1000 Meere - 30 Segundos de Ausência escrita por seethehalo


Capítulo 8
I Don't Have to Try


Notas iniciais do capítulo

Oie oie ~
Começa a sessão Avril na fic. kekekekeke ~
Aaaaaaaaaaawn hoje é dia 15 DE AGOSTO! #6yearsTokioHotel Glücklich Monsun c:

Enjoy (:



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Eu não me importo com o que você está dizendo

Eu não me importo com o que você está pensando

Eu não me importo com nada

Prepare-se, porra, porque eu estou na cena

Eu não tenho que tentar

Fazer você perceber

Que qualquer coisa que eu quiser fazer

Eu vou fazer qualquer coisa

Qualquer coisa que eu quiser fazer, eu faço

I Don't Have to Try - Avril Lavigne


*-*-*-*-*

     A princípio eu não queria acreditar. Mas à medida que ela ia contando, por mais improvável, absurdo e extraordinário que pareça, tudo se encaixava e fazia sentido. As informações dançavam na minha cabeça e eu não sabia pra que lado ir. Fiquei alguns minutos em silêncio e, por fim, tomei a decisão mais absurdamente difícil da minha vida.

     Ergui a cabeça procurando as palavras. Nada saía. Levantei da cadeira e tentei dizer alguma coisa. Antes que eu conseguisse, ela desistiu do silêncio com que deixava as lágrimas caírem e disse:

     - Ok. Já entendi. Não precisão dizer nada. Essa história é ridícula, é o cúmulo, não sei mais o quê; mas você não quer saber e já tem problemas demais pra carregar o meu junto... Eu sabia que isso ia acontecer, sabia que te perderia por causa disso!... Eu vou embora, saio da sua vida, não precisa se preocupar comigo! – e saiu andando desesperada em direção à sala.

     Fiquei paralisado por alguns segundos. Assim que me dei conta do que ela estava fazendo, saí em disparada atrás.

     - Maria! – gritei. Ela já estava fechando a porta do lado de fora. – Espera aí! Você entendeu tudo errado!... Volta aqui – puxei-a de volta pra dentro de casa. – Não é nada disso. Eu ia te dizer que danem-se todos esses detalhes, isso não vai mudar nada entre nós. Não é de onde você veio e como você veio que vai determinar o que eu tenho que fazer e o que eu sinto. Eu te amo, garota. Precisa de muito mais do que isso pra me fazer desistir de você.

     - Quê? – ela parou de chorar imediatamente.

     - Isso mesmo que você ouviu. Sem tirar nem pôr.

     Mari me abraçou, em silêncio, tão forte que podia ter me destroncado uma costela. Retribuí o gesto, mexendo em seus cabelos. Logo depois, emoldurei seu rosto com uma mão e disse:

     - Não precisa ter medo. Eu estou aqui com você.

     Dei-lhe um breve beijo e voltei a abraçá-la.

     POV MARIA

     Nunca me senti tão aliviada e com o coração leve do que depois de ouvir o que Bill disse. Eu estava despreparada e acabei contando tudo de uma só vez. Então fiquei completamente frágil e vulnerável à minha própria impulsividade, o que me fez sair correndo antes de sequer entender o silêncio dele.

     Não desgrudamos um do outro o resto do dia. À noite, os pais dos gêmeos foram dormir e nós ficamos os três na sala vendo um filme. No primeiro comercial, falei:

     - Escuta, Tom. Eu contei tudo pro Bill.

     - Tudo...?

     - De onde eu vim. Como eu vim. A história toda.

     - Ah. E aí?

     - Contrariamente ao que pensava – Bill respondeu antes de mim -, eu até reagi bem. A história é incrível, mas... tsc ah, isso não vem ao caso. O fato é que eu não vou deixar a Mari sozinha, nem jamais pensei em deixá-la por qualquer motivo que seja.

     - Sozinha ela nunca esteve, Bill. Eu guardei o segredo pelo medo que ela tinha da sua reação. Mas também fui o primeiro a querer que ela te contasse.

     Não me agradou a conversa entre eles falando de mim como se eu não estivesse ali. Puxei o rosto do Bill, ele me puxou para o seu colo.

     - Obrigada, Tom. – falei. – E desculpe-me por ter te feito subir no muro entre mim e o seu irmão.

     Tom sorriu e apontou a tevê – o filme havia recomeçado. Assistimos a mais uma parte em silêncio, Bill e eu mais brincando com o cabelo um do outro do que prestando atenção. Quando deu o segundo comercial, o gêmeo mais velho resolveu que estava sobrando e anunciou que ia dormir. Soltei do Bill e abordei-o.

     - Hey, Tom. Obrigada mesmo. Por tudo. Você não tem noção.

     - Amigo é pra essas coisas... não é?

     Abracei-o solenemente e ganhei um beijo amistoso na testa. Trocamos boa noite; ele foi pro quarto, e eu voltei pro sofá. Mas logo depois, fomos o outro gêmeo e eu para a cama, pois no dia seguinte tínhamos aula.

     Eu ter falado que “fomos para a cama” pode parecer insinuação de que fizemos outra coisa. Mas não. Apenas novamente dormimos na mesma cama, como outras vezes, mas tão inocentemente quanto duas crianças.

     Chegamos na escola na segunda em cima da hora e Bill e eu entramos na sala de mãos dadas sem o menor pudor. Então Sabine, que vinha andando no corredor da segunda fileira, olhou pra mim com cara de desdém e fez um comentário nada amistoso.

     - Parece que jogaram milho aqui na sala.

     Larguei a mochila calmamente sobre a cadeira e respondi:

     - Pois é, né. A aula é de Educação Física, e você já podia ter ido pro ginásio. Mas pelo que vejo, você preferiu ficar ciscando.

     Os poucos alunos que estavam na sala vieram abaixo enquanto eu saía da sala puxando Bill junto. Fomos para o ginásio. Menos de um minuto depois, ela apareceu soltando os cachorros:

     - Escuta aqui, garota; se tá achando que vai me xingar e sair por isso mesmo, está muito enganada!

     Fingi que não era comigo.

     - Por acaso você tá surda, Maria?

     - Pra algumas coisas eu sou surda por opção.

     Ela ergueu o dedo na minha cara e falou:

     - Você para, garota. Não tô fazendo nada e você cai em cima!

     - Afe, Sabine, se enxerga! Não vou descer à infantilidade de discutir com você quem começou! E abaixa a porra desse dedo antes que eu pegue nele e quebre!

     Os alunos fizeram coro de “UUUHH”.

     - O quê? Você tá insinuando que EU comecei a provocar?

     - Sabine, não sou como você, que precisa de insinuação pra afirmar alguma coisa. Eu fiz uma acusação direta e o Bill estava do meu lado de prova do que aconteceu.

     - Ah, o Bill pra lá e pra cá; por que você se esconde atrás do Bill?!

     - Não estou me escondendo atrás de ninguém. E ele também não era o único na sala pra comprovar o que eu tô dizendo.

     - Você é ridícula.

     Pus as mãos na cintura e virei a cabeça junto com os olhos.

     - Acabou? Melhor eu sair daqui antes de ouvir mais alguma sua. – virei-me e peguei a mão do Bill, querendo ir pra arquibancada onde sempre passamos as aulas de Educação Física. Foi aí que aconteceu o que eu não esperava.

     - Por que é que você não larga do Bill?! – ela gritou. Que mania ela tinha de gritar comigo.

     - Eu deveria? Bill é meu namorado, grudo e pego nele onde e quando eu bem entender.

     - Quê?!

     - Tá com problemas de audição? Ok, eu falo mais alto: BILL É MEU NAMORADO, GRUDO E PEGO NELE ONDE E QUANDO EU BEM ENTENDER.

     Ela só faltou me dar um tapa na cara. Pelo menos era o que eu achava. Mas aí ela caiu ajoelhada no chão e começou a me xingar baixinho – não ouvi direito, mas tenho certeza de que estava me xingando. Bill disse que ia tomar uma água e se mandou. Dali a vinte segundos Sabine começou a choramingar:

     - Eu não acredito nisso. Era pra ele ser meu. E eu perdi pra uma estrangeira chocha... que praticamente me apunhalou pelas costas.

     Fiquei em dúvida se falava alguma coisa ou se a deixava prolongar o drama. Acabei falando:

     - Bom, nem tudo é sempre como a gente quer. Eu não te apunhalei merda nenhuma; te disse desde o começo que se fosse o caso ficaria com ele não interessa o que estivesse no meio. Gringa, eu, com muito orgulho; pelo menos eu tenho a experiência de viajar e conhecer outras culturas; por acaso você já saiu do estado? E por que está fazendo toda essa cena?, ninguém aqui está ficando comovido. Eu é que não acredito no ponto do ridículo a que você chegou. Se toca, o Bill já cansou de mostrar que não quer nada com você, e você fica em cima...

     - Você acabou com a minha vida!

     - Vou anotar essa proeza no meu diário de bordo. Mas por favor, nos deixe em paz. O Bill você não vai conseguir. Pelo menos não nessa vida.

     Depois disso eu pude ir pra arquibancada em paz. Só aí percebi que o professor não tinha vindo – sinal de que estávamos curtindo uma aula vaga enquanto a briga. Que bom, pelo menos nenhuma das duas foi parar na diretoria.

     - Sobre o que estavam brigando? – Bill perguntou quando sentei-me ao seu lado.

     - Me sinto ridícula dizendo isso, mas era sobre você.

     - Eu?! Por que eu?

     - O problema que a Sabine tem comigo é com você. Ela é louca por você, acho que não se conforma de você não querer nada com ela e sim comigo. Pede pra entender.

     - Era pra inchar o meu ego ser o pivô de briga de menina, mas deixa isso quieto! – ele começou a rir e eu dei-lhe um tapa.

     MARIA OFF

     Os meses seguintes passaram rápido e sem muito sobressalto. Em meados de outubro, voltamos à gravadora para já começar a gravar. Eu chamava a Mari para ir junto, mas depois que foi nos dois primeiros dias e quase se decompôs de tanto esperar, ela não se anima muito. Nem parece que isso tá acontecendo.

     No dia vinte de novembro, tivemos nosso primeiro dia de férias e começamos a ficar no estúdio bem mais horas por dia, muitas vezes o dia inteiro. Não sei se por causa do distanciamento provocado; nos fins de semana, quando vejo a Mari, eu fico muito mais excitado. E não é de hoje. Já cheguei a abordar com ela a ideia de fazermos “outra coisa”, mas ela se revelou insegura e disse que ia pensar. O afeto que eu sinto por ela permanece o mesmo, mas a atração física de uns tempos pra cá aumentou descomunalmente. Ok, estou exagerando. Isso acho que desde que ela me contou a história toda... Sou eu?


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Notas finais do capítulo

Ok, ficou pequeno. Mas eu gostei de escrever esse capítulo c:

Coisa sobre a fic #01: vocês já repararam que a Maria ganha todas as discussões que tem com a Sabine? Vocês sabem que eu costumo ser anticlichê e escrever coisas que normalmente não se viriam, mas eu vou deixar uma perguntinha no ar: vcs acham muito normal que a vida dela aqui seja só flores e ela seja bem feliz e etc?
Coisa sobre a fic #02: OK, esse último parágrafo já deixou bem claro quais as próximas ~intenções~ do Biu, né? Vcs me conhecem, tirem suas próprias conclusões. Leque*

PS: may I ask you se algupem lê todos esses testamentos que eu escrevo nas notas finais? UFSDUFHSDFHSUH
Ah, mais uma coisa: VÃO ME PRESTIGIAR http://fanfiction.com.br/historia/156245/Hey_O_Que_Ha_Com_A_Minha_Voz Estive com um pequeno complexo por causa dessa oneshot.

Awn, hoje é um dia muito feliz. #6yearsTokioHotel Glücklich Monsun *-*

Ciao!