Anny narrando -

_ Ele tinha uma amiga, bem feinha sabe – comecei a o encarar – ele usava umas roupas de marcas, mas continuava feia, eu sempre dizia isso a ele antes daquela menina chegar na escola, ele morria de raiva, até que essa menina foi morar em outro país, e eu comecei a tirar sarro com ele perguntando onde a Patinha feio estava, daí um dia pegamos uma briga, mas aquele amigo dele o Ryan, bonzinho como sempre nos separou – ele revirou os olhos e me olhou – que foi?

_ Espero que você saiba que o patinho feio virou cisne – pisquei e ele começou a rir

_ É você? Duvido quantas plásticas? – ele ria

_ Nenhuma, cara eu sei que eu era feia, mas você me deixou no chão de verdade – fiz sinal de positivo para ele.

_ Nossa, o tempo é muito bom para algumas pessoas mesmo – ele riu

_ É mesmo, você é o Semos não é? Cara você era feio pra caramba também – falei e rimos.

_ O Tempo foi bom conosco, então vou dar uma voltinha, vem? – perguntou

_ Não, vou ficar observando – mordi o lábio

Tinha muitos meninos bonitos ali, pedi uma batida de limão por enquanto.

_ Está acompanhada? – um menino loiro dos olhos mel quase verde perguntou

_ Acho que não – falei

_ Qual seu nome? – ele perguntou

_ Anny, prazer – sorri de lado

_ Meu é Thomas, prazer é todo meu, tá a fim de dançar? – perguntou

_ Claro – dei o último gole em minha batida e o segui.

Fomos para a pista, dois minutos depois ele me puxou para mais perto e iniciou um beijo que durou aproximadamente 2 minutos, nos separamos e eu fui me sentar.

_ Então já foram quantos? – o André chegou

_ O que? – perguntei

_ Ficou com quantos? – ele gesticulou com as mãos

_ Um, pra que saber? – o olhei

_ Pelo tempo que eu fiquei longe dava para ter sido todos da festa

_ Nossa, não sou desse tipo – o olhei – você ficou com quantas? 10?

_ Quase, 9 – ele piscou

_ Não quer uma batida de limão para refrescar? – me virei para o balcão pegando o dinheiro.

_ Pode ser – ele falou

_ Duas batidas de limão – falei pagando.

_ Aqui – o barman falou, eu entreguei uma ao André

_ Achei que você não bebia – comentou

_ Você não me conhece – falei sem tirar os olhos das pessoas na pista.

_ Irmão – uma menina de cabelos pretos lisos e uma pele um pouco mais escura que a do André sorriu

_ Oi – ele falou

_ Tá pegando? – ela falou apontando para mim que a olhei assustada

_ Não, é uma menina lá do colégio

_ Áh bom, tenho um amigo interessado nela – cara que menina direta.

_ E quem é essa? – o André sorriu olhando para a ruiva.

_ Minha amiga, vocês conversem aí que vou cuidar da minha vida, ah, meu nome é Ana Flávia, mas me chama de Ana – ela me olhou

_ Sou a Anny – sorri de lado.

_ Tchau gente – ela sorriu e saiu, olhei para o lado o André já estava se adiantando.

_ Então Anny, quantos anos você tem? – ele perguntou

_ Sei que você não está interessado

_ Não mesmo – ele aproximou-se e encostou nossos lábios.

Ele segurou minha cintura e eu passei um braço por cima de seus ombros.

_ A mais forte que tive aí – ouvi uma voz rouca bem conhecida ao meu lado.

Separamos o beijo e eu me sentei de costas para o Justin.

_ Vamos? – o André perguntou sentando ao meu lado

_ Pode ser – levantei-me.

_ Cara, como era o nome daquele menino? – o André perguntou rindo

_ Nem sei – rimos

_ Você está sorrindo, que legal – ele bagunçou um pouco meu cabelo.

_ Tem horas que é necessário – dei de ombros.

Alguns minutos depois chegamos ao condomínio.

_ Obrigado, até amanhã na escola se eu for – sorri

_ Tchau – ele acenou e acelerou o carro.

Abri o portão da frente e quando estava perto do jardim senti alguém segurar em meu braço, meu corpo estremeceu.

_ Cara, chama pelo meu nome, mas não faz isso – o encarei

_ Eu achei que você fosse diferente – o Justin me olhou

_ Tenho 16 anos, acha que eu nunca ficaria com ninguém?

_ Você não parece ser de ficar com três em um dia, você não era assim – ele falou sério

_ Você ficou com 17 em uma noite. tipo, você não tem motivos para falar assim comigo, e tem razão, eu não era assim, até perder o contato com você, minha vida desabou, e eu não tinha outra saída, eu precisava de algo para me distrair, por isso mudei tanto – me virei em direção a porta – mas você não se importa – sussurrei e dei alguns passos até ele me virar.

_ Olha, você me abandonou aqui com uma legião de inimigos, todos inimigos por sua culpa, eu te defendi de tanta coisa – ele praticamente gritava – você me abandonou, e com 14 anos eu já tinha ficado com umas 50 garotas, cara com 15 anos eu já tinha ficado com 50 por cento das meninas da cidade, hoje acho que já tenho ficado com meninas do mundo inteiro, e nenhuma namorada, porque eu não conseguia me apegar a meninas como eu havia me apegado a você – ele falava sério – você ERA minha melhor amiga, você ERA a pessoa mais importante de minha vida, e VOCÊ me fez quem eu sou hoje. E EU NÃO ME IMPORTO COM VOCÊ, NÃO MAIS! – ele me jogou para o lado, me fazendo cair sentada em um banco de madeira.

Minha vida se destruiu ali, eu preferia passar o resto da vida longe dele ao ouvir isso. Comecei a chorar em silêncio, tudo que eu mais temia estava acontecendo, ele não se importava comigo, ele não ligava, ele simplesmente preferiu ficar longe de mim.

_ Anny, ele ainda se importa com você sim – o Ryan me abraçou – cara eu ouvi tudo, ele só está não aceitando o fato que você e ele não são mais, melhores amigos, e que ele não pode te proteger – ele me colocou de pé.

_ Tudo que eu mais tinha medo, está acontecendo, cara durante dois anos eu chorava noite e dia por ter me distanciado, eu mudei por mim, várias horas em lojas, salão de beleza, dinheirões em maquiagem, cara tudo isso para eu conseguir ir em uma festa de aniversário, minha festa de 15 anos – suspirei – mas, a vida não é perfeita, não é como queremos – me virei. – você vai entrar? – olhei a bolsa em suas costas.

_ Vou – ele me acompanhou.