Nico

 Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Passei o dia inteiro com Manu. Ficamos conversando e eu perdi a vergonha dela. Não sei como que nós estamos. Admiti para ela que eu gosto dela e ela fez o mesmo. Uma vez ela me disse que não é uma garota que fica com os garotos. Então vou esperar um pouco para pedir ela em namoro.

 Estava deitado em minha cama no mundo inferior e eu só pensava nela.

Ela simplesmente não saia da minha cabeça e eu não fazia nenhum esforço para tirar.

De repente eu dormi. Sonhei a mesma coisa que havia sonhado da outra vez.

Eu estava correndo em um corredor, procurava alguma coisa. Ouvia passos atrás de mim, eu estava sendo seguido. Abria todas as portas, até que eu abro uma e vejo Manu sentada do chão. Ela estava desmaiada e em seu vestido tinha uma mancha de sangue. Corri em sua direção, eu sentia a morte chegando nela. Eu chorava.

-Parece que o príncipe encantado chegou para salvar a amada – uma voz veio de atrás de mim.

Virei e vi um homem alto e musculoso. Ele estava na sombra, então não dava para saber que era.

-Mas pena que isso só acontece em contos de fadas – ele disse – e isso é a vida real. E você ira morrer. Se a garota sobreviver ela será minha Deusa.

Senti uma raiva no meu corpo e eu ataquei, mais fui impedido por duas correntes que me prenderam e eu fui levado para fora do quarto.

A ultima imagem foi de Manu cheia de sangue e morrendo no chão.

Acordei em um pulo. Era a segunda vez que eu sonhava com aquilo e estava morrendo de medo disso acontecer.

Manu

Uma semana se passou desde que Nico veio me visitar. Ele disse que quando desse ele iria vir de novo. O que ele tem tanto para fazer?

 Estava no jardim que eu tinha descoberto. Ninguém sabia sobre ele. Nem a Ana. Só eu e Nico. A única coisa que eu contei para Ana foi que ele admitiu gostar de mim.

Estava sentada em baixo da arvore lendo um livro. Ouvi um barulho. Achei que poderia ser um monstro. Peguei uma pedra de meu bracelete, fazendo ela se transformar em minha espada. Estava procurando o monstro, quando me virei vi Nico.

-Você quer me matar de susto? – perguntei brava.

-Desculpa.

Coloquei a espada de volta ao meu bracelete.

-Oi – ele disse.

-Oi – disse.

Ele começou a subir na arvore.

-Sentiu minha falta? – ele perguntou.

-Não te interessa.

-Nossa! Essa doeu. Só queria saber. Mas caso você queira saber, eu senti sua falta.

Sorri.

-Desculpa. Senti sua falta – admiti.

Ele sorriu.

-O que você esta fazendo? – perguntei.

-Escalando.

-Você tem problema?

-Tenho sim, algum problema?

-Nossa.

Ele riu.

-Suba. – ele disse.

-Não.

-Por favor!

Bufei e subi na arvore. Ele me ajudou e quando subi me encostei-me ao tronco e ele no galho maior, como se fosse um segundo tronco da mesma arvore.

-Posso te perguntar uma coisa? – ele disse. Eu ainda segurava nele para não cair.

-Pode.

-Bom – ele estava com vergonha. – você quer namorar comigo? – ele disse de uma vez e parecia que ele temia a resposta, pois desviou o olhar.

A pergunta me pegou em cheio, eu não esperava. Levei um susto tão grande que acabei caindo da arvore, e já que eu estava segurando em Nico ele foi junto. Caímos no chão, ele estava em cima de mim. A queda nem doeu.

-Eu não sabia que a pergunta ia assustar você. – ele disse.

-Sim.

-Sim o que?

-Sim, eu quero ser sua namorada.

Ele sorriu e me beijou. O sinal tocou. Afastei-me dele levantando.

-Tenho que ir – disse pegando minha mochila. – Tchau – disse e dei um selinho nele, deixando ele com uma cara de bobo apaixonado atrás de mim.

Mais uma semana se passou e eu não vi Nico. Era sexta-feira e eu estava arrumando os últimos detalhes da minha mala junto com Ana para ir ao acampamento.

-Que horas Percy vem? – perguntei.

-Daqui a pouco ele ta ai.

-Posso te contar uma coisa?

-Sim.

-Eu to namorando Nico.

-Serio?

-Sim.

-Desde quando?

-Semana passada.

-E você não me contou?

-Desculpa. Estava com vergonha.

-Não precisa ter vergonha de mim. Agora vamos.

Nico

Eu estava na praia. Hoje Manu volta para o acampamento para ficar um mês. Eu estava muito feliz. Senti alguém por a mão nos meus olhos. Eu odiava essa brincadeira, pois nunca descobria quem era. Mas desta vez eu sabia, sentia o cheiro do mar em suas pequenas e delicadas mãos.

-Me deixa adivinhar? Luiza? Clarisse? – brinquei. – eu sei que é você Manu.

-Oi namorado – ela disse sentando ao meu lado e me abraçando.

-Oi namorada – disse beijando-a.

-Que saudades. – ela disse.

-Também. Quer nadar? – perguntei.

-Nadar?

-Eu não gosto de nadar, mas hoje eu estou com vontade.

-Eu não sei. Geralmente eu só ando na beirada no mar. Não estou a fim de mergulhar.

-Qual é! Você é filha de Poseidon. E eu sei que você esta de biquíni por baixo.

-Como você sabe?

-Você sempre esta quando vem ao acampamento.

Ela sorriu.

-Mergulhar? – ela repetiu.

-Sim. Qual é o problema?

-Eu não sei... – ela sussurrou – Eu não sei... Nadar.

-Como? Você é filha de Poseidon!

-No internato não tem piscina! Não é que eu não goste, eu não sei.

-Mas agora você vai aprender. – disse levantando.

-Não.

-Vamos.

Levantei e fui à direção ao mar ela foi junto.

-Você vai de roupa? - perguntei

-Vou.

-Vai de biquíni.

-Ta bom.

Morri de vergonha e ela também, mais ela tirou a blusa e o short.

Quando a água chegou à altura da cintura ela parou.

-Pronto. – ela disse.

-Aqui não da para mergulhar.

-Da sim.

Peguei-a no colo.

-Me solta Nico – ela gritava.

-Não.

Coloquei-a no chão. A água estava batendo no queixo dela. Ela não soltou de mim.

-Não me solta – ela disse e eu gostei da idéia.

-Não se preocupe. – disse. – você não vai se afogar. Vamos mergulhar?

-Não me solta.

Mergulhei de olhos abertos e ela também. Seus braços estavam em volta do meu pescoço. Beijei-a de baixo da água. Depois do beijo subi para buscar ar.

-Eu consigo respirar de baixo da água! – ela disse animada.

-É porque você é filha de Poseidon.

-Não da para me afogar.

-Viu?

Ela sorriu e me beijou. Foi o melhor beijo que ela já havia me dado. Retribui o beijo.

 Depois de passar à tarde com Manu na praia a acompanhei até o seu chalé. Combinamos que íamos tomar banho, se trocar e se encontrar na frente do chalé dela para caminharmos.

 Fui para meu chalé, tomei meu banho e me troquei. Fui para o chalé de Poseidon e percebi que Manu ainda estava tomando banho. Sentei em sua cama e esperei. Quando ela saiu estava vestindo um vestido azul marinho na altura do joelho.

Estávamos andando e conversando animados, quando um garoto do chalé de Apolo veio em nossa direção.

-Olha – ele disse olhando para nossas mãos dadas. – parece que o filho de Hades esta com a bonitinha filha de Poseidon.

-O que você quer? – Manu disse brava.

-Quiron mandou chamar vocês dois para irem à arena.

Chegando à arena, estavam sentados Ana, Annabeth, Percy, Thalia e Quiron.

- O que houve? – Manu perguntou se sentando.

-Vocês vão para uma missão – Quiron disse. – Uma missão simples. Iram se juntar em duplas e cada dupla devera buscar um meio-sangue no lugar que for dado. As duplas já foram escolhidas, então não quero reclamações. Irão: Annabeth e Percy, Ana e Thalia e Nico junto com Manu.

 Sorri para ela. Percebi que Percy tinha ficado bravo, será que ele sabia sobre nós?