Abençoada pelos Deuses escrita por Hawtrey


Capítulo 11
Conversa entre Athena e Hades /Conselho


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a Feeh98 e a Laah Jackson que me enviaram minhas primeiras recomendações *-*, dedico esse e o proximo capitulo a elas. Bejin*



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— Que tal começar explicando o que acabou de dizer?

Athena se sobressaltou e com o susto acabou caindo no chão.

— PELOS DEUSES! Hades! Você quase conseguiu a proeza de matar uma deusa! — exclamou a deusa tentando fugir do assunto.

— Não tente mudar de assunto Athena! Pode começar a explicar — exigiu Hades se aproximando.

— Não vou explicar nada!  O assunto não é de seu interesse! — exclamou Athena.

— Mas eu exijo explicações! — rebateu Hades se aproximando ainda mais dela.

— Você não tem direito algum de exigir isso! — Athena empurrou Hades que apenas recuou poucos passos.

Pequeno espaço que ele logo extinguiu quando segurou os pulsos da deusa e os prendeu contra o próprio peito.

— Solte-me agora Hades!

— Não até você explicar.

— Não sou obrigada a explicar nada a você!

— Claro que é.

— Por que? — Athena paralisou.

— Você sempre teve manias de colocar um pouco das tradições mortais na sua vida— começou Hades sem larga-la e a aproximando ainda mais para que a mesma encarasse seus olhos negros — Escolher um padrinho para a criança foi algo que surpreendeu até Zeus, pena que ele não lembra...

— Mas você lembra! — assustou-se Athena.

— Sim, claro — concordou ele começando a andar para frente forçando-a a ir junto, até a mesma encostar numa árvore — E isso é uma das coisas que quero que explique.

— O que exatamente? — sussurrou Athena, sem se importar com a proximidade inesperada do deus, sabia que ele nada faria, ele não era Poseidon.

— Por que me escolheu? — quis saber Hades — Entre muitos deuses, entre muitos outros homens existentes, você me escolheu. Eu não entendo. Nunca fomos muito próximos, sem contar as brigas que tive com Poseidon. E mesmo assim você me escolheu.

Athena o fitou por um tempo, entendia a confusão de Hades.

— Hades...

— O que está havendo aqui? — quis saber Poseidon, obviamente pensando o pior.

— O que faz aqui Poseidon? — perguntou Athena da forma mais calma que conseguiu.

— Eu perguntei primeiro — cortou Poseidon.

— Estamos no meio de uma conversa particular, Poseidon — avisou Hades rapidamente largando Athena.

Ele, melhor do que ninguém, sabia que o estrago já estava feito.

— Não me importo com isso — respondeu Poseidon, seco.

— Mas eu me importo — replicou Athena cruzando os braços.

— Athena... — chamou Hades em tom de aviso.

— Não Hades, ele tem que aprender a não se meter onde não é chamado — insistiu Athena irritada.

— Ele também precisa saber a verdade — respondeu Hades.

— Hades...

— Sabe que estou certo, Athena — insistiu o deus do submundo.

— Chega de enigmas, contem de uma vez! — exigiu Poseidon irritado.

— Só vou contar no Conselho dos Deuses, assim há menos chances dele me matar — avisou Athena veementemente.

Hades já sabia o que fazer...

— Se é assim...

*

— O que pensa que está fazendo? — questionou Athena enquanto Hades a puxava para o meio da sala dos deuses no Olimpo.

— Você disse que só contaria no Conselho — respondeu Hades parando a vista de todos os Olimpianos presentes — Pois então, que o Conselho comece.

— Está passando muito tempo com Poseidon — irritou-se a deusa.

— Isso não é um elogio, não é? — questionou Hades indiferente enquanto sentava em seu trono.

— Não mesmo.

Todos os deuses já estavam reunidos para a tão esperada revelação de Athena, até Kathe estava presente para o caso de alguém tentar se matar, Afrodite só não estava pulando pois isso daria muitas pistas ao resto.

— Pode começar Athena — autorizou Zeus nada feliz.

Dois tronos aparecem bem perto de onde a deusa se encontrava, um de frente para o outro. Athena sentou em um deles.

— Quem é o personagem principal dessa revelação? — questionou Zeus — Se ele ou ela estiver sentado a sua frente, será melhor e mais direto.

Athena respirou fundo e fitando o nada, respondeu:

— Poseidon, sem duvidas.

Murmúrios se espalharam rapidamente, atordoado, Poseidon sentou no trono a frente da deusa, fazendo seu Tridente aparecer fincado no mesmo.

— Pode começar a falar, Athena — disse Poseidon sorrindo debochadamente.

Athena respirou fundo mais uma vez, procurando coragem em algum lugar bem la fundo.

— Eu...

— Pode ir parando por ai — exigiu Anfitrite seca.

— O que veio fazer aqui sua escamosa? — questionou Kathe se aproximando.

— Vim rever meu marido, é claro — respondeu a Nereida cínica, aproximando-se.

— E quem disse que eu vou deixar? — desafiou Athena ficando a frente de Poseidon que havia se levantado.

— E quem é você para me proibir de ver o meu marido? — provocou Anfitrite.

— Alguém que quer muito acabar com a sua raça nojenta — respondeu Athena com olhos faiscando de raiva.

— Agora sim está divertido... — comentou Afrodite com os olhos brilhando — Isso vai te dar forças, Athena!

— Você não vai recuperar seu antigo posto em Atlântida — decretou Athena.

— Eu não tenho nada a recuperar! Um casamento Olimpiano não pode ser desfeito e nunca deixarei de ser a Rainha de Atlântida! — exclamou Anfitrite exasperada.

— Sério? — questionou Athena sarcástica — Não foi isso o que eu soube...

— E o que você soube? — perguntou Anfitrite sarcástica.

— Que seu lugar vai ser ocupado por outra mulher... Mas mesmo com esse feliz fato eu ainda quero te impedir...

— E como vai fazer isso hein Athena? — desacreditou a nereida — Para me impedir vai ter que ser casar com Poseidon... Mas isso não será mais possível, por que eu fui mais rápida.

— Podem explicar o que está havendo aqui? — exigiu Poseidon — Athena, desde quando me defende? E Anfitrite, você não é bem vinda aqui.

— Prove — disse Athena a Anfitrite — Prova que ainda é Rainha e casada com Poseidon.

— Com prazer, deusa da Sabedoria — sorrindo, Anfitrite foi até Zeus — Como posso provar?

— Somente a verdadeira Rainha, aquela com verdadeira ligação com Poseidon, pode tirar o Tridente do trono sem a permissão do dono — respondeu Zeus quase automaticamente.

— Va em frente — apressou Athena.

Sem esperar por mais, Anfitrite foi até o trono que no momento guardava o Tridente e convicta, puxou-o.

Mas ele não saiu. Como Athena sabia que ele não sairia.

Anfitrite não desistiu e puxou mais uma vez. Sem sucesso.

— O que está havendo aqui? — murmurou ela.

— Precisa de ajuda, querida — zombou Athena.

Anfitrite andou furiosamente até Athena.

— O que você fez!? — exigiu saber.

— Eu? Nada — respondeu Athena cinicamente.

A deusa foi o Tridente e tocou o ar que o cercava, sem toca-lo.

— O que vai fazer? — temeu Anfitrite.

— Eu não preciso me casar com Poseidon... sabe por que? — perguntou Athena à nereida.

— Por que vocês se odeiam e você é inteligente o suficiente para encontrar outra solução?

— Não... — negou Athena rindo, ela então puxou o Tridente, que brilhou e saiu sem problema algum — Porque eu já sou casada com ele.

Todos arfaram pasmos, Poseidon e Zeus pareciam estar num campeonato de quem conseguia arregalar mais os olhos. Anfitrite recuou vários passos assustada, dizendo:

— Então você lembra!?

— Não só lembro como minha sede de vingança ainda está viva e agitada dentro de mim, louca para te matar — sibilou Athena rodando o tridente entre os dedos — Você vai se arrepender de ter destruído minha vida, sua vadia escamosa.

Athena mirou o Tridente em Anfitrite, da ponta da arma saiu uma luminosa luz azul mar, que se transformou em água , rodeou a nereida e começou a aperta-la sem pena.

— Não! Athena, pare! — pediu Afrodite urgentemente — Quero vê-la morta tanto quanto você, mas não pode se esforça muito, querida.

— Por que? Estou em plena forma de mata-la! — exclamou Athena exasperada.

— Escute-me Athena, por favor....

Athena viu nos olhos de Afrodite a alegria que sentia, mas não pôde ignorar a preocupação e a cautela que a acompanhavam. Ela não entendeu a causa de tudo isso, mas Afrodite, por mais fresca, patricinha e mandona que fosse, jamais sentiria tais coisas sem um grande e importante motivo. Pediu explicações apenas com um olhar, em resposta, Afrodite apenas olhou discretamente para o ventre da deusa da sabedoria.

— Ah não! — assustou Athena com a descoberta, libertou Anfitrite que sumiu em fumaça e algas.

— Esperem! — interrompeu Kathe — Por favor, digam que eu entendi errado.

— Você entendeu errado — disse Afrodite indiferente.

— Agora seja sincera — pediu Kathe sem acreditar.

— Você entendeu tão bem que até eu fiquei com raiva por ser tão explicita — respondeu Afrodite um pouco irritada.

— Pelos deuses! Como isso é possível? — exclamou Athena.

— Eu não quero mais ter sua sorte Athena — murmurei perplexa.

— Parem com isso e contem de uma vez o que está acontecendo! — rosnou Poseidon muito irritado.

— Ela conta — disse Afrodite rapidamente apontando para Athena.

— Nada disso, você que apagou a memoria de todo mundo! — replicou Athena.

— Mas foi você que pediu — disse Afrodite.

— Athena, não me esconda nada — pediu Poseidon suplicante.

Athena xingou-se internamente por não conseguir ser forte diante do olhar quase choroso de Poseidon.

— Tudo bem — cedeu ela.

Athena começou relembrando seu passado, até ai tudo bem, quando chegou perto do assunto viu que Poseidon já estava nervoso e acabou descobrindo que uma única frase pode acabar destruindo a paz do lugar ou até mesmo começar a terceira guerra mundial.

— Eu quebrei o meu voto de castidade.

Poseidon arregalou os olhos. Por um momento ninguém falou nada, até que tudo pareceu explodir.

— COMO ASSIM!? ESTA DIZENDO QUE NÃO É MAIS CASTA?

— Sim papai, foi isso o que eu disse — disse Athena tentando soar calma.

— Isso é uma grande decepção Athena, realmente pensei que você era melhor que isso, mas pelo visto me enganei — comentou Ártemis.

— Como ousa me desobedecer Athena!? Prometeu pelo Rio Styz que jamais perderia sua pureza! — exclamou Zeus levantando-se furioso — O que pensa que fez!? Deveria estar morta!

— Preferia isso não é, papai?! — exclamou Athena furiosa — Preferia que eu estivesse morta, não é? Assim não teria ninguém para atrapalhar SUA VIDA!

— Não admito que fale assim comigo! — explodiu Zeus avançando em Athena.

A deusa então sentiu sua face arder com um tapa do deus. Sentiu a mão dele apertar seu pescoço, enquanto ele sibilava:

— O que mais tem para contar?

— E-Eu ... — gaguejou Athena tentando recuperar o folego.

— Eu... — insistiu Zeus furioso.

Poseidon observava tudo calado, não gostava do que via, mas temia piorar as coisas se intrometendo.

— Eu... sou...casada — disse Athena — Com Poseidon...e tive um filho com ele — revelou no pouco folego que tinha.

— O QUE!? — exclamaram todos os deuses.

— Um filho!? UM FILHO!? — verificou Poseidon exasperado.

Ele não podia negar as brigas que tinha com Athena, mas ele chegava a odiá-la, não é? Talvez sim, talvez não, ele ainda não tinha se decidido. O fato é que Poseidon adorava provoca-la a todo momento e esperava que pudesse atormenta-la com suas revelações, mas não esperava que ele estivesse envolvido nisso. Ele não consegue pensar em como haviam se casado e muito menos em como ela teve um filho dele. Poderia muito bem dizer que ela estava mentido, que estava inventando tudo, mas ele mesmo sabia que Athena jamais inventaria algo desse tipo, ela não enganaria todos dessa forma, era mais fácil ela dizer que nada disso havia acontecido. Mas ela não o fez.

— Como teve a coragem de mentir para mim esse tempo todo?! — ele exigiu saber tentando convencer a si mesmo que a deusa já tinha conhecimento de tudo a um bom tempo.

Athena estremeceu ao ouvir a voz quase furiosa de Poseidon. Temia isso. Temia que as coisas piorassem entre eles. Geralmente o que ela menos queria era a companhia dele, mas como quase todos os Olimpianos estavam contra ela, esperava que pelo menos ele a entendesse.

— Poseidon... — começou ela com dificuldades — Eu não lembrava disso assim como você, Afrodite me contou a poucos dias... Desculpe-me por não ter contado a você.

Poseidon mal acreditou no que ouvia:

— Está me pedindo desculpa?

— Sim... — concordou Athena fechando os olhos e deixando uma lagrima escapar — Eu não tive coragem de contar tudo a você logo que descobri, temia que esse dia chegasse.

— E onde está esse garoto? — questionou Poseidon quase ignorando as declarações dela sobre “falta de coragem” que seria o bastante para atormenta-la por um bom tempo.

— Anfitrite... — mais uma lagrima escapou, a deusa procurava respirar calmamente já que o ar estava cada vez mais escasso — Anfitrite o matou quando ele tinha... apenas cinco anos de idade...

Athena respirava com dificuldade, seus olhos estavam quase fechando, forçados pela inconsciência que queria domina-la. Sentia seu coração bater mais rápido que nunca, não sabia se era de nervosismo ou se ele queria mantê-la viva.

— Afrodite... — chamou em desespero, mas saiu um pouco mais alto que um sussurro.

A deusa do amor estava em lagrimas, não por emoção, mas porque ela, mas do que ninguém, sabia o verdadeiro risco que Athena corria nos braços de Zeus, e não era ser expulsa do Olimpo.

— Irá sofrer severas punições por isso! — decretou Zeus a Athena.

— Prefiro receber punições a conviver com alguém ignorante e cheio de si, como você Zeus — murmurou a deusa veementemente.

Ela então sentiu sua face arder com o tapa recebido de Zeus, que a soltou para tal ato, mas ela ainda sentiu o forte choque que a dominou vindo dele.

— NÃO — desesperou-se Afrodite levantando.

Pela primeira vez, Athena não estava preparada para esse golpe. Sua visão tornou-se turva e ela se viu caindo no chão. Tudo rodou ao seu redor, podia ouvir as batidas de seu coração cada vez mais rápidas e mais fortes. Quando sua cabeça tocou o chão, sabia que não tinha forças para levantar, podia ser deusa, mas isso não a impedia de sentir dor, entrar em sono profundo, ou coisas desse tipo. Apenas a impedia de morrer.

— ATHENA! — gritou Afrodite correndo em sua direção chorando ainda mais — Fala comigo Athena, não pode desistir assim... você tem direito de ser feliz, ainda tem essa chance.

— Acho que perdi essa chance há muito tempo — sussurrou Athena, um sussurro que pôde ser ouvido por todos pelo silêncio que reinava no local.

— Claro que não! Isso só depende de você... Sabe que se fechar os olhos não vai morrer, mas também não poderá abrir os olhos para viver normalmente — disse Afrodite forçando um sorriso.

— Desde quando sabe disso? — surpreendeu-se Athena.

— Eu presto atenção no que você fala, sabia?

Athena ainda tremia por causa do choque inesperado de Zeus, e não pôde segurar um lamento quando tentou se levantar.

— Seu monstro! — rosnou Afrodite a Zeus que se sobressaltou com a acusação — Nunca pensei que fosse tão egoísta e insensível Zeus! — então virou-se furiosa para Apolo — O que faz ai sentado Apolo!? Faça seu trabalho e salve Athena!

Apolo se sobressaltou e em segundos estava ao lado de Athena, analisando-a.

— Não faça isso se não quiser, Apolo — disse Athena calmamente.

— Não vai escapar de mim tão cedo, maninha — respondeu Apolo sorrindo.

Athena sorriu de volta, mas seu sorriso sumiu quando viu que Apolo arregalou os olhos.

— O que foi, Apolo?

— Você está gravida!? — guinchou ele assustado.

— Afrodite... — alertou Athena impaciente — Nunca mais apague minha memoria.

Afrodite sorriu amarelo e concordou:

— Sim Apolo, ela está gravida de Poseidon.

— Pelos deuses! — exclamou Athena, baixinho — Mas isso... Droga!

— Se essa criança morrer, eu te mato Apolo — ameaçou Afrodite mortalmente.

— Tudo bem, tudo bem. Vou fazer o máximo — garantiu Apolo pegando Athena no colo.

Eu espero, ou é o sol que vai sumir, ameaçou Kathe mentalmente.


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Notas finais do capítulo

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