Nico

Eu não estava mais agüentando. Eu havia sonhado que um cara havia seqüestrado Manu. Acordei quase chorando e fui para a praia. Manu estava lá. Lutamos e eu a beijei.

 Foi um beijo calmo e muito bom. Muito bom para meu primeiro beijo. Ela havia retribuído o beijo, o que me deixou muito feliz.

 Separamos-nos por falta de ar. Ela me olhava sem expressão. E eu acho que estava igual. Por um momento pensei que ela não havia gostado e que ela não gostava de mim. Mas ela sorriu e me abraçou. Eu a abracei sorrindo.

 Fomos para os chalés de mãos dadas. Será que aquilo era o começo de algo novo?

 Chegando a meu chalé, deitei na cama e fiquei lá, encarando o nada com uma cara de bobo apaixonado.

No refeitório, sentei em minha mesa e Manu na sua. Não havia falado com ela depois do beijo. Percebi que ela me olhava, ela corou quando percebeu que eu estava olhando-a.

 Sorri para ela e ele retribuiu o sorriso.

Depois de tomar café fui procurar Manu. Vi-a entrar no chalé de Atena. Não me arrisquei a entrar. Depois eu falo com ela.

Ana

Estava lendo meu livro quando alguém bate na porta.

-Pode entrar – disse.

A porta se abriu e Manu entrou.

-Manu! – disse.

Levantei e dei um abraço nela.

-Como você esta? – perguntei – gostando do acampamento?

-Muito. Mas eu não vim aqui para falar do acampamento.

-Veio falar do que?

-Do Nico.

Sorri. Pelos Deuses. Manu estava gostando do Nico? Que fofa, sua primeira paixão.

-A gente... Nós... Nós nos beijamos.

Dei um gritinho.

-Serio?

Ela balançou a cabeça afirmando.

-Eu sabia que você gosta dele – eu disse.

Ela estava com vergonha.

-Já arrumou suas coisas? – perguntei.

-Para?

-Hoje nós vamos voltar para o internato.

-Verdade. Minhas coisas já estão prontas, eu nem usei muito. Que horas nós vamos?

-Percy decidiu voltar antes do esperado. Ele já ta vindo. Daqui uma hora partimos.

-Uma hora?  - ela disse assustada.

-É melhor você ir correndo procurar Nico para se despedir.

Ela riu.

-Já ta rolando coisa seria? – perguntei.

-Eu não sei. Não falei com ele depois do beijo.

-É melhor ir falar.

Ela sorriu e me abraçou.

-Eu gosto muito dele – ela me disse e foi embora.

Eu havia apresentado os dois. Eu sou realmente um cupido!

Manu

Estava procurando Nico que nem uma louca. Fica treinando o que falar para ele. Vi-o sentado em um banco lendo um livro. Cheguei perto dele e sentei do seu lado. Ele fechou o livro e sorriu para mim, retribui o sorriso.

-Oi – ele disse meio sem graça.

-Oi – disse – eu estava te procurando para me despedir.

-Como assim despedir?

-Daqui uma hora nós vamos voltar para o internato.

-Verdade – ele disse abalado.

-Foi legal vir para cá esse final de semana.

-Você vai voltar para o acampamento?

-Provavelmente. Vou ficar mais duas semanas no internato ate as aulas terminarem e eu e a Ana vamos voltar para cá.

-Duas semanas?

-Sim.

-É muito tempo.

-Eu sei.

-Bom – ele disse – eu posso te visitar de vez em quando no internato?

-Claro.

Ele sorriu.

-Então, boa viagem.

-Obrigada.

 Eu queria perguntar para ele o que faríamos sobre nós. Mas eu estava morrendo de vergonha.

Percebi que ele estava mais perto do que antes, e que a intenção dele era me dar um beijo na bochecha. Mas eu virei o rosto e ele acabou me dando um selinho.

-Desculpe – ele disse.

-Sem problemas. – disse morrendo de vergonha.

Levantei e fui para meu chalé pegar minhas coisas. Nico foi atrás.

-Quer ajuda? – ele perguntou – para pegar suas coisas?

-É só uma mochila. Mas se você quiser ir junto. Pode.

Ele deu um sorriso encantador e me acompanhou até o meu chalé.

Percy

 Estava ajudando Ana a colocar suas coisas no porta-malas. Annabeth estava conversando com Quiron.

-Aonde esta a Manu? – perguntei.

-Não sei. – Ana respondeu – Da ultima vez que eu a vi ela disse que iria se despedir do Nico.

-Nico? Tem alguma coisa acontecendo. Ela se abriu mais com o Nico do que comigo, sou irmão dela. Ela passou o final de semana inteiro com ele.

Ana deu um sorrisinho.

-Você esta escondendo alguma coisa de mim? – perguntei.

-Não! – ela disse.

 Depois de um tempo vi Manu chegar perto do carro com Nico. Ele estava segurando a mochila dela nos ombros e eles estavam de mãos dadas. Como assim mãos dadas?

Ele colocou a mochila dela no porta-malas.

-Vamos Manu? – Annabeth perguntou.

-Vamos. – ela respondeu virando para Nico.

Tentei ouvir o que eles estavam falando chegando mais perto.

-Bom. Acho que agora isso é um tchau. – ela disse com vergonha.

-Então tchau. – ele disse.

-Tchau.

-Vou tentar te visitar um dia desses.

Ela sorriu.

Ele deu um beijo na bochecha dela. Pelos Deuses! Minha irmã não pode estar gostando do Nico. Ela só tem 13 anos. Eu não vou deixar.

-Toma cuidado com os monstros – ele disse.

-Pode deixar – ela disse.

Ele abriu a porta do carro para Manu e foi embora. Ela virou, suspirou e entrou no carro.

Manu estava com uma blusa jeans e um short preto, seu cabelo estava solto e só agora eu tinha reparado que ela era bem bonita.

Todos entraram no carro. E foram três horas de viagem sem ataques de monstros. Eu conversava com Annabeth, enquanto as meninas sussurravam no banco de trás.

Ana

Depois de ver Nico dando um beijo na bochecha de Manu fiquei maluca. Queria saber de tudo. Será que eles decidiram serem só amigos? Ou eles estavam disfarçando por causa de Percy?

 Entramos no carro e eu sentei bem do lado de Manu.

-O que aconteceu? – sussurrei animada.

-Eu não sei. – ela sussurrou.

-Como assim? O que ele disse? – ficamos sussurrando.

-Nada. Eu falei que queria me despedir e ele perguntou de poderia-me visitar.

-Você não perguntou como vocês ficariam?

-Não. Morri de vergonha. E se ele só quisesse ficar, se ele não me quisesse?

-Ele seria um idiota.

Ela sorriu.

-Não rolou nada? – perguntei.

-Ele foi me dar um beijo na bochecha e eu sem querer virei o rosto fazendo ele me dar um selinho.

-Serio?

-Mas ele se desculpou.

-Quando ele for te visitar no internato você vai perguntar. Se você realmente gosta dele não vai ter vergonha de perguntar. É seu primeiro amor e eu quero te ver feliz.

Ela sorriu e me abraçou.

-Você é minha melhor amiga. Para sempre.

-Sempre – repeti.

E seguimos a viagem sem ataques de monstros.

Manu

 A semana passou rápida. Tudo foi normal, como sempre. Eu e Ana vivendo nossas vidas. Tenho que admitir que eu esperava ansiosa para ver Nico. Ele não aparecia. Foi uma semana esperando.

 Era segunda-feira, eu não tinha nada para fazer. Ana estava na aula de apoio. Ana é uma garota MUITO inteligente, mas ela não assiste às aulas de apoio. Ela da às aulas de apoio. Como se fosse à professora.

 Estava andando pela escola quando eu vejo um jardim. Ele fica bem no canto da escola, nunca tinha visto ele. Não tinha ninguém lá.

 Ele era cheio de grama verde falsa. Uma arvore grande, um lago e três balanças.

 Sentei no chão do jardim e fiquei mexendo na água do laguinho.

-Oi – alguém atrás de mim disse. Eu sabia que era. Um sorriso se estampou no meu rosto. Virei-me e vi-o.

-Oi – disse para Nico, que estava em cima da arvore, em um dos galhos grandes.

-Eu disse que iria te visitar. – ele disse saltando da arvore e sentando do seu lado.

-Tinha até me esquecido – menti.

-Senti sua falta – ele disse tímido.

-Também – admiti.

-Eu queria dizer – ele disse – que eu gosto de você.

Eu senti minhas bochechas ficarem vermelha, meu coração acelerar e as borboletas na minha barriga.

-Serio? – perguntei.

Ele concordou e pegou minha mão.

-Eu gosto muito de você desde o momento que te vi, e aquele beijo na praia eu nunca vou esquecer. – ele disse de uma vez.

-Eu também não. Eu também gosto muito de você.

Ele sorriu. Ele foi chegando cada vez mais perto e me beijou. Foi um beijo calmo e cheio de paixão. Eu retribui o beijo.

-Quando você volta para o acampamento? – ele perguntou logo depois do beijo acabar.

-Não sei. Talvez final de semana que vem eu vou.

-Mas ai você vai ficar quanto tempo?

-Acho que um mês.

Ele sorriu, sorri de volta.

Ficamos conversando, até o final do dia. Sentados na grama de mãos dadas, sorrindo.

-Tenho que ir - disse olhando o relógio. – já devem ter percebido minha falta.

-Claro – ele disse. – Se der eu venho te visitar de novo.

-Aqui?

-Você decide.

-Eu acho que vou começar a vir aqui no meu tempo livre. – disse.

-Tudo bem. Eu venho aqui nesse jardim da próxima vez.

Sorri. Dei um beijo na bochecha dele e me fui.