Abençoada pelos Deuses escrita por Hawtrey


Capítulo 12
A Revolta de Afrodite


Notas iniciais do capítulo

Ai que vergonha
Mil desculpas pela demora gente! Mesmo! É que eu estava sem inspiração, mas prometo que vou tentar postar com mais frequencia!
Esse capitulo também é dedicado à Feeh98 e a Laah Jackson



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*2 dias depois*

Afrodite virou-se para encarar os Três Grandes (leia-se Zeus), sua expressão demonstrava puro ódio e desprezo.

— Viu o que fez? Está feliz agora?

— Do que está falando? — perguntou Zeus tentando se fazer de desentendido, infelizmente ou felizmente, sua expressão preocupada e culpada o denunciava.

— Do que estou falando? — repetiu Afrodite desacreditando — Estou falando de sua insensibilidade com Athena! Será que não podia ter sido mais agressivo e te-la feito cair no sono eterno? — ironizou a deusa.

— Não foi minha intenção fazer mal a ela...  — tentou Zeus.

— Não foi sua intenção? Sério? Pois pareceu quando apertou o pescoço dela — rebateu a deusa começando a enfurecer-se.

— EU JÁ DISSE QUE NÃO FIZ POR MAL — explodiu Zeus, para em seguida terminar — Alem disso... se ela perdesse o bebê nem seria uma grande tragédia assim, seria um favor a ela e ao Olimpo.

— Acho que não deveria ter dito isso, Zeus — comentou Kathe ao ver a expressão assassina de Afrodite.

Para a deusa do amor, aquilo foi a gota d’agua.

— COMO PODE DIZER ISSO!? — explodiu ela fazendo Zeus ser levantado no ar.

— ORDENO QUE ME SOLTE — exigiu Zeus.

— VAI ORDENAR NO TÁRTARO SE NÃO CALAR A BOCA! — rebateu Afrodite calando o deus.

— Como ousa... — recomeçou Zeus irritado.

— Não só ouso com ameaço — continuou a deusa — Saiba que eu descobri um jeito de tirar cada um dos três Grandes do poder e vou usar isso contra caso se oponham à Athena! Falo sério! Cansei de me submeter às suas ordens Zeus, cansei da sua injustiça, da sua insensibilidade e principalmente do seu machismo. Pensa o quê? Que só por causa de um sorteio ridículo você pode mandar no céu, na terra e em todos os que vivem nela? Nada disso, você apenas ganha um grande respeito entre os deuses e semideuses, nada mais! Ninguém seria contra nada disso se ao menos você merecesse esse respeito...

— Não pense que pode ignorar as regras, Afrodite!

Zeus caiu no chão com um estrondo, furiosa, Afrodite aproximou-se dele em passos rápidos.

— Ora cale-se Zeus! — exclamou ela — Pelo o que eu saiba você não tem autoridade nenhuma sobre mim.

— Do que está falando sua louca? — exigiu saber Zeus.

Para o restante dos deuses, aquela conversa já estava ficando interessante...

Afrodite apenas jogou os cabelos loiros para trás, sorriu cinicamente e chamou:

— Athena... será que pode me ajudar?

Inexpressiva, Athena materializou-se ao lado da deusa do amor.

— Desculpe por isso papai — começou Athena sincera — Mas até eu, sendo fria e calculista, sei o momento certo em que temos que separar o profissionalismo e a família, está tratando todos aqui como meros empregados seus, sendo que no entanto todos aqui são sua família. Mesmo eu, sendo sua filha dita preferida, não recebi a atenção que desejava e nem sua cooperação diante de uma situação difícil para mim, o senhor pode me odiar, me expulsar, tirar meus poderes, mas não vou deixar que se esqueça do quanto a família é importante e muito menos que reine no Olimpo com essas ações — um rolo de pergaminho antigo apareceu a frente da deusa, ela pegou-o e começou a lê-lo — Leis Originais da Grécia Antiga, decreto 164, criada nos primórdios de Olímpia e com permanência garantida enquanto durar a existência do Olimpo: O Rei, Senhor Primordial dos Deuses, jamais deverá ser escolhido a partir de sorteios, decisões individuais, votos públicos ou por meio de qualquer escolha que envolva a auto consagração e/ou eleição que não esteja nas leis aqui redigidas.

— O que isso quer dizer? — questionou Hades confuso.

— Que Zeus não é o Senhor Primordial dos Deuses, como é conhecido há milênios em todo o mundo — respondeu Kathe se juntando às duas deusas — Já que foi escolhido por um tipo de sorteio, forma que não está dentro das Leis Originais.

— Isso quer dizer que fomos enganados o tempo todo!? — indignou-se Dionísio.

— Não, isso quer dizer que foram ignorantes o suficiente para não sair por ai a procura da verdade, ou ao menos da prova que Zeus estava em seu devido lugar — corrigiu Afrodite ainda com um sorriso cínico.

— Mas você também não sabia, nem mesmo Athena — replicou Apolo.

— O que te faz pensar isso, querido Apolo? — perguntou Afrodite sarcástica.

— Sabemos a verdade ha muito tempo, mas decidimos guarda-la em respeito a Zeus — respondeu Athena séria.

— No entanto — continuou Afrodite — Ele se mostrou um péssimo Rei, estava mais preocupado com o seu poder e seu trono. Ontem foi a gota d’agua.

— Então não temos mais um Senhor Primordial? — questionou Hera preocupada.

— Continue Athena — pediu Afrodite.

— Decreto 167: O Senhor Primordial dos Deuses deve ser escolhido de acordo com seu poder, quanto maior o poder que ele possui, maior será seu cargo entre os deuses, sendo assim, o mais poderoso pode consagrar-se Senhor Primordial dos Deuses — continuou Athena profissional — Decreto 174: Depois de diversas reuniões com os titãs e com os antigos Deuses Primordiais, foi decidido por lei, que o maior poder existente na Grécia Antiga, tendo permanência em todas as outras eras, é o amor. As explicações podem ser dadas e redigidas pela própria Deusa do Amor.

Todos olharam de Athena para Zeus e de Zeus para Afrodite, pasmos com a revelação.

— Espere, eu não entendo... — disse Apolo — Como o amor pode ser mais poderoso do que todos os poderes juntos em uma pessoa, tipo a Kathe?

— Eu posso ser dona de muitos poderes, mas não os possuo na quantidade original — respondeu Kathe serenamente — Se eu não tiver amor usarei meus podereis sem pensar nas consequências, quando possuo esse amor, posso ver o que é certo e o que é errado. No final, é o amor que decide, assim como a falta dele faz diferença.

— Se um dia, a própria deusa do amor quiser enfeitiçar a Kathe, ela vai conseguir, pois nenhum poder que Kathe possua vai impedir o efeito — respondeu Athena sabiamente — O amor, ou a falta dele, é o que arquiteta nossas ações e nossa mente.

— Então... — tentou Hermes — Afrodite é a verdadeira Rainha?

— Isso mesmo, meu caro — parabenizou Afrodite sorridente — Não se preocupe, quanto a decisões importantes, como guerra e coisas do tipo... Athena irá me ajudar.

— Se você me escutar alguma vez, vou ajudar muito — ironizou Athena.

— Reunião em vinte minutos — a visou Afrodite.        

— Por que não começa logo a reunião? — questionou Hades.

— Porque será em Atlântida — replicou a deusa do amor.

*

A tensão parecia estar palpável no ar. Era a primeira vez que haveria uma reunião em Atlântida. Poseidon e Athena com certeza eram os mais inquietos.

Poseidon simplesmente não conseguia pensar em um modo de conversar com Athena, desde o dia que a mesma revelou que era casada com ele, que tivera um filho e agora estava gravida dele, os dois não trocaram nenhuma palavra. Athena achava que Poseidon estava com raiva dela, mais do que já tinha. Poseidon não sabia nem como encara-la sem se sentir envergonhado, sim, ele estava envergonhado, só faltava descobrir o por quê. Ele nem queria estar ali, tudo o que queria era pegar Athena, leva-la para um lugar mais calmo e encara-la até encontrar palavras que poderiam iniciar uma conversa.

Pela primeira vez ambos desejaram que Afrodite povoasse seus pensamentos.

*

— Só eu estou achando isso repetitivo? — perguntou Afrodite entediada.

— Eu acho rosa repetitivo em você, mas ainda usa, não? — brincou Kathe sentada ao lado da deusa do amor.

Ambas estavam vendo todos discutindo, como sempre, dessa vez o assunto só era um: a própria Afrodite.

— Zeus, como pode se submeter a ela? Não pode deixar isso acontecer! — exclamava Hera furiosa.

— O que vai ser agora? O mundo ficará cor de rosa e todos serão bailarinos brilhantes? — ironizou Dionísio irritado.

— Afrodite pode não ter sido uma escolha de todos, mas foi eleita legalmente e dentro dos parâmetros das Leis Originais — defendeu Athena calmamente.

— Lá vem a sabe-tudo! — exclamou Poseidon — Isso é fácil pra você não é? É a queridinha dela assim como era a favorita de Zeus!

— O que está insinuando? — questionou Athena estreitando os olhos.

— Estou insinuando que você sempre procura estar do lado mais poderoso para que ninguém se oponha às suas ideias ridículas! — provocou Poseidon — Por que não para com esse fingimento e admiti que é interesseira e mimada? Pois é isso o que você é, não é mais a favorita de Zeus então escolheu Afrodite! E agora olha o que fez? Destruiu a vida de todo mundo, principalmente a minha!

Poseidon nem teve tempo de desviar e só sentiu sua face arder e podia jurar que as marcas da mão dela estava ali.

— Nunca mais fale de mim desse modo, Poseidon! — ralhou ela empurrando-o — Você não sabe nada da minha vida para dizer se estraguei ou não sua vida, porque se soubesse as coisas que aconteceram comigo saberia que comparada à minha vida, a sua é apenas uma formiga morta. Agora se acha que estou te dando problemas, faça o favor de deixar isso bem claro, assim posso vingar meu filho sozinha e cuidar de outro que está vindo, SOZINHA!

O silêncio que reinou novamente sobre o local foi constrangedor a todos, menos para Athena que ficou furiosa com a falta de insensibilidade. Já era hora dele deixar claro se ficaria ou não do lado dela. Infelizmente ela não conseguiu se segurar, pela primeira vez em anos ela queria chorar, chorar de verdade, por tudo o que aconteceu, ela não soube ao certo por que ela se sentiu assim, se estava triste ou com raiva, mas simplesmente não conseguia mas ficar ali.

Quando viu Athena sair correndo, Poseidon foi pego de surpresa. Ele com certeza fez algo muito errado.

— O que está esperando? Vai atrás dela — insistiu Afrodite.

A deusa sorriu quando Poseidon seguiu sua sugestão, aquilo poderia ser o começo de uma vida feliz.

— Isso é inadmissível!

Se não existisse Zeus para acabar com sua alegria...

— O que foi dessa vez Zeus? Descobriu que tem cabelo branco? — ironizou ela.

— Não vou admitir que um amor surja entre minha filha e o idiota do meu irmão! — exasperou Zeus como se o amor fosse algo repugnante.

— Está me dizendo que vai interferir em um amor puro entre um casal que por acaso já possui matrimônio? — perguntou Afrodite levantando-se desafiante.

— Falou merda de novo... — murmurou Kathe impaciente.

— Afrodite... é o só o amor... — disse Zeus indiferente — Algo dispensável nos dias de hoje.

— Sério? Você não pensa antes de falar ou não se dá conta de que vai morrer caso fale? — questionou Kathe desacreditando na capacidade que Zeus possui em ser imbecil.

Todos então aprenderam que Zeus tem a capacidade de fazer a deusa do amor se transformar na deusa infernal, principalmente quando viram os olhos de Afrodite passarem de azuis para cinzas escuro.

— Já está decidido: Zeus está expulso do Olimpo — decretou a deusa furiosamente.

— O QUÊ? — exclamou ele e Hera assustados, os outros somente arfaram com o susto.

— Espera ai! — interveio Kathe levantando-se — Afrodite, está indo longe demais!

— Como assim?

Kathe aproximou-se da deusa e sussurrou em seu ouvido:

— O que está fazendo? Está tomando a mesma decisão que Zeus tomaria. Está se tornando uma cretina detestável!

Afrodite fechou os olhos como se lamentasse algo.

— Está certa, preciso me controlar.... — decidiu ela.

— Concordo plenamente — afirmou Athena entrando no recinto.

Poseidon veio logo atrás, inexpressivo.

Afrodite queria muito implicar com os dois ou perguntar o que eles fizeram em tão pouco tempo fora da vista de todos. Mas achou que já tinha problemas suficientes, mas tarde perturbaria os dois, como manda sua tradição.

— Tudo bem — concordou a deusa do amor — Zeus permanecerá no Olimpo, mas se ele começar a querer mandar em todo mundo... não respondo pelos meus atos.

— Pode acreditar Afrodite, caso ele passe dos limites, ninguém responderá pelos próprios atos, muito menos ligarão para os outros — disse Kathe divertida.

— É melhor começar logo essa reunião antes que comecem mais uma briga — apressou Apolo.

KATHE P.D.V ON

Realmente ainda não vi muita utilidade nessa reunião.... Apenas ficou decidido que Zeus, Poseidon e Hades permaneceriam como os Três Grandes  (ou pelo menos conhecidos como tal). Fiquei pensando em como seria o Olimpo tendo Afrodite como... rainha. Eu espero, espero muito mesmo, que um dia eu chegue aqui e não encontre tudo rosa e brilhante.

— Se um dia eu aparecer aqui e encontrar tudo pintado de rosa e coberto de glitter, que fique claro que Kathe e Athenas são as culpadas — declarou Ártemis irritada.

Será que ela leu minha mente? De qualquer forma acabaria me culpando da mesma forma...

— Adoro quando você me defende — ironizei.

— E eu adoro quando você fica quieta no seu canto — rebateu ela no mesmo tom — Infelizmente isso não acontece e duvido que um dia acontecerá.

— Como sempre, você tem razão.

Prefiro não pensar na próxima tradição Olimpiana que vou mudar...


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Notas finais do capítulo

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