Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 30
Oi, mamãe!


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo... Bem... Não vou nem comentar.

Leiam e descubram o quanto a Alice se ferra.



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- Acorda, Kelly! – Exclamou Ares do lado de fora do meu quarto. Como de costume, ele tinha me acordado extremamente cedo só porque era o dia dele ficar comigo.

- Eu. Já. Vou! – Berrei de volta com raiva. Levantei da cama, mas logo me arrependi ao sentir o vento frio batendo. Me encolhi tremendo um pouco. Tinha esfriado demais!

Corri para o closet para escolher logo uma roupa mais quente, enquanto Ares continuava batendo na porta.

- Vamos logo, sua lerda! Ainda deve estar deitada! – Exclamou ele impaciente.

- Claro! Até porque... Não é nem humanamente impossível dormir com você gritando, nem nada! – Rebati procurando uma opção boa no closet.

Vesti um vestido branco que ia até metade da perna, mas coloquei uma meia calça preta para me esquentar mais. Uma bota preta, depois um bom cachecol. Abri a porta do closet no mesmo momento que Ares.

- Se um dia você abrir essa porta, enquanto eu ainda estiver me trocando, eu te mato. – Falei olhando irritada para ele.

- Uuuh. Agora eu senti medo. – Zombou ele rindo – Se eu quisesse ver um corpo de verdade, eu iria para o quarto da Afrodite. Agora se manda daqui logo. Temos um longo dia pela frente.

Revirei os olhos ainda com raiva dele, mas resolvi não continuar aquela discussão. Ares ia ficar me enchendo a paciência e falando o quanto eu sou sem graça, e blá blá blá. Nós saímos do quarto e fomos direto para o corredor. Paramos no andar 1, onde era servido o café da manhã.

- Deixa eu adivinhar... – Estava sentada na mesa, e Ares vinha com o prato dele. Ele fechou os olhos com um sorriso torto, e continuou – Uhm... Waffles e leite?

- Não. – Respondi voltando a comer. Ares abriu os olhos um pouco decepcionado por não poder me incomodar com aquilo, mas depois riu – O que foi?

- Não? Eu acertei, lesada. – Disse ele apontando para o meu prato.

- Não é verdade. – Murmurei voltando a comer. Ares arqueou uma sobrancelha para mim, e segurou o meu copo. Olhei para ele sem entender, e depois ele sorriu torto.

- É. Eu errei. Deveria ter dito leite quente, e waffles com geléia. – Corrigiu ele sorrindo maldoso para mim – Ooown, mesmo com 20 aninhos, você ainda é a minha pirralha de sempre!

- Corta essa! – Exclamei quando ele apertou minha bochecha – Não são waffles, são panquecas! E... Ok. É leite quente, mas e daí?

- Nada. – Falou ele indo comer o café dele. Ares deu algumas garfadas em um tipo de omelete e olhou para mim – Você está na idade de comer isso.

- Desculpa se eu não como “comida de homem” que nem você. – Comentei zombando dele. Ares revirou os olhos.

- De novo, você não entende nada. – Resmungou ele.

- Sei. – Confirmei normalmente. Continuamos a comer, e Ares continuou a me zoar, mas eu já estava cada vez mais acostumada com aquilo. Assim que acabamos o café da manhã e fomos para o elevador novamente, ele bloqueou a minha passagem e olhou para mim com um novo sorriso malicioso – O que foi agora?

- Hoje vai ser um dia muito divertido, sabe? – Comentou ele. Eu entrei no elevador e ele veio junto. Ares apertou o botão e as portas se fecharam.

- O que a sua mente maligna pensou para me incomodar hoje? – Perguntei sem interesse nenhum. Ares empurrou o meu ombro, de jeito que eu ficasse de frente para ele.

- Primeiro, não é assim que se pergunta alguma coisa á um cara tão legal quanto eu. Onde está a sua educação? Quero me pergunte decentemente, Kelly. – Disse ele ainda com o sorriso torto.

- Problema seu. – Respondi por ele ter me empurrado.

- Como é que é? Esqueceu do nosso combinado? – Perguntou ele segurando o meu queixo – Pensando bem... Acho que vou mudar os meus planos. Eu quero que você vá para a casa do seu ex namoradinho e dê um beijo nele.

- Que?! Não! – Exclamei com o rosto vermelho, e Ares riu.

- Então pergunte direito. – Disse ele de um jeito inocente. Revirei os olhos. Ele era simplesmente impossível!

- O que você quer fazer hoje comigo, Ares? – Perguntei calmamente. Ele riu ao ouvir aquilo e soltou o meu queixo. Ares sorriu inocentemente para o painel com os números dos andares, e resolveu responder a minha pergunta.

- Eu quero levá-la para um almoço romântico. – Respondeu ele calmamente.

- E eu vou fingir que acredito. – Disse arqueando uma sobrancelha para ele.

- Veja com seus próprios olhos. – Disse ele com um riso. A porta do elevador se abriu e nós fomos andando calmamente para a recepção. Ares riu mais um pouco e eu olhei para ele sem entender. Ele sorriu torto para mim – A idéia de beijar o seu ex namoradinho te incomodou, é?

- Cala essa boca. – Reclame revirando os olhos – Não sei porque cisma tanto com o Scott. Ele não fez nada para você.

- E eu não sei por que protege tanto ele. – Rebateu Ares cruzando os braços e parando de andar. Parei também e olhei para ele – Fala a verdade. Você ainda tem uma quedinha por ele, não é?

Estava mais do que na cara que ele tinha falado aquilo só para me irritar, por isso resolvi dar o troco.

- Fala você a verdade. Está morrendo de ciúmes por causa disso, não é? – Perguntei imitando seu sorriso torto e maldoso. Não saiu tão bem, mas deu para ver a cara de Ares ficar um pouco vermelha.

- Como é que é?! Há! Até parece que eu ia ter ciúmes de você com aquele moleque! – Exclamou Ares com uma mistura de vergonha e raiva. Eu ri ao atingir o meu objetivo e saí andando para a porta, mas Ares segurou o meu cabelo e me puxou para trás. Meu corpo chocou-se contra o dele, e ele me virou para poder olhá-lo nos olhos – Você é completamente sem graça. Mesmo. Não sei como o Apolo agüenta ficar com uma pirralha como você.

- Sinto muito se não sou a Deusa da beleza, ok? – Resmunguei de volta – Agora me solta.

- E se eu não te soltar? Vai fazer o que? – Perguntou ele irritado – Lembre-se que você está nas minhas mãos com o nosso acordo. Não está em posição de me dar ordens, Kelly.

Ares me soltou e sorriu torto novamente.

- Estou até repensando a história do beijo. – Comentou ele para me irritar.

- Você é um grande...! – Estava pronta para xingá-lo, mas uma voz me interrompeu. Ao ouvi-la... Nossa... Como posso descrever a minha reação? Eu simplesmente congelei. Não acreditava que era verdade, não acreditava que estava ouvindo aquela voz. Esperava ter sido a única a ouvir isso, mas ao notar a cara de espanto de Ares, pude ver que não era.

- Alice. Hanks. Kelly! – Eu estava... Per-di-da.

Senti um pouco da raiva de Scott. Droga! Ele tinha razão! Respirei fundo com medo de me virar e ver a minha mãe.

- Ares... Ela está mesmo...? – Perguntei com a voz falhando.

- Está. – Confirmou ele com os olhos um pouco arregalados – Uh. Acho que ela vai fazer o que eu sempre quis.

- O que? – Perguntei franzindo o cenho.

- Arrancar o seu coro com as unhas. – Comentou ele desviando o olhar. Queria dar um soco nele, mas meus músculos estavam rígidos. Se tinha uma coisa que eu odiava era levar uma bronca da minha mãe. Mesmo.

Vire-me devagar e pude vê-la. Uma mulher de 40 anos, com cabelo preto e liso cortado até o ombro, e com seu olhar todo especial para me repreender. Assim que ela chegou perto de mim, eu abri a boca, mas ela levantou a mão em sinal de “Pare” e eu me detive.

- Quando eu liguei para você e perguntei se estava a caminho do Alabama, você falou “Sim, mãe. Só vou me atrasar um pouquinho.” Aí magicamente você aparece em Paris. – Disse ela me fuzilando com o olhar – Eu não tenho idéia do que aconteceu, mas acho que agora é o momento em que você tenta me enganar com alguma história inventada.

- E-Eu... Eu ia para o Alabama. Mesmo. Eu só estou fazendo uma parada rápida em Paris. É só uma pausa. Mas... Eu ia. – Menti.

- Mesmo? – Perguntou ela cética. Abri a boca para dizer que sim, mas o olhar dela me impediu de mentir. Não ia adiantar.

- Não. – Respondi em murmuro – Mas... Eu... Posso explicar o motivo de ter parado em Paris.

- Claro! Quer que eu me sente uns minutos para você inventar uma desculpa razoavelmente convincente, ou você é rápida como o seu pai? – Perguntou ela ainda cética.

Sim, eu quero. Por favo, mamãe, senta lá no cantinho, ok?

- Não. Eu... – Estava ficando cada vez mais tensa. Ia levar uma das maiores broncas de toda a minha vida, quando uma coisa me veio a mente. Olhei para ela com um pouco de duvida, mas feliz por poder mudar de assunto – O que você está fazendo aqui?

Minha mãe não respondeu de primeira. Ela continuou me encarando com o mesmo olhar, mas eu insisti.

- Você também disse que ia para o Alabama, e que ia se atrasar um pouco. – Comentei cruzando os braços.

- Não fale comigo dessa maneira, Alice. – Minha mãe rangeu os dentes, mas eu permaneci forte – Eu te disse que ia me atrasar por causa do trabalho. E você não tente mudar o assunto! Estou falando sobre você!

Droga... Ela encerrou o assunto cedo demais. Estava prestes a levar uma linda bronca (que Ares assistia de perto), quando...

- Pronto. Eu já mandei levarem as malas então... – Hermes apareceu do lado da minha mãe, mas ao me ver ficou mudo – Ahm... Alice.

Abri a boca querendo rir de raiva, mas me contive. Minha mãe perdeu um pouco do seu tom de seriedade, mas tentou fazer com que eu continuasse tensa.

- Alice, você...! – Eu a interrompi.

- Eu ia ser a única otária que iria para o Alabama, porque novamente você resolveu me deixar para trás enquanto viaja alegre para Paris! – Exclamei morrendo de raiva.

- É uma viagem de trabalhos! – Insistiu ela, mas dessa vez eu era a cética – Mas mesmo que não fosse, o que não é o caso, eu sou sua mãe! Não tente inverter os papéis, pois é você que merece uma bela bronca por ter mentido para mim!

- Você tinha pelo menos a intenção de ir ao Alabama? – Perguntei olhando para ela – Você ia mesmo para lá?

- É claro que...! Ahm... Ia. – Respondeu ela com dificuldade. Eu neguei com a cabeça, e minha ficou um pouco sem graça – Eu ia sim! Só ia... Fazer uma pausa em Paris antes! E... Argh! Isso não é da sua conta.

- Então se eu estou aqui, também não é da sua! – Rebati.

- Olha como fala. – Advertiu ela, e eu parei. Estava tão irritada com ela, quanto ela estava comigo. Minha mãe podia tentar brigar comigo, e eu com ela. Mas por causa dos nossos anos de convivência e nossos hábitos similares, nós preferimos fazer uma coisa diferente.

- A culpa é sua! – Exclamamos ao mesmo tempo, só que eu apontei para Hermes e ela para Ares.

Os dois arregalaram os olhos ao mesmo tempo.

- Como é que é?! – Perguntou Ares.

- Qual é a dificuldade de um homem de dois metros, cheio de músculos, Deus da guerra, levar uma garota de 20 anos para o aeroporto e entrar no vôo certo?! – Perguntou minha mãe com raiva.

- Escuta aqui...! – Ares queria gritar com ela, mas minha mãe não deixou. Ele se encolheu um pouco, e ver aquilo foi engraçado – E-Eu tentei, está bem?! Só que ela foi direto pedir ajuda para Afrodite, e...!

- Ajuda para Afrodite! – Repetiu minha mãe – E o poderoso Deus da guerra não pode fazer nada! É nisso que quer que eu acredite?!

Ares engoliu em seco. Minha mãe revirou os olhos com raiva, e depois olhou para mim. Eu não queria perder tempo, por isso olhei para o meu pai.

- Quando você falou que não queria que eu fosse para o Alabama, porque não me avisou que ela também não ia?! Melhor... Por que não disse que ela estaria em Paris? – Perguntei não tão irritada.

- Por que... Eu... Ahm... Ah. Esqueçam isso, ok? Jenny... Deixa! Ela já está aqui mesmo. O que podemos fazer? – Perguntou ele tenso – Vamos só ir para o quarto ajeitar as malas, e depois nós conversamos, certo?

 Eu comemorei, mas minha mãe olhou para mim de um jeito severo.

- Não pense que você se livrou da bronca. – Disse ela em um tom de voz baixo. Eu sabia que quando ela falava daquele jeito era porque nós íamos conversar mais tarde, e longe de todo mundo.

Meu pai e ela entraram no elevador, e foram para o andar 11. Eu e Ares esperamos que eles sumissem até que finalmente saímos do hotel.

- Sabe... Você teve a quem puxar. – Comentou ele. Olhei para Ares sem entender, mas ele explicou – É que a sua mãe é completamente estranha. Que nem você.

- Sei. Está falando isso porque ela não está aqui. Eu vi que você estava morrendo de medo, Ares. – Rebati.

- Medo de uma mortal? E ainda mais da sua mãe?! Há! Não me faça rir. – Zombou ele, mas sabia que no fundo ele ficou com medo. Estava estampado na cara dele – Mas... Por que ela queria tanto que você fosse para lá, se nem mesmo ela ia?

Eu sabia muito bem a resposta. Quando a minha mãe queria ir comigo, era porque ela querai que eu me desse bem com meus “parentes”. Mas quando ela queria que eu fosse, era porque...

- Will. O meu pa... Padrasto. Dessa vez é ele que quer que eu vá. Ai ele pede para a minha mãe me convencer. – Respondi – Nunca dá certo, mas... Ele tenta.

Ares deu de ombros, e continuamos a andar pela calçada. Para a minha sorte, ele tinha esquecido completamente a idéia de incomodar o Scott novamente. Imaginei o que aconteceria com o Apolo se o meu pai o visse no hotel também.

Ares soltou uma risada maldosa do meu lado, e eu o olhei sem entender. Ele sorriu para mim de seu jeito malicioso e eu sabia que não era nada bom...

- Mas nós ainda temos o nosso almoço romântico, benzinho. – Zombou ele. Revirei os olhos.

- Você está falando sério?! – Perguntei sem acreditar – Almoço romântico?!

- Claro que eu estou falando sério! – Exclamou ele como se aquilo fosse óbvio. Ele me puxou contra o seu corpo, e pude notar que tentar escapar era inútil – Afinal... Que Deus da guerra eu seria se não saísse com a minha garota da guerra?

- Um idiota. Se bem que você é um idiota de qualquer maneira. – Respondi tentando afastá-lo de mim. Ares riu, mas logo segurou o meu queixo.

- Vamos acabar com esse seu jeito irritado, ok? Chega de ofensas. De agora em diante, toda vez que eu falar com você, é melhor ter um elogio pronto. – Falou ele sorrindo torto – Senão...

- Eu não vou ficar te elogiando o tempo todo! – Protestei.

- Ou é isso, ou vou ter que te obrigar a ir fazer uma visitinha ao tal Scott Pilgrim. – Riu ele. Droga... Odiava ter feito aquele acordo com ele – Então...?

- Você é um amor de pessoa. – Elogiei rangendo os dentes, mas sem esconder a minha raiva. Ares riu e continuou a andar. Seria um longo dia... De novo.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Esse almoço vai dar o que falar, não? Hahaha!

Maaas... No próximo capítulo...

Tam tam tam taaaam! Teremos o tão esperado encontro...

Apolo vs Scott! Hahahaha!

Espero pelos reviews maravilhosos de sempre! Vou respondê-los, ok?

Beijos gente!