele ficou tanto tempo sem falar, só ouvindo, que sua voz saiu meio rouca.

— Não consigo acreditar que meus pais namoraram escondido nos dois últimos anos escolares de Hogwarts.

— Por que eles fizeram isso?

— Não sei. Deve ter sido coisa de adolescente. – ela se espreguiçou e soltou um longo bocejo. – Acho que vou tirar um cochilo, estou começando a ficar cansada. – ela se levantou, lavou sua xícara, guardou-a e andou em direção à porta, mas parou do lado do Harry.

— Tem alguma coisa errada? – Harry não conseguiu entender o que a fez parar tão de repente.

Ela pegou um pedaço de madeira no chão, mas não tirava sua atenção da porta.

— Já ouviram o suficiente? – e então acertou aquela madeira com muita força num ponto á cinco centímetros da batente do lado direito da porta, e o som produzido foi inacreditavelmente alto.

Depois que a madeira atingiu a parede, por de trás dela, Fred, Jorge, Gina, Rony e Hermione apareceram. Os gêmeos estavam esfregando as orelhas como se o barulho tivesse machucado seus tímpanos.

— Dia. – ela falou com um tom bem descontraído, passou por todos eles e, antes de começar a subir as escadas, parou e se virou para o Harry. – Até depois Harry. – deu um leve sorriso e desapareceu escada acima.

Harry não saiu do seu lugar, ficou imóvel como se a sua mente ainda estivesse presa á história que Safira acabara de lhe contar.

Só voltou para o presente por causa do som insuportável de cadeiras sendo arrastadas no assoalho, não conseguindo acreditar que a Sr.ª Black não havia acordado com o barulho. E todos se sentaram ao seu redor na mesa.

— Fiquei com pena dela. – Hermione disse baixinho. – Ela teve uma vida bem agitada. – Rony deu um leve aceno com a cabeça, e todos que estavam presentes naquele cômodo ficaram olhando a porta pela qual Safira acabara de passar.


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Notas finais do capítulo

E ai?? o que acharam??Comentem Comentem Comentembjus