Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 46
Hora da ação


Notas iniciais do capítulo

Vamos ver no que isso tudo vai dar...



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- Então... Deixa eu ver se eu entendi... – Disse Apolo do meu lado. Ele virou violentamente o carro, mas de forma completamente natural, desviando de uma moto – Éris se uniu com o Jake, que era aquele filho de Afrodite imbecil que tentou fazer você ficar zangada comigo e me deixar, para poder seqüestrar o Scott. É isso?

- Uhm... É por aí. – Concordei olhando para frente.

- E estamos agora seguindo o Ares, porque ele disse que ia ajudar o Scott, só que você quer ver isso com os próprios olhos para se certificar. Certo? – Continuou ele e eu assenti – E ainda por cima, tem que voltar para o hotel antes dele, porque a ordem foi para você estar lá quando ele chegar, não é?

- Que bom que entende rápido. – Comentei dando um meio sorriso.

- Pois é. Isso já é rotina. Só mais uma aventura de Alice Kelly. – Riu ele voltando os olhos para a estrada. Parou o carro á uma quadra de distância de Ares, que estava vários metros na frente de moto.

O Deus da guerra desceu do veículo e parou na frente de um lugar um tanto estranho. Era um tipo de armazém aparentemente abandonado, mas se ele tinha parado lá... Era porque Éris estava lá. E consequentemente...

- Scott... – Acabei deixando seu nome escapar, e Apolo olhou para mim. Ele deu um sorriso um encorajador, mas com um fundo de inveja.

- Calma. Ele vai ficar bem. – Confirmou Apolo. Ele acariciou o meu rosto com a palma de mão – Afinal de contas... Ele tem você.

Franzi o cenho para ele, mas Apolo só se resumiu a sair do carro. Em uma pequena fração de segundos, a cena dele me dando carona pela primeira vez me passou pela mente.

“ “Então...” Ele olhou em volta como se quisesse saber onde estava. “O que uma garota tão bonita está fazendo sozinha no meio de New Jersey?”

Senti meu rosto ficar vermelho.

“Ah, eu... Bonita?” Eu ri. “Não. Não mesmo. Eu... Eu moro aqui perto, e... Vim  correr um pouco.”

“Correr é?” Isso pareceu agradar ele. “Você parece o tipo de garota que gosta de velocidade.”

Eu assenti.

“Eu gosto mesmo.” Confessei.

“Quer dar uma volta?” Perguntou ele. “

- Alice? – Perguntou ele. Olhei para o lado e notei que Apolo estava em pé na frente da minha porta. Ele já a tinha aberto para mim, e esperava pacientemente por minha reação.

- Ah. Sim... – Respondi saindo do carro. Apolo fechou a porta, e eu andei ao seu lado até a porta do armazém. Por que eu me sentia tão mal pelo que ele tinha comentado? Por que, de repente, parecia que eu estava completamente errada ou sendo má? – Apolo...

- Sim? – Perguntou calmamente e olhando para mim – O que foi, Alice?

- Você... Você entende que eu só quero que ele fique bem, porque eu me importo com o Scott, não é? Do mesmo jeito que eu me importo com você. – Falei, mas aquilo não ficou muito bom.

- É... Do mesmo jeito que se importa comigo. – Ele repetiu essa parte, e pude ver que isso o incomodou.

- Apolo, não é isso. É que... Ele... – Eu parei de andar, e ele virou-se para mim olhar. Podia sentir o meu coração se apertando – É que ele sempre ficou do meu lado. Sério. Quando ninguém mais ficou. Ele me entende, até porque... Tinha os mesmos problemas que eu. Só acho injusto ele sofrer por uma coisa que... Que... A culpa é minha.

Apolo respirou fundo. Eu podia sentir os meus olhos um pouco molhados, mas eu não ia chorar. Ele veio na minha direção e me abraçou.

- Certo... Eu não me importo. Ele é mesmo um cara legal. – Comentou ele com uma voz suave e serena no meu ouvido – E também... Eu sei que você gosta de mim.

Eu assenti sem conseguir dizer nada, e me afastei dele. Apolo segurou a minha mão e me puxou para a direção do armazém onde Ares entrara.

- Eu já vim aqui antes. Éris já trousse o Scott para cá uma vez. Eu e Ares tiramos ele daqui na última hora. – Contou ele parado ao lado da porta. Apolo olhou para mim – Alice, isso é muito perigoso. Se Éris te vir, depois de tudo que você me contou, ela não vai ter pena de você. Vai partir para uma briga feia.

- Já lutei com gente pior. – Disse tomando mais coragem. Não tinha tempo para me sentir culpada, ou ficar preocupada com o que podia ter acontecido com Scott. Senão nunca conseguiria ajudá-lo. Entretanto, Apolo ergueu uma sobrancelha para mim – Eu não vou fazer nada, Apolo. Só quero ver se tudo vai acabar bem. Só isso.

- Certo. Qualquer coisa... Eu estou aqui do seu lado. – Disse ele. Apolo abriu a porta discretamente, e nós dois entramos. Dava para ver que o lugar estava cheio. Podia aportar que a maior parte das pessoas de lá eram monstros – Vamos ficar agachados aqui. O Ares está lá encima. Dá para ver daqui mesmo, olha.

Olhei para onde Apolo apontou. Nós nos agachamos atrás de uma pilha de caixas de madeira. Ares estava subindo as escadas, e pude ver que estava indo em direção de Éris. Apolo fez surgir dois fones de ouvido, e pediu para eu colocar um.

- Apolo, o que isso vai...? – Não tive tempo de responder.

- Ora, ora... Se não é o Deus da guerra. – Comentou Éris zombando – Não lembro de ter te colocado na lista da festa, Ares.

- Eu não entro em listas, Éris. E não vim para uma festa. – Respondeu ele em um tom frio – Quero o moleque.

- São fones de ouvido que transmitem som á distância. – Comentou Apolo do meu lado, e eu fiquei impressionada.

 - Há! Você quer ele é? – Perguntou Éris rindo. Agora eu entendia perfeitamente o que Apolo dissera. Éris não gosta de ninguém, assim como ninguém gosta da Éris. – Me diz então... Quem te mandou vir aqui para levá-lo? A princesinha cor de rosa, ou a sua namoradinha sem graça e fracassada? Vai, Ares. Me diz. Ela ainda está sangrando por causa daquele corte feio?

Apolo olhou para mim de repente, e eu desviei os olhos para o chão.

- Alice! Onde? – Perguntou preocupado. Abri a boca para responder que estava tudo bem, mas ele não quis saber. Segurei a barra da camisa e a suspendi mostrando o curativo que Ares fizera – Por que não me disse? Isso pode ser grave!

- Estou bem por enquanto. – Ele negou com a cabeça sem acreditar em mim, mas eu não o deixei dizer nada - Quando voltarmos você pode ver isso melhor, certo? Agora vamos ouvir.

Ao ouvir o que Éris dissera, Ares sacou a sua espada com raiva dando um passo em sua direção. Éris não reagiu com medo. Ela só sorriu maldosa para ele.

- Oh... Toquei em um ponto fraco? – Perguntou ela rindo. Éris e suas roupas punk pareciam combinar muito bem no momento. Ares rosnou para ela, mas ela só retribuiu o rosnado – Se manda, gatão. O queridinho da Afrodite é meu por enquanto. Por que você não dá meia volta e vai dar uns beijinhos nela para o machucado melhor?

Ares estava longe de levar esse desaforo para casa. Ele avançou na direção dela com toda a sua força, e partiu ao meio uma caixa de madeira na qual ela estava encostada. Éris fez aparecer uma espada para si mesma, e bloqueou um ataque de Ares.

Enquanto eles lutavam, pude notar Jake sentando em uma cadeira mais afastado. Ele estava rodeado por umas três garotas um tanto estranhas...

- São empousais. – Disse Apolo para mim – Elas são monstros sedutores, mas quando tomam sua forma verdadeira, são horrorosas.

- Como as sereias? – Perguntei.

- Não. As sereias são horrorosas mesmo. Só tem um canto bonito, aí você não nota a feiúra. – Respondeu ele dando de ombros. Mas para o canto, um pouco longe deles, pude ver alguém deitado no chão.

- Scott! – Exclamei baixinho já me levantando, mas Apolo me puxou para baixo.

Olhei para ele mais uma vez, pedindo silenciosamente para que ele acordasse e tentasse fugir enquanto Ares distraia Éris, mas ele não se moveu. Olhei para onde Jake estava, mas não vi ninguém.

- Alice, eu ajudo ele, enquanto o Ares está lutando, certo? Fique aqui. Por favor. – Apolo segurou o meu rosto e me deu um beijo. Após ele me largar, saiu em direção ao andar em que Ares estava. Eu fiquei parada lá por um tempo, mas...

- Acho que depois que terminarem a luta, nós podemos nos divertir um pouco com aquele garoto. – Comentou Jake para as empousais. Elas três estavam andando com ele, que já estava no mesmo andar que eu – Só queria poder ver a carinha da filha de Hermes quando o seu terceiro namoradinho caísse nas garras de vocês.

Sem pensar duas vezes, com a raiva tomando o meu corpo, eu fiz surgir o meu arco e flechas e pulei encima da pilha de caixas de madeira. Atirei as flechas facilmente destruindo as três empousais de uma vez. Jake olhou para mim ainda sem entender o que tinha acontecido, e eu apontei a flecha para sua testa.

- Lembra, Jake? Eu disse que viria atrás você. – Rosnei com raiva.

- Alice! – Rosnou ele de volta. Lancei a flecha, e ela acertou o seu ombro. Ele tombou para trás cheio de dor, e eu desci devagar das pilhas de caixas. Ele estava xingando em grego antigo todos os piores nomes para mim, mas não liguei para isso. Coloquei o pé encima de sua barriga com força, e apontei mais uma flecha para sua cabeça.

- Eu disse para deixar ele em paz. Mas você não quis me ouvir. – Disse rangendo os dentes. Jake riu para mim, o que eu mais odiava nele! Aquele riso de deboche cretino.

- Alice... Qual é a cor dos meus olhos? – Perguntou ele tentando não rir. Jake puxou a flecha para fora do seu ombro, e reprimiu um grito de dor. Ele olhou diretamente para os meus olhos – Então... Qual é a cor deles?

- Se você pensa que vai me enganar com os seus truques de hipnose...! – Exclamei com raiva, mas já era tarde. Eu comecei a sentir todo o armazém girar. De repente... Tinham três Jake no chão. Eu tinha uns três pés também, e cada um estava apoiado sobre a barriga de um de seus clones.

Franzi o cenho tonta, mas tentei parecer forte e concentrada. Não podia deixar que ele me controlasse daquele jeito.

- Diga adeus, Alice Kelly. – Riu ele triunfante.

Eu estaria morta. Mesmo. Enquanto Jake bagunçava a minha visão, um mantícore avançava velozmente na minha direção. No último segundo, quando ele ia me matar, alguém segurou a minha cintura a pulou para trás comigo.

- Você está bem? – Perguntou a pessoa preocupada. Minha visão melhorou e pude ver...

- Pai? – Falei surpresa dele estar ali. Minha mãe apareceu logo do seu lado, e sorriu para mim. Pisquei os olhos algumas vezes, e voltei ao normal ao ouvir a voz de Jake.

- Ah, que lindo. Será que o seu papai vai te salvar todas as vezes que estiver em perigo, Alice? – Perguntou ele rindo. Saquei uma flecha e apontei para ele. Soltei e esperei que o atingisse novamente, mas o mantícore pulou na frente, sendo reduzido á pó dourado.

Jake aproveitou para correr em direção as escadas. Dei um passo em sua direção, mas minha mãe segurou meu braço.

- Alice, pense bem. Não é melhor deixar isso com Apolo e Ares? – Perguntou tensa – Mexer com Éris não é nada sábio.

- Eu tenho que fazer isso, mãe. – Disse para ela. Olhei para o meu pai – Fique com ela aqui, ok? Não deixe que ela se machuque.

Saí correndo em direção á outra escada que dava acesso ao segundo andar sem nem mesmo parar para ouvir minha mãe. A escada mais afastada a qual eu peguei era livre de qualquer monstro, e mais rápida para chegar até Scott.

Após subi-la, corri até onde ele estava. Meus pés cederam na metade do caminho, ao notar que ele continuava desacordado. Deixei meus joelhos deslizarem pelo chão até o corpo dele.

- Scott. Scott, por favor. Acorda. – Pedi tensa. Para a minha surpresa a mão dele tampou minha boca. Seus olhos olharam para a briga entre Ares e Éris logo adiante, e depois para mim.

- Sh! Ela vai acabar ouvindo. – Disse ele. Scott apontou com a cabeça para a mesma escada da qual eu vim, e entendi o que ele quis dizer. Costumávamos usar esses códigos quando estudávamos juntos para fugir dos monstros da floresta pequena que tinha na cidade – Vamos. Antes que alguém note.

Assenti com a cabeça, mas assim que Scott passou na minha frente correndo agachado e eu tentei segui-lo, algo segurou meu pé e me puxou para trás.

- Então você foi idiota o suficiente de vir até mim, Alice Kelly? – Perguntou Éris rindo. Virei-me para olhá-la e notei que Ares arregalou os olhos para mim em uma mistura de raiva e espanto.

- Alice! – Berrou ele – Mandei ficar fora disso!

- É uma peninha que você não ouviu. Mas não tem problema... Agora eu posso usar você para torturar Ares. Vamos ver que cara ele faz quando eu corto a sua namoradinha ao meio! – Exclamou ela sacando sua espada.

Virei o rosto para não ver a cena dela me cortando ao meio, mas para a minha surpresa, alguém chutou Éris para longe.

- Não a minha filha, sua cobra. – Disse alguém rangendo os dentes. Esperava que fosse Hermes, quando olhei...

- O que?! – Exclamamos eu e Ares juntos. Meus olhos se arregalaram ao ver minha mãe parada na minha frente com os punhos cerrados – Mãe?! O que você...?!

- Alice, vai atrás do Scott. Eu cuido disso. – Disse ela me cortando.

- Você cuida disso?! Como assim você cuida disso?! – Perguntou Ares incrédulo – Ficou louca?! Você vai morrer mais rápido do que a sua filha morreria!

- Ele tem razão... Você não...! – Tentei, mas ela não quis ouvir.

- Apolo deve estar com problemas também. Vai! – Exigiu ela. Antes de ir atrás do Scott, que tinha parado na escada, olhei para Ares lançando um pedido silencioso.

- Por favor, não deixe que Éris parta ela ao meio. Eu sei que ela é completamente louca, mas é a única mãe que eu tenho! – Pedi em um tipo de oração para o Deus da guerra, e ele ergueu uma sobrancelha, inseguro.

 Não era hora para ele ter medo da minha mãe! Esperava que Ares se tocasse disso e reagisse, porque era a única esperança que eu tinha (o que não me deixava nada confortável).

- Alice! – Exclamou Scott. Um cão infernal tinha aparecido na frente dele, e agora ele lutava na tentativa desesperada de manter a boca do monstro aberta para não perder a cabeça em um lanchinho matinal – Dá para me dar uma mãozinha?! Tipo... Agora!

- Estou indo, Pilgrim! – Respondi correndo até ele.

POV Ares

Apareci ao lado da mãe da Alice, e olhei para ela. Não parecia ter nem um pingo de medo. Éris girou a espada na mão, fazendo-a se transformar em dois machados ligados por um cabo largo. Era uma arma boa, se sabia usar.

- Há! Acha que pode ajudar a sua filhinha, mortal? – Perguntou ela rindo – Isso vai ser muito divertido.

- Escuta... Você tem noção de que isso é suicídio certo, não é? – Comentei perto dela. A mãe/militar riu sem graça, e pegou de mim a minha espada. Achava que seria pesada demais para ela, mas Jenny a manejou calmamente nas mãos – Você tem vários parafusos a menos na cabeça.

- Por que não fica quietinho, enquanto eu salvo a sua garota da guerra e o seu traseiro imortal, hein? – Rebateu ela confiante.

Ela era boa.

- Vou observar de longe. Me avise quando quiser dar uma última mensagem para a sua filhinha. – Respondi com um sorriso nada simpático, e ela retribuiu do mesmo jeito.

- Sente e espere. – Jenny apontou a espada para Éris, desafiadora – Você vai vir, ou vai ficar só parada olhando para mim? Covarde.

- Estava esperando o convite. – Respondeu Éris lambendo os lábios ao imaginar como seria prazeroso matar a mãe da minha namorada.

Aquilo seria uma briga e tanto...


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaaaam!

Próximo capítulo... Jenny vrs Éris! Tudo ou nada pela Alice!

Vamos ver no que isso vai dar.

Espero pelos reviews, e até mais.