Daniella Black narrando:

            Eu estava com medo. Mas principalmente com raiva, qual é velho eu nem sou tão bonita assim pra um cara me desejar tanto, a não ser que exista algo sobre mim que me torne preciosa e que eu não saiba, e com essa ideia na cabeça eu decidi que enquanto o Dumbledore cuidava dos Comensais, eu iria atrás do Krish e o obrigaria a me contar o motivo de sua obsessão.

            Todos me seguiram, óbvio, mas era melhor. Eu sabia que meus amigos sacariam logo que eu começasse a berrar com o Krish e fazê-lo contar, mas em fim. Como eu supus Dumbledore já tinha posto ordem no barraco e todos os alunos estavam se dirigindo para o Salão Principal.

            Misturei-me a massa e foi quando as mãos gélida e tão conhecidas me agarram, pela primeira vez não tremi ou hesitei, apenas sorri, pois ele estava fazendo exatamente o que eu esperava.

            -Pronta para o nosso casamento daqui duas semanas? – ele perguntou sussurrando em meu ouvido e eu apenas fiz um gesto com a varinha e o prendi na parede.

            -O que eu tenho de especial Krish? – eu perguntei me aproximando dele – Você e minha mãe me querem, deve ter um motivo, diz aí, qual é.

            -Por que eu falaria?

            -Que tal pra ninguém daqui acabar te matando? – Remus retrucou aparecendo em volta de mim. Notei que Lilly havia lançado algo ao nosso redor para ninguém perceber o que estava acontecendo ali.

            -Você não acha que sete contra um é covardia, meu amor? – tive vontade de cuspir na cara dele quando ele disse isso, porém eu me contive e apenas dei um sorrisinho bem do sacana.

            -E me obrigar a casar não é injusto? – ele revirou os olhos.

            -Juntos nós purificaremos toda a raça, nossos filhos poderão nascer poderosos Daniella, seremos o preferidos do Lorde das Trevas, seremos seu braço direito – ele falou com um sorriso lunático, eu dei dois passos para trás.

            -Está escrito em uma profecia, garota, agora largue o garoto e se não quiser que ninguém se machuque venha conosco – um homem alto falou com um sorriso asqueroso no rosto, eu o olhei com aquela cara de: “Me obrigue”.

            Não tive tempo de comentar qualquer coisa que seja, pois tudo ficou escuro e não consigo me lembrar onde que eu fui parar.

            Sirius (gostoso) Black narrando:

            Acordei na ala hospitalar praguejando nossa própria idiotice e procurando inutilmente pela Dani, claro que eu fui o último a acordar, pois minha beleza precisava ser totalmente restaurada.

            Levantei sem camisa, vendo que os guris, a Lilly e a minha Lene estavam sentados em almofadas no chão da ala hospitalar conversando sobre a Dani. Eu me sentei do lado da Dani lhe dando um longo beijo.

            -O Krish levou a Dani – Remus falou para mim assim que parei de beijar minha namorada, eu revirei os olhos.

            -Agora conta alguma coisa que eu não sei – resmunguei para ele que cruzou os braços e mordeu o lábio preocupado.

            -Nós só temos oito dias para resgata-la? – Remus resmungou para mim, que fiquei boquiaberto.

            -O que aconteceu com nossa semana? Ficamos dormindo enquanto a Dani pode tar sendo estuprado por aquele filho da puta? – eu já estava me alterando e me levantando para ir atrás deles, quando a Lena me puxou para sentar.

            -Essa não é a pior parte – ela disse com a voz um pouco entediada, tentando disfarçar o desespero – Nós estamos proibidos de sair de Hogwarts.

            -COMO É QUE É? – eu berrei, e ouvi o eco da minha voz, e todos suspiraram como se já esperassem essa reação – Quem nos proibiu?

            -Adivinhe... Ganha dez pontos para nossa casa se adivinhar... – Prongs disse resmungando.

            -Dumbledore – ele assentiu e eu fiz uma careta – Velho filho da puta... – eu o xingaria mais se Lene não tivesse me calado com um selinho.

            -Mas nem tudo está perdido – Moony respondeu franzindo o cenho – A Lilly tá tentando quebrar o feitiço, talvez haja uma chance.

            -Não tem ninguém procurando a Dani? – eu perguntei preocupado.

            -Lembra o que o Krish disse da profecia? Então todo mundo acha que não tem como impedir ela de se concretizar – Remus falou de um jeito de quem continha a raiva, e com certeza ele estava tentando não explodir. Eu não estaria calmo se fosse a minha namorada, eu já estava me contendo por ser a Dani, minha Irma gêmea.

            -Até o Dumbledore?

            -Não, ele só nos prendeu aqui, pois foram ordens do Ministério da Magia – Lilly respondeu, olhando para mim, e então deu um sorriso – Eureka!

            -Que foi? Tá me xingando? – pedi resmungando e ela, James, e o Moony riram.

            -Eureka significa achei, e isso quer dizer que sei como acabar com o feitiço, não sei como não pensei nisso antes, é o jeito mais fácil que tem e só porque parece o menos óbvio eu não tentei – ela começou a falar que nem uma metralhadora, não sei como o Jay aguentava aquilo.

            -O que você tá querendo dizer? – Remus perguntou preocupado.

            -É o seguinte, Dumbledore não ia deixar a gente preso quando uma de nossas amigas corre perigo e é a nossa obrigação salvá-la, nem que tenhamos que fugir... – Remus pareceu compreender a ruiva, assim como Jay.

   -E isso quer dizer Padfoot, que ele colocou um feitiço simples que só precisa de um Finite Incantatem pra ser desfeito – James sorriu satisfeito pela própria inteligência e eu os olhei como se fossem trouxas.

            -CARA NÃO ME DIGA QUE ATÉ AGORA VOCÊS NÃO TINHAM TENTADO ESSE FEITIÇO? – eu berrei indignado e comecei a rir – Velho, tu tá perdendo tua manhã Prongs.

            James mostrou a língua pra mim e a Lilly quebrou o feitiço de Dumbledore, nos vestimos rapidamente, com calça jeans, tênis e camiseta e saímos correndo para a primeira passagem até Hogsmeade que achamos. Graças ao mapa do Maroto e a capa do James, ninguém nos viu.

            Suspirei ao respirar ar de liberdade de guerra, nós seis nos encaramos, e fomos para O Três Vassouras, precisávamos conversar e decidir onde iríamos primeiro.