Abençoada pelos Deuses escrita por Hawtrey


Capítulo 13
Um Novo Lugar....


Notas iniciais do capítulo

Geeente! Mil desculpas pelo enorme atraso. Mas eu havia perdido o meu pen-drive e não lembrava do que tinha escrito nesse capitulo. Quando decidi escrever um novo, achei meu pen-drive -.-



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Athena não sabia o que fazer primeiro. Seu coração dizia para ter uma conversa séria com Poseidon, sabia que isso era necessário, mas sua mente dizia que os problemas do Olimpo eram mais urgentes.
Mas desde quando eu escuto meu coração?, assustou-se ela mentalmente. Tempos atrás ela não pensaria duas vezes, esqueceria Poseidon e cuidaria de seus deveres no Olimpo. Mas os tempos eram outros e ela sabia disso.
― Essa criança só pode estar mexendo muito comigo...
― Falando sozinha? ― questionou a única voz que ela não queria ouvir no momento.
― Isso já virou mania... ― concordou Athena levantando-se e ficando de costas para Poseidon ― O que faz aqui?
― Quero falar com você.
― Mas eu não quero ― cortou a deusa cruzando os braços ― Vim para o meu templo justamente para não encontra-lo.
― Precisamos muito conversar ― avisou Poseidon ficando a frente dela ― E você precisa me escutar.
― Escutar o quê? ― Athena o fitou séria e impaciente ― Suas acusações de que sou mimada e interesseira? De que estraguei sua vida? Não obrigada, já estou ciente de suas opiniões.
― Não é nada disso! ― defendeu-se Poseidon impedindo-a de lhe dar as costas ― Para começar, eu quero pedir desculpas.
― Pedir desculpas? ― questionou Athena desconfiando de que não escutara bem.
― Sim, eu reagi mal a noticia de que éramos casados e de que você está gravida e-
― Correção: estamos casados ― interrompeu a deusa raivosa ― Depois, essa gravidez não é uma obrigação para você. Tanto que deixou bem claro isso na reunião. Vou cuidar do meu filho sozinha.
― Está mesmo disposta a passar por tudo sozinha?
― Não estou disposta a nada. Mas não tenho escolha.
― Claro que tem. Eu sou sua escolha.
― Você?
Athena o olhou com desconfiança. O que Poseidon estava fazendo?
― Me dê motivos para considerar você uma escolha ― pediu ela sarcástica já dando as costas a ele.
O deus a impediu novamente.
― Eu estou disposto a mudar por você.
― Você? Disposto a mudar por uma mulher? Engane outra ― respondeu a deusa sarcástica, ela tentou se soltar, mas sem obter sucesso.
Quando voltou a encara-lo, Athena viu seu rosto muito próximo do rosto de Poseidon.
― Acredite em mim... ― sussurrou ele se aproximando ainda mais dela ― Por favor.
Ela sentiu o alito quente dele... próximo de mais. O cheiro do mar, que sempre o acompanhava, estava ali novamente, e de repente ela se sentiu inebriada por tudo aquilo.
― Me dê uma chance... Uma chance de mostrar que posso mudar por você, por nosso filho, por nós.
Por nós?, essa pergunta ecoou na mente da deusa. Sua mente não funcionava direito, deveria dar uma chance a ele? Sim... Não! O que está pensando Athena!? Ele nunca mudará por você! Ou mudará?
Antes que ela conclui-se seus pensamentos confusos, sentiu os lábios gentis do deus tomando os seus com cautela, como se temesse que a mesma recuasse ou lhe queimasse vivo. Mas ela não o fez, nem ao menos teve reação.
Poseidon entendeu isso como uma autorização para tentar mais e não hesitou em pedir passagem com a língua. O beijo tornou-se caloroso, urgente, como se ele bastasse para dizer o que nenhum deles conseguiu em muito tempo. Além disso... não parecia ser o bastante para suprimir a saudade e o desejo que carregavam como um fardo, escondido pelo orgulho.
Athena sentiu as mãos ágeis dele a puxarem para mais perto e logo em seguida passearem por todo o seu corpo. Não se importou, na verdade nem teve consciência alguma do que acontecia, sua mente parecia estar muito longe dali, em um lugar onde nenhum problema resistia a tranquilidade que os dois exalavam tão intensamente.
Mas então a razão pareceu bater com força em seu coração, ela afastou-se dele abruptamente.
― O que foi?
― Eu não posso fazer isso... ― murmurou ela mais para si mesma ― Não sei se estou preparada.
― E por que não? ― questionou Poseidon, segurando a mão dela ― Confie em mim...
Athena não podia simplesmente se entregar a ele, era arriscado demais. Não sabia se podia mesmo confiar nele... Por mais que seu coração clamasse para ela dizer Sim!, sua mente teimava em criar duvidas e mais duvidas. Ela também temia por seu filho, pelo filho deles... Anfitrite é bem vingativa, disso ela sabe. O que faria?
― Athena!
Ao longe ouviram, era a voz de Hades, sem duvidas.
Ele de novo..., reclamou Poseidon revirando os olhos.
Athena o olhou desconfiada, mas decidiu ignora-lo.
― O que houve Hades? ― questionou Athena indo até o deus.
― Zeus quer que você volte para o Acampamento Meio-Sangue ― avisou Hades ― E quer que você leve Poseidon junto.
― Tudo bem, já estamos indo ― concordou Athena.
Hades apenas acenou com a cabeça e sumiu em fumaça negra.
― Não demore ― avisou a deusa para Poseidon que permanecia parada, logo em seguida sumindo.
Poseidon poderia amaldiçoar Hades pelo resto da eternidade, mas ele sabia que nada faria o momento perfeito voltar. A única coisa que poderia fazer era esperar pela reação de Athena, pela sua resposta e que ambas fossem positivas.

Athena apareceu no Acampamento com o olhar perdido e os pensamentos longes. As cenas de seu beijo com Poseidon não a abandonaram nem por um minuto durante a maior parte do dia. Ela tentava ao máximo se concentrar nas aulas que deveria dar, mas sempre que fechava os olhos lembrava dos olhos verdes dele, de Poseidon. Isso não só a irritava como também a desconcertava, e até preocupava. Ela não deveria estar assim. Não deveria se sentir assim. Mas... o que ela está sentindo?
Os dias passaram e nada mudou. Ou melhor. Mudou sim. Tudo ficou mais quieto, silencioso. Todos pareciam sentir a tensão entre Athena e Poseidon. Entre os campistas já rolavam rumores, havia menos conversas animadas e mais cochichos. Menos suspeitas de que havia algo muito errado e mais certeza de que a relação entre os dois deuses deveria mudar.
Athena tentava ignorar tais fatos o máximo que podia. Infelizmente sua única saída era próximo ao mar. Todo dia, no final da tarde, a deusa sentava no banco de areia ou andava pela mesma enquanto molhava os pés e fitava o horizonte. Era uma sensação maravilhosa. O vento no rosto, os pés afundando na areia molhada, o contato com o mar. Ela não podia negar nada disso.
― Athena! ― exclamou Kathe pelo o que parecia ser a centésima vez.
― Sim? ― questionou a deusa tentando fugir de seus pensamentos confusos.
― Aconteceu alguma coisa? ― perguntou a garota e indicou um grupo a suas costas ― Estamos preocupados.
Athena olhou para um grupo mais distante, entre eles estava Hades, Percy, Annabeth e Poseidon... todos parecendo preocupados.
― Estou bem... diga para não se preocuparem ― tentou Athena.
Mas Kathe crispou os lábios em sinal de que não acreditara em nenhuma palavra, então suspirou e chamou:
― Hades! Conserva com ela.
Pisando fundo, o deus do submundo se aproximou de Athena, segurou seu braço e a afastou com Kathe em seus calcanhares.
― Agora diga a verdade ― pediu ele o mais gentil que pôde.
― Eu disse a verdade ― insistiu a deusa veementemente.
― Ora Athena, sabe que não consegue mentir para mim ― replicou Hades irritado ― Anda, conta de uma vez o que está acontecendo.
Athena suspirou e sentou-se na areia.
― O que está havendo Athena? ― perguntou Kathe ajoelhando ao seu lado.
― Está tudo tão... complicado ― admitiu Athena entristecida.
― Está apaixonada por Poseidon ― concluiu Hades com um sorriso de canto.
Athena bufou e levantou-se bruscamente.
― Isso é loucura! Por que eu estaria? ― exclamou ela andando de um lado para o outro.
― Athena, olhe para você mesma. Como pode negar o que está tão aparente!? ― exasperou Hades.
A deusa suspirou cansada.
― Eu... eu não posso confirmar nada. Não tenho certeza de nada.
― Acho que devia conversar com Afrodite ― sugeriu Kathe serenamente.
― Nunca! ― exasperou-se Athena dando as costas para os dois.
Por azar ou por destino, Afrodite já a esperava no meio do caminho.
― Eu escutei meu nome? Claro e logo em seguido ouvi as badaladas dos sinos anunciando o amor ― cantarolou a deusa do amor.
― Não começa Afrodite ― cortou Athena irritada.
― Mas foi você que começou ― replicou Afrodite rindo suavemente ― Você começou quando se apaixonou por Poseidon.
― Quantas vezes terei que dizer que eu não estou apaixonada por ele!? ― teimou Athena batendo o pé.
― Pode dizer milhares de vezes, mas de nada vai adiantar, eu não vou mudar de ideia: você está sim apaixonada por ele! ― afirmou Afrodite veementemente ― Ninguém engana a deusa do amor, querida.
Kathe observava tudo com uma certa diversão. Ela não via o problema de Athena assumir de uma vez que gostava de Poseidon, nada impedia! Ela já foi casada com ele, e não só quebrou o voto de castidade como também já teve um filho! O que poderia haver mais? Mas tinha que admitir, divertia-se com a deusa tentando, em vão, negar o obvio.
A garota virou-se quando ouviu alguém chamar por ela, na verdade, sussurrar.
― Kathe... ― chamou pela segunda vez.
Ela se afastou e começou a olhar em volta a procura da pessoa, e a encontrou escondida atrás de uma rocha.
― Jason!? ― exclamei num sussurro.
Ele acenou para que ela se aproximasse e forçou-a a ficar lado a lado com ele.
― Preciso de sua ajuda. Agora.
― O que? Com o que? Não é mais uma gracinha ou é? ― questionou desconfiada.
― Não, não ― negou ele freneticamente ― Confie em mim.
― Tudo bem...
― Venha comigo ― chamou ele puxando-a pelo braço o mais discretamente que pôde. Não queria que ninguém os visse.
― Aonde vamos? ― quis saber ela quando entraram na floresta.
― Psiu. Não posso falar agora, espere mais um pouco e saberá ― respondeu ele ainda com a voz baixa.
Kathe já estava começando a se arrepender de ter concordado. Jason estava muito estranho, não aumentara a voz nem uma vez até agora e olhava para trás a todo o momento, como se checasse se alguém estava ou não os seguindo. Para ela, ele com certeza estava tramando alguma coisa...
Ela percebeu que estavam indo para a parte mais escura da floresta, mais silencioso que normal, onde o sol quase não tocava, nenhum animal para tentar assustar, nenhum que estivesse visível...
― Jason... já chegamos?
Ele suspirou e respondeu:
― Sim, já chegamos.
Ela parou abruptamente e encarou a entrada a sua frente. Parecia com uma caverna normal, escura, úmida e aparentemente vazia.
― O que viemos fazer aqui? ― questionou ela quase irritada.
― Essa não é uma caverna normal, eu a descobri há um tempo e decidi estudar sobre ela-
― Você estudou sobre essa caverna? ― implicou Kathe segurando o riso.
― Não começa ― cortou ele sério ― Essa caverna foi feita pelos Titãs e logo depois esquecida. Acharam, ou melhor, acham até hoje que é um projeto falho.
― E o que ela tem de tão especial para mantê-la em segredo?
Em resposta ele começou a apalpar a lateral da caverna procurando por algo.
― Olhe aqui ― disse ele indicando um local escondido.
Ele limpou a poeira e ela claramente pôde enxergar um delta, um delta vermelho.
― Um...delta? ― questionou ela confusa ― Pensei que o delta fosse o símbolo de Dédalo, marcava suas obras.
― O delta em si, sim é a marca de Dédalo ― respondeu Jason, então indicou o delta ― Mas o delta vermelho tem outro significado.
― Explica.
― Muito antes dos deuses olimpianos, o delta era usado somente para demarcar as obras planejadas unicamente pelos Titãs ― começou ele adentrando cautelosamente o lugar ― Geralmente as obras, arquiteturas feitas por eles eram acompanhadas com um grande numero de sacrifícios humanos e os Titãs se vangloriavam por isso. Então, para que os outros não se esquecessem do que faziam, o delta passou a ser usado na cor vermelha.
― Nunca pensei que você um dia poderia me explicar algo tão antigo e esquecido...
Ele apenas olhou em volta e em seguida apertou o delta.
Sobressaltei-me quando um estalo ecoou, o barulho aumentou e de dentro da caverna rochas começaram a movimentar-se como se fossem maquinas.
― O que está acontecendo? ― assustou-se Kathe.
As pedras soltaram-se com mais rapidez, mais partes se quebravam e deslocavam-se, aos poucos um tipo de jardim foi revelado. Uma parte do chão desabou, transformando-se em uma escada que levava direto para o jardim recém-descoberto.
― Que lugar é esse? ― quis saber a semi-deusa surpresa.
O jardim parecia ser enorme, guardava árvores majestosas e de colorações variadas, a grama se espalhava apenas por algumas partes do terreno, em alguns pontos flores ajudavam na decoração. Mas o que mais chamou a atenção de Kathe não foi o jardim escondido dentro de uma caverna e sim o palácio que avistou atrás dele.
O palácio lembrava muito os da Grécia Antiga, principalmente as casas dos deuses. A arquitetura, as cores, as esculturas...
― Bem-vinda ao Palácio Ômega ― disse Jason sorridente.
― Nunca ouvi falar desse lugar... ― comentou Kathe sem tirar os olhos do lugar.
― Ninguém nunca ouviu falar ― afirmou ele indiferente ― É claro que deve haver exceções entre os deuses mais antigos e mais experientes.
― Quem mora aqui?
― Agora? Ninguém ― respondeu Jason entrando no jardim. Atrás, as pedras voltaram ao seu lugar de origem silenciosamente, fechando o caminho ― Mas esse lugar foi feito para ser a casa de um dos Titãs, até hoje não se sabe qual deles, já que eles nem ao menos terminaram de construir.
― Por que me trouxe aqui? ― perguntou Kathe fitando Jason seriamente pela primeira vez.
Ele suspirou e bagunçou ainda mais os cabelos, demonstrando o nervosismo. Depois de uns minutos, ele finalmente respondeu:
― Quero que me ajude a terminar de construir esse lugar.
― Como é? ― questionou Kathe desconfiando de que não escutara bem.
Jason riu e indicou todo o local novamente, dizendo:
― Olhe esse lugar Kathe! Já é lindo e nem estar terminado ainda... imagine como será quando acabarmos?
― Será linda... ― confirmou Kathe suavemente sem pensar.
― Exatamente! ― exclamou ele ansioso. Então parou e me encarou de forma séria e insistiu no pedido ― E então? Posso contar com você?
Nunca passara pela mente de Kathe terminar de construir, somente com a ajuda de mais uma pessoa, todo um palácio. Mas que mal faria tentar?
― Como vamos fazer isso? ― cedeu ela num suspiro.
Ele apenas sorriu em agradecimento.
Pelos deuses... Que lugar é esse?, pensou a semideusa quando chegou perto de uma árvore e teve uma melhor visão do lugar.
― Vamos ter muito trabalho... ― previu Jason ficando ao lado dela.
Pois o lugar não era só um jardim... mas uma cidade abandonada.

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Notas finais do capítulo

Comentem! Só não me matem...
o proximo capitulo já esta ficando pronto...acho que posto na semana que vem no maximo. Com sorte na segunda ou terça-feira.



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