Acordou assustada devido ao forte chute em seu ventre, sentou-se na cama devagar e acariciou levemente a barriga, percebeu que finalmente já havia amanhecido, depois de uma noite mal dormida.

- O que será que seus pais irão aprontar hoje, hein? – perguntou passando os dedos levemente no local do chute.

- Falando sozinha? – Lilá saiu do banheiro enrolada em uma toalha e olhou estranho para Hermione.

- Não, com meu filho. – respondeu, um leve movimento a fez sorrir. – Ou filha. – a loira resmungou algo que a castanha não ouviu e nem fez questão de entender, entrou no banheiro e tomou seu banho. Assim que saiu do banheiro viu que estava sozinha no quarto nada de Lilá nem de Parvati, vestiu-se confortavelmente, deu graças a Merlin por não estar tão frio e desceu para tomar café.

Sempre que entrava no Salão Principal era a mesma coisa, as pessoas se viravam para olhá-la como se fosse algum tipo de aberração, no começo isso a magoava, machucava, agora... pouco importava a opinião dos outros e não tinha nenhuma razão para esconder sua gravidez. Viu que Harry já estava tomando seu café, mas... nada de Ron, e isso a deixou preocupada, ocasionando num leve movimento do bebê.

- Espero que seu pai não esteja fazendo besteira. – sussurrou. – Bom dia. – deu um selinho no moreno e sentou. – Cadê o Rony? – Harry desviou o olhar para suas torradas.

- Está se arrumando ainda. – respondeu sem olhar para Hermione, como ela conhecia bem o namorado, perguntou novamente.

- Amor? – o moreno a olhou. – Cadê o Rony? – ele bufou derrotado, sabia que não conseguiria mentir para ela, nem sabia como conseguia esconder a surpresa dela por tanto tempo.

- Está com a Gina. – murmurou, a castanha sentiu o coração afundar.

- Por quê? O que aconteceu? – ela já estava começando a ficar preocupada, Rony e Gina não se falavam desde que o mesmo havia batido na ruiva.

- Nada, Hermione se acalme. Não aconteceu nada, ele só disse que precisava ter uma conversa séria com ela, só isso. – explicou.

- Só espero que ele não bata nela novamente.

- Eu não bata em quem novamente? – perguntou o ruivo atrás dela. – Como vocês estão? – passou a mão na barriga de Hermione enquanto se sentava, mas nada aconteceu. – Não quer falar comigo hoje? – Rony fez um biquinho.

- Não se preocupe, ele ou ela passou a noite toda chutando, então deve estar descansando agora. E eu espero que você não tenha batido na Gina.

- E por que não? – perguntou Ron arqueando uma sobrancelha, Hermione o olhou séria, mas ele sorriu. – Não se preocupe, morena, eu não bati em ninguém.. – colocou uma torrada na boca e olhou cúmplice para Harry, que sorriu. – Por enquanto.

- O que você disse? – perguntou a castanha que tinha ouvido muito bem o que ele havia dito.

- Eu? Nada. – fez-se de desentendido.

**********

Assim que terminaram de tomar café, Harry e Rony praticamente arrastaram a castanha para fora do castelo onde poderiam aparatar, se não fosse...

- Eu não posso aparatar assim. – Hermione apontou para a barriga como se fosse óbvio.

- Nós sabemos, né. Por isso você irá aparatar com um elfo. – Harry olhou em volta. – Dinks. – chamou e um elfo magricela de orelhas grandes, pontudas e olhos assustadoramente enormes apareceu ao lado dele.

- Sim, mestre Potter? – a pequena criatura fez uma reverência tão exagerada que seu gigante nariz chegou a encostar-se ao chão. – O que Dinks pode fazer para mestre Potter?

- Quero que você aparate com Hermione para... – abaixou até a altura do elfo e lhe sussurrou no ouvido. – Entendeu?

- Sim, Dinks entendeu, mestre Potter.

- Bom, então vamos? – Rony perguntou.

- Vamos.

- Será que vocês podem me dizer para onde estamos indo? – exigiu Hermione cruzando os braços.

- Ah, ia esquecendo. – o ruivo tirou uma venda preta do bolso e se aproximou da castanha.

- O que você pretende fazer com isso? – ela deu passo para trás, não estava gostando nada daquilo. Por que afinal eles precisariam vendá-la?

- Ah, para de ser curiosa, morena. Vem logo. – Rony foi para trás de Hermione e a vendou. – Dinks, está pronto.

- Sim, mestre Weasley, estou sim. – pegou a mão de Hermione e aparatou.

Quando sentiu seus pés tocarem o chão novamente, sentiu frio; deveria ter colocado um casaco, tateou a cabeça para tentar tirar a venda, mas foi impedida por mãos conhecidas.

- O quê?

- Nada disso, senhorita Granger. – falou Harry, tirando as mãos de Hermione da venda. – Ainda não. Vem, mas com cuidado. – ele a conduziu até o local, teve que andar com o maior cuidado por causa da neve. – Pronta? – perguntou baixinho, a castanha sentiu Rony segurar sua mão esquerda.

- Eu... eu acho que estou. – estava bastante nervosa, sentiu Harry desamarrando levemente sua venda e a tirando.

- Ainda não abra os olhos. – Rony lhe sussurrou; o moreno entregou a venda para Hermione e segurou sua mão direita. – Pode abrir agora. – a castanha abriu os olhos lentamente, seu coração parecia que iria explodir em seu peito. Olhou a casa já conhecida, a casa onde tudo havia começado, mas ela estava um pouco maior e diferente.

- O que estamos fazendo aqui? – olhou em volta, a árvore na qual continha o balanço improvisado não mais existia assim como o deque. – O quê? – olhou a fita de seda vermelha que Harry havia lhe entregado, nela havia uma chave. – Vocês... vocês...

- Gostou? – perguntou o ruivo andando um pouco na frente de Hermione. – Tivemos que fazer algumas mudanças...

- Adaptar algumas coisas, mas não mudamos a forma original da casa... ou melhor, da nossa casa. – Harry falou abraçando Hermione por trás.

- Como vocês...? – a castanha estava impressionada, a casa estava mais bonita do que da última vez que tinha visto em suas férias.

- Nós compramos.

- Esse lugar tem uma história, morena. Nossa história, e aqui é o lugar perfeito para nós morarmos e criarmos nossos filhos. – falou acariciando a barriga da castanha. – Por que está chorando? – secou uma lagrima que rolou pelo rosto dela.

- Vocês dois... são impossíveis. Então, era isso que me escondiam, certo? – sorriu apertando a mão de Harry.

- Nem sabemos como conseguimos tal façanha por tanto tempo... vamos entrar, temos mais algumas surpresas para você. – Rony puxou Hermione para dentro de casa, realmente eles haviam mudado alguma coisa. Haviam ampliado o tamanho da casa e a redecorado; na opinião da castanha ela estava perfeita. O segundo andar estava completamente modificado, antes haviam quatro quartos, agora pareciam ter só três. – Aqui... – abriu uma porta preta. – É o nosso quarto. – o quarto era enorme, eles pareciam ter unido dois quartos num só, a cama de casal parecia ter sido ampliada por meio de magia; os móveis do quarto era todo em tom de mogno e ainda tinha uma vista para o lago. O ruivo levou Hermione para o corredor. – Bom, como nós não sabemos ainda o sexo do bebê deixamos o quarto dele ou dela numa cor neutra, assim quando nascer à cor do quarto muda. – abiu a porta do quarto e deu espaço para a castanha entrar, o quarto era todo decorado com as cores da Grifinória, porém num tom mais leve, havia vários bichinhos de pelúcias espalhados pelo quarto, uma poltrona estava estrategicamente posicionada perto da janela ao lado do berço. Havia algumas prateleiras nas paredes, e nelas vários porta-retratos com fotos desde a família Weasley, a foto do Trio e até mesmo, uma dos pais de Hermione e outra dos pais de Harry. Hermione caminhou até o berço, nele havia duas caixas vermelhas, abriu uma; nela havia um conjunto masculino azul-claro e sapatinhos brancos. Abriu a outra, havia um vestidinho vermelho-claro, sapatinhos brancos e um laçinho vermelho; os olhos da castanha encheram-se d’água, virou-se para eles.

- Vocês fizeram tudo isso...?

- Sozinhos? Sim e não. – respondeu Harry.

- A única coisa em que precisamos de ajuda foi com a ampliação da casa, fora isso... fomos nós, sim. – o ruivo andou até Hermione. – O que você achou?

- Você ainda pergunta, eu achei incrível. Tudo está perfeito. – respondeu secando uma lágrima.

- Mas... ainda não acabou. – Harry que estava parado encostado no batente da porta, entrou no quarto com uma bolsa negra e a entregou para Rony. – Você primeiro.