Giuliet Volturi - Dark Side Of The Earth escrita por G_bookreader


Capítulo 18
E assim se vão todos os Volturi - 1672


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. o
Esse é só um apêndice do último capítulo, porque achei que eu deveria explicar o que acontece aqui. Por isso não ficou lá muito grande.
Espero que gostem. o
E deixem reviews, é claro. kkk'



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Dizem que o tempo cura tudo. Coitado de quem acredita nisso.

Já havia quatro anos que eu havia assumido o governo. Quatro anos absurdamente insuportáveis. Houve a maior infestação de crianças vampiras da história. Parecia que todo mundo havia resolvido ter um mini monstrinho em casa, ou atrapalhar a minha vida. Ou melhor, os dois juntos. Eu havia matado vampiros em quatro anos do que em cento e cinqüenta. Fui obrigada a partir para táticas mais severas. Agora, todo vampiro que estivesse ligado com a transformação, ou acobertando a transformação, seria morto junto com a criança. Eu não havia tido tempo de me recuperar, tudo que eu pude fazer foi virar uma pedra. Uma pessoa sem emoção, fechada e sem o menor pingo de piedade. E agora eu fazia isso tão bem que já havia virado quem eu era.

Eu estava mais distante dos meus companheiros de clã do que nunca. Nossos diálogos eram totalmente baseados nas ações do clã. Qualquer tentativa de conversa além disso resultava em coisas vazias e que não duravam mais que alguns minutos. A única coisa que me fazia manter o foco era a minha obrigação com a lei.

Eu não usava mais apenas a capa preta, e sim toda a minha roupa. Roupas claras me irritavam, eu me sentia mal dentro delas. A capa eu só usava quando tinha alguma missão a cumprir. Como agora.

Eu tinha uma vampira presa contra a parede. Perto desse assassinato, a de Jack havia sido fácil. A vampira lutava bravamente. O parceiro dela era preso por Giacomo e Hecate. Fátima segurava uma menina de três anos, Hillis, gentilmente nos braços, mas firme para que ela não fugisse.

-Por favor, não nos mate. Eu imploro. Fazemos qualquer coisa. – Ela implorou, soluçando. Mas essas coisas não me alcançavam.

-Não. – Respondi, a voz sem emoção, como sempre.

-Então mate só a nós. Deixe que ela viva. A culpa é nossa, ela não cometeu crime nenhum. – Ela continuou a implorar, mas eu fiquei em silêncio. – Não é possível que você seja esse monstro sem coração.

-Então há mais coisas possíveis do que você imagina. – Eu disse, olhei para Giacomo e acenei com a cabeça.

Arrancamos a cabeça dos dois ao mesmo tempo. Havia se tornado um costume quando eram casos de parceiros com uma criança. Matávamos os dois ao mesmo tempo, perfeitamente. Eles já estavam morrendo, não precisavam passar por aquela sensação.

Então, quando estavam esquartejados no chão, Hecate criou fogo e os queimou. Enquanto a fumaça de cor arroxeada preenchia o ambiente, me virei para a menina. Eu já havia matado tantas como aquela que isso também não era mais capaz de me atingir. Não seria como quando eu matei Jack, que fiquei semanas me sentindo pior do que eu já estava. Não, agora eu estava protegida contra isso. Não era mais a vampira indefesa e sensível que eu fora quatro anos antes.

A peguei do colo de Fátima e apaguei seus sentidos. Quando ela estava mole em meus braços, terminei o serviço, jogando os restos na mesma fogueira que os outros dois. Olhei suas partes pequenas virarem pó sem nem sequer sentir o desejo de desviar os olhos. Fátima se sentou contra ima das paredes e enterrou o rosto nos joelhos.

-Quantas vezes mais teremos que fazer isso? – Ela perguntou, cansada.

-Até que só haja crianças humanas no mundo. – Eu respondi, sem um nada de solidariedade. Eles tinham que entender.  – Onde fica nosso próximo julgamento?

-Nosso próximo assassinato, você quis dizer. – Giacomo disse, seco. – África do Sul.

-Ótimo. Temos muito que andar então.

Comecei a andar para a saída e eles vieram atrás. Comecei a andar para a direção de onde havíamos nos estabelecido, uma casa abandonada. Apenas dois dias ali, só largamos as nossas coisas e nos preparamos. Agora iríamos lá para busca-las.

Tirei a capa, dobrei-a e coloquei na minha bolsa. Depois, peguei a bolsa e joguei nas costas, parando perto da porta enquanto esperava que os outros ficassem prontos. Giacomo me olhou torno.

-Já estamos partindo? De novo? – Ele disse, a cara amarrada.

-Nosso problema aqui acabou, não temos mais que ficar aqui. – Eu disse, dando de ombros.

-Já pensou que nós podemos querer descansar um pouco?

-A viagem até a África do Sul é grande, dá para descansar enquanto vamos.

-Não, Giuliet, não podemos. Estamos fazendo isso direto, deixe-nos parar um pouco. – Ele disse, irritado.

-Não estão mais cansados do que eu. – Eu disse, sem me alterar nem um pouco.

-Não estamos mais obcecados que você, isso sim! – Ele disse, a irritação tomando espaço.

-Tudo bem, então. – Eu disse, de forma sombria, largando a bolsa no chão. – Descansem se estão tão incapacitados.

Abri a porta e saí para a rua. Era noite, eu não teria problemas com isso. Caminhei pelas ruas da cidade, ignorando os habitantes. Estávamos na China, já devia ser a segunda ou terceira vez. Aprendi a língua de livros roubados, de ouvir as pessoas na rua. Não era um conhecimento muito profundo, mas era o suficiente para parecer menos deslocada. Mas, naquela noite, eu andava entre as sombras, que se danasse a língua.

Eu estava com raiva. Eu não sabia o porque, mas a raiva me dominava de forma violenta. Aquilo acontecia com certa regularidade, eu começava a sentir raiva e tinha que extravasar em alguma coisa. Em uma cidade grande, cheia de gente, não é muito difícil imaginar qual o tipo de coisa que um vampiro faz para extravasar.

Encontrei um homem sozinho. Não estava bêbado, não parecia ter nenhum desvio de conduta. Para o inferno, eu não me importava, era ele que tinha aparecido no meu caminho. Antes que ele se desse conta, sua vida escorria pela minha garganta. Eu não estava satisfeita enquanto dava um sumiço no corpo.

Continuei a andar, tranqüilamente, pelo lugar. Eu tinha que ser rápida, em breve não haveria mais ninguém nas ruas e eu odiava ter que buscar nas casas. As casas faziam vãos, perfeitos para se esconder ou esconder as minhas ações.

A rua ficou deserta novamente. Era só esperar e uma hora alguém aparecia. Não demorou muito. Um grupo de cinco guardas entrou na rua. Todos já tinham idade avançada, não fariam falta para o mundo mesmo.

A cada vez que passavam por um beco, um desaparecia. Eu escondia o corpo de pescoço quebrado nesses becos para retornar até lá depois. No final da rua, os que tentaram correr falharam miseravelmente. Depois foi muito fácil, apenas preencher o meu corpo com a vitalidade deles e faze-los desaparecer como se nunca houvessem existido.

Meu corpo vibrava com o excesso de sangue, e eu estava completamente cheia. Eu sentia o poder correr entre minhas veias, meu corpo quase se movia sozinho. A sensação era incrível, uma espécie de êxtase. Além disso, a ausência de sede era a melhor sensação de todas. Se eu pudesse tornar uma sensação eterna, seria aquela.

Bem, talvez não aquela.

Sem a menor vontade, comecei a voltar para casa. A última coisa que eu queria era juntar o meu mal humor com o mal humor do clã, mas não havia nada que eu pudesse fazer a respeito disso, de qualquer forma. Aproveitei as últimas horas da noite para caminhar sozinha, coisa que havia se tornado o único momento de paz que eu tinha.

Entrei em uma rua mais afastada, um caminho mais vazio. Aquela área da cidade era mais rica, e havia menos casas. Eu passava por uma casa de dois andares quando ouvi o barulho de uma janela se abrindo discretamente ao lado dela. Por uma curiosidade besta, me escondi para ver o que era.  Uma menina, que não tinha mais do que treze anos, se esgueirou para fora da janela, jogou uma bolsa no chão e se jogou logo depois, caindo no chão de forma desajeitada. Fechou a janela e saiu na rua olhando para os dois lados, começando a correr. Isso, mais uma querendo acabar com a própria vida.

A alcancei e a segurei pelo ombro. Ela se assustou e por muito pouco não gritou, virando-se para mim, assustada. Estava escuro, ela mal via o meu rosto, dificilmente veria os meus olhos.

-Indo a algum lugar? – Perguntei, na língua local.

-De onde você saiu? – Ela perguntou, se dobrando para olhar para trás de mim.

-Eu estava na rua o tempo todo. Onde pensa que vai?

-Quem é você para querer saber? – Talvez a pessoa que acabou de matar cinco guardas daquela cidade.

-Você realmente acha que fugir de casa vai resolver os seus problemas? – Perguntei, a voz mais acolhedora.

-Não dá para piorar.

-Acredite, dá para piorar muito. Além da sua imaginação.

-E como você sabe?

-Porque eu fiz isso. Só foi um pouco mais requintado e eu já tinha perdido a cara de quem brinca de bonecas.

-Eu não brinco mais com bonecas! – Ela falou alto, o que restava de sua infantilidade tomando o controle. – Meu pai não pode me obrigar a casar!

-Era exatamente isso que o meu tentou fazer.

-Mas você não parece estar nada ruim!

-Eu estou muito pior do que você pode pensar em estar. – Respondi, melancolicamente. Ela ficou quieta. – Eu sofri as piores privações por fazer isso. Você não quer isso para você, acredite em mim quando eu digo isso. O mundo lá fora não é algo bom. Dividir uma cama com um idiota pode ser melhor do conhecer o mundo e sofrer perdas irreparáveis.

-Por que você está me dizendo isso? – Ela perguntou, com cara de que não estava entendendo nada.

-Porque já basta uma de nós duas assim.

-Eu não vou voltar para casa. E você não pode me obrigar.

-Posso.

Ela tentou correr, mas a segurei pelos ombros novamente e a levei até a porta da casa, batendo para que os pais ouvissem. Não demorou muito e o pai abriu a porta. O homem, já de certa idade, forçou a vista para enxergar. Quando seus olhos se acostumaram, tomou um susto ao ver a filha.

-Achei-a perdida aqui do lado de fora. – Eu disse, forçando a simpatia.

-O que você está fazendo aí? – Ele perguntou, os olhos irados. Uma mulher chegou logo atrás, com um lampião. Inclinei o meu rosto para que as sombras cobrissem meus olhos.

A menina não respondeu e quando, com um puxão, ele a jogou para dentro da casa, a larguei. Ele me olhou de relance.

-Obrigado. – Disse, grosso, e fechou a porta com força. Naquela época, uma mulher na rua durante aquele horário tinha um significado bem desagradável.

Enquanto me afastava, ouvi o barulho de briga dentro da casa. Seria uma noite só de coisas ruins, e não uma vida inteira. Se eu deveria me intrometer? Não, mas eu não me importava mesmo.

Voltei para casa. E assim as coisas continuaram.

Na África do Sul eram, na verdade, nove crianças. Depois, no Oriente Médio, dezoito, o novo recorde. Demos um jeito de chegar a Austrália, foi trabalhoso, mas conseguimos cuidar das dez que estavam lá. Então voltamos à Europa, Turquia, com quatro crianças. Não acabava nunca. E a cada criança, eu ficava menos sensível ao que acontecia. Estava cada vez mais mecânico, os rostos se misturando em uma confusão. Já não sabia quem era quem, porque havia acontecido. Só via as bocas dos errados se movendo e nada penetrava a minha mente. O final seria o mesmo de qualquer forma, não me importava os meios.

Depois de meses, estávamos em algum lugar perdido da Europa, escondidos em uma casa de campo cujos donos viraram o jantar. Eu estava do lado de fora, na varanda, sentada no degrau da pequena escada, olhando para o nada. O céu estava limpo aquela noite, as estrelas brilhando, acompanhadas da Lua, que estava perfeitamente cheia. Se o céu noturno já podia ser um espetáculo para os humanos, imagine para nós. Mas, naquele tempo, eu não via beleza nisso. Depois de um tempo, que não foi muito longo, a graça acabou e eu olhei para baixo novamente. Eu nunca mais havia conseguido ficar horas olhando para o céu como antes, quando o... bem, antes.

A noite tinha tudo para ser calma. Até que eu ouvi uma pequena confusão lá dentro e ouvi a porta se abrindo violentamente atrás de mim. Giacomo saia da casa, furioso. Ele estava sempre furioso, nada de novo nisso.

-Giuliet, chega, eu não consigo mais! – Ele andou para a minha frente e ficou antes do início da escada, me encarando com os punhos fechados. O olhei sem muito interesse.

-O que você não consegue mais? – Minha voz saiu tediosa.

-Viver assim. Eu não consigo mais matar crianças!

-E você quer que eu faça o que? Ache uma ama de leite para cada uma e finja que elas nunca existiram?

-Não sei o que você deve fazer, mas isso é insuportável. Você pode ter parado de se importar com tudo, mas nós não!

-Eu não parei de me importar com tudo. – Minha voz saiu tão tediosa como antes. Perguntei -me se conseguiria fazer ela ter alguma emoção.

-Se você não houvesse parado, estaria ao menos dando alguma importância ao que eu falo.

-Eu estou dando importância. Se não estivesse, eu já teria dado as costas e saído.

Seu punho se fechou e seu rosto se enrugou, fogo queimava por trás de seus olhos.

-Não se sente mais capaz de aplicar as regras em que vive, Giacomo? – Me pus de pé, me incomodava a situação de estar tão abaixo dele enquanto ele se enchia de fúria. Mesmo que ele continuasse a ser mais alto. – Realmente, muito tocante você se importar com os monstrinhos. Mas não vamos mudar de estratégia, por que não há outra. A não ser que você tenha tido uma idéia genial para resolver isso, o que eu acho que não é o caso, certo?

O silêncio da parte dele continuou por muito tempo. Fátima e Hecate chegaram perto, mas não passaram da porta. Se envolver era uma péssima escolha naquele momento.

-Sinceramente, eu não sei o que você está querendo provar. – Ele cruzou os braços e me encarou, a raiva controlada, mas ainda presente na voz enquanto falava. – Que você é forte? Que você consegue fazer isso tudo e nem se abala?

-Eu não quero provar nada. Só estou cumprindo a minha obrigação, e você deveria cumprir a sua. Poupe-me de suas crises psicológicas. Ficou abalado porque matamos uma família de camponeses hoje? Lembrou da sua morte e pesou a consciência?

-Pelo menos eu ainda tenho uma. Você parece ter abolido esse costume. – A raiva voltava a tomar o controle aos poucos.

-Meu irmão fez um cálculo muito errado quando pensou que você teria capacidade de substituí-lo. Sorte estar morto, eu não iria gostar de ver o desapontamento que ele iria sentir. – Ouvi alguma das duas arfar atrás de mim e Giacomo começou a entrar novamente. Aquilo havia atingido um ponto fraco em mim, não foi algo bom de se dizer. Senti meus próprios punhos se fecharem com força e a raiva me dominar. Virei, o seguindo.

-E você pensa que seria muito melhor do que eu? Até onde eu lembro, o responsável por causar desgosto nessa casa não era eu! – Ele parou ao ouvir isso e se virou novamente para mim. As outras duas nem sequer respiravam.

-Eu teria a mente forte o suficiente para não me entregar ao instinto assassino. Sem me tornar um...

-Um monstro? É isso que você pensa que eu sou? É muito fácil achar isso quando o máximo que você faz é seguir ordens e, no máximo, analisar algumas coisas. Quantas vezes você chegou e sugeriu alguma coisa? Nenhuma! – Eu havia perdido o controle da voz. – É tudo nas minhas costas, o mundo inteiro, e ainda sou obrigada a ouvir você falar besteiras. Aliás, você sempre foi muito bom em causar um aborrecimento. Eu estou apenas cumprindo minhas obrigações, como já falei.

-Eu não sei nem por que eu ainda tento te trazer à razão.

-Se está tão incomodado, o que ainda está fazendo aqui? – Minha voz havia voltado ao tom frio e tedioso.

Ele me olhou incrédulo. Acho que todos estavam me olhando incrédulos.

-O que? Não entendi direito.

-Se está tão ruim viver assim, por que você simplesmente não vai embora? – Eu dei de ombros, encostando ao batente da porta, despreocupadamente.

-Você não pode estar falando sério.

-Será que não?

-Tudo bem então. – Ele andou até a bolsa que tinha as coisas dele e botou nas costas. – Fátima, pega as suas coisas.

-Pelo amor de Deus, vocês dois! – Ela se pôs entre nós dois, se saber ao certo para quem falar. – Não podem estar falando sério. Giuliet, fala para ele que não é sério! – Não respondi nada e ela me olhou assustada. – Você está mesmo o expulsando?

-Eu não estou expulsando ninguém. Eu só disse que, se ele não está bem aqui, que se sentisse livre para ir embora.

-Vamos logo, Fátima. – Giacomo falou, impaciente.

-Devolva essa bolsa ao chão, Giacomo! Nós não podemos partir. – Havia desespero em sua voz.

-Eu não vejo nada que nos impeça de sair agora. – Ele respondeu, categoricamente.

-Andreas nos disse para...

-Andreas está morto! – Ele começou a andar para fora, e saí da porta para dar passagem. – Estou te esperando lá fora, você tem cinco minutos, ou eu vou sozinho.

Ele sumiu entre as árvores e Fátima ficou parada no meio da sala, paralisada. Voltei a me encostar no batente da porta enquanto esperava uma reação dela. Ela continuou tempo demais sem reação para o meu gosto. E eu sabia o porque.

-Fátima, eu não quero que você parta, mas eu não vou ficar entre você e seu irmão. Você já perdeu um, eu nunca faria você perder outro. – Falei o mais sinceramente o possível, talvez a coisa mais sincera que eu havia falado naqueles anos.

Ela me olhou um pouco perdida um tempo, até perceber que o tempo dela estava passando.

-Giuliet... eu... me perdoa, por favor. Eu não queria, eu juro, por mim tudo voltaria a ser como antes.

-Nunca mais vai ser como antes, nós duas sabemos disso. Eu entendo. Você não tem dívida comigo.

Ela me lançou um olhar meio agradecido, meio culpado, e começou a recolher suas coisas. Olhei para Hecate, que estava no canto do cômodo encolhida, sem saber o que fazer, o que falar. Dei-me conta de que ela estava vendo o clã que viveu por um século se desfazer e pessoas que ela gostava indo embora. Talvez eu estivesse do mesmo jeito se sentisse qualquer coisa além de raiva. Ou talvez não fosse isso.

-Hecate, eu sei que você tem sentimentos por ele. Eu não sei como vou me virar sozinha, mas se você quiser ir, eu seria a última a te impedir. – Falei, melancolicamente.

-Não. Giacomo é um idiota, eu não vou atrás das idiotices dele. Muito menos deixar você ficar com tudo sozinha. – Poucas vezes eu senti um alívio tão grande. A idéia de ficar sozinha me assustou por um instante. Ouvi Fátima suspirar após Hecate ter falado.

Fátima estava com a bolsa pronta em instantes e andava na direção de Hecate. As duas se abraçaram, uma despedida rápida, os cinco minutos estava se esgotando. Fátima disse algo para a outra que eu não entendi, mas acho que esse era o objetivo. Depois que se soltaram, ela se aproximou de mim e me abraçou. Muitas coisas que eram de Andreas acabaram vindo para mim, mas acabei me deparando com o sentimento de estar deixando uma irmã partir. Será que era isso que ele havia sentido quando teve que abandona-la? Fátima era uma pessoa a quem era fácil demais em se apegar.

Ela sussurrou mais um desculpa e se afastou, passando pela porta quando dei passagem.

-Ah, Giuliet. Não ouse parar de usar o nome dele por causa disso. – Ela me disse, antes de sumir entre a vegetação.

A ouvi chegar perto de Giacomo e falar algo que não entendi e depois os sons sumiram. Todos os sons sumiram, o mundo havia ficado irritantemente calado. Eu não veria aqueles dois por séculos.

Entrei e fechei a porta. Eu e Hecate nos encaramos. O clã Volturi, resumido a duas pessoas, que nem sequer nasceram com o nome. Perfeito.     


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