Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 47
Jenny vrs Éris e Scott vrs Jake


Notas iniciais do capítulo

Ok. Vamos ver no que isso vai dar...

Façam suas apostas! A luta vai começar.



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POV Ares

Ainda não conseguia acreditar que aquela maluca ia mesmo lutar contra Éris. A mãe da Alice esperou até que a Deusa do caos avançasse, e assim que chegou perto com os machados, ela bloqueou o ataque com um movimento rápido.

- Vai precisar mais do que isso. – Comentou Jenny. Com força, ela girou a lâmina pelos machados de Éris, tornando impossível que ela os mexessem, e deu uma forte cotovelada em seu nariz.

Ela cambaleou para trás, ficando a uma certa distância da mortal, e analisou o dano. Meu queixo caiu ao ver que seus nariz estava sangrando.

- Isso... Foi demais. – Comentei incrédulo. Ela deu um riso curto.

- Obrigada, Deus da guerra. – Respondeu calmamente. Éris rosnou de raiva e avançou em sua direção. Jenny desviou de seus ataques (que não eram nada fracos), e tentou cortar as cordas que ligavam os machados na esperança que Éris deixasse algum deles cair no chão.

Só que dessa vez, ela não conseguiu. Éris acertou o cabo deles e sua mão, de modo que não a cortou, mas foi o suficiente para derrubar a minha espada. Jenny reagiu rápido, segurando as mãos de Éris, que levantara os machados, pronta para acertar a cabeça da mãe de Alice.

- Desista! – Rugiu ela.

- Desiste você, se já está cansada. - Rebateu Jenny. Com um movimento inesperado, ela colocou o pé na barriga de Éris e a chutou para trás com toda força que tinha. A Deusa do caos voou para longe, e chocou-se contra uma pilha de caixas de madeira.

Ela não baixou a guarda por causa disso. Jenny esperou pronta para algum contra-ataque de Éris, e eu... Bem, eu estava impressionado demais para fazer alguma coisa.

- A quem aquela pirralha puxou?! Será que é pedir demais ela saber lutar assim?! – Exclamei pensando no assunto, e Jenny revirou os olhos tentando não rir.

- Sinto muito, mortal. Mas se é só isso que sabe fazer, então não vai conseguir sair viva dessa. – Disse Éris endireitando a postura. Ela pagou os machados e os girou na mão com um sorriso maldoso, e foi aí que notou que Jenny estava desarmada – O que? Acha que vai conseguir me derrotar sem arma nenhuma? Já notei de quem a Alice puxou a estupidez.

- Que foi, Éris? Medo de eu conseguir te dar uma surra com as próprias mãos? – Provocou Jenny, e Éris trincou os dentes. Lançou um dos machados (e ele ia acertar a cabeça de Jenny sem problema nenhum), mas a mortal desviou no último momento.

Éris não se deu por vencida, e continuou lançando os machados com toda a sua raiva e força. Jenny estava começando a ter trabalho para desviar, até que um deles passou raspando pelo seu braço direito.

A mãe da Alice colocou a mão sobre o machucado, e reprimiu um grito de dor.

- Quer mesmo continuar? – Riu Éris.

- Vem com tudo. – Desafiou ela. Éris correu até onde ela estava, e eu dei um passo para frente pronto para defendê-la, mas... Nem precisei fazer nada.

Mesmo com o braço machucado ela conseguiu desarmar Éris, segurando seus punhos e os torcendo. Quando os machados caíram no chão, Éris tentou pegá-los de volta, mas Jenny os chutou com força para longe perto da espada.

- Agora é a minha vez. – Disse a mãe/militar. Foi a coisa mais impressionante que eu já vi.

Jenny deu um chute que acertou o rosto de Éris. Depois outro, e mais outro. Até que para terminar o golpe, ela girou com força e deu um chute muito mais forte. Parecia coisa de cinema, se você visse, mas não pude deixar de imaginar que ver aquela cena era melhor que todas as lutas da TV.

Éris caiu novamente perto da pilha das caixas, e Jenny sorriu triunfante.

- É sério. Você me dá muito medo. – Comentei olhando para ela um pouco tenso – Como você consegue fazer isso?!

- Anos de prática. – Sorriu ela do mesmo modo pouco simpático que eu tinha sorrido antes. Meus olhos se arregalaram um pouco surpresos, mas logo voltei ao meu estado normal. Revirei os olhos e soltei um resmungo.

- Certo, tanto faz. Vamos logo achar aquela pirralha lesada para eu poder gritar com ela por ter fugido do hotel. – Resmunguei andando em direção á escada, mas fui pego de surpresa.

A mãe da Alice foi lançada com força contra uma parede á distância, logo atrás de um balcão de bar. Olhei assustado sem saber o que tinha acontecido, e foi aí que eu entendi.

- Éris! Isso não vale! – Exclamei com raiva. Ela tinha lançado a mortal para lá com um simples movimento de mão.

- Não me lembro de alguém ter marcado regras nessa competição. Agora vejamos... – Ela olhou para a direção em que a mãe de Alice estava. Ela se levantou com dificuldade e se apoiou na bancada do bar, sem forças – Como eu acabo com você? Partindo em fatias, ou cortando ao meio? Claro que eu também posso desmembrar. Ou talvez só mutilar, para depois matar. São tantas opções!

Éris sorriu maligna, mas a mãe de Alice só levantou uma sobrancelha para ela.

- Sabe... Você é patética. É só uma Deusa menor que quer chamar a atenção com essa rivalidade besta com Afrodite, e com essas briguinhas. Mas na verdade, as pessoas e o Olimpo viveriam melhor sem você. – Disse ela em um tom de repulsa.

- Do que você me chamou?! – Rosnou Éris com ódio. Suas mãos se apertaram em torno dos machados, mas a mãe de Alice não se abalou.

- Deusa menor. – Repetiu ela calma e lentamente para provocar Éris mais ainda. Ela era louca?! Seria o fim dela e depois a Filhinha de Hermes e o próprio Hermes iam ficar enchendo a minha cabeça dizendo que a culpa era minha!

- Você já era! – Rugiu Éris lançando os dois machados ao mesmo tempo. Coloquei a mão sobre a testa sem tirar os olhos da cena. Estava ferrado... Era o fim para ela com toda a certeza!

Mas então... Ela me surpreendeu novamente. Acho que foi dela que Alice puxou esse jeito imprevisível de agir. Jeny abaixou-se no último momento, e os machados cravaram-se na parede atrás dela. Só que... Em um lugar exato da parede. O painel de luz.

- Aaaah! – Gritou Éris ao receber um choque elétrico de milhares de woltz. E como as armas estavam presas em uma corda, o choque era conduzido com facilidade para ela. Jenny levantou-se novamente com a minha espada nas mãos e cortou com um golpe só os cabos dos machados.

Éris caiu para trás, e dessa vez não tinha forças para se levantar. Eu tive muita vontade de rir, mas ao invés disso...

- Jenny! – Exclamou Hermes correndo até onde ela estava. Ah, ótimo. Só chegou um pouquinho atrasado – Como foi sumir da minha vista?!

- É mais fácil do que pensa. – Respondeu ela encolhendo os ombros, mas então fez uma careta de dor – Ah...

- O seu braço. – Falou Hermes franzindo o cenho preocupado.

- Não é nada. – Respondeu ela revirando os olhos.

- Não é nada? Você está sangrando! – Exclamou ele ainda tenso e preocupado.

- Tsc. Francamente... Você exagera demais. – Ela fez uma careta para ele, e Hermes negou com a cabeça.

- E depois ainda fica com raiva de Alice ser uma cabeça dura. – Resmungou ele, e a mãe/militar ergueu uma sobrancelha para ele, ameaçadora.

- O que quer dizer com isso, Hermes? – Perguntou estreitando os olhos.

- Se eu fosse você não falava nada enquanto ela está com essa espada na mão. – Caminhei cautelosamente para perto dela, e estiquei a mão devagar. Jenny revirou os olhos soltando um suspiro de cansaço, e me entregou a espada – Bem melhor.

- E onde está a Alice, por acaso? – Perguntou Hermes, e Jenny virou-se para onde a Filhinha de Hermes estava antes. Droga... Mais trabalho para mim se ela se metesse em encrenca.

POV Alice

- Por aqui! – Exclamei correndo em direção á uma saída de fundos, mas umas duas empousais pularam na nossa frente.

- Alice, abaixa! – Exclamou Scott acertando uma delas com um pedaço de metal. Ela só caiu para o lado, mas consegui acertar uma flecha nela transformando-a em pó. Ia fazer o mesmo com a outra, mas ela estava perto demais de mim. Ia me machucar feio, se Scott não tivesse atravessado o pedaço de metal em seu estômago. Meu cabelo ficou coberto de pó dourado, e eu tossi um pouco – Por pouco...

- Obrigada... Vamos. – Disse voltando a correr com ele. Nós estávamos quase perto da porta quando mais um monstro pulou na nossa frente. Um monstro nojento e asqueroso chamado Jake.

- Achou mesmo que ia entrar aqui, destruir os meus planos e ir embora tranquilamente, Alice? – Perguntou ele me fuzilando com o olhar, mas com um sorriso maldoso no rosto.

- Seu plano? Nós dois sabemos que você é só um servo da Éris. Agora se manda da minha frente antes que eu resolva cortar a sua garganta fora, Jake! – Ameacei, mas ele negou com a cabeça rindo.

- Ninguém me dá ordens. Nem mesmo Éris. – Disse ele em um tom superior.

- É... E quem é Éris mesmo? – Perguntou Scott sem entender nada. Ele estava parado do meu lado segurando o pedaço de metal nas mãos, enquanto olhava fixamente para Jake, como se ele fosse algum zumbi de “Residente Evil” e pudesse pular em sua direção á qualquer momento.

- Mas vocês não combinam tanto? – Zombou Jake rindo – Ele é tão idiota quanto você, Alice. Devem formar um lindo casal.

Sem nenhuma paciência eu saquei a minha espada quebrando o grampo de cabelo. Apontei-o na direção de Jake, e trinquei os dentes.

- Ninguém quer ouvir a sua opinião. Agora saia da frente, Jake! – Exclamei com raiva. Ele sorriu torto para mim e pegou sua própria espada.

- Por que não vem aqui me tirar, princesa? – Desafiou ele. Olhei rapidamente para Scott ao meu lado, mas antes que pudesse dizer alguma coisa...

- Sem problemas. Eu espero aqui. – Disse Scott com um sorriso nervoso. Se não estivesse com raiva de Jake, eu pararia para rir, mas não era o caso.

Avancei com toda a minha força na direção dele, e ele na minha. Nossas espadas se chocaram uma contra a outra, e recuamos um passo. Continuamos em uma disputa acirrada para ver quem matava quem antes de ser morto.

- Assim que eu cortar o seu lindo rostinho imortal, eu vou acabar com o seu namoradinho. – Disse Jake rindo maldoso quando nossas lâminas se chocaram uma contra a outra, e nossos rostos estavam extremamente pertos.

- Não se eu afundar a minha espada no seu peito primeiro. – Disse.

Nós giramos e continuamos a brigar, mas nossa luta foi interrompida quando...

- Alice! – Berrou Scott. Dei uma cotovelada em Jake e ele se preparou para me bater de volta, mas... Se deteve. Nós dois sentimos o chão tremer.

- Ah, não... – Murmurei ao ver o que era. Cerca de 10 cães infernais estavam correndo em nossa direção com extrema velocidade. Se eles nos alcançassem seria o fim de todos.

- Kelly! – Berrou Ares. Olhei para cima e vi que ele estava no segundo andar – A escada, pirralha!

Olhei rapidamente para a escada que estava logo perto da saída. Ela dava para o segundo andar. Sem nem perceber, Scott segurou minha mão com força e começou a correr na direção da escada. Jake não quis parar para brigar conosco, pois pelo visto ele não tinha o controle daqueles monstros.

Nós corremos até os degraus, e conseguimos passar na frente de Jake. Só que ao chegarmos na metade da escada, os cães quebraram os degraus anteriores. Meus pés atravessaram o ar, e eu prendi a respiração. Se caísse, estava morta.

- Saí da minha frente! – Exclamou Jake, me empurrando. Scott já tinha subido a escada inteira. O filho de Afrodite estava do meu lado, mas eu podia notar o desespero de suas mãos tentando alcançar o topo da escada.

- Não me empurre! – Exclamei empurrando-o novamente para o lado. Depois de muitas cotoveladas, nós chegamos ao topo da escada. Jake correu um pouco para frente, mantendo distância de mim, e Scott veio para o meu lado.

- Alice, você está bem? – Perguntou ele e eu assenti. Scott olhou para baixo tenso e depois para mim – Acho que isso não acontece todo dia.

- Só para você. – Rebati cansada. Olhei para Jake no exato momento em que uma espada passou voando e cravou-se á uns metros dele. Estávamos á mesma distância dela, e notei que era a espada de Ares.

- Você é muito sem noção para mostrar a sua cara para mim de novo, sua peste. – Rosnou Ares se aproximando de nós dois. Hermes e minha mãe estavam vindo logo atrás. Foi aí que me perguntei... Onde estaria o Apolo?!

- Sentiu falta de mim, Ares? – Perguntou Jake zombando. Ares disse algo como “Que pena que eu errei a mira”, e foi aí que a cena passou bem rápida. Jake e eu batemos os olhos na espada ao mesmo tempo. Ele olhou para mim, e eu para ele.

Quase que sincronizados, nós dois nos levantamos e corremos em direção dela. Eu saquei minha espada novamente e ele a dele. Com um movimento rápido, Jake lançou a espada dele na direção dos meus pés, e eu tive que parar de correr e dar um pulo para não serem cortados.

Foi o suficiente para eu cair no chão, Jake colocar o pé encima de minha barriga (aproveitando a chance de se vingar por eu ter feito o mesmo com ele, é claro), e apontar a espada de Ares para mim.

- Obrigado pelo presente, Deus da guerra. Vai ser bem útil no momento. – Sorriu Jake olhando para mim. Ninguém mexeu um músculo sequer, com exceção. Bem... Sem contar eu mesma, é claro, que me movia tentando livrar-me do pé dele.

- Solta ela! – Exigiu Scott correndo na nossa direção. Os olhos de Jake pararam nele, mas já era tarde. Scott meteu um belo soco na barriga de Jake, fazendo-o tombar para trás. Ele me ajudou a levantar rapidamente, e pegou a minha espada de mim – Alice, fica perto deles.

- O que?! – Exclamei tentando tirar a minha espada de suas mãos – Scott, não! Não faça nenhuma besteira! Você não sabe como...!

- Eu dou um jeito, agora vai! – Exclamou ele me empurrando para o lado. Jake não quis esperar.

- Que lindo. Salvando a Alice, é? Então morra como um herói, idiota! – Exclamou ele correndo na direção de Scott, que ficou parado sorrindo. Arregalei os olhos.

Eu estava ao lado de Ares, que também estava reagindo do mesmo jeito que eu. Scott fez o que eu achei completamente impossível e inimaginável. Ele apontou a espada para Jake, mas ao invés de cortá-lo ou algo do tipo, só deu um simples passo para lado.

- Não! – Berrou Jake ao ver que não conseguiria parar. Ele estava rápido demais, de modo que quando Scott moveu-se abrindo caminho, ele passou direto pelo semideus indeterminado e caiu da escada.

Corri até Scott e o abracei com força, feliz por estar a salvo.

- Ainda bem que você não morreu. – Disse ainda com o rosto em seu ombro. Ele afagou o meu cabelo com a mão, mas então parou. Eu me separei dele, e pude entender exatamente o que tinha acontecido.

Não posso dizer que vi alguma coisa. Na verdade... Nem mesmo queria, pois o som altíssimo dos latidos e rosnados selvagens e assassinos dos cães infernais já deram o recado de modo claro o suficiente. E também... O grito masculino estridente vindo do andar de baixo.

Senti meu estômago se revirar, enquanto eu e Scott viramos em direção á escada quebrada ao meio. Tentei chegar perto para olhar a cena, tomando muita coragem e respirando fundo, mas assim que dei um passo para frente, Ares tampou meus olhos.

Pude sentir quando ele me abraçou, enquanto mantinha meus olhos fechados. Mas ainda podia ouvir o som. Quando ele finalmente cessou, e os cães foram embora com grunhidos satisfeitos, Ares me soltou.

- Ele... – Minha voz saiu trêmula e nauseada.

- Não se preocupe. – Disse Ares em um tom calmo, que parecia não pertencê-lo. Mas logo voltou ao normal – Ele está em um lugar pior agora. Aquele miserável.


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Notas finais do capítulo

Ok... Aposto que muitos de vocês ainda estão olhando para a tela do computador com uma cara de choque, mas... Calma.

Respirem. Inspirem. Respirem. Inspirem...

Voltando ao normal... Vejo vocês no próximo capítulo de "Minha viagem infernal", quando o Scott finalmente descobre de quem ele é filho.

Beijos!