- Mãe, cheguei! - Gritei jogando minha bolsa ao lado da porta. A casa estava silenciosa, estranho. - Mãe? - Perguntei enquanto subia as escadas em direção ao segundo andar. Ouvi o barulho de alguém chorando e fui até o seu quarto. - Mãe! - Assim que entrei ela estava sentada na cama chorando. Me sentei e a abraçei de lado. - O que aconteceu?

- E-eu f-f-fui d-d-iagnosticada c-com c-cân-câner. - Ela disse entre soluços.

                                                             ***

E desde então minha vida nunca mais foi a mesma. Minha mãe não resistiu a doença e acabou faleçendo. Era difícil vê-la morrer aos poucos daquele jeito, mas eu tinha que me manter forte, pelo menos na frente dela. Já fazem 3 anos desde o acontecido, há 3 anos eu moro com meus avós num dos bairros mais tranquilos e nobres de New York.

Tenho alguns problemas de relacionamento, e por isso eles resolveram me mandar passar um tempo com o meu pai, Scooter Braun. Braun. Isso mesmo, o empresário do Justin Bieber. E antes que vocês pensem, eu não sou uma belieber maluca, e muito menos uma haterzinha de quinta categoria. Eu até que gosto de algumas músicas dele.

Prazer, meu nome é Melanie Marie Braun, e vocês vão saber um  pouco mais da minha vida, que a partir de agora gira em torno da sensação pop do momento, Justin Bieber.

                                                             ***

- E então, o que vocês queriam falar comigo? - Perguntei me sentando na poltrona que ficava em frente ao sofá onde meus avós estavam.

- Então queria, você sabe que nós te amamos muito. - Minha vó começou. - Mas de uns tempos pra cá você vem tendo problemas para se relacionar, toda hora uma briga, você já passou uma noite na cadeia, parou de cuidar de si mesma, começou a usar roupas mais escuras e esconder sua beleza atrás de maquiagem forte. - Continuou.

- E por isso, nós conversamos com o seu pai e nós três combinamos que você vai passar uns tempos com ele enquanto ele viaja com o tal de Justin Bieber. - Meu avô terminou.

Eu estava em estado de choque. ÓTIMO. Eu vou ter que passar um tempo com o meu pai que eu não vejo há anos e uma estrela pop. É, minha vida é realmente uma maravilha.

- E eu? Minha opinião não conta? - Indaguei.

- É... Não. - Meu avô deu de ombros. Ele fez uma cara tão estranha que eu e minha vó caímos na risada. Me sentei entre os dois e os abraçei de lado:

- Eu amo vocês, ok? E me desculpem pelos... Problemas.

- Tá tudo bem querida. - Minha vó, Helena, sorriu.

- E então, quando eu viajo? - Perguntei cabisbaixa.

- Mel, não fica assim. - Meu avô, Bruce, tentou me confortar. - A gente te ama, nós só... Nós só achamos que você deve se destrair um pouco, trocar de ambiente, conhecer pessoas novas, conhecer lugares novos. No fim você vai ver, tudo isso vai ser bom. E você viaja hoje à noite. - Eles sorriram.

- Eu sei, eu sei... Obrigada. - Sorri de volta. - E mais uma coisa, JÁ? Bom, vocês bem que poderiam ter me avisado um pouco antes, mas já que é assim... Eu vou arrumar as malas, beijocas. - Dei um beijo na bochecha de cada um e subi até o meu quarto.

Sabe, apesar de todas as besteiras que eu tenho feito recentemente, eu continuo a mesma Mel em relação aos meus avós. Eles foram o meu tudo quando eu não tinha ninguém. Eles me apoiaram, me deram um lar apesar de que eles e minha mãe não falavam há um bom tempo. Eles sempre foram tudo que eu sempre tive, minha única família.

Quando eu finalmente terminei de arrumar as malas, minha vó apareceu na porta do quarto dizendo que eu tinha 30 minutos pra ficar pronta. Tomei um banho e me vesti (http://www.polyvore.com/jenna/set?id=33367184), prendi meu cabelo de lado, meus cachos caíram sobre o meu ombro.

O caminho até o aeroporto não foi muito longo, ao chegar lá fiz o check-in, e me despedi dos meu avós. Não vou descrever a cena, foi um tanto... Melosa. Fui até a sala de embarque e fiquei lendo uma revista qualquer até a hora do meu vôo. Passaram-se uns 10 minutos, e o "Vôo 7894 com destino à Atlanta" foi chamado. Entreguei minha passagem a moça, ela sorriu para mim indicando que eu poderia me dirigir até a nave. Sorri de volta e lá fui eu. Entrei, me sentei na poltrona e liguei meu iPod no último volume.

Poucos minutos depois o avião decolou, e só agora a ficha caiu.

Atlanta, here we go.