Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 38
Cuidado, lá vai Éris!


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem desse capítulo.

Na verdade, eu sempre espero que vocês gostem dos capítulos. Hahaha.

Boa leitura...



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POV Ares

- Uhm... Tem milhões de Scotts por Paris, não é? – Disse Apolo olhando para mim e tentando parecer relaxado – Quem garante que ela esteja falando do Scott Collins?

- Queridinho da Afrodite. Paris. Scott. – Citei contando nos dedos, e depois usei o meu sarcasmo – Claro. É pura coincidência.

- Sarcasmo machuca, sabia? – Disse Apolo fazendo uma careta para mim, mas logo depois voltou a ficar sério – Isso não é nada bom. Não tem nem como saber o que essa maluca vai fazer com o Scott.

Soltei um suspiro pesado e ajeitei minha jaqueta de coro. Peguei as chaves da moto encima da mesinha de centro e fui até a porta.

- Aonde você vai? – Perguntou Apolo franzindo o cenho e correndo até mim.

- Você quer mesmo ficar parado aqui enquanto Éris bagunça a cabeça oca daquele moleque? Vamos. Temos que ajudar o ex namoradinho da Alice. – Disse saindo do quarto. Apolo fechou a porta atrás de si e riu para mim – O que foi?

- Você está fazendo isso para ela não se sentir mal. Nossa... Estou impressionado. – Comentou ele olhando para mim.

- Estou nada! É só que se eu não fizer alguma coisa, nunca vou ter paz de novo, pois Afrodite e ela vão ficar enchendo o meu ouvido. – Resmunguei em resposta. Idiota! Até parece que eu ia ligar se ela ficasse triste por causa disso.

- Certo. – Apolo assentiu e começou a andar até o elevador comigo – Mas você chamou ela de “Alice.”

- O que? – Perguntei quando as portas se fecharam na nossa frente.

- Alice. Você chamou ela de Alice. – Disse ela rindo – Falou “o ex namoradinho da Alice”. Você nunca chama a Alice de Alice.

- Eu chamo quem eu quiser do jeito que eu quiser. Se eu estiver a fim de te chamar de ensolarado, esse vai ser o seu nome. Agora cala a boca. – Respondi irritado.

Quando nós finalmente saímos do hotel, fiz a minha moto virar um carro (porque definitivamente não ia levar o Apolo de moto para ele ficar me abraçando por trás), e nós fomos andar pela cidade.

- Ela falou... Um armazém. – Disse Apolo franzindo o cenho. De repente, ele segurou o meu braço e apontou para o vidro do meu lado – Para! Olha só!

Parei o carro e nós pudemos ver. Lá estava o Scott, na frente de uma loja, e do seu lado Éris. Ele andava com um ar de incerteza, como se não soubesse se realmente devia estar fazendo aquilo, e ficou mais do que claro para mim que Éris estava controlando ele.

- Vamos lá... Nós vamos nos divertir um pouquinho e depois... Quem sabe? – Disse ela com um sorriso malicioso. Scott desviou o olhar com o rosto um pouco vermelho, mas seu cenho estava franzido.

- Eu... Não sei. – Disse ele em um sussurro.

- Já falei para você... Não adianta ficar com essa história de amor na cabeça. – Falou Éris fingindo estar querendo ajudar – Se a sua garota te deu um fora, então você também não precisa mais dela.

- Ela não me deu um fora. – Disse ele – E não estamos juntos.

- Melhor ainda. Vamos comemorar isso. – Disse Éris segurando o queixo dele. Ela olhou profundamente em seus olhos, e piscou para ele – O que me diz?

Scott hesitou, mas por fim acabou soltando um “Tudo bem” junto com um suspiro. Éris deu alguns pulos de alegria, por ver que seu plano estava dando certo, e puxou ele pela mão em direção ao tal lugar.

- Aquela víbora controladora... – Murmurei olhando para ela se afastar.

- Éris é muito tensa. – Comentou Apolo olhando também – Pobre garoto. Não vai ter nem chance. Ela deve fazer uma lavagem cerebral nele, ou deve meter ele em alguma briga de bar.

- Vamos ver então. – Disse acelerando. Nós não andamos muito, pois o armazém era realmente perto do hotel. Parei o carro atrás de uma fileira de outros, e nós dois descemos. Eu e Apolo entramos no tal armazém logo após Éris, e ficamos parados na porta – Isso não vai ser nada bom.

Aquele não era um armazém comum. Era enorme e cheio de mesas, onde as pessoas bebiam, jogavam, ou só riam da cara uma das outras. Tinham vários bares, e várias escadas dando acesso aos outros andares.

Uma dúzia de pessoas estavam se agarrando logo na porta, o que prendeu a atenção de Apolo.

- Talvez não seja uma briga de bar que ela queira. – Comentou ele rindo.

- Vamos logo pegar esse moleque e irmos embora, certo? – Falei, mas eu mesmo me detive – Espera... Não podemos aparecer assim do nada.

- Por que não? – Perguntou Apolo, mas então ele mesmo se tocou – Ah, é. Ele ainda pensa que nós queremos matar ele.

- E Éris também conhece a gente. Se vir que nós queremos alguma coisa com o garoto, ela vai tentar causar um belo caos. – Completei com raiva dela.

- Então... Acho que eu tenho um plano. – Disse ele com um sorriso maldoso – Você distrai Éris, enquanto eu levo ele embora.

- O que você quer dizer com “distrair”?! – Exclamei com raiva.

- Ah, Ares. Você me entendeu... “Gatão”. – Zombou ele rindo da cena que tinha acontecido no hotel. Trinquei os dentes e fuzilei ele com um olhar de raiva.

- Se você quer tanta assim que alguém “distraia” ela, então vai você, Pedaço de mau caminho. – Zombei de volta.

Um casal passou e olhou torto para nós, pensando que éramos namorados ou coisa do tipo.

- Ok. Isso está ficando muito estranho. – Disse Apolo. Ele estalou os dedos e tomou uma outra forma. Calça jeans um pouco larga, camisa branca com desenho de notas musicais, e cabelo castanho comprido. Ele era a Alice. Com a voz dela, disse – Eu chamo o Scott, e você tira a Éris de perto dele. Tente não se empolgar muito, ok?

- Idiota. – Resmunguei. Olhamos para o mesmo lugar, um balcão onde vendia bebidas, e vimos Éris acompanhada dele – Certo... Eu vou. Mas é melhor você tirar ele de lá rápido.

Nós dois corremos até o lugar. Apolo se escondeu atrás de uma pilastra, enquanto eu cheguei perto de Éris. Respirei fundo, tomando coragem para enfrentar aquela louca, e fui falar com ela.

- Ahm... Éris. – Disse chegando perto.

- Eu? – Perguntou erguendo uma sobrancelha para o lado, mas quando notou que era eu, abriu um enorme sorriso – Eu sabia que você vinha me fazer companhia!

- É... Eu... – Éris pulou no meu pescoço, mas por sorte não me beijou. Ela olhou para Scott, que parecia um tipo de zumbi. Ele olhou para o lado e nos viu juntos, mas não pareceu ligar. Aquilo me lembrava alguém de novo... – Quem é ele? – Perguntei fingindo estar com ciúmes.

- É o queridinho da Afrodite. – Sussurrou no meu ouvido – Mas não se preocupe. O meu queridinho é você.

Éris mordeu minha orelha, e me controlei para não lançá-la para longe de mim. Meus dedos foram para sua cintura e a levantei com facilidade.

- Ahm... Por que não deixamos ele um pouco aí? Depois a gente volta. – Disse para ela com um sorriso falso. Ela caiu nessa.

- Querendo ir direto ao assunto, Ares? – Perguntou com um sorriso malicioso – Adoro quando você age assim.

Éris começou a beijar com vontade o meu pescoço, e eu olhei para Apolo que estava no canto do bar. Ele lançou uns beijinhos no ar para me zoar, e fiz uma careta para ele. Éris saiu me puxando para longe dali, e eu realmente esperava que Apolo agisse rápido...

POV Apolo

Assim que Ares foi puxado por Éris para fazer coisas não recomendadas para menores de 18 anos, eu corri até onde Scott estava.

- Ahm... Ei. Scott? – Falei passando a mão na frente do rosto dele. Ele piscou distraído, e olhou para mim franzindo o cenho – Você está bem? Consegue me ouvir?

- Alice...? – Murmurou ele franzindo o cenho.

- É. Sou eu. – Menti com um sorriso forçado. No mesmo instante ele acordou do tal do transe, e pulou do banco em que estava sentado.

- Alice! O que você está fazendo? Não devia estar aqui perto de mim no meio da noite. Aqueles monstros... –Eu o interrompi.

- Esquece eles, ok? Eu tenho que explicar umas coisas para você, mas isso fica para amanhã. Primeiro você tem que dar o fora daqui. – Disse puxando ele para longe do bar. Ele não protestou em me seguir, o que melhorou bastante as coisas para mim.

Nós chegamos rapidamente á porta do bar, e assim que saímos pude ver que ele me olhava de um jeito estranho. Olha... Estava sendo um cara muito bonzinho ajudando ele, mas se aquele moleque tentasse me beijar, eu ia reduzir ele á pó.

- Vamos andando. – Disse ele indo em direção ao hotel. Eu assenti e caminhei com ele. Não sabia o que dizer. Ele tentara salvar a Alice, e eu deveria agradecer por isso. E me desculpar, é claro. Mas estava com a aparência dela. Não podia fazer nada.

O que ela faria?

- Ahm... Scott. Os... Meus namorados querem te pedir desculpa. – Comentei sem graça – Eu sinto muito pela confusão que eles causaram. Mesmo. E eles também sentem.

Scott olhou para mim em silêncio e assentiu, mas continuou andando mudo. Qual era o problema dele? Eu já não era muito de pedir desculpas para concorrentes, e quando eu fazia alguma coisa, ninguém agradecia?! Humpf.

- Fala a verdade. Você não é a Alice. – Disse ele parando de andar. Eu parei também e olhei para ele. Soltei uma risada, embora ela tenha saído de um jeito um pouco estranho.

- O que? É claro que eu sou a Alice! – Exclamei como se fosse óbvio – Por que você acha que...?

- Dá para ver que não é. – Falou ele olhando para mim – Nem os olhos são da mesma cor. O jeito não é o mesmo. A Alice também não falaria comigo tão tranquilamente depois do que aconteceu no hotel. Ela ia ficar com um ar triste e envergonhado ao mesmo tempo, porque é assim que ela sempre reagi quando se sente realmente culpada.

Engoli em seco, e olhei para ele por alguns minutos.

- Você conhece ela muito bem, não é? – Comentei um pouco desanimado – Eu... Queria poder saber tantos detalhes sobre ela. Mesmo. Vai ver é por isso que eu te odeio.

Scott franziu o cenho para mim, e me analisou por alguns minutos.

- Você é o artista. – Disse ele, e eu ri um pouco – Apolo. Como você...?!

- Isso fica para ser explicado amanhã. – Falei para ele antes que tivesse mais trabalho do que antes – Por enquanto é melhor você ir para casa descansar. E fique longe daquela mulher. A que te levou para o bar. Sério. Ela é encrenca pura.

Scott assentiu hesitante.

- Você vai mesmo explicar, não é? Vou cobrar isso. – Disse ele – E... A Alice também tinha algo para falar...

- É. – Concordei enquanto voltamos a andar – Ela... Bem... Ela vai falar com você amanhã de manhã. Acho melhor deixar para ela dizer isso.

- Ela está bem? – Perguntou ele de repente – Depois do machucado.

- Está. – Confirmei – Agora ela está dormindo.

- Mesmo? – Perguntou ele sem acreditar – Tem certeza disso?

- Ahm... Tenho. – Disse franzindo o cenho. Eu duvidava que ela tentasse fugir ou coisa parecida de novo. Principalmente no meio da noite. Nós paramos na frente da casa dele, e eu apontei para lá com o dedão – É. Aqui é o seu ponto.

- Valeu pela ajuda... Embora ainda ache isso muito estranho. – Comentou ele franzindo o cenho para mim – Ahm... Nós nos vemos amanhã, pelo visto.

- É isso aí, Collins. – Concordei, e ele entrou em casa.

Era melhor eu deixar Alice dormir em paz, por isso fui direto para o meu quarto dormir. Assim que me joguei na cama, soltei uma risada. Como será que o Ares estava se saindo?

POV Ares

Éris tinha me levado para um tipo e quarto, longe do resto do armazém. Queria fugir de lá a cada segundo que passava, mas ela não me permitia.

- Então você veio ficar comigo... – Sussurrou ela no meu ouvido. Éris rasgou por completo a minha camisa, e começou a passar a mão pelos meus músculos. Estava sentado á um sofá, e ela estava no meu colo – Desistiu da Afrodite?

- Ahm... Não. Eu só... – Não terminei a frase, pois ela me beijou de novo. Afastei o rosto de Éris por alguns minutos – O que estava fazendo com aquele garoto?

- Eu? Nada, Ares. – Respondeu ela inofensiva – Sabe... Acabei descobrindo que ele pode ser bem útil para mim. Mas... Vamos esquecer ele um pouco, certo?

Éris começou a me beijar mais ainda, mas então parou de repente. Ela olhou para mim e arqueou uma sobrancelha.

- Você não veio aqui para ficar comigo. – Disse ela com um sorriso maldoso – Veio atrás daquele garoto.

- O que? Nem conheço ele. Tsc. Ridículo. – Respondi tentando disfarçar, mas ela já tinha notado. Éris saiu de cima de mim, e foi até a porta correndo. Ela a abriu e olhou para onde Scott devia estar, mas viu que não tinha mais ninguém.

- Quer atrapalhar os meus planos, Ares? – Perguntou cruzando os braços para mim. Eu me levantei e dei de ombros.

- Quer saber? Acho que você está com problemas demais para querer alguma coisa comigo. Não quero atrapalhar, por isso eu vou embora. – Disse andando até a porta. Pensei que ela fosse me impedir, mas Éris só riu e me deixou passar.

- Você sabe... A sua garota da guerra tentou pegar o Scott de volta no meio tempo em que você não chegou aqui. – Comentou ela com um sorriso maligno. Eu me virei ao ouvir o que ela disse, e Éris riu – É. Eu sei muito bem que ele e ela já ficaram juntos. E sei muito bem que posso usá-lo para causar um bom caos. Mas quando ele veio aqui para pegá-lo de volta, eu tive que fazer alguma coisa... Não podia deixar passar.

- O que você fez com ela?! – Rugi com raiva. Éris riu e estalou os dedos. Por um segundo, nada aconteceu o que me deu mais raiva ainda – Éris, se você não...!

De repente... Um gato pulou no meu ombro. Franzi o cenho um pouco assustado por aquele bicho ter surgido do nada, mas então... Olhei melhor. O gato era marrom com algumas manchas brancas. Seus olhos eram escuros, e ele pareceu ter um certo nervoso da Éris.

- Alice Kelly, cumprimente o seu... Dono. – Éris riu da própria piadinha nojenta, e eu arregalei os olhos para o gato. Ou melhor... A gata.

- Alice?! – Exclamei segurando ela. Como que em resposta, a gata soltou um miado para mim.

Por Zeus... Algumas pessoas iam querer o meu pescoço depois de souberem disso.


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Notas finais do capítulo

Ok... Esse final foi tenso, não?

Bem, lindos leitores, as minhas aulas voltam amanhã. E daqui a uma semana vêm as minhas provas. Ou seja... Talvez demore um pouquinho para postar novamente.

Mas não se preocupem. Isso dá tempo de vocês criarem teorias sobre o que vai acontecer com a Alice, e escreverem isso nos reviews!

Obrigada á todos que recomendaram a fic até agora, certo?

Beijos e até o próximo capítulo!