1000 Meere - 30 Segundos de Ausência escrita por seethehalo


Capítulo 7
When It Rains


Notas iniciais do capítulo

Gente, que dia feliz! *-*
Não fui pra escola, passei a manhã editando uma música (e o resultado ficou FODA) e, pra ajudar, a internet daqui não caiu nenhuma vez até agora! HAHA *-*
Enfim, como eu ando deixando as bíblias pras notas finais, vão ler logo.
Enjoy (:



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Você fez uma cama para si mesmo

No fundo do buraco mais escuro

E se convenceu de que essa não é a razão

Pela qual você no vê mais o sol

E não, como você pêde fazer isso?

Eu não esperava por isso

Eu preciso de um final

Então por que você não pode ficar apenas o bastante para explicar?

E quando chove

Você sempre acha uma saída

Simplesmente fugindo

De todos os que te amam

De tudo

When It Rains - Paramore


*-*-*-*-*

     - Bill, você vai PIRAR quando souber quem era no telefone.

     - Quem era? – perguntei.

     - Mãe, rola levar a gente do outro lado da cidade?

     - Fala logo quem era no telefone, garoto! - mamãe ignorou a pergunta de Tom.

     - Era de uma gravadora.

     - CUMEQUIÉ?! – pulei da mesa.

     - Era de uma gravadora, Bill! Os caras querem assinar com a gente, tem noção?!

     - E você fez o quê? Marcou alguma coisa?

     - Nos querem lá hoje.

     - Puta que pariu, será que dá tempo?

     - Bill Kaulitz, que palavreado é esse?! – mamãe ralhou.

     - Foi mal, mãe, saiu. E aí?

     - Eles têm um estúdio aqui em Magdeburg mesmo. A gente liga pro Georg e pro Gustav agora, só depende deles; e da nossa mãe, porque o endereço fica do outro lado da cidade.

     Olhamos juntos na direção dela.

     - Vocês estão esperando o quê pra ligar pra eles? – ela disse.

     Tom ergueu o telefone e digitou o número de Gustav furiosamente.

     - Alô? Gustav? Se liga, ligaram cá pra casa agora a pouco de uma gravadora... É. E querem a gente lá ainda hoje. Tem como? – pausa. – Legal. Não, vou ligar pra ele agora. Até mais, falou. – desligou. – Gustav ok. Agora a gente liga pro Georg – disse pondo o telefone no ouvido. – Alô, por favor o Georg? É o Tom. – pausa. – Dormindo? Ah... A senhora pode acordá-lo, por favor? Ligaram cá pra casa agora a pouco de uma gravadora, e querem que a gente vá tocar lá ainda hoje... – pausa. – Obrigado. – dali a um minuto, Georg dá sinal de vida do outro lado da linha. – Georg, acorda. É o Tom. Uma gravadora ligou pra cá. A gente vai ter que ir no estúdio deles ainda hoje. Não, é aqui em Magdeburg mesmo, do outro lado da cidade. Minha mãe leva. Ok? Falou então. Até mais. – desligou. – BORA LÁ, os dois confirmaram!

     POV MARIA

     Depois de ligarem para Georg e Gustav, se abraçaram pulando no meio da cozinha e saíram comemorando esbaforidos pra se trocarem.

     - Entende esses dois? – D. Simone me perguntou.

     - Por incrível que pareça... entendo sim. Nem eu mesma sei como.

     - Você vai conosco?

     - Ah, claro. Aliás, vou me trocar também. Com licença.

     Saí da mesa e fui para o quarto. Bill já estava se maquiando. Como já tenho umas roupas aqui, coloquei a saia jeans preta, uma blusa verde e o escarpam que ganhei da D. Silvíe. Depois entrei no banheiro, encostei na bancada e fiquei olhando o Bill.

     - Que foi? – disse ele parando o que fazia ao notar que estava sendo observado.

     - Nada. Só tava te olhando.

     - Bill, tô indo com a mãe buscar os caras! – Tom gritou. – Depois a gente volta pra pegar vocês!

     - Tá bom! – Bill gritou de volta.

     - Nunca tinha te visto se maquiar, Bill.

     - Acha que eu fico mais bonito como?

     - Você é lindo de qualquer jeito.

     Ele parou novamente e me deu um selinho. Fiquei olhando-o até que terminasse.

     - Que tal? – perguntou.

     - Está ótimo.

     Ele me pegou pela cintura e me beijou. O próprio foi quem se interrompeu:

     - Chega, a gente precisa se aprontar. Eu tenho medo de perder o controle com você.

     - Como assim?

     - Sendo bem direto, e acho que você até já notou isso, de um tempo pra cá nossos “amassos” têm ficado mais quentes. Quer dizer, nós não somos exatamente um casal de namoradinhos inocentes... Eu também tenho desejo por você.

     - Entendi, Bill. É, eu realmente acho bom que a gente pegue leve... Nós temos só quinze anos, aliás você nem fez quinze ainda e... Bom, pra falar bem a verdade eu tenho mesmo certa insegurança quanto a isso... O que não quer dizer que eu não te corresponda.

     - É bem por isso que eu tento maneirar. Agora vamos terminar de nos aprontar.

     Passei o delineador nos olhos e prendi o cabelo enquanto ele molhava o dele, ensopava de gel, gastava meia lata de spray e voilà, estava pronto o vocalista do Tokio Hotel.

     Dali a dois minutos, D. Simone e os garotos chegaram para nos buscar. Bill entrou primeiro, e eu logo em seguida.

     - Oi, gente. – cumprimentei.

     - E aí. – disse Gustav.

     - Maria! Cada vez que te vejo te acho mais bonita.

     - Corta essa, Georg, é só a segunda vez que você a vê – Tom disse do banco da frente.

     - E olha o respeito, Georg. Segura tua onda aí.

     - Por que eu tenho que segurar a onda? Tá com ciuminho, Bill?

     - Motivo eu tenho, partindo do princípio de que você está cantando a minha namorada. – para provar, Bill me deu um beijo solene. – Só relevo dessa vez porque você não sabia.

     Gustav e Tom começaram a zoar o Georg, Tom com as piadinhas e Gustav cutucando-o e puxando seus cabelos.

     - Perdi a Maria pro Bill! Só porque eu tava ensaiando o pedido de casamento!

     Foi a vez de Bill dar-lhe um tapa da na cabeça. Sem saber muito o que fazer e cansando da brincadeira, puxei o gêmeo mais novo para mim e deixei que Tom e Gustav cansassem de arrastar por conta própria o baixista.

     Quem cortou o barato deles foi a D. Simone, avisando que tínhamos chegado.

     Bom, pra encurtar a história, eles tocaram as mesmas músicas da outra vez (Schrei, Durch den Monsun, Der Letzte Tag, Unendlichkeit, Lass Uns Hier Raus, Wenn Nichts Mehr Geht e Rette Mich), o produtor – “Jost. David Jost.” – pediu que cada um desse um bom motivo pra assinarem um contrato, e por fim disse que gostou e foi buscar a papelada.

     Como os quatro são menores, a papelada e a burocracia ficaram a cargo da D. Simone. Depois, já trataram de resolver todos os detalhes, inclusive marcaram um dia para começar a gravar. Foi entrarmos no carro e os quatro trataram de comemorar “decentemente”: eufórica e histericamente, dignamente como quatro guris que acabaram de assinar um contrato de gravação.

     MARIA OFF

     POV TOM

     Rolou muita zoeira no carro na volta. Eu me sentia explodir por dentro. PUTA QUE PARIU, assinamos com outra gravadora, isso é bom demais!

     Mas bom, deixando a euforia desmedida um pouco de lado, tem uma coisa que tem me preocupado ultimamente. Eu fui o primeiro a comemorar quando Bill e Maria começaram a namorar; afinal eu sabia que o meu irmão gostava dela e, por mais que negasse, da parte dela era recíproco. Mas isso não foi motivo pra eu descer do muro; afinal, eu ainda guardo o segredo sobre a história da Maria e, desde que ela está junto com Bill, eu desaprovo mais ainda o fato de ela esconder isso dele. Poderia parecer piegas ou sem moral da minha parte se eu dissesse isso, mas penso eu que namoro tem que ser uma relação de completa entrega e confiança (eis o porquê de eu fugir desse tipo de relação). Eu vejo isso da parte do Bill, mas dela...

     Foi com esse propósito que, no domingo à tarde, quando eu atendi o telefone e era a Maria, me pendurei na linha e dei todo esse sermão pra ela. Ela admitiu que eu tinha razão, mas que não contava por três motivos: primeiro, não sabia como abordar algo tão delicado, era capaz de ele não acreditar, ficar com raiva ou sabe-se lá como reagiria; segundo, eu sabia muito bem que ela já tava com a corda no pescoço por ter se entregado a ele, mas foi impossível continuar resistindo às investidas dele e ao próprio sentimento já que ela não tem sangue de barata. E por último, mas não menos importante, por causa dos dois motivos anteriores, sabia que não era justo esconder do namorado a sua situação, mas tinha muito medo de perder o Bill por causa dessa história.

     Entendi, mas acabei por fazê-la prometer que ia pensar mais sobre isso e quem sabe contar pra ele. Depois, chamei o meu irmão e passei-lhe a ligação. Ele ficou mais vinte minutos falando com ela e depois veio atrás de mim.

     - Tom, o que tanto você e a Mari fofocaram no telefone?

     - Coisa nossa. Por que quer saber?

     - Ela tava estranha e eu queria saber se isso tem alguma coisa a ver.

     - Comigo ela tava normal.

     - Era só o que me faltava, meu irmão de segredinho com a minha namorada!

     - O seu irmão é amigo da sua namorada. Fica frio, maninho, mesmo se estivéssemos compartilhando um segredo de estado, conspiraríamos contra todo mundo, menos você.

     TOM OFF

     Nosso aniversário caiu numa quarta-feira. Tivemos que ir pra escola. Mari disse que éramos bestas de desperdiçar o aniversário indo pra escola.

     - Você fala isso porque o seu aniversário ainda é durante as férias. – disse Tom.

     - Só aqui – ela respondeu. – Lá no Brasil as aulas voltam na última semana de julho.

     - Puta que pariu! Quanto tempo vocês têm de férias?

     - Em julho, tecnicamente são quinze dias. Mas os alunos mesmo decretam férias o mês inteiro.

     - Só isso?! – indagava ele, indignado.

     - Você se esquece – Mari começou a explicar – de que o sistema lá é diferente daqui. A gente começa uma série no começo do ano, não no meio.

     - Que zoado!

     - Eu também achava zoado o sistema daqui. Lá as aulas começam na metade de fevereiro, param em julho, voltam em agosto e no começo de dezembro quase ninguém mais vai pra escola. Dá uma variada de estado pra estado, mas a base é essa.

     - Então tá, né... Bom, eu vou no banheiro.

     Tom saiu e nos deixou a sós. Eu quis aproveitar a deixa pra namorar um pouquinho, sem vela, mas parece que Mari não estava muito a fim.

     - Que foi, Mari? – perguntei.

     - Nada. Um pouco de sono.

     - Ultimamente você anda com sono demais. Tem dormido mal? Ou esse sono todo é desculpa pra camuflar alguma coisa que tá te deixando pra baixo?

     - Sono, Bill.

     - Tem certeza? Seria saudade de casa?

     - Ah, Bill... é uma coisa muito complicada... sei lá...

     - Então tem alguma coisa por baixo desse desânimo excessivo?

     - Tem. Mas é complicado. Não sei se você entenderia.

     - Desabafa.

     - Agora não... não tô com clima.

     - Nossa, Mari... sem querer apelar pro drama, mas eu me sinto meio que excluído da sua vida fora daqui.

     - Você não tem nada a ver com a “minha vida fora daqui”. E aquilo lá também não tem nada a ver com você. Não quer misturar as duas coisas.

     - É, então você basicamente me mantém excluído de metade da sua vida.

     - Bill, não começa com isso, por favor. Eu não tô legal.

     - Eu também não fico legal quando você faz isso.

     Ela deitou no meu colo, sem dizer mais nada.

     Maria veio passar o fim de semana aqui em casa. Minha mãe ainda tá com aquela neura quanto à gente dormir junto, mas é só dar o tempo dela dormir e a gente deita na mesma cama. Gustav e Georg vieram aqui no sábado e passamos a tarde inteira tocando.

     No domingo não tinha nada pra fazer. Quando cansei de jogar videogame e perder pro Tom, dei a falta da Mari e encontrei-a no quintal, brincando com o Scotty.

     - Mari! – chamei. – O que tá acontecendo com você? Vem cá, sério, me conta, eu não tô aguentando mais esse seu distanciamento.

     - Ok, você venceu. Vamos lá pra dentro? Eu também tô ficado louca com isso na cabeça.

     Fomos pro quarto. Fiquei esperando ela começar a falar. Depois de alguns longos minutos, começou explicando que não gostava de misturar a vida “de lá” com a “daqui” porque se tratava, literalmente, de outra realidade. Não entendi. Ela disse então que, se eu quisesse, podia perguntar ao Tom que ele confirma toda a história; e relatou que estava na Alemanha em 2006 graças a uma máquina do tempo que ganhou de si mesma de 2020. Contou que me conhecia da banda, que era fã, e que sempre quis saber como vivíamos antes do TH fazer sucesso.

     - A ideia era vir pra cá e ficar só observando vocês de longe... Eu não devia entrar na vida de vocês, eu me intrometi na história de vocês e olha no que deu. Era por isso que eu tanto resistia, que eu tanto me policiava e te afastava. Mas... é fato que eu aprendi a te amar com todas as minhas forças... E eu tinha medo de contar isso pra você por medo da forma como você reagiria.

     A princípio eu não queria acreditar. Mas à medida que ela ia contando, por mais improvável, absurdo e extraordinário que pareça, tudo se encaixava e fazia sentido. As informações dançavam na minha cabeça e eu não sabia pra que lado ir. Fiquei alguns minutos em silêncio e, por fim, tomei a decisão mais absurdamente difícil da minha vida.


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Notas finais do capítulo

UUUUUUUHL E agora, o que Bill decidiu fazer?

Curiosidade #01: Vocês notaram no que o Bill anda pensando, né? Dependendo da decisão que ele tome no próximo, quem acha que rolaria sacanagem? [CORREU
Curiosidade #02: Também é inegável ver que eu estou acelerando as coisas - na outra fic, eu escrevi tudo com bastante detalhes. Tô fazendo isso pra evitar encher linguiça, coisa que eu fiz bastante em GF; e até porque seria um esforço inútil já que todo mundo já leu a primeira.
Curiosidade #03: Pegando gancho da anterior, quando ainda tava escrevendo GF, eu tinha uma folha onde anotava quais músicas seriam tema de quais capítulos e marcava a cronologia com uma notinha no calendário do celular, que eu ia transferindo de data conforme o tempo da fic ia passando. E QUANDO eu comecei a escrever essa aqui e notei que ia precisar daquela cronologia pra sobrepor os fatos, COMO EU ME XINGUEI por não ter anotado tudo! Eu praticamente reli os manuscritos ao contrário pra recuperar as datas e remontar a cronologia. E dessa vez eu anotei! HAHA

Enfim, podem me deixar reviews, eu não mordo. Deus tá vendo ok?
Até semana que vem, povas ^^



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