Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 63
Em quem eu bato primeiro?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo!

Quanto aos reviews que eu ainda não respondi, calma. Eu vou responder. É que tenho prova daqui a pouco, mas de tarde eu respondo todos, certo?

Boa leitura.



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POV Ares

- Calma Alice. – Disse Apolo calmamente depois de termos ouvido várias palavras que Hermes não aprovaria á sua filhinha a serem ditas.

- Calma?! Como você quer que eu fique calma? – Perguntou ela. Ela não estava nervosa, é claro. Só estava transbordando de raiva, tinha uma certa diferença – Agora todos os Deuses vão achar que eu vou me casar com vocês dois. Meu pai vai surtar quando ouvir isso. E ainda por cima... Eu não posso dizer que esse noivado era só uma competição besta de vocês dois, porque Hera vai me odiar para toda a eternidade por usar um casamento desse jeito ou coisa parecida.

Ela tinha razão. Se Hera soubesse que nós nem mesmo pretendíamos nos casar, ela ia lançar um raio na cabeça de cada um de nós, e nos arrastaria para o Tártaro sem nenhuma sombra de perdão.

- Eu estava falando sério quando te dei o anel. – Murmurou Apolo insistindo nisso. Revirei os olhos e encarei ele.

- Fala sério, lesado! Você só quis se casar com ela, para ela ficar longe de mim. – Falei para ele.

- E você fez o mesmo só para poder mostrar que não ia ser passado para trás. – Rebateu Apolo.

- E não vou mesmo! – Retruquei com raiva.

- Vamos deixar uma coisa bem clara... Eu não vou me casar com nenhum dos dois. Muito menos com os dois juntos! – Disse Alice com raiva.

- Mas...! – Apolo foi interrompido.

- Não! Nada de casamento, nada de morar juntos, nada de filhos que tocam violinos no café da manhã, nada de filhas chamadas “Cherie” ou que se matam pelo controle remoto, e nada de ser tratado como uma esposa-escrava! – Exclamou ela com raiva, e nós dois franzimos o cenho.

- Violinos? – Perguntei sem entender – Cherie? De onde você tirou isso?

- De lugar nenhum. Esquece. – Disse ela passando a mão pelo rosto. Alice se sentou novamente. Seu ataque de raiva tinha acabado pelo momento, e ela parecia completamente esgotada – Eu não acredito... Eu disse para vocês tirarem esses anéis!

- Ares que tirasse primeiro! – Protestou Apolo.

- Eu nada! Ela pediu para você com muito mais amor do que para mim! – Reclamei, mas Alice não estava nem mesmo se importando mais. Aquilo me fez sentir um pouco mal.

Certo. Apolo era um retardado e realmente merecia o troco por tentar roubar a Alice mim depois de todo o trabalho que eu tive para roubá-la dele. Eu era a vítima e só tentei me proteger. Só isso.

Mas... Acho que passamos um pouco do limite ao meter ela no meio da briga sem nem mesmo se importar. Talvez... Ela estivesse certa, afinal. Nós não ouvimos a Alice.

- O que você quer que a gente faça? – Perguntei sem querer – O que você quer para parar de fazer essa cara de desânimo?

- Até parece que vocês realmente ouviriam. – Retrucou ela.

- Nós vamos ouvir. – Confirmou Apolo – Prometemos isso, lembra?

Alice olhou para mim, e depois para Apolo. Novamente para mim, e foi aí que eu notei um brilho um tanto vingativo em seus olhos. Ela se levantou do sofá com um ar estranho. Como se estivesse prestes a se divertir muito.

Ergui uma sobrancelha para ela, mas Alice só sorriu para mim. Extremamente inocente. Inocente demais para o meu gosto.

- Vão ouvir mesmo? – Perguntou ela e Apolo assentiu. Eu continuei encarando ela, curioso de certo modo. Alice olhou para mim e cruzou os braços – E vão fazer qualquer coisa para eu me sentir melhor?

-... É. – Disse depois de uma curta pausa.

- Qualquer coisa, benzinho? – Perguntou só para me incomodar. Tinha dito a mesma coisa quando ela pediu para que eu fosse para Paris. Ela ergueu uma sobrancelha para mim esperando a minha resposta.

- Olha lá o que você vai fazer... – Falei em um murmuro, e Alice continuou parado olhando para mim, esperando a minha resposta – É... Qualquer coisa.

- Qualquer coisa. Agora diz o que você quer. – Disse Apolo não entendendo a cena que estava se passando.

- Vocês vão me agradar. – Sorriu Alice um tanto maligna, e eu continuei olhando para ela. Sinto muito... Mas é impossível ouvir essa frase e não levá-la para o duplo sentido. Embora eu soubesse que ela estava falando assim de propósito.

- Vamos o que? – Perguntou Apolo com um sorriso bobo. Dei um tapa na nuca dele, e seu sorriso sumiu.

- Agradar. Vão me obedecer. Fazer tudo o que eu quiser enquanto estiverem comigo. Lembra disso, Ares? – Perguntou Alice com um sorriso inocente. Desviei o olhar com raiva de mim mesmo. Viu?! Era isso que dava ser um cara bonzinho e ter pena de uma garota – Quem faz paga. Sinto muito, mas agora é a minha vez.

- Certo... Á vontade. – Disse Apolo ainda pensando no duplo sentido – E o que você tem em mente?

Alice revirou os olhos e depois olhou para Apolo.

- Não é nesse sentido. – Falou ela – Mas... Eu tenho em mente, que como não tem mais essa coisa de “dia do Apolo” ou “dia do Ares”... Vai ter o “dia da Alice”.

- Dia da Alice?! – Exclamei franzindo o cenho.

- É. Dia da Alice. E vai ser assim por todos os dias que nós ficarmos aqui. – Disse ela confirmando com a cabeça – Vocês vão fazer o que eu mandar, ouvir o que eu falar, e sem nenhuma reclamação.

Queria tanto dar um soco nela... E eu era o que agora?! Um escravo?! Era ela que tinha que me obedecer, e não o contrário!

- Eu tinha uma idéia mais agradável para a palavra “agradar”. Mas... Tudo bem. – Disse Apolo encolhendo os ombros. Alice revirou os olhos e eu dei outro tapa na nuca dele, e seu sorriso bobo desapareceu novamente – Tá bom... Mas o que você quer que eu faça por você, Alice? Eu estou a sua completa disposição.

- Os dois estão, mas eu não quero esse tipo de disposição. – Respondeu ela negando com a cabeça.

- Fala logo o que você quer antes que a mente do Apolo pense mais besteiras. –Falei olhando para ele. Apolo fez uma careta para mim.

- Você pensou a mesma coisa. – Falou ele. Verdade.

- Mentira. – Menti.

- Verdade. – Falou Alice olhando para mim – Aposto que pensou ainda pior do que ele, mas isso não me interessa. Querem ouvir o que eu quero? É simples. Quero poder acordar normalmente. E quando digo normalmente, eu quero dizer nada de lutas de esgrima ás 6 da manhã, ou tentativas de agarramento. Nada disso. Só paz e sossego.

- Oown, que foi? Não agüenta um treinamento logo de manhã? – Zombei dela – E ainda tenta provar que não é uma pirralha mimada.

- É melhor você parar, antes que eu pense em algo bem ruim para você fazer. – Ameaçou ela.

- Uuuh, morri de medo agora. – Revirei os olhos – Tsc. Se toca. Não tem nada que você possa fazer...

- Ótimo. Sabe o que você vai fazer amanhã de manhã, assim que eu acordar? – Perguntou ela sorrindo e me interrompendo – Você vai explicar tudo dessa história de noivado duplo para a minha mãe.

Ah... Eu me ferrei legal.

- Há! Se deu mal! – Riu Apolo da minha cara. Alice olhou para ele.

- E você vai explicar tudo para o meu pai. – Disse ela. Apolo parou de rir, arregalou os olhos, e depois abriu um sorriso nervoso.

- Alice... Minha musa linda... Ahm... Vamos pular essa parte, tá bom? – Pediu ele, mas ela negou com a cabeça – Olha... Hermes não vai gostar de saber de nada disso. Então para que contar?

- Se está tão preocupado que Hermes não vai gostar de saber o que vocês fizeram, então devia ter pensado nisso antes. – Rebateu ela. Alice foi andando em direção ao corredor, mas eu parei em sua frente – Saí, Ares. Eu vou dormir agora. – Apolo tentou acompanhá-la, mas ela lançou um olhar de raiva para ele – Sozinha!

- Escuta... Quanto á essa história da sua mãe... – Disse escolhendo bem as palavras. Eu... Não estava com medo dela. É claro que não. Eu sou o Deus da guerra. Não tenho medo de nada. Humpf – Por que você mesma não conta?

- Por quê? Você está com medinho da minha mãe? – Zombou ela. Nós dois estávamos um de frente para o outro, bem perto.

- Não é nada disso. – Respondi com uma careta – É... É só que... Se você contar para ela, vai estar tudo bem, mas se ela ouvir isso de mim vai querer me cortar em pedaços e fazer um lindo ensopado.

- É. – Ela chegou mais perto de mim, e não pude deixar de pensar em um segundo que seria ótimo agarrá-la naquele momento e beijá-la. Bem na frente do Apolo mesmo. Mas essa vontade passou quando ela terminou de falar em um tom sussurrante e um pouco sedutor – E eu vou ter a enorme felicidade de ajudar ela com o tempero do ensopado.

Alice me empurrou para o lado e passou para o corredor.

- Você é mesmo uma lesada. – Disse com raiva – Se acha mesmo que eu vou ser o único que vai sofrer com isso, então é uma sem-cérebro igual á sua irmã!

- Na verdade, é exatamente isso que eu penso. – Disse ela virando-se e marchando em minha direção novamente – Até porque, essa história toda de noivado é culpa sua!

- É culpa do Apolo também! – Exclamei para ela com raiva – Mas eu duvido que você fosse culpar o loiro-perfeição por isso.

- Eu também culpo, mas quer saber? Você é especial para mim. É a única pessoa que consegue ganhar todo o meu ódio. – Respondeu ela – Espero que sinta-se feliz por isso.

- Ah! Eu digo o mesmo. – Sorri para ela – Por que não tem garota mais chata, sem graça, lesada, e mimada que você!

- E não tem nenhum bad boy mais imbecil, cretino, nojento, irritante, e infernal que você! – Exclamou ela.

- Isso! É assim que eu gosto. – Comemorou Apolo, nos fazendo parar. Alice olhou para ele e depois para mim. Algo no olhar dela me fez sentir uma pontada de culpa.

- Você é tão idiota e egocêntrico que nem mesmo se importa quando torna a minha vida um inferno. Foi assim quando eu me mudei para a casa do lado da sua, foi assim que nós fomos para aquele maldito hotel, e está sendo assim agora com essa história de noivado. – Comentou ela – Mas para mim já chega. Se quer tanto tornar a minha vida um inferno, eu vou revidar.

- Vem com tudo então. – Respondi, embora parte de mim pensasse que eu era realmente irritante demais. Alice virou as costas e foi direto para o quarto dela.

- É por isso que as pessoas falam que existe uma linha muito fina entre o amor e o ódio? – Perguntou Apolo erguendo uma sobrancelha para mim.

- Não, não existe. – Respondi impaciente e com raiva – Existe uma muralha da China com guardas armados que dão tiros em qualquer pessoa que tente passar para o outro lado.

- Então você deve ser um queijo suíço de tanto levar tiros. – Comentou ele – Mas eu não me importo. Desde que você fique do seu lado e não passe para o dela... Ok.

- Eu faço o que eu quiser. Agora cala a boca e se manda da minha frente! – Exclamei com raiva. Fui para o meu quarto deixando Apolo para trás.

POV Alice

- Um pouco mais para o lado. – Disse calmamente. Apolo penteava o meu cabelo, e eu olhava para o espelho vendo se estava bom – Uhm... Um pouco mais.

- Assim? – Perguntou ele jogando a minha franja comprida para a esquerda.

- Que diferença faz? Você nunca penteia a droga do cabelo mesmo. – Resmungou Ares.

- Como está indo na cozinha mesmo? – Perguntei só para implicar com ele. Apolo parou de pentear para rir um pouco, e eu me virei sorrindo. Ares estava usando um avental rosa enquanto preparava waffles e leite. Imagina... Um homem de dois metros, músculo, todo machão, usando um aventalzinho rosa. Era a cena mais hilária de todas.

- Sua filha da... – Ele engoliu o resto da frase quando ouviu minha tosse forçada. Ares abriu um sorriso forçado, e eu sabia que ele me mataria com prazer se pudesse – Está quase pronto, Alice.

- Me dá medo ouvir ele dizer o seu nome. – Murmurou Apolo. Eu prendi o riso e fui para o sofá. Apolo sorriu para mim e sentou-se do meu lado. Ele segurou o meu queixo e me puxou para perto de si. Meus lábios estavam á centímetros dos dele – Então... O que mais você quer que eu faça?

- Uhm... Uma massagem. – Respondi em um tom sussurrante. Apolo abriu um sorriso para mim e passou a mão pela minha perna esquerda, mas eu a tirei de lá – No meu pé.

- Aaaah... – Fez ele desapontado – Por favor...

- Não. Nos pés. – Disse colocando-os encima de suas pernas. Apolo revirou os olhos desapontado, mas começou a massageá-los. Ares veio para perto de mim ainda com um sorriso forçado, e mostrou a bandeja com o café da manhã – Ooown, mas você não é um amor? Obrigada.

- Eu espero que se engasgue com cada pedacinho de waffle, sua sacana vingativa... – Disse ele com raiva, mas engoliu o resto da frase – Quero dizer... Alice.

- Por que você não puxa a poltrona aqui para perto? – Perguntei, mas ele sabia muito bem que era uma ordem. Ares colocou a bandeja encima da mesinha de centro de á vontade, e sentou-se puxando a poltrona para perto do sofá. Sorri para ele, estendi minha mão e apertei sua bochecha esquerda – Muito bom, meu fofo! Agora me faça um novo favor como um bom garoto, certo?

Apontei para a bandeja com um sorriso inocente no rosto, e Ares estreitou os olhos para mim se roendo de raiva.

- O que? Quer que eu te dê comida na boca também?! – Perguntou com raiva.

- Não. Claro que não. – Disse calmamente, e ele pareceu um pouco aliviado – Eu quero que você coma.

- O que?! – Rugiu ele com raiva – Isso é comida de crianças lesadas como você! Eu não bebo leite, e nem como waffles!

- Mas vai comer e beber agora, porque eu mandei. Não é ótimo ter poder sobre as pessoas e tornar a vida delas um inferno? Pois bem. – Disse para ele – Come. Agora.

Apolo parou de fazer a massagem só para olhar a cena do poderoso Deus da guerra bebendo um copo leite. Ares lançou um olhar de ódio para ele, mas acabou bebendo o copo e fazendo uma careta. Quando terminou ficou com um bigode branco, mas eu resolvi não comentar. Podia continuar rindo disso mais tarde.

Ele estava prestes a comer o waffle, quando a porta abriu violentamente. Lá estava o meu pai, reclamando com a minha mãe que tentava acalmá-lo. Hermes olhou para o sofá e viu Apolo e Ares.

- Alice, qual dos seus dois noivos eu soco primeiro? – Perguntou ele arregaçando as mangas da camisa. Os dois se levantaram e eu olhei para eles.

- Uhm... Os dois, pai. – Respondi calmamente - Sinta-se a vontade.


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Notas finais do capítulo

Hermes com raiva. Fuuuu!

Vamos ver se esses dois se salvam.

O próximo capítulo vai ser hilário. Só isso que posso comentar.

Espero pelos reviews, e vou responder os que ainda estão sem resposta, ok?

Beijos!