Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 29
Morangos com chantili


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/147464/chapter/29

Assim que abri os olhos já estava em lugar bem longe da loja de roupas. Eu estava sentada em um tipo de barco pequeno, e Apolo estava logo na minha frente. O barco flutuava lentamente por um rio largo que passava no meio da cidade.

- Que lugar é esse? – Perguntei olhando em volta com atenção.

- É um rio que fica aqui em Paris. Eu esqueci o nome, mas as pessoas gostam de ficar na margem dele para tomar Sol. – Contou Apolo com um sorriso doce para mim.

- E... O que foi aquilo? – Perguntei lembrando da cena da loja de roupas.

- Aquilo? Você não viu nada, Alice. – Disse Apolo revirando os olhos.

- Não. Sério... Me conta. Eu não entendi nada do que eu vi lá. Foi... Tão rápido e estranho. – Falei franzindo o cenho.

- Olha... Tem uma coisa que você tem que entender. – Disse Apolo se ajeitando no canto dele do barco – Éris e Afrodite se odeiam. Mesmo. Desde sempre. Elas brigam o tempo todo. Éris adora incomodar ela, e por isso o que ela usa para atingir Afrodite é...

- O Ares. – Completei entendendo porque Ares odiava tanto aquela Deusa.

- Sim. Ela vive correndo atrás dele, beijando ele, ou tentando qualquer coisa. Não porque ela gosta dele, pois... Sejamos francos. Se ela pudesse escolher entre a minha beleza, e a beleza dele, Ares não teria chance. Mas porque ele está com Afrodite. – Contou Apolo com uma curta pausa humilde.

- Então ela usa ele para provocar a Afrodite? Uau. – Disse impressionada – Acho que ela realmente gosta de viver na adrenalina, porque... Eu já vi Afrodite com raiva, e não é nada agradável.

- Só tem uma coisa que você tem que entender... – Apolo parecia tenso olhando para mim, quase que preocupado – Você tem que jurar para mim que não vai se meter com Éris. É sério. Essa história de fã número um não é nada bom. Nada bom mesmo. Ela vai armar alguma para criar o caos e a discórdia, e vai usar você para isso. Não deixe que isso aconteça.

Eu assenti com a cabeça notando a seriedade de Apolo, e depois olhei para a água. O rio era bem limpo, o que me surpreendeu. Encostei meu dedo indicador na água e pude notar uns peixinhos correndo atrás dele.

Sorri para eles, e olhei para Apolo. Ele sorria para mim do mesmo jeito.

- Paris é linda. É uma pena que eu só tenha tido tempo de notá-la direito agora. – Comentei olhando em volta para as cassa de dois andares que tinham do outro lado do rio, e para uma longa barreira de pedra onde as pessoas estavam sentadas para aproveitar o ar fresco do dia.

- Você também é linda. E é uma pena que eu só tenha tido tempo de ficar com você agora. – Comentou ele em um suspiro.

- Sem tentativas, ok? Eu quero ver a cidade, e não ficar me agarrando com você. – Falei cruzando os braços, mas ainda tinha um sorriso no rosto. Apolo riu para mim.

- Mais tarde. – Disse ele piscando para mim – Por enquanto vamos só olhar a vista e ficar perto um do outro.

Eu e ele fomos para o centro do barco e nos abraçamos, enquanto o rio nos levava calmamente. Era uma sensação ótima, e com o vento fresco soprando eu me sentia cada vez mais leve.

- Está com fome? – Perguntou ele em um sussurro no meu ouvido. Eu sorri sem querer, e passei a mão na minha barriga.

- Morrendo. – Respondi também em um sussurro.

- Então vamos ter um lindo piquenique. – Sugeriu ele. Apolo estalou os dedos e nós não estávamos mais no barco. Nós tínhamos parado em um gramado de frente para a barreira de pedra onde as pessoas estavam.

Eu fiquei um pouco tonta por não ter fechado os olhos, e quase caí. Apolo me segurou e me puxou para perto de seu corpo. Ele era tão quentinho, que deu vontade de abraçar, mas ele me colocou sentada no chão.

Quando olhei, já tinha uma toalha forrando um pedaço da grama, e inúmeros pratos de comida espalhados por ela. Uma cesta estava no canto também.

- Bem, bem... Vamos ver por onde começamos... – Disse ele sentando-se na minha frente.

- Uhm... Morangos com chantili. – Falei apontando para uma cesta de morangos. Apolo riu para mim.

- Sobremesa antes do almoço? – Perguntou ele rindo. Eu assenti sorrindo, e ele deu de ombros – Por que não? Vai ser legal.

Apolo pegou um morango e eu também peguei um. Molhamos no chantili, mas quando eu abri a boca para comê-lo, ele se apressou e colocou o dele na minha boca. Dei uma mordida desajeitada, e depois desviei a boca. Apolo riu um pouco.

- Uhm...! – Tentei protestar, mas primeiro comi o pedaço que havia mordido – Não era para você...

- Não gostou? – Perguntou ele fingindo estar triste. Eu revirei os olhos rindo, e apontei o meu morango para ele. Apolo sorriu torto para mim, e mordeu o morango. Era tão engraçado dar comida para ele, até porque Apolo fazia umas caras hilárias.

- Para de fazer isso! – Exclamei rindo.

- Fazer o que? – Perguntou ele tampando a boca enquanto mordia o pedaço de morango.

- Essas caretas engraçadas. – Falei ainda rindo.

- Que caretas? – Perguntou ele sem entender, mas rindo também.

- Você faz caretas quando eu te dou morangos. – Contei.

- Ok... Então me dá outro. – Pediu ele – Vamos. Duvido que faça caretas!

- Faz sim, quer ver?! – Peguei outro morango, molhei no chantili, e dei para o Apolo. Ele abriu a boca e mordeu, e foi quando pude ver outra careta dele. Não era uma careta de “Oh, que droga de morango”, mas alguma coisa como “Estou morangos com chantili, La La La!”. Eu ri de novo, e ele também, embora tentasse engolir o morango.

- Ok... Eu faço caretas, mas e daí? Duvido que você não faça! – Protestou ele rindo. Eu neguei com a cabeça, dizendo que não fazia, mas ele não se deu por vencido. Apolo molhou um morango no chantili e apontou para mim com uma sobrancelha erguida – Então vamos ver. Morde.

- E se eu falar que não quero? – Perguntei cruzando os braços de brincadeira.

- Alice Kelly, musa de Apolo, eu ordeno que você morda esse morango delicioso agora mesmo. – Disse ele em um tom superior, mas também brincando. Eu ri, e dei de ombros.

- Já que o Deus do Sol e da música pediu. – Falei fazendo um reverência para ele de brincadeira, e Apolo reprimiu uma risada – Ok. Eu mordo.

Me aproximei dele e mordi o morango. Não fiz careta nenhuma, e Apolo mostrou a língua para mim.

- Sua chata. Por que você não faz careta? – Falou ele rindo.

- Não sei. Por que você faz careta? – Rebati rindo também.

- Sei lá! É natural. – Respondeu ele dando de ombros.

Eu ri para Apolo, e ele riu para mim. Nós dois nos continuamos lá comendo, rindo e olhando a paisagem por algumas horas. Quando o Sol começou a se por, nós paramos um momento e nos abraçamos olhando ele sumir no horizonte. Era engraçado pensar que uma parte do Apolo estava dirigindo o carro do Sol, enquanto outra parte estava sentada ao meu lado olhando o trabalho.

Nós nos beijamos e foi aí que ele teve uma idéia.

- Vamos... Eu sei de um lugar que você vai amar. – Disse ele. Apolo me ajudou a levantar da grama, e me abraçou apertado. Fechei os olhos, e quando abri estávamos em um lugar completamente diferente.

- Onde...? – Franzi o cenho.

Olhei para baixo e vi que estávamos muito alto mesmo. Apolo me abraçou por trás e eu virei o rosto em sua direção.

- Se maravilhe com a beleza da Torre Eiffel. – Disse ele sorrindo para mim. Arregalei os olhos e abri um sorriso.

- Torre Eiffel?! – Exclamei feliz – Isso é demais!

- Não tanto quanto eu, mas dá para o gasto, não? – Comentou ele rindo. Empurrei Apolo para trás e vi que estávamos em uma plataforma de metal larga. Sentei-me no chão com medo de cair daquela altura, e ele fez o mesmo.

- Obrigada. É lindo. – Disse para ele.

- Eu não fiz a Torre Eiffel para você. Eu só te trousse aqui. – Comentou ele encolhendo os ombros. Eu ri e o beijei. Assim que meus lábios soltaram os dele, Apolo sorriu bobo – Mas eu aceito o “Obrigada” mesmo assim.

Com isso, Apolo veio para perto de mim e me beijou. Eu retribui, e nós começamos a nos abraçar.

A noite estava perfeita. As estrelas brilhavam encima de nós de um jeito impressionante, mas no momento eu não sabia o que olhar. As estrelas e a vista de Paris, ou Apolo.

Enquanto Apolo beijava o meu rosto, eu sorria de leve e passava a mão pelas costas dele. Me sentia segura quando estava perto dele.

Apolo levou suas mãos para a minha cintura, e pude notar que ele descia cada vez mais. Até que, por fim, eu o impedi.

- Você não me quer por perto? – Perguntou ele fingindo estar magoado.

- Estamos no topo da torre Eiffel. – Falei com o rosto um pouco vermelho – Sabe... Tem gente lá embaixo!

- Eles não podem nos ver. – Falou Apolo rindo.

- Mas... Sei lá. Eles... – Apolo me beijou e impediu o resto da frase. Ele colocou seu dedo indicador sobre os meus lábios e piscou para mim.

- Se concentre em mim. Esqueça eles. – Pediu ele. Apolo continuou me beijando, mas dessa vez eu não o impedi.

Ele foi bem devagar. Enquanto me beijava, deixou suas mão paradas o tempo todo. Eu, aos poucos, acabei cedendo e passando as mãos por seu peito. Apolo sorriu enquanto passava a beijar o meu pescoço, e suas mãos foram calmamente para minhas pernas.

- Assim é bem melhor. – Sussurrou ele, voltando a beijar meu pescoço. Eu ri um pouco e comecei a descer minhas mãos para o abdômen dele. Mesmo por cima da camisa, eu podia sentir como ele era definido. Sorri sem jeito, e tentei afastar a mão, mas Apolo as segurou para que eu continuasse.

Deslizei elas um pouco mais, sentindo-o melhor. Apolo era bem quente. Literalmente. Podia sentir o vento frio do inverno soprando, o que cada vez me dava mais vontade de ficar perto dele. Abraçá-lo, e não me separar nunca mais.

- Quer que eu te esquente? – Perguntou ele rindo.

- Como você sabe? – Perguntei franzindo o cenho.

- Dá para notar. – Comentou ele e me beijou novamente. Apolo me abraçou e começou a passar a mão pelas minhas costas. Estávamos perfeitos desse jeito, quando...

- School’s out for Summer! – Cantou Alice Cooper, o toque do meu celular. Parei por um segundo. Podia sentir a vontade de Apolo de lançar o meu celular para longe.

- Apolo... – Murmurei.

- Sh. Deixa. Ignore, por favor. – Pediu ele. Apolo continuou a me beijar com vontade, aprofundando cada vez mais o beijo. O celular tocava direto.

É... Talvez eu devesse ignorá-lo mesmo. Até por que... Quem poderia ser? Não... Claro que não podia ser a minha mãe para me dar uma linda bronca. Imagina. Não mesmo.

Abracei Apolo com vontade, deixando nossos corpos grudados um no outro, e ele gostou disso. Enquanto suas mãos exploravam meu corpo por cima das roupas, as minhas procuravam freneticamente o maldito celular. Ele estava logo no chão, não sei porque.

Assim que consegui tocá-lo, vi no visor a pior coisa...

- Mãe chamando. – Estava escrito. Dorga! – Ahm... Apolo...

- Alice... – Sussurrou ele rindo.

- Apolo... A minha mãe... – Murmurei.

- Ela vai falar com você depois... Deixa isso para lá. – Falou ele revirando os olhos e sem parar de tocar em mim.

- Ela tentou falar comigo ontem, e eu nem respondi. Deixa... Deixa eu atender, por favor. – Pedi dando um beijo nele – Nós... Voltamos mais tarde.

- Ah... – Resmungou ele jogando a cabeça para trás – Tá bom! Atende logo para isso acabar e nós podermos continuar.

Peguei o celular e o atendi. Estava torcendo para ela ter desligado, mas...

- Alice? Filha? – Perguntou ela. Demorei alguns segundos para responder.

- E... Eu. – Respondi em um tom baixo e tenso.

- Ainda bem que atendeu... Eu... Sssshhhhhh... e por isso queria que você... Sshhhhhh. E... Shhh... deu?- Não entendi nenhuma palavra.

- Ahm... O que? – Perguntei sem entender nada.

- A- Shhhhh-ce! Está me... Shhh... Vindo? – Perguntou ela.

- Não dá para te ouvir. – Respondi franzindo o cenho.

- Vou me atrasar. – Falou ela antes que chiasse novamente. Assenti.

- Ok. Tudo bem. – Respondi, mas não sabia se ela podia me ouvir. Apolo fechou o celular antes que minha mãe dissesse alguma coisa, e jogou-o longe.

- Certo, fico muito feliz por ter terminado. – Sorriu ele voltando a me beijar.

- Apolo! Você...! – Fui interrompida pela música tocando novamente. Apolo parou de me beijar e correu até o celular – Não! Eu atendo!

- Eu cuido disso! – Exclamou ele tentando pega celular. Eu puxei sua camisa para trás, tentando impedi-lo, e Apolo começou a rir um pouco irritado – Ah! Agora voc~e quer tirar a minha camisa!

- Não é isso! Eu...! Solta o meu celular! – Exclamei tentando tirá-lo de suas mãos, mas Apolo o levantava alto demais – Apolo, estou falando sério! Se for a minha mãe...!

- Se for a sua mãe eu vou conversar educadamente com ela. Se for outra pessoa... Já nem tanto. – Ele me interrompeu.

- Quer parar com isso! – Exclamei tentando pegar o celular.

- Alô?! – Falou ele atendendo e fazendo “Sh!” para mim.

- O que...? – Pude ouvir uma voz masculina no outro lado da linha.

- Escuta aqui, estou ocupado com uma garota linda, então seja lá o que você quiser falar, pode esperar, ok?! – Falou Apolo irritado, mas isso logo passou. Ele de repente ficou com o rosto um pouco vermelho.

- Apolo?! Espero que essa garota linda seja a minha filha, senão...! – Apolo gelou ao ver que era Hermes – Se bem que... Não. Não espero não. O que você pensa que está fazendo com a minha filha, seu safado?!

- Hermes! Boa noite! Como vai você? – Perguntou Apolo repentinamente simpático. Meu queixo caiu ao ouvir o meu pai falar com ele – Ahm... Quer falar com a Alice, não é?

- Não! Agora eu quero falar com você! Não tente mudar de assunto! O que você está fazendo com a minha filha nesse exato momento?! – Perguntou ele com bastante raiva.

- Eu? Nada! Nada não. Só estamos conversando. – Sorriu Apolo. Ele franziu o cenho – Ahm... Claro! Mas é claro que ela...! Não... Eu...

- Estou indo para o hotel, e para o seu maldito bem é melhor que ela esteja lá, entendeu?! – Berrou meu pai do outro lado da linha. Apolo arregalou os olhos.

- Claro! – Concordou ele. Assim que Apolo desligou o telefone, ele me abraçou e em um piscar de olhos estávamos na sala de estar do meu quarto de hotel – Ok... Acho que... Eu posso ceder essa noite para o seu pai.

- Ah, claro. – Ri dele, e Apolo fez uma careta para mim.

- Não entendo porque, mas os pais das minhas namorados nunca gostam muito de mim. Acho que é porque eu sou muito bonito e eles acham que elas vão sempre querer me agarrar. – Comentou ele.

- Ah, relaxa Apolo. O meu pai não pensa isso. Na verdade... Ele pensa o contrário disso. – Comentei rindo dele. Apolo fez uma careta para mim, deu boa noite e foi embora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok... Apolo deve ser perseguido pelos pais das namoradas dele, não é mesmo? Hahahaha!

Por que será? Hihihi.

Bem... Espero que vocês tenham gostado. O encontro do Apolo com o Scott está chegando perto! No que será que isso vai dar?

Só lendo para ver!

Recomendações, reviews... Todos de graça e bem vindos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Viagem Infernal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.