A Menina que Colecionava Máscaras. escrita por Vivian


Capítulo 5
Impedida


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o Cameron vai aparecer *-*Eu decidi criá-lo porque o amor entre a Carol e o Lucas tava muito chatinho... Quem me inspirou para criá-lo foi um personagem do Glee Project, um reality show feliz, no qual meu preferido é (pasmem!) um Cameron *¬*Esse capítulo foi uma delícia de escrever, apesar de que ficou meio curtinho, né? :/Mesmo assim, curtam! ♥



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Acordei deitada em uma cama de lençóis pretos. Mas eu não me lembrava de ter nenhum lençol preto... Olhei para o lado.

-Bom dia, dorminhoca. - Lucas murmurou de maneira doce e beijou meu pescoço.

Eu não entendia muita coisa, ele havia dormido... ao meu lado? Minha cabeça doía tanto que me impedia de lembrar qualquer coisa.

-Onde estamos? - foi tudo o que consegui dizer naquele momento de torpor.

 -Minha casa, bobinha. Não se lembra?

-Hm, sinceramente?

 -Acho que você é fraca com bebidas, amor... Foi apenas uma taça de vinho e a senhorita mal lembra de nossa noite especial...

O fato de não me lembrar de uma noite memorável com ele me matava por dentro, me deixava intensamente triste. A máscara da melancolia estava retornando... e eu estava ao lado de Lucas. Maravilha. Agora ele me acharia ainda mais esquisita.

-Quero ficar aqui. - suspirei com uma voz cansada.

-Como assim? - ele perguntou enquanto brincava com uma mecha de meu cabelo despenteado.

-Não sei, sua cama tem um cheiro bom. Ela é macia.

Ele riu. Era delicioso ouvir o som de sua risada, acho que poderia permanecer anos escutando aquele som leve e suavemente rouco.

Apenas fechei os olhos enquanto ele me abraçava e dizia que eu era um charme. Haha, charme, eu. Se ele visse minhas máscaras mudaria de ideia.

Levantei-me relutante daquela cama acolhedora e comecei a procurar por minhas... ahn... roupas. Vasculhei pelo chão e conforme ia caminhando pelos cômodos da casa, encontrava mais peças de minhas vestimentas. Cachecol, suéter, tiara, meias, tudo espalhado.

Eu me sentia envergonhada pelo que tinha feito com ele, apesar de ter sido extremamente prazeroso.

Sentei-me no corredor de madeira que levava à cozinha e fiquei lá, de olhos fechados, com a mente vagando entre pensamentos aleatórios que giravam em torno de Lucas.

- BU! - ele disse tocando minha cintura.

Abri os olhos e arregalei-os de susto. Meu coração acelerou, eu não esperava sua presença ali, ainda mais com a intenção de me assustar.

 - Lucas! Queria me matar? - perguntei, um pouco brava.

-Não... - ele disse em resposta, ruborizando. Vendo-o frágil daquela maneira, não pude deixar de sorrir... A máscara ainda não conseguia tomar posição, Lucas era como um sol quente de verão que surgia durante um período aparentemente interminável de chuvas, espantando o clima ruim.

Ele sentou-se ao meu lado no chão gelado do corredor de madeira e eu encostei minha cabeça em seu ombro.

-Posso lhe pedir uma coisa?

-Pode, mas não sei se vou conseguir atender a ele, Carol.

-Diga meu nome.

-Por que? - ele sorriu com meu pedido de merda.

-Puta que o pariu, Lucas, só fale.

Ele não deixou de sorrir enquanto dizia "Caroline", e logo após isso beijou o topo de minha cabeça durante um longo tempo, de forma que consegui sentir sua respiração aquecendo meus cabelos frios e desarrumados. Permanecemos algum tempo sentados lá, sem nos preocuparmos com o tempo que passava... Aliás, porque era um domingo, ninguém tinha muito o que fazer, certo?

 Errado. Foi só eu ousar pensar em passar o dia ao lado de Lucas que o destino nos atrapalhou. Ou melhor, Cameron.

Cameron, ao contrário do que muitos pensam, não era aquela atriz loira de Hollywood (Cameron Diaz?) , nem sequer uma mulher era. Ele se tornara meu melhor amigo aos oito anos, quando me ajudou ao cair da bicicleta. Éramos vizinhos e nos tornamos excelentes amigos com o passar do tempo. Ele havia combinado de me encontrar naquele dia para assistirmos a algum filme ou passearmos no parque, como estávamos habituados a fazer.

Como eu poderia ter me esquecido? Fazemos esse tipo de coisa todo domingo!, pensei comigo mesma.

Desculpei-me com Lucas, dizendo que tinha que me encontrar com um amigo.

-Um amigo? - ele disse, sua voz carregada de suspeita.

-Sim. Você pode ter suas amigas invasivas e eu não posso ter meu melhor amigo? Ora essa! -rebati com sarcasmo.

Ele sorriu. Ah, como eu adorava o jeito que seus lábios formavam aquele sorriso, a maneira como seus dentes alvos e belos compunham aquele sorriso perfeito.

 -Está bem, vá. Mas não quero mais ouvir em Cameron, hein?

-Por que? Prefere que ele seja meu amante?

-Ok, você venceu. A próxima vez que eu ouvir o nome dele, é porque estarei conhecendo o sujeito ao vivo.

Eu ri com sua brincadeira, abracei seu corpo -algumas vezes maior que o meu, o que me fez esticar meu corpo- e dei-lhe um beijinho rápido nos lábios.

-Até mais, Lucas.

-Até, Caroline. - ele respondeu a mim, enquanto forçava um sorriso de canto de boca. Acenei para ele e virei-me em direção à rua.

Em direção ao mundo real.


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Notas finais do capítulo

Foi isso... gostaram? Odiaram? Críticas? Sugestões?Reviews, por favor!E aguardem mais Cameron no capítulo seguinte, assim como (FINALMENTE!) a "posse" da máscara da melancolia...
Beijões