Only One escrita por Lukke, toromaru


Capítulo 10
Capítulo 10- Faço um pequenique no Colorado


Notas iniciais do capítulo

Esse cap ficou grande D8
Bem,realmente esse cap num está explicando muita coisa, mas o resto será revelado com o desenrolar da fic :3



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Eu passei anos da minha vida pensando na minha mãe. Não é fácil crescer sem uma mãe por perto. Tantas perguntas que eu queria lhe fazer. Mas tinha uma que mais me intrigou: por que ela me deixou?

Quando eu finalmente a vi, eu senti vontade de chorar e pular em seu colo em um caloroso abraço, como uma criancinha. Mas me contive. Não poderia perder minha pose de garoto rebelde agora.

-Computador. Mudar paisagem. –Ordenou ela sentando ao meu lado.

Por um momento nada aconteceu. Mas então, todo o local deu uma vacilada e...

-Uou! –Exclamei admirado.

A paisagem mudou para um por do sol em algum lugar cheio de montanhas de pedras vermelhas (devia ser o famoso Colorado), e nós estávamos sentados em cima de uma dessas montanhas, com um piquenique entre mim, e minha mãe.

-Você deve ter muitas perguntas, não é mesmo Jake? –Perguntou ela olhando para mim com um sorriso rebelde.- E também deve estar com fome.

Minha cabeça estava a mil. Tantos pensamentos, perguntas, sentimentos e outras coisas, rodavam pela minha cabeça, que parecia que ela ia explodir. E depois de ver aquelas cenas horríveis a alguns minutos atrás, a última coisa que eu queria naquele instante era comer.

Mas havia travessas de rosbife, batatas assadas, cenouras na manteiga, pão fresco, e mais um monte de outras coisas que eu não comia fazia muito tempo. Meu estomago roncou. Era o tipo de refeição caseira que as pessoas deveriam preparar, mas nunca faziam isso. Então eu resolvi comer.

Depois de comer e me acalmar um pouco, eu suspirei e já fui logo perguntando:

-O que é essa organização?

- Direto ao ponto né? Bem, ela está em todo lugar. À nossa volta, agora mesmo, aqui nessa conversa. Você pode vê-la quando olha pela janela, ou quando liga a televisão. Você a sente quando vai estudar, ou vai a igreja. Ou quando paga os impostos. Ela é o mundo que foi colocado diante dos seus olhos... Para que você não visse a verdade. –Disse ela num tom meio sombrio.

-Que verdade? –Perguntei enquanto me inclinava para frente.

-Que você é um escravo, Jake. Como todos você nasceu em cativeiro. Nasceu numa prisão que não pode sentir ou tocar. Nem sair. Uma prisão... Para sua mente!

-Como assim uma prisão? E por que vocês fazem isso?

-Infelizmente não posso lhe dizer... É impossível! Você tem que ver por si mesmo.

-Ótimo! –Disse eu me levantando e limpando a sujeira da parte de trás da minha calça. –Vamos lá ver!

-Ainda não terminamos Jake. –Disse ela. –Isso nós vemos depois. Agora, você não quer saber quem você é?

-Sim! –Afirmei voltando a me sentar. –Você não tem idéia do quanto eu quero! Phoenix me disse que agora que vocês sabem da minha verdadeira identidade, eles, também saberão. Quem são eles?

Mas pareceu que sua audição falhou, pois ela não respondeu.

-Você é uma espécie de Super humano, Jake. O maior de todos eles. O mais rápido, mais forte, mais habilidoso, mais ágil...

-Calma! Super humanos? Como assim? –Perguntei.

-Assim a gente vai fugir do assunto. –Disse ela. –Nós não estamos aqui para falar disso. Eu vim aqui para te explicar quem você é.

-Então você pode começar me dizendo o que quer dizer “Only One”.

-Certo. Ah muito tempo, -Começou.- a uns quinhentos anos atrás, nossa organização descobriu um “tipo” diferente se super humano, um ser que nasce a cada cem anos e que é capaz de feitos incríveis! Se bem treinado, ele poderia sozinho derrotar um exercito inteiro.

-Então eu sou basicamente, uma pessoa que nasce a cada cem anos?

-Only One não é bem uma pessoa, é como uma alma que muda de hospedeiro a cada cem anos.

-E a bola da vez sou eu certo? –Perguntei

Ela assentiu.

-Um exército inteiro. –Repeti pensativo.- Imagino então que como essa coisa de Only One é uma espécie de alma, não poderia nunca existir dois Only Ones não é mesmo?

-Na verdade... Nós conseguimos manter vivo o ultimo Only One. Depois de diversas experiências, nós finalmente conseguimos. Mas ele vive a base de uma substancia nova que nós desenvolvemos...

-Que substancia?

-Logo você irá vê-lo, agora... Mas alguma pergunta?

Eu não sabia do que adiantava perguntar alguma coisa, ela não me respondia quase nada. Na verdade eu estava ainda mais confuso. Mas tinha outra coisa que estava me incomodando.

-Aqueles fantasmas. –Falei.- O que eles são?

-Ah! Eles são apenas os resultados de uma experiência de vida após a morte.

Ela disse aquilo de um jeito tão natural, como se fosse algo normal e simples, mas quando eu ouvi aquilo meu queixo caiu. Eles conseguiram trazer mortos de volta à vida! Aquilo era uma coisa super demais! Mas minha mãe pareceu ler meu pensamento, e então disse:

-Eu sei o que você deve estar pensando, mas aquilo foi um golpe de sorte e só conseguimos uma vez. Não mais.

Pelo o tom em sua voz, dava pra perceber que não adiantaria eu insistir em saber mais.

-Eles disseram que a experiência deu certo, e que a alma do Connor estava de certa forma ligada a minha, ou algo assim. O que isso quer dizer?

Ela suspirou.

-Connor antes de ir para o lado deles, era um dos cientistas aqui da organização. E assim como eu e Phoenix, ele viveu na mesma época do ultimo Only One, mas antes de nós descobrirmos quem era o verdadeiro Only One, nós achávamos que era ele, pois suas habilidades eram incríveis. Mas logo depois nós descobrimos que não era ele. Então um pensamento nos ocorreu. “Se ele é tão poderoso assim, ele deve conseguir sustentar o poder de um verdadeiro Only One”.E então nós o submetemos a um experimento, mas nós estávamos enganados, o experimento não deu certo. Ou melhor, não como o esperado.

Aquilo explicava o meu sonho. Então aquele homem era realmente meu professor. Eu ainda estava tentando processar tudo aquilo. Mas não era fácil. Não é todo dia que você descobre que você é um ser especial capaz de derrotar um exército, e que sua alma está ligada a do seu professor.

-Se ele não era o Only One, o que ele era?

-Quando alguém fica muito próximo de um Only One, naturalmente sua energia é fundida com a dele. Mas não chega a ser tão forte quanto a do verdadeiro Only  One. É como uma pessoa que vive junto de um fumante, e que respira a fumaça do cigarro, ela pode ter os mesmos problemas que o usuário do cigarro sem nem ao menos fumar. E o Connor era bem próximo do antigo Only One.

-Ok, já chega. Eu quero ir para casa.

-Você não percebe Jake? Agora aqui é sua casa.

Eu não estava muito contente com aquilo, mas sabia que era verdade, então pedi para ela continuar.

-Outra coisa que um Only One é capaz de fazer, é manusear isso.–Disse ela apontando para minha chave.-Uma arma única no mundo. A maior fonte de poder já descoberta pela humanidade! Ela só pode ser usada por alguém com muita energia, e o único que possui tanta energia assim é um Only One.

Energia? Arma? Fantasmas? Experimentos? Organizações? Super humanos? Como eu me meti nessa? E tão rápido? A dois dias atrás eu era apenas um adolescente normal.

-Mas o que exatamente ela faz afinal? –Perguntei cruzando os braços e chegando para trás.

-Ela se transforma na arma que você quiser. É isso que ela faz.

Aquilo fez meu coração bater mais rápido. A arma que eu quiser, isso explica o por que dela ter se transformado em uma espada, lança e arco.

-E ela também usa objetos refletores como meio de transporte como você percebeu.

-Então não funciona apenas com espelhos certo?

Ela assentiu.

Quando eu ia voltar a me lamentar que era muita coisa pra mim, eu ouvi uma voz atrás de mim.

-Ah, então você está ai. –Disse uma voz feminina.

Quando eu me virei, vi atrás de mim uma garota de mais ou menos a minha idade, com cabelos e olhos vermelhos, vestindo as mesmas roupas brancas que eu. Ela estava com uma das mãos na cintura, e com um sorriso confiante no rosto.

Ao seu lado estava um garoto com cabelo branco espetado, com a cara fechada de braços cruzados e olhando para o lado. Ele também vestia as mesmas roupas que eu.

-O que foi Silene? –Perguntou minha mãe.

-Vermelho 23. Isso que está acontecendo. -Respondeu ela.

-Ele?!–Perguntou minha mãe já se levantando com uma expressão de terror.

-Connor? –Perguntei meio hesitante.

Eu esperava sinceramente que minha mãe retrucasse algo positivo, do tipo: Não, é só nosso amigo Leroy! Ele vai nos ajudar! Mas isso não aconteceu. Ela simplesmente assentiu.

-Então Jake, -Disse minha mãe com um ar de confiança forçado.- Pronto para sua primeira missão?


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