Justin POV:

- Justin, minha filha chega hoje. - Scott falou enquanto se sentava no sofá à minha frente.

- É a sétima vez que você fala isso, dude.

- Eu sei que eu estou enchendo seu saco, mas poxa dude, tem quase 6 anos que eu não a vejo, a mãe dela morreu, ela anda fazendo umas merdas... - Ele começou.

- Que tipo de merda?

- Olha, não fica com mal impressão, mas ela tem se envolvido em brigas, roubos e até passou uma noite na cadeia.

Minha boca se abriu num imenso "O". Cara, eu sabia que a filha do Scooter, a tal de Melanie se metia em encrenca, mas pra mim não era pra tanto.

- Ah Justin, dá um crédito, vai. - Ele disse após ver a minha cara de espanto. - Depois da morte da mãe, ela teve que mudar de cidade, deixou os amigos, a escola, a casa, tudo. Ela mudou de Los Angeles para New York, e lá ela arranjou uns amigos que não são o que se pode chamar de boa influência.

- E quantos anos ela tem?

- 17, faz 18 esse ano.

- E a mãe dela morreu, Anna, não é? - Ele assentiu. - Ela morreu quando a Melanie tinha quantos anos?

- 14.

- Uau. Deve ter sido difícil.

- E foi. Ela entrou em depressão, se isolou do mundo, das pessoas...  Mudou o guarda-roupa, só usava roupas escuras, sua média no colégio caiu totalmente, ela parou de tocar, começou a usar maquiagem forte e conheceu esses "amigos" dela.

- Ah... - Não sabia o que dizer. Eu não tinha o que dizer.

- Então, por favor, seja uma boa pessoa com ela.

- Claro, com certeza, man. - Afirmei. - Tem foto dela?

- Foto? Mas pra que você vai querer uma foto da minha filha?

- Pra saber se ela é gata, ué. - Sorri malicioso. Scooter me de um murro no braço.

- Am... AI? - Perguntei enquanto passava a mão onde ele tinha batido.

- Eu posso não vê-la há um bom tempo, mas ela continua sendo minha princesinha. Quebra o coração dela que eu quebro a tua cara, mané. - Ele falou rindo enquanto pegava uma foto na sua carteira. - Tá aqui. - Ele me entrehou a foto. - Tá tudo bem que aí ela tinha 12 anos, mas ok, né.

Olhei-a. Ela tinha o cabelo liso, mas não aparetava ser natural. Era branquinha, seus dentes ainda estavam se formando. Magra e sem peito. Bom, tomara que ela tenha mudado ao longo dos anos, porque né...

- Eu passo. - Falei entregando a foto ao Scott.

- Passa, porque passa?

- Que cor são os olhos dela?

- Verdes.

- Então eu passo, não sou muito fã de olhos claros. - Falei e ele revirou os olhos.

                                                             ***

Umas duas horas se passaram e faltavam uns 20 minutos pro vôo dela chegar.

- Eu vou buscar ela no aeroporto, você vem? - Ele perguntou pegando as chaves do carro em cima da bancada.

- Não, bro. Prefiro não causar alvoroço. - Falei vidrado no video-game.

- Então ok, eu volto pro jantar. - Ele falou por uma última vez e saiu.

Melanie POV:

Finalmente cheguei. Saí do avião, peguei minhas malas e fui em direção à entrada do aeroporto. Quando cheguei lá não sabia o que fazer. Eu não fazia a mínima ideia de quem era o Scooter. Já fazia muitos anos desde a última vez que eu o vi.

Já estava a ponto de pegar meu celular e tentar acessar a internet para procurar uma foto do Scoo... Quer dizer, do meu pai. 

Um homem veio correndo em minha direção, imaginei que ele fosse o Scott.

- MEL! - Ele gritou e me abraçou, fazendo com que meus pés saíssem do chão.

- Hum... Scooter? - Perguntei quando ele me botou no chão.

- Pode me chamar de pai, querida.

- Claro. Pai. - Falei e sorri de leve.

- Você só trouxe uma mala? Mel, você vai passar um bom tempo aqui. Uma mala é suficiente? - Ele perguntou enquanto levava a minha única mala até o porta malas da sua Mercedes-Benz Mclaren AMG. Eu, morta? Magiiiiiiina!

- Scoo... Quer dizer, pai - Ri fraco. - Uma mala já é mais que suficiente. Roupas, sapatos, anéis, rímel e sombra preta. Tudo que eu preciso.

- Claro que sim. - Ele sorriu. - Agora vamos. Você vai adorar o apartamento. E ah, hoje nós vamos jantar na casa dos Bieber's. - Ele falou entrando no carro, fiz o mesmo.

- Você quer dizer a casa do carinha que tinha o cabelo lambido pro lado? - Perguntei colocando o sinto de segurança. Ele riu.

- Esse mesmo.

Quando chegamos ao prédio, ele era simplesmente incrível. O bairro era tranquilo, porém, perto de tudo. Supermercado, padaria, shopping, restaurante... Era perfeito. O prédio era grande e tinha um tom meio bege. Varandas gigantes, aparentemente só havia um apartamento por andar.

Cumprimentamos o porteiro e subimos. 15 andares, e ele morava no 15º. Cobertura, aí vamos nós. Quando chegamos ele abriu a porta e uau. A decoração era um misto de algo "antigo", porém, moderno.

- Vem, eu vou te mostrar seu quarto. - Ele falou puxando minha mala até o penúltimo quarto do corredor.

Assim que ele abriu a porta eu fiquei completamente impressionada. As paredes eram de cor azul clarinho, e uma delas era espelhada. Tinham duas portas, uma dava num pequeno closet e a outra num banheiro. Numa das paredes havia uma espécie de escrivania com um MacBook e alguns porta-retratos vazios. Certamente a intenção era que eu colocasse minhas próprias fotos lá. Logo acima tinha um mural de fotos, e nele tinha apenas uma foto; Eu, ele e a minha mãe. Pela minha cara eu deveria ter uns 3 anos de idade. Eu sinto falta da época em que eu era fofa.

Na outra parede havia uma cama box incrível, com um cobertor roxo com alguns (lê-se vários) travesseiros de cor azul por cima.

- E então, gostou? Da última vez que nós nos vimos sua cor favorita era azul.

- Claro. - Dei um sorriso de canto.

- Eu vou tomar um banho e nós saímos as oito, ok? - Ele falou.

- Ok. - Confirmei e ele fechou a porta.

Tomei um banho quente, e fui procurar alguma coisa na minha mala. Vesti uma calça preta, uma blusinha que era parte transparente com umas bolinhas pretas, e a outra parte tinha rosas vermelhas. Calcei uma bota preta estilo militar. Minhas unhas já estavam pintadas de preto, então eu coloquei um anel em cada mão, e uma espécie de bracelete preto com umas paradas circulares na cor prata. Passei uma sompra preta forte e rímel, muito rímel. Passei um pouco de perfume e sequei meu cabelo. Novamente prendi ele de lado, deixando que os cachos caíssem no meu ombro.

Peguei meu celular e liguei para Nova York, avisando que eu havia chegado bem. Conversamos um pouco, e ela até fez gozação comigo.

- Hoje nós vamos jantar na casa do Bieber. - Falei me olhando no espelho.

- Hum... Eu olhei algumas fotos na internet, ele é um gato!

- VOVÓ! - A repreendi, rindo. Ela riu junto comigo.

- Que foi? Tem tempo que você não namora ninguém. só estou avisando. - Ela riu de leve.

- Ah, claro. - Scooter bateu na porta. - Vó, eu tenho que ir agora, está bem? Amanhã eu te ligo, beijos.

- Beijos querida, te amo.

- Também.

Desliguei o telefone e fui atender ao Scooter. Ele ficou me fitando por alguns segundos, certamente, assim como todo mundo, deveria ter estranhado minhas roupas e a maquiagem forte.

- Que foi? - Perguntei.

- É... Nada não. Vamos?

- Claro. - Falei e lá fomos nós.

Fomos até a garagem e entramos no carro. Ele dirigiu por uns 20 minutos e chegamos. A casa era simplesmente enorme. Pintura bonita, seguranças na entrada a um portão com senha. Ele estacionou e tocou a campanhia. O tal estrela pop que atendeu.

- E aí, bro? - Ele falou com o Scooter e eles fizeram um toque estranho. - Então essa é a Melanie? - Ele apontou pra mim.

- Ah, Justin, essa é a Mel. Mel, esse é o Justin.

- Prazer. - Falei.

- O prazer é todo meu. - Ele sorriu.

Justin POV:

Scooter chegou com uma garota, deduzi que era a Melanie. Ela não era feia, até que era bem bonita. Só tinha que tirar aquele meio quilo de sombra preta que ela carregava nos olhos. 

Entramos e ela comprimentou minha mãe, essa noite ela faria o jantar.

- Justin, enquanto o jantar não fica pronto, porque você não leva a Mel até o seu quarto?

- Meu quarto?

- É, filho. Assim vocês podem... Se conhecer melhor. Se é que você me entende... - Ela deu um sorrisinho safado, e o Scooter e a Melanie prenderam o riso.

- MÃE!

- Ah, qual é, Justin! A Mel é uma gata, e além do mais é filha do Scott, é de confiança.

- MÃE! - A repreendi de novo.

- Que foi? Só falei a verdade. - Ela deu de ombro e eu revirei os olhos.

- Vem, Melanie.